Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

Carta 19

Anápolis, 06 de maio de 2006

 

Ao Monsenhor Mário Cuomo,

Digníssimo Vigário Geral da Diocese de Anápolis e

Diretor Espiritual do Seminário Imaculado Coração de Maria

 

Caríssimo Monsenhor: “Que vosso amor seja sem hipocrisia, detestando o mal e apegados ao bem; com amor fraterno, tendo carinho uns para com os outros, cada um considerando o outro como mais digno de estima” (Rm 12, 9-10).

Escrevo-lhe esta para pedir-lhe um grande favor: peça aos seminaristas de vosso Seminário para que tenham respeito com os meus religiosos. Já faz um bom tempo que passam diante de nossa casa e agem como moleques, e hoje, sábado, 06 de maio de 2006, às 13:20, chegaram ao cúmulo do ridículo segundo foi-me informado. Ao passarem diante da nossa casa em uma Kombi, avistaram um religioso do meu Instituto, e como moças assanhadas e desocupadas, deram gargalhadas estridentes, até parecia um grupo de garotas indo para um show de rock.

Esses rapazes passam a pé diante de nossa casa quase todas as semanas fazendo caminhada com as suas bermudas ridículas, e nós, quando estamos trabalhando nos jardins os respeitamos, apesar de agirem como mundanos, também são filhos de Deus e merecem respeito.

Seria muito bom se esses rapazes ficassem mais em seus quartos estudando, como aconselham algumas pessoas santas e piedosas:

 

1. “Deixa de ter amizade com muitos homens, a fim de que a tua mente não se torne agitada, e perturbe a habitual tranqüilidade” (Do Abade Evágrio, Apoftegmas, Letra Épsilon, 2).

2. “O frade  andarilho é pior que o demônio” (Pio II, extraído das Obras Completas de São João da Cruz).

3. “Como é perigoso para um monge ficar perambulando! Quantas colunas vimos ruir por terra, por ficarem andando e viverem fora de suas celas” (Santa Catarina de Sena, Carta nº 37 a Niccoló di Ghida).

Alguns seminaristas, amantes da vida fácil e do saracoteio, poderão dizer que não são frades nem monges, mas é importante lembrá-los de que o sacerdote diocesano deve possuir uma vida interior à semelhança do verdadeiro monge, apesar de muitos diocesanos se preocuparem somente com a lã, carne e leite das ovelhas.

Rezo para que os mesmos tornem-se sacerdotes segundo o Sagrado Coração de Jesus, e não bastardos, que nem sabem o que significa ser sacerdote.

Caso se repita essa atitude ridícula, terei uma reunião com eles no 4º CIOPS de Vila Jaiara; ali tudo será resolvido.

 

Respeitosamente,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.