PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA VINHA

(Mt 20, 1-16)

 

"1 Porque o Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que saiu de manhã cedo para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2 Depois de combinar com os trabalhadores um denário por dia, mandou-os para a vinha. 3 Tornando a sair pela hora terceira, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4 e disse-lhes: 'Ide, também vós para a vinha, e eu vos darei o que for justo'. 5 Eles foram. Tornando a sair pela hora sexta e pela hora nona, fez a mesma coisa. 6 Saindo pelo hora undécima, encontrou outros que lá estavam e disse-lhes: 'Por que ficais aí o dia inteiro desocupados?' 7 Responderam: 'Porque ninguém nos contratou'. Disse-lhes: 'Ide, também vós, para a vinha'. 8 Chegada a tarde, disse o dono da vinha ao seu administrador: 'Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário começando pelos últimos até os primeiros'. 9 Vindo os da hora undécima, receberam um denário cada um. 10 E vindo os primeiros, pensaram que receberiam mais, mas receberam um denário cada um também eles. 11 Ao receber, murmuravam contra o pai de família, dizendo: 12 'Estes últimos fizeram uma hora só e tu os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor do sol'. 13 Ele, então, disse a um deles: 'Amigo, não fui injusto contigo. Não combinaste um denário? 14 Toma o que é teu e vai. Eu quero dar a este último o mesmo que a ti. 15 Não tenho o direito de fazer o que eu quero com o que é meu? Ou o teu olho é mau porque eu sou bom?' 16 Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos".

 

 

Edições Theologica assim resume essa parábola: "A parábola refere-se diretamente ao povo judaico. Deus chamou-o na primeira hora, desde há séculos. Ultimamente chamou também os gentios. Todos são chamados com o mesmo direito a fazer parte do novo Povo de Deus, que é a Igreja. Para todos o convite é gratuito. Por isso, os Judeus, que foram chamados primeiro, não teriam razão ao murmurar contra Deus pela escolha dos últimos, que têm o mesmo prêmio: fazer parte do Seu Povo. À primeira vista, o protesto dos trabalhadores da primeira hora parece justo. E parece-o, porque não compreendem que poder trabalhar na vinha do Senhor é um dom divino. Jesus deixa claro com a parábola, que são diversos os caminhos pelos quais chama, mas que o prêmio é sempre o mesmo: o Céu".

 

Em Mt 20, 1-2 diz: "Porque o Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que saiu de manhã cedo para contratar trabalhadores para a sua vinha. Depois de combinar com os trabalhadores um denário por dia, mandou-os para a vinha".

 

O pai de família é o próprio Jesus Cristo; a vinha em que trabalha é a alma a salvar pelo exercício cotidiano das virtudes e das boas obras: "Consideremos a significação desta parábola. A vinha do Senhor são as nossas almas. Jesus Cristo, o pai de família, depois de as ter resgatado da escravidão do demônio com o preço do seu divino sangue, no-las deu com o fim de as cultivarmos, por meio das boas obras, para poderem um dia ser admitidas na glória eterna" (Santo Afonso Maria de Ligório, Meditações), e: "O pai de família é o Pai celeste; a vinha é o campo das almas; o dinheiro, salário convencionado, é o céu; o mordomo é Nosso Senhor Jesus Cristo" (Dom Duarte Leopoldo), e também: "Pelo que acabamos de ver, esta parábola, é como se fosse uma explicação da última sentença do capítulo precedente. A imagem está tomada dos costumes da Palestina daquela época, que em parte se conservam ainda em algumas regiões. A aplicação da imagem à doutrina que Jesus Cristo quer recomendar oferece algumas dificuldades, que a meu parecer se têm exagerado por prescindir do contexto e por querer aplicar à doutrina alguns detalhes da imagem que são meramente ornamentais. No reino dos céus, ou seja, no que Cristo vem estabelecer na terra, passa uma coisa semelhante ao acontecido com um pai de família, ou patrão com os obreiros que enviou para trabalhar na vinha" (Pe. Juan Leal).

Denário era uma moeda de prata com inscrição e imagem de César Augusto (Mt 22, 19-21) e, como se vê aqui, equivalia ao dia de trabalho de um operário agrícola.

Remígio escreve: "Disse o senhor: 'Muitos dos primeiros serão últimos, e muitos dos últimos, primeiros' (Mt 19, 30), acrescenta, apoiando nesta verdade, a seguinte parábola: 'O Reino dos Céus é semelhante", e: "O pai de família é Cristo, e o céu e a terra são como sua única casa, e sua família, todas as criaturas. Sua vinha é a justiça, na qual se encontram todas as classes de justiça, como plantas distintas de uma mesma vinha; por exemplo: a mansidão, a castidade, a paciência e outras virtudes, todas estão contidas no nome geral da justiça e os cultivadores desta vinha são os homens. Por isso disse: 'Que saiu de manhã para contratar trabalhadores', etc. Deus tem gravado a justiça em nossas faculdades, não para sua utilidade, mas para a nossa. Sabei, pois, que nós somos conduzidos à vinha como assalariados. E assim como ninguém leva um assalariado para a sua vinha com o objetivo de se alimentar, assim também, nós somos chamados por Cristo ao trabalho, não só para que sejamos úteis, mas para a maior glória de Deus; e assim como o assalariado se ocupa primeiro de seu trabalho e depois de sua alimentação diária, assim também nós devemos ocupar-nos primeiro do que se refere à glória de Deus, e depois, ao que se refere ao nosso interesse. Assim como um trabalhador emprega todo o seu dia nas obras de seu senhor e só consagra uma hora para sua alimentação, assim também nós devemos empregar todo o tempo de nossa vida na glória de Deus e não reservar mais que um pouco de tempo para as nossas necessidades temporais; e assim como o trabalhador se envergonha de entrar na casa de seu senhor e de pedir-lhe pão no dia em que não trabalha, como vós não envergonhais de entrar na Igreja e de estar diante de Deus no dia em que não praticais uma boa obra?" (Pseudo-Crisóstomo, Opus Imperfectum in Matthaeum, hom. 34), e também: "Ou também o Pai de família, é dizer, nosso Criador tem uma vinha, isto é, a Igreja universal que tem lançado tantos brotos quantos são os santos que tem formado, desde o justo Abel até o último santo que formará até o fim do mundo. Em nenhum tempo tem deixado o Senhor de mandar pregadores como trabalhadores para cultivar sua vinha a fim de que instruam a seu povo. Porque Ele tem trabalhado no cultivo de sua vinha, primeiramente pelos patriarcas, depois pelos doutores da Lei e os profetas, e ultimamente pelos apóstolos, como seus operários. Pode-se dizer que todo homem que trabalha com reta intenção é de alguma maneira e em certa medida, trabalhador de sua vinha" (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 19, 1), e ainda: "Podemos dizer que todo o século presente não é mais que um só dia. Porque, ainda que para nós é muito um século, para a vida de Deus é um tempo muito curto" (Orígenes, Homilia 10 in Matthaeum), e: "A manhã do mundo é o tempo transcorrido desde Adão até Noé, e por isso se diz: 'Que saiu muito de manhã a contratar trabalhadores para sua vinha'. E acrescenta a maneira de reuni-los nestas palavras: 'E  havendo combinado" (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 19, 1), e também: "Eu sou da opinião que a palavra denário se aplica à salvação" (Orígenes, Homilia 10 in Matthaeum), e ainda: "O denário era uma moeda que valia antigamente dez ases e que tinha a efígie do imperador. Com razão, pois, o denário representa nesta passagem a recompensa pela observância do Decálogo. Por isso o Senhor disse de uma maneira significativa: 'E havendo combinado'. Porque, no campo da Igreja, trabalham todos  pela esperança de uma recompensa futura" (Remígio).

 

Em Mt 20, 3-8 diz: "Tornando a sair pela hora terceira, viu outros que estavam na praça, desocupados, e disse-lhes: 'Ide, também vós para a vinha, e eu vos darei o que for justo'. Eles   foram. Tornando a sair pela hora sexta e pela hora nona, fez a mesma coisa. Saindo pelo hora undécima, encontrou outros que lá estavam e disse-lhes: 'Por que ficais aí o dia inteiro desocupados?' Responderam: 'Porque ninguém nos contratou'. Disse-lhes: 'Ide, também vós, para a vinha'. Chegada a tarde, disse o dono da vinha ao seu administrador: 'Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário começando pelos últimos até os primeiros".

 

O dono de uma vinha saiu a contratar operários por dia. Era costume de então agruparem-se à porta da cidade os desocupados desejosos de emprego. Antes do sol, chegou o senhor. Tomou todos os homens que pôde achar, e contratou com eles o preço, que foi fixado em um dinheiro. Boa paga para aqueles tempos, tanto que todos aceitaram de bom grado.

Os trabalhos deviam estar atrasados, e a estação devia ser precoce: já os gomos se moviam e havia que sachar, podar e ligar os ramos. Era preciso mão de obra. Por isso o senhor saiu uma segunda vez, três horas depois, pelas nove da manhã, achou outros operários e tomou também estes. Contudo, não bastavam ainda. Ele saiu uma terceira vez ao meio-dia, e uma quarta vez, pelas três horas da tarde e a todos que encontrava dizia: "Ide também vós para a minha vinha; dar-vos-ei uma paga conveniente".

Ele tinha urgência de acabar naquele dia. E saiu por uma quinta vez, faltando somente uma hora para o pôr do sol. Viu um grupo desocupado a gozar a última tepidez daquele sol primaveril.

"Por que estais aqui a perder tempo?"

"Porque ninguém nos assalariou".

"Ide então para a minha vinha: há lá o que fazer também para vós".

Santo Afonso Maria de Ligório escreve: "O Senhor nos chama da maneira mais variada; chama-nos pelas prosperidades e pelas adversidades; chama-nos por meio dos anjos da guarda e por meio dos seus ministros, e chama-nos ainda hoje pela presente meditação. Coisa estranha, porém! Deus nada tem poupado e nada poupa para a salvação das nossas almas, e os cristãos, que crêem tudo isso pela fé, vivem como se não cressem. Mas põem toda a sua atenção nos negócios da terra, e na alma nem sequer pensam, como se o negócio da salvação da alma não fosse o mais importante de todos. Ó infeliz! Bem reconhecerão a sua loucura, quando não houver mais tempo para a remediar. Perdida a alma uma vez, perdeu-se para sempre" (Meditações), e: "As diferentes horas do dia em que são chamados os trabalhadores, representam as diversas épocas da vida. Uns são chamados desde a infância ou em plena mocidade, outros, porém, quando já homens feitos e muitos até na velhice, mesmo na hora da morte. Aos primeiros promete Nosso Senhor um salário determinado, o céu; aos outros o que for justo. Mas, chegada a hora da recompensa, será mais generoso com uns, sem deixar de ser justo com todos. Assim, pois, ainda aqueles que se ficaram ociosos na praça pública, sem nada fazer neste mundo para alcançar o céu, durante um tempo notável da vida, podem ainda reparar o tempo perdido pelo seu zelo e ardor em atender ao chamado de Deus. Até mesmo no leito da morte pode um homem converter-se, mas se ela, porventura, nos surpreender de braços cruzados, ociosos e de mãos vazias de merecimentos, ai de nós! Virá então a noite e com ela os seus horrores e indizíveis tormentos" (Dom Duarte Leopoldo), e também: "Claro é que não havemos de considerar esta parábola no plano da justiça social. Ao propô-la, não tinha Jesus intenção de dar lição de 'moral do salário', nem de sociologia. O que visava era dar a entender que o reino do céu se baseia em princípios bem diversos dos que regulam as relações humanas de 'dever e haver'. Deus, infinitamente justo, é também misericordioso e livre: quando estende a salvação aos últimos chamados – os pagãos – não prejudica os primeiros – o povo eleito – e quando acolhe no seu reino pecadores convertidos em idade avançada, não faz injustiça a quem viveu na inocência. No mundo da graça não existem direitos adquiridos a apresentar. É certo que o homem deve colaborar para sua eterna salvação; mas é este bem tão excessivo que é sempre dom, até para os maiores santos... Nem quer a parábola animar os preguiçosos ou os indolentes que deixam para a última hora a conversão e o serviço a Deus. O que pretende é ensinar que Deus pode chamar a qualquer momento, e que o homem deve estar  sempre pronto a responder ao divino chamamento" (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena), e ainda: "Os judeus calculavam o tempo de modo diferente ao nosso. Dividiam a totalidade do dia em oito partes, quatro para a noite, que chamavam vigílias (Lc 12, 38), e quatro para o tempo compreendido entre o nascer e o pôr do sol, que chamavam horas: hora de prima, de terça, de sexta e de nona. A hora de prima começava ao nascer do sol e terminava pelas nove; a de terça abarcava até às doze; a de sexta até às três da tarde e a de nona até ao pôr do sol. Por isso, a duração das horas de prima e de nona era instável: minguava durante o Outono e o Inverno, e crescia durante a Primavera e o Verão. Convém notar que por vezes se contavam as horas intermédias como aparece (Mt 20, 6), onde se fala da hora undécima talvez para recalcar o pouco tempo  que faltava já para o pôr do sol, fim do trabalho" (Edições  Theologica), e: "Os hebreus dividiam o dia em doze horas, desde que o sol saia até se pôr: eram elas, pois, mais longas no verão que no inverno. Comumente só mencionavam as horas de terça, sexta e nona. A hora de terça era, no outono, às nove da manhã; a sexta, às doze; a nona, às três da tarde; e a décima primeira, às cinco" (Pe. Juan Leal).

São Gregório Magno escreve: "A hora terceira, da qual se diz: 'E havendo saído pela hora terceira, viu outros na praça que estavam ociosos', compreende o tempo de Noé até Abraão" (Homiliae in Evangelia, 19, 1), e: "A praça é todo o que está fora da vinha, isto é, da Igreja de Cristo" (Orígenes, Homilia 10 in Matthaeum), e também: "Com razão se chama ocioso àquele que vive para si e se diverte nos prazeres de sua carne, porque esse não trabalha para recolher os frutos das obras de Deus" (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 19, 1), e ainda: "Ou também é ocioso, não o pecador, porque esse está morto, mas o que não trabalha nas obras de Deus" (Pseudo-Crisóstomo, Opus Imperfectum in Matthaeum, hom. 34), e: "A hora sexta abrange deste Abraão até Moisés, e a hora nona, desde Moisés até a vinda do Senhor. Por isso segue: 'Voltou a sair" (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 19, 1), e também: "E uniu a hora sexta com a hora nona, porque nesse tempo chamou ao povo judeu e se revelou com mais frequência aos homens, para dar todas as disposições, porque já se aproximava o tempo como definitivo da salvação de todos" (Pseudo-Crisóstomo, Opus Imperfectum in Matthaeum, hom. 34), e ainda: "A hora undécima abrange o tempo desde sua vinda até o fim do mundo. O trabalhador da manhã, da hora terceira, da sexta e da nona, é o povo judeu, que por seus escolhidos não cessa de trabalhar na vinha do Senhor, desde o princípio do mundo, esforçando-se em honrar a Deus com a retidão da fé. Os gentios são os chamados à hora undécima. Por isso segue: 'E saiu cerca da hora das vésperas'. Porque estavam ociosos todo o dia, sem fazer esforço algum em nenhuma das longas épocas do mundo para cultivar sua vinha; porém, repara nas respostas dadas quando foram perguntados: 'E eles lhe responderam. Porque ninguém nos contratou'. Efetivamente, nenhum patriarca e nenhum profeta se havia aproximado deles" (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 19, 1), e: "Qual é o preço deste contrato? A promessa da vida eterna. As nações estavam sozinhas e não conheciam a Deus nem suas promessas" (Pseudo-Crisóstomo, Opus Imperfectum in Matthaeum, hom. 34), e também: "É justo que, depois do Senhor haver-lhes pedido conta do trabalho do dia, chega o momento tão desejado da recompensa. 'E ao chegar a noite'; isto é, quando o dia de todo o universo se for inclinando para a tarde da consumação de todas as coisas" (Rábano), e ainda: "Disse a seus mordomos, isto é, a alguns dos anjos destinados a distribuir as recompensas, ou também, a um dos numerosos administradores, segundo aquelas palavras de São Paulo (Gl 4, 2): 'Que o herdeiro, enquanto é pequeno, está sob o poder dos administradores e tutores" (Orígenes, Homilia 10 in Matthaeum), e: "Ou também, Nosso Senhor Jesus Cristo é o Pai de família e o mordomo da vinha; como também é Ele mesmo a porta e o porteiro. Porque Ele é que há de vir a julgar-nos e a dar a cada um segundo suas obras, e quando reunir a todos em seu juízo, para que cada um receba segundo suas obras, então chamará aos trabalhadores e lhes dará a recompensa" (Remígio), e também: "Por conseguinte, dando Deus sua recompensa a todos os santos, se mostra justo, e dando-se aos gentios, misericordioso; segundo as palavras de São Paulo (Rm 15, 9): 'Ao passo que os gentios glorificam a Deus pondo em realce a sua misericórdia'. 'E por isso disse: 'Começando desde os últimos até os primeiros'. O Senhor efetivamente, a fim de manifestar sua inefável misericórdia, dá sua recompensa; primeiramente aos últimos e aos mais indignos e depois aos primeiros. Sua excessiva misericórdia não tem em conta a ordem" (Pseudo-Crisóstomo, Opus Imperfectum in Matthaeum, hom. 34).

 

Em Mt 20, 9-12 diz: "Vindo os da hora undécima, receberam um denário cada um. E vindo os primeiros, pensaram que receberiam mais, mas receberam um denário cada um também eles. Ao receber, murmuravam contra o pai de família, dizendo: 'Estes últimos fizeram uma hora só e tu os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor do sol".

 

Santo Afonso Maria de Ligório escreve: "No fim da tarde, assim continua o Evangelho, 'o senhor da vinha disse ao seu mordomo: Chama os operários, e paga-lhes o salário, a começar dos últimos até os primeiros'. Assim se fez, sendo preferidos os operários que vieram em último lugar, aos que vieram primeiro e trabalharam mais tempo. - Com isso o Senhor nos quer dar a entender que na recompensa a dar a seus servos não olha para o tempo ou anos, mas tão somente para a diligência com que o serviram. Daí é que frequentes vezes os que foram os primeiros no serviço de Deus, ficam sendo os últimos, e que os últimos ficam sendo os primeiros. Animemo-nos, meu irmão, e se no passado temos sido negligentes no cultivo da vinha que o Senhor nos confiou, redimamos o tempo perdido servindo a Deus com dobrado fervor: 'Recobrando o tempo, porque os dias são maus' (Ef 5, 16), exorta-nos São Paulo. Imitemos este Apóstolo, que, como observa São Jerônimo, embora fosse o último no apostolado, foi contudo o primeiro em merecimento, porque trabalhou mais do que os outros" (Meditações), e: "Quem foi chamado na alvorada da existência não pode presumir maiores direitos do que os chamados na idade madura ou mesmo à última hora; e não devem estes esmorecer nem recuar julgando ser tarde demais... O verdadeiro cristão não olha tanto para suas situações pessoais - momento em que foi chamado, serviço prestado, recompensa - quanto em dar glória a Cristo, para quem unicamente vive" (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena), e também: "Ao terminar o dia, o dono da vinha deu ordem ao seu administrador de pagar aos trabalhadores, mas com esta particularidade, tinha que começar pelos que tinham ido ao serviço na última hora, tinha que lhes pagar um denário, o mesmo que aos primeiros. Esta anomalia da imagem parabólica tem sua razão de ser na intenção pedagógica na qual se dirige esta parábola, cuja doutrina se faz ressaltar desta maneira com maior relevo. A justiça é uma coisa, e outra a liberalidade. Pagando-lhes o combinado em nada falta à  justiça: é livre para se mostrar liberal e generoso com quem queira, e é o que tem feito com os últimos" (Pe. Juan Leal).

São Gregório Magno escreve: "O denário, que com tanto desejo todos esperaram, recebem-no, tanto os que trabalharam à hora undécima, como os que trabalharam desde a primeira hora, porque igual recompensa, a da vida eterna, conseguem os que foram chamados desde o princípio do mundo..." (Homiliae in Evangelia, 19, 1), e: "Ou também: '... o levar o peso do dia e do calor' é estar cansado durante o tempo de uma longa vida, pela luta contra a excitação da carne. Porém se pode perguntar: Como é possível que murmurem os que são chamados para o Reino dos Céus? Porque o que murmura não recebe o Reino dos Céus, e o que recebe, não pode murmurar" (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 19, 1), e também: "Não é conveniente examinar as parábolas até seus pequenos detalhes, mas, penetrar-se da intenção do que foi dito e não passar mais adiante. Por conseguinte, na parábola de que tratamos, não propôs o Senhor em manifestar que havia alguns invejosos, mas em fazer ver que todos eles gozavam de tantas honras, que suas honras podiam gerar em outros o vício da inveja" (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 64, 3), e ainda: "Ou também: 'o murmurar' quer dizer que todos os antigos patriarcas, apesar de terem vivido na justiça, não puderam entrar no reino, até a vinda do Senhor; e por isso, é próprio deles o haver murmurado. Entretanto, não podemos murmurar, porque apesar de haver chegado a hora undécima e de haver nascido depois da vinda do Mediador, entramos no reino em seguida, assim que deixamos nossos corpos" (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 19, 1).

 

Em Mt 20, 13-16 diz: "Ele, então, disse a um deles: 'Amigo, não fui injusto contigo. Não combinaste um denário? Toma o que é teu e vai. Eu quero dar a este último o mesmo que a ti. Não tenho o direito de fazer o que eu quero com o que é meu? Ou o teu olho é mau porque eu sou bom?' Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos".

 

Santo Hilário escreve: "O murmurar dos trabalhadores, se viu bem claro no tempo de Moisés, pela boca insolente do povo. Segue: 'Mas ele respondeu a um deles e disse: Amigo, não fui injusto contigo" (In Matthaeum, 20), e: "Por este 'um' pode entender-se todos os judeus, que receberam a fé e a qual o Senhor chama, por razão desta mesma fé, 'amigos" (Remígio), e também: "Mas não se queixam de não haver recebido o que lhes havia prometido, mas de que os outros houvessem recebido mais do que mereciam. Isso é próprio dos invejosos que sempre se queixam do que se dá a outros como se tirassem deles; de onde resulta que a inveja é filha da vanglória e por isso, o que aqui se queixa, não se queixa de ser o segundo, mais pelos vivos desejos de ser o primeiro. Por esta razão, repele o Senhor esse movimento da inveja dizendo: 'Não te contratei por um denário?" (Pseudo-Crisóstomo, Opus Imperfectum in Matthaeum, hom. 34), e ainda: "O denário tem a efígie do rei. Receberam, pois, a recompensa prometida, isto é, minha imagem e semelhança, que mais desejam?" (São Jerônimo), e: "Pode ser que dirigira a Adão estas palavras: 'Amigo, não fui injusto contigo: Não combinaste um denário?' Toma o que é teu e vai'. O denário, isto é, a salvação é o teu; eu quero dar a este último tanto como a ti. Pode-se crer, sem faltar à verdade, que este último que trabalhou uma hora é sem dúvida mais que os que lhe precederam, o apóstolo São Paulo" (Orígenes, Homilia 10 in Matthaeum), e também: "Dá a todos um denário, recompensa de todos, porque a todos será igualmente dada a mesma vida eterna. Haverá na vida eterna, na casa do Pai muitas moradas e sobressairá nelas, de um modo diferente, o brilho do mérito de cada um. O denário, que é o mesmo para todos, significa, que todos viverão o mesmo tempo no céu; e a diferença de mansões indica a glória distinta dos santos" (Santo Agostinho, De Sancta Virginitate, 26), e ainda: "E como nós recebemos a coroa da bem-aventurança por efeito da bondade do Senhor, acrescentou: 'Não me é lícito fazer o que quero?'. Grande insensatez do homem é murmurar contra a bondade de Deus" (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 19, 1), e: "O olho significa a intenção. Os judeus tiveram um olho malvado, isto é, uma intenção perversa, porque tinham inveja da salvação dos gentios" (Remígio), e também: "Ou também chama aos primeiros últimos e aos últimos primeiros, não porque os últimos sejam mais dignos que os primeiros, mas para manifestar que a época diferente de sua vocação não estabelece entre eles diferença alguma. As palavras: 'Muitos são os chamados e poucos os escolhidos', não se referem aos santos de que falamos, mas às nações, entre as muitas que serão chamadas e poucas as que serão escolhidas" (Pseudo-Crisóstomo, Opus Imperfectum in Matthaeum, hom. 34), e ainda: "De tudo isso, podemos tirar dois resultados. Primeiro, que ninguém deve presumir de si mesmo. Porque, ainda que um tenha sido chamado à fé, não sabe se estará escolhido para o Reino; e segundo, que ninguém deve desconfiar da salvação do próximo, ainda que o veja entregue ao vício, porque todos ignoramos os tesouros da misericórdia de Deus. Ou de outra maneira, nossa manhã é a infância; a hora terceira é a adolescência, porque o calor que essa idade se desenvolve é como o do sol quando sobe ao mais elevado de seu percurso; a hora da sexta é a juventude, época em que o homem adquire toda sua robustez e a nona é a velhice, idade em que falta o calor da juventude, como ao sol quando se retira dos postos elevados de seu percurso. Por último, a hora undécima, é a  idade que se chama de idade avançada ou veterana" (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 19, 1), e: "A diferença das almas dos trabalhadores está bem marcada no fato de serem chamadas umas pela manhã, outras à hora terceira e assim sucessivamente. O senhor chamou a todas quando estavam em disposição de obedecer, coisa que fez com o bom ladrão, a quem chamou o Senhor quando viu que obedeceria. Mas conforme dizem: 'Porque ninguém nos contratou' (Mt 20, 7), é preciso ter presente, como já temos dito antes, que não devemos investigar todos os detalhes da parábola, além do que não disse o Salvador, mas os trabalhadores. E no mesmo fato do Salvador, enquanto de sua parte, chamar a todos à primeira hora, significa que o Salvador não excluiu a ninguém como o indicam as seguintes palavras: 'Sai de manhã para contratar trabalhadores' (Mt 20, 1)" (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 64, 3), e também:  "Estiveram ociosos até a hora undécima todos os que se atrasaram em viver, segundo Deus, até a última hora. A estes, entretanto, os chama o Pai das  famílias e muitas vezes os recompensa em primeiro lugar, porque morrem e vão ao reino antes daqueles que são chamados desde os primeiros anos de sua infância" (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 19, 1), e ainda: "Nas palavras: 'Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros' (Mt 20, 16) indica o Senhor de uma maneira encoberta, que se referia aos que resplandeceram primeiro na virtude e depois a desprezaram; e, além disso, àqueles que se separaram do mal e se sobrepuseram a muitos. Esta parábola foi, pois, composta com o objetivo de avivar mais os desejos daqueles que se convertem ao Senhor em seus últimos anos, e que pelo mesmo, tem a idéia de que eles receberiam menos recompensa que os demais" (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 64, 3).

O Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena escreve: "Dá a entender que o motivo da murmuração dos operários da primeira hora não é tanto o amor à justiça, como a inveja pela liberalidade usada com os da última. Deus não tolera nos operários do Reino a mínima forma de ciúme ou inveja dos irmãos; antes, só reconhece como operários seus os que se alegram com o bem dos outros como se próprios fossem".

Murmurador e invejoso como os Fariseus não havia ninguém. Eles achavam defeitos e pecados em todos afora em si mesmos, e tinham raiva porque Jesus acolhia os pecadores e os publicanos e prometia a salvação eterna até aos povos gentios.

Para esse tipo de gente murmuradora e invejosa, cabe muito bem essas palavras de Nosso Senhor: "Amigo, não fui injusto contigo. Não combinaste um denário? Toma o que é teu e vai. Eu quero dar a este último o mesmo que a ti. Não tenho o direito de fazer o que eu quero com o que é meu? Ou o teu olho é mau porque eu sou bom?"

Esses homens da parábola elevaram tanto a sua voz má, que o senhor, vindo assistir ao pagamento, a ouviu. Não fez cumprimentos: agarrou o mais impertinente e disse-lhe: "Camarada, que há para murmurares? Se eu quero dar o meu dinheiro a quem mais me apraz, poderás proibir-me? Se tens olho mau, nem por isso eu deixo de ser bom; e, se também a este eu quero dar tanto como a ti, não te faço injustiça". Depois, levantando a voz de modo que todos o ouvissem, disse: "Toma o que te cabe e vai-te embora".

O Pe. João Colombo escreve: "Como ainda hoje é verdadeira esta parábola do Senhor! Como ela penetra em cheio também na nossa consciência! Ele é bom, é generoso, é justo: mas o nosso olho é mau. Aqui tem origem todas as murmurações e invejas; murmurações e invejas que são a ferrugem consumidora da nossa vida".

O Pe. Juan Leal escreve sobre o versículo 16.

Este versículo contém resumida a doutrina que deve se deduzir da parábola. Prescindindo das numerosas interpretações que lhe têm sido dado. Exporei aquela que acredito mais ajustado ao contexto imediato e, sobretudo, a outras passagens do Novo Testamento que se referem ao mesmo assunto. A vinha para a qual o Senhor chama a trabalhar é a Igreja fundada por ele. Convidou a entrar nela primeiramente aos judeus, não só por meio de sua pregação, e sim também pelos antigos patriarcas e profetas, que com sua vida e ensinamentos vinham preparando aquele povo para receber ao Messias e para tomar parte no reino que ia fundar na terra. Chamou também na última hora aos gentios, pois vinha para salvar e redimir a todo gênero humano, e concedeu-lhes os mesmos privilégios que foram dados para o povo judeu; todos são chamados com iguais direitos a tomar parte na igreja. Este proceder de Deus, cheio de generosidade e misericórdia, foi exatamente o que endureceu mais o coração dos judeus, acreditando-se relegados (pospostos) aos gentios, para com os quais mostraram sempre grande desprezo. Esta atitude, que era rebeldia contra as disposições do mesmo Deus, mereceu que a sinagoga fosse excluída do reino de Deus, a Igreja, na qual, com exceção de uns poucos, se negaram entrar. Semelhante conduta do povo judeu para com a Igreja de Cristo a descreve São Paulo na carta aos Romanos, principalmente do capítulo 9 ao 12, e alude a ela em outras passagens de suas cartas. Sucedeu desta maneira que os que haviam de ser os primeiros em tomar parte no reino de Cristo, pois a eles, ante tudo, se pregou o Evangelho pelo mesmo Cristo, serão os últimos, pela sua persistência na incredulidade, e os gentios, pela sua prontidão em receber a fé, têm sido os primeiros.

O Pe. Manuel de Tuya comenta sobre essa parábola.

A cena, fundamentalmente, está tomada do meio ambiente palestino. Um senhor dono de uma vinha necessita de trabalhadores. Estes costumavam se reunir numa praça, onde se fazia facilmente a contratação. Mas já nesta procura de trabalhadores se atribuem elementos artificiais. Este senhor sai a procurar operários em diferentes horas do dia, quando o trabalho requeria os serviços desde a manhã.

Os judeus dividiam o dia desde que o sol saia até se pôr, em doze horas. Mas o uso ordinário utilizava normalmente as horas de terça (das nove ao meio-dia), sexta (do meio-dia até às três) e nona (desde às três até o sol se pôr).

Aqui sai este dono da vinha em procura de operários "muito pela manhã", a hora de terça, sexta, nona e décima primeira.

Já na primeira hora contratou operários para sua vinha, o salário foi fixado num "denário por dia". É equivalente o que Tobias ofereceu ao guia do seu filho (Tb 5, 13-15).

O mesmo repete nas diversas horas assinaladas, e novamente os contrata por aquele dia, e "lhes darei o justo" (v.4).

Estar ali é como traços improváveis, "todo o dia ociosos", se o senhor lhes perguntar o que fazem, seria o mesmo que responder que "ninguém os contratou".

Chegada a tarde, o senhor manda seu administrador que chame os trabalhadores da vinha e lhes dê seu salário. Dizia-se na lei: ao trabalhador "dá-lhe cada dia seu salário, sem deixar passar sobre esta dívida o pôr do sol, porque é pobre e o necessita" (Dt 24,15; cf. Lv 19,13).

Mas, ao se pagar os salários, era dado para todos "um denário". E os que tinham ido trabalhar na vinha nas primeiras horas e que tinham carregado com mais trabalho, murmuravam contra o dono porque havia pago para todos por igual.

Mas ele responde às queixas destes "primeiros" que não lhes faz ofensa. Fizeram acordo no que era justo, e esse salário lhes foi entregue. Mas ele é dono de seus bens e de fazer com eles o que quiser. Aos primeiros não os prejudica, pois lhes dá o justo; mas com os outros quer usar da magnificência.

É por isso que eles não hão de ver "com maus olhos", com malevolência, com inveja, sua conduta, pois foi com uns, justo, e com outros, generoso.

A passagem termina da seguinte maneira: "Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos, porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos" (v16).

O v.16b é de autenticidade muito discutida aqui. Falta em dois dos grandes códices (sinaítico e vaticano) e em outros. Parece proceder de Mt 22, 14.

O v.16a  expõe um problema que pode afetar toda a interpretação da parábola.

Vários autores (Maldonado, Calmet, Fonck, etc.) sustentam que esta conclusão não é mais que a conclusão em que se formula a doutrina da parábola, e, em consequência, é o próprio princípio e chave da sua interpretação. Seu sentido seria: já que "muitos dos últimos serão os primeiros" e vice-versa, segue-se que a doutrina do reino, que foi primeiro para os judeus (Mt 8, 11-12), que eram os "primeiros", por sua culpabilidade e negligência viriam a ser os "últimos" (Rm, capítulos 10 e 11), enquanto que os gentios serão de fato os "primeiros" pelo seu ingresso na Igreja.

Porém, já tinha feito ver São João Crisóstomo que "Jesus não deduz esta sentença da parábola". Já que "os primeiros não vêm a ser (nela) os últimos; ao contrario, todos recebem a mesma recompensa". Esta argumentação de São João Crisóstomo é evidente. A conclusão não tem na parábola razão nem de conclusão nem de chave de interpretação, e sim só de apêndice, como é tão frequente nos casos análogos nos evangelhos, por razão de uma certa analogia  de situações, ou melhor, por uma semelhança material entre os "primeiros" e os "últimos" (v. 18) da parábola e os desta sentença, que deve ter um contexto e uma interpretação diferentes. Aqui é como uma alerta moral em ordem à lealdade para a entrada no reino, levadas em conta da história da semeadura do reino.

A doutrina formal e direta que se destaca na parábola é esta: a absoluta gratuidade e liberdade de Deus em conferir seus dons - o grande dom messiânico -, atribuindo nisso, precisamente, sua bondade. O que se trata de ilustrar com este ensinamento, de tão claro relevo, é que "o reino dos céus é semelhante a um senhor que sai cedo pela manhã para contratar trabalhadores para sua vinha" (v.1). Neste reino, na sua entrada, nas suas atividades, Deus é o senhor absoluto de seus dons e os reparte livremente a todos: se nuns os mostra se voltando com generosidade, noutros não faz injustiça. Basta lembrar a este propósito os judeus que rejeitam o reino e do chamamento dos apóstolos; logo de Paulo, da pecadora, de Zaqueu e de tantos. Por que esta diversidade de dons e por que esta diversidade de "horas"? Porque Deus, dentro de sua justiça, é dono absoluto de repartir seus dons.

Secundariamente podem-se ver, acaso, alguns outros elementos.

Entre os trabalhadores se distinguem duas categorias: Os contratados pela manhã e os restantes. Os primeiros fazem um acerto correto, mas não os segundos, e aos dois grupos lhes é pago por igual; então os madrugadores começam a sentir inveja. Reduzida nestes traços, a parábola parece bastante clara: os primeiros são os judeus, aos que desde muito tempo Deus havia contratado (como povo eleito) para sua vinha, fixando com eles um acordo; esta convenção é a Lei que determina suas obrigações e assegura sua recompensa. Mas há, além disso, outros trabalhadores por muito tempo ociosos, porque não têm ouvido o chamamento do dono da vinha; mas, convidados, se dirigem ao trabalho. Entre Deus e eles não há nada de convenção nem de contrato. Vindo tarde, começam a trabalhar como os melhores, correspondendo à justiça do dono da vinha; e pela tarde se encontram alegremente admirados por serem pagos como se tivessem trabalhado o dia inteiro. Os judeus se indignam destas vocações e desta recompensa, mas Deus lhes responde que Ele é o senhor de seus dons e que não os está ofendendo (Citanto Lebreton, Lavie et l'enseignement... ver. Esp. 1942).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 08 de maio de 2008

 

 

Vide também:

Mandou-os para a vinha

 

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. "Parábola dos trabalhadores da vinha"

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