CAIU SOBRE OS HOMENS UM GRANIZO PESADO

(Ap 16, 1-21)

 

1 Ouvi depois uma forte voz que vinha do templo, dizendo aos sete Anjos: ‘Ide e derramai pela terra as sete taças do furor de Deus’. 2 O primeiro saiu e derramou sua taça pela terra. E uma úlcera maligna e dolorosa atingiu as pessoas que traziam a marca da Besta e as que adoravam a sua imagem. 3 O segundo derramou sua taça pelo mar... E este se transformou em sangue, como de um morto, de modo que todos os seres que viviam no mar morreram. 4 O terceiro derramou sua taça pelos rios e pelas fontes... E transformaram-se em sangue. 5 Ouvi então o Anjo das águas dizer: ‘Justo és ‘Aquele-que-é e Aquele-que-era’, ó Santo, porque julgaste estas coisas; 6 pois estes derramaram sangue de santos e profetas, e tu lhes deste sangue para beber. Eles o merecem!’ 7 Ouvi então que o altar dizia: ‘Sim, Senhor, Deus todo-poderoso, teus julgamentos são verdadeiros e justos’. 8 O quarto derramou sua taça sobre o sol... E a este foi permitido abrasar os homens com fogo. 9 Os homens, então, abrasados por um calor intenso, puseram-se a blasfemar contra o nome do Deus, que tem poder sobre tais pragas. Mas não se converteram para lhe tributar glória... 10 O quinto derramou sua taça sobre o trono da Besta... E o seu reino ficou em trevas: os homens mordiam a língua de dor, 11 e blasfemaram contra o Deus do céu por causa de suas dores e úlceras. Mas não se converteram de sua conduta... 12 O sexto derramou sua taça sobre o grande rio Eufrates... E a água do rio secou, abrindo caminho aos reis do Oriente. 13 Nisto vi que da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do falso profeta saíram três espíritos impuros, como sapos. 14 São, com efeito, espíritos de demônios: fazem maravilhas e vão até aos reis de toda a terra, a fim de reuni-los para a guerra do Grande Dia do Deus todo-poderoso. 15 (Eis que eu venho como um ladrão: feliz aquele que vigia e conserva suas vestes, para não andar nu e deixar que vejam a sua vergonha). 16 Eles os reuniram então no lugar que, em hebraico, se chama ‘Harmagedôn’. 17 O sétimo, finalmente, espalhou sua taça pelo ar... Nisto saiu uma forte voz do templo, dizendo: ‘Está realizado!’ 18 Houve então relâmpagos, vozes, trovões, e um forte terremoto; um terremoto tão violento como nunca houve desde que o homem apareceu sobre a terra. 19 A Grande Cidade se dividiu em três partes, e as cidades das nações caíram. Deus se lembrou então de Babilônia, a Grande, para lhe dar o cálice do vinho do furor da sua ira. 20 As ilhas todas fugiram e os montes desapareceram; 21 do céu caiu sobre os homens um granizo pesado, como chuva de talentos. E os homens blasfemaram contra Deus por causa da praga do granizo, pois o seu flagelo é muito grande”.

 

Em Ap 16, 1 diz: “Ouvi depois uma forte voz que vinha do templo, dizendo aos sete Anjos: ‘Ide e derramai pela terra as sete taças do furor de Deus”.

 

Os acontecimentos que se produzem quando se derramam as sete taças do furor de Deus, são apresentados com um esquema similar ao do relato dos efeitos do som das sete trombetas. Em ambos os casos as imagens inspiram-se nas pragas do Egito; as quatro primeiras intervenções relacionam-se com elementos da natureza (Ap 16, 2-9), a quinta e a sexta com forças ou poderes que atuam na história (Ap 16, 10-16), e a sétima como culminação do fim. A diferença mais importante está em que ali ficava afetada uma terça parte dos elementos e aqui a totalidade, como significação que a medida da intervenção divina vai aumentando até ao fim.

O furor da ira de Deus traduz-se nos males que sobrevêm à humanidade: Deus não os causa diretamente; permite-os, esperando a conversão dos homens. Os males são frutos do pecado, e a ira de Deus manifesta-se precisamente entregando os homens aos apetites dos seus corações idólatras, tal como explica São Paulo em Rm 1, 18-32. À medida que avança a história da humanidade parece que vai crescendo também a manifestação do pecado, cujos efeitos são as novas pragas que se encontram no mundo de hoje: É necessário acrescentar  que no horizonte da civilização contemporânea – especialmente a mais avançada sem sentido técnico-científico – os signos e sinais de morte chegaram a ser particularmente presentes e frequentes. Basta pensar na corrida aos armamentos e no perigo que leva consigo de uma autodestruição nuclear. Por outro lado, torna-se cada vez mais patente a todos a grave situação de extensas regiões do planeta marcadas pela indigência e pela fome que levam à morte. Trata-se de problemas que não são só econômicos, mas também, e antes de mais, éticos. Mas no horizonte da nossa época vislumbram-se sinais de morte ainda mais sombrios, difundiu-se o uso – que em alguns lugares corre o risco de converter-se em instituição – de tirar a vida aos seres humanos ainda antes do seu nascimento, ou também antes que cheguem à meta natural da morte (São João Paulo II).

O Pe. Geraldo Morujão ensina: No capítulo 16 começam a serem derramadas as taças das sete pragas, descritas segundo o modelo das sete trombetas e das pragas do Egito.

O Pe. José Salguero comenta: Do mesmo templo sai agora a voz forte e imperiosa de Deus, que ordena aos sete anjos que derrame as taças cheias da sua cólera sobre a terra. Os anjos executam a ordem um após outro. Ao ser derramado o que estava em cada taça sobre a terra, produziu sua própria praga.

 

Em Ap 16, 2-9 diz: “O primeiro saiu e derramou sua taça pela terra. E uma úlcera maligna e dolorosa atingiu as pessoas que traziam a marca da Besta e as que adoravam a sua imagem. O segundo derramou sua taça pelo mar... E este se transformou em sangue, como de um morto, de modo que todos os seres que viviam no mar morreram. O terceiro derramou sua taça pelos rios e pelas fontes... E transformaram-se em sangue. Ouvi então o Anjo das águas dizer: ‘Justo és ‘Aquele-que-é e Aquele-que-era’, ó Santo, porque julgaste estas coisas; pois estes derramaram sangue de santos e profetas, e tu lhes deste sangue para beber. Eles o merecem!’ Ouvi então que o altar dizia: ‘Sim, Senhor, Deus todo-poderoso, teus julgamentos são verdadeiros e justos’. O quarto derramou sua taça sobre o sol... E a este foi permitido abrasar os homens com fogo. Os homens, então, abrasados por um calor intenso, puseram-se a blasfemar contra o nome do Deus, que tem poder sobre tais pragas. Mas não se converteram para lhe tributar glória...”

 

As pragas do Egito, engrandecidas, servem ao autor do Apocalipse para pôr em destaque o caráter terrífico dos males que vão cair sobre a humanidade por não se converter a Deus. A própria natureza criada, pela boca do seu Anjo, reconhece a justiça do castigo, e o mesmo sucede com os verdadeiros adoradores de Deus representados pelo altar.

O conjunto mostra-nos como os elementos da natureza se voltam contra o homem com a ameaça de uma destruição total. Ainda que com imagens e linguagem um tanto afastadas da nossa mentalidade, o texto é uma advertência para todos os tempos, também para o nosso. Com efeito, a segunda metade do nosso século – como em proporção com os erros e transgressões da nossa civilização contemporânea – leva em si uma ameaça tão horrível de guerra nuclear, que não podemos pensar neste período senão em termos de uma incomparável acumulação de sofrimentos, até chegar à possível autodestruição da humanidade (São João Paulo II).

O Apocalipse situa-se no horizonte do fim: Deus já interveio tornando-se definitivamente presente – por isso Lhe chama Aquele que é e Aquele que era -, operando grandes coisas e dando oportunidade de conversão. Mas a perspectiva não é de superficial otimismo, mas de juízo severo perante a infidelidade e falta de correspondência à graça.

O Pe. Geraldo Morujão ensina: As quatro primeiras são lançadas sobre a terra e o mar, sobre rios e fontes e sobre o sol, mas já não é apenas uma terceira parte a ser atingida: a calamidade é total.

O Pe. José Salguero comenta: O PRIMEIRO ANJO derramou sua taça sobre a terra, e ocasionou uma úlcera maligna e dolorosa naqueles que levavam a marca da BESTA e adoravam sua imagem (versículo 2). Esta primeira praga nos recorda a sexta praga do Egito que feriu aos magos do faraó e os impediu de se apresentarem em público (Ex 9, 8-12; Dt 28, 27. 35). Também tem certa semelhança com a primeira (Ap 8, 7) e a quinta (Ap 9, 3-5) das trombetas. É a execução da ameaça do anjo contra os que levavam a marca da BESTA (Ap 14, 9-11). A úlcera é o castigo da idolatria e da inobservância das ordens do Senhor (Dt 28, 15. 27. 35). O pecado é castigado com desgraças temporais, como no Antigo Testamento. O castigo dos adoradores da BESTA contrasta com a alegria dos seus vencedores (Ap 15, 2). Como esta praga atinge aos que estão marcados com a tatuagem da BESTA e aos adoradores de sua imagem, parece lícito deduzir que os cristãos ficaram livres dela.

O SEGUNDO ANJO derramou sua taça sobre o mar, e seu efeito foi o mesmo que da primeira praga do Egito (Ex 7, 14-24): se converteu a água do mar em sangue (versículo 3). Aqui o autor sagrado acentua a nota, dizendo que o sangue era como sangue de morto, como sangue podre. É o mesmo castigo que o da segunda trombeta (Ap 8, 8-9). Porém, com a diferença de que a praga não afeta só a um terço dos viventes do mar, como sucedeu na segunda trombeta (Ap 8, 8), mas aqui morreram todos os viventes do mar. Essa taça forma um todo com a seguinte. Pois o TERCEIRO ANJO, ao lançar o conteúdo de sua taça sobre os rios e sobre as fontes da terra as convertem também em sangue (versículo 4). As águas doces são, pois, feridas, à parte das águas salgadas, como já sucedeu na visão da terceira trombeta (Ap 8, 10-11). Por conseguinte, a terceira taça vem a ser como uma repetição mais completa da terceira trombeta. É como uma prolongação, uma ampliação do castigo da segunda taça. O mesmo que o rio Nilo, com seus braços e canais, se converteu em sangue na primeira praga do Egito (Ex 7, 14-25; Sl 78, 44), assim também sucede agora com os rios e fontes da terra.

O anjo que tem o império sobre as águas aprova o castigo decretado por Deus (versículo 5) com um hino de louvor cheio de serena reverência ao Criador. O anjo vê na praga uma ação bondosa do Criador, para a conversão dos infiéis. O anjo das águas era o gênio protetor deste elemento, em conformidade com a teologia judia, que colocava na frente de toda criatura um anjo protetor (comenta M. Hackspill). Esta maneira de pensar é encontrada também no Apocalipse. Em Ap 7, 1 se fala dos quatro anjos que tinham poder sobre os ventos; e em Ap 14, 18 se faz referência ao anjo que exercia poder sobre o fogo.

O anjo, em seu cântico de louvor, proclama diante de todos a justiça de Deus. A atuação divina é inatacável e plenamente justa, e está conforme com a petição dos mártires em Ap 6, 10, para que o Senhor exercesse sua justiça sobre os ímpios. Depois de chamar a Deus de justo, o autor sagrado engrandece sua eternidade, definindo-o como o que é e o que era. No Ap 1, 4, Deus era designado como o que é, o que era e o que vem. Aqui se omite o que vem, como em Ap 11, 17, porque a vinda do reino de Deus é considerada como já realizada. Deus está já presente e realizando como juiz no mundo e dirigindo sua Igreja. Se lhe designa como o Santo, outra denominação que expressa a oposição de Deus ao pecado e que tem certa afinidade com a justiça vingadora que aqui está exercendo. A razão de que Deus tem convertido a água em sangue para castigar aos idólatras a vê o anjo no fato de que os ímpios haviam derramado antes o sangue dos cristãos (versículo 6). Já que tanto amavam o sangue, bem merecida tem a pena de não ter mais que sangue para beber. É uma espécie de lei do talião, da qual se podem perceber certos indícios em Ap 2, 21-22 e em 14, 8-10.

À aprovação do anjo das águas se junta outra aprovação que procede do altar celeste: Sim, Senhor, Deus todo-poderoso, teus julgamentos são verdadeiros e justos (versículo 7). A voz do altar era muito provavelmente a súplica das almas dos mártires que estão sob o altar e que clamavam a Deus pedindo justa vingança de seu sangue (Ap 6, 9-11). Esta voz que sai do altar repete com outras palavras o hino de louvor entoado pelo anjo das águas. O castigo dos perseguidores mostrará a um mesmo tempo a justiça de Deus e a fidelidade das promessas. O altar personificado, ou melhor, a voz que vem do altar, centro das súplicas humanas e da intercessão angélica, expressa a conformidade da vontade da Igreja com a de Deus (comenta E. B. Allo). Por isso, no Ap 8, 3-5 e 9, 13, as orações que sobem do altar aceleram os castigos, pois estes contribuem à implantação do reino de Deus e a salvação da humanidade. Os louvores dirigidos a Deus pelo altar e o anjo das águas, aprovando a justiça divina, estão compostas de reminiscências de vários salmos (Sl 19, 10; 99, 3; 118, 137 e 145, 17).

O QUARTO ANJO derramou sua taça sobre o sol (versículo 8), cujo calor se fez mais intenso para atormentar aos moradores da terra. Estes, longe de reconhecer seus pecados e fazer penitência deles, se desafogam em blasfêmias contra Deus (versículo 9). A quarta taça tem certa semelhança com a quarta trombeta, enquanto que a praga afeta ao sol; porém aqui, no lugar de obscurecer-se, parece brilhar com maior ardor (Ap 8, 12). Tanto a praga desta quarta taça como a seguinte constitui uma admoestação ao reino da BESTA e aos seus adoradores. Entretanto, o resultado desta admoestação é nulo. Os homens, no lugar de ver no castigo uma providência medicinal de Deus, blasfemam de sua maneira de proceder. Talvez o autor sagrada se refere aqui ao endurecimento dos pagãos do Império Romano, que atribuíram, em diversas ocasiões, à impiedade dos cristãos as numerosas catástrofes tanto naturais como políticas dos primeiros séculos.

Deus governa em sua providência, principalmente por sua misericórdia. Este é o atributo divino que sobre todos os outros prega a Sagrada Escritura, assim do Antigo como do Novo Testamento. As mesmas obras da justiça vão encobertas pela misericórdia, pois, nelas o propósito do Senhor é que os homens, admoestados com o castigo, se voltem a Ele pela penitência. Este é o fim que se propõe o Senhor ao mandar sobre a terra os castigos simbolizados pelas taças.

As quatro primeiras taças alcançaram diretamente a natureza, e, por ela, aos homens. As três taças restantes feriram mais diretamente aos homens.

 

Em Ap 16, 10-11 diz: “O quinto derramou sua taça sobre o trono da Besta... E o seu reino ficou em trevas: os homens mordiam a língua de dor, e blasfemaram contra o Deus do céu por causa de suas dores e úlceras. Mas não se converteram de sua conduta...”

 

A BESTA é a mesma estrela do céu caída na terra, encerrada nas profundidades do abismo, cuja aparição começa a ser narrada com o toque da quinta trombeta. O sentido da vida humana que quer oferecer a BESTA, a violência do poder que se enfurece contra a Igreja, fica denunciada como um sem sentido total que leva o homem ao desespero. Constantemente se comprova, e cada vez com mais evidência à medida que avança a história, que quando o homem quer libertar-se da lei moral e tornar-se independente de Deus, longe de conquistar a sua liberdade, a destrói. Ao escapar do alcance da verdade, torna-se presa da arbitrariedade; entre os homens, as relações fraternas foram abolidas para dar passagem ao terror, ao ódio e ao medo (Libertatis conscientia, 19).

O Pe. Geraldo Morujão ensina: A quinta praga sobre o trono da BESTA produz trevas e dor horrível. Por duas vezes se observa que, apesar da gravidade das pragas, nem assim os homens se arrependeram das suas obras; antes, pelo contrário, blasfemaram o nome de Deus, o que deixa ver uma finalidade medicinal do castigo. Com as pragas não se pretende representar um Deus justiceiro e vingativo, mas fazer um apelo à conversão e oferecer uma oportunidade para que a graça de Deus atue perdoando.

O Pe. José Salguero comenta: O QUINTO ANJO derramou sua taça sobre o trono da BESTA. E o efeito produzido por esta praga é o obscurecimento do reino da BESTA (versículo 10). Trata-se de Roma e do Império Romano, reino terrestre inimigo de Deus. O obscurecimento parece referir à queda da potência romana e de seu esplendor. As catástrofes materiais e as guerras internas do Império Romano levaram o mesmo a perder o prestígio. Este castigo não só produziu dores físicas, mas também morais. O orgulho de Roma e de seus moradores foi ferido, as ambições desiludidas, a prosperidade do império desapareceu. A praga da quinta taça nos recorda o obscurecimento dos astros e do ar da quinta trombeta (Ap 9, 2) e a nona praga do Egito (Ex 10, 22-23), ponderando os tormentos que os egípcios padeceram mergulhados em espantosas trevas e como prisioneiros delas. Isso mesmo fez o nosso autor ao dizer que de dor se mordiam a língua e blasfemavam contra o Deus do céu por causa das penas e úlceras que sofriam (versículo 11).

Agora a BESTA é ferida em sua mesma sede, desde onde o anticristo governava e deslumbrava o mundo. Porém, à semelhança do faraó, com essas pragas endureceram ainda mais os pagãos, e, longe de arrependerem-se, se revoltaram contra Deus raivosamente e blasfemaram contra Ele.

 

Em Ap 16, 12-16 diz: “O sexto derramou sua taça sobre o grande rio Eufrates... E a água do rio secou, abrindo caminho aos reis do Oriente. Nisto vi que da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do falso profeta saíram três espíritos impuros, como sapos. São, com efeito, espíritos de demônios: fazem maravilhas e vão até aos reis de toda a terra, a fim de reuni-los para a guerra do Grande Dia do Deus todo-poderoso. (Eis que eu venho como um ladrão: feliz aquele que vigia e conserva suas vestes, para não andar nu e deixar que vejam a sua vergonha). Eles os reuniram então no lugar que, em hebraico, se chama ‘Harmagedôn’”.

 

Os reis do Oriente, os partos, eram a grande ameaça para o Império Romano, e aqui, em paralelo com a descrição do toque da sexta trombeta (Ap 9, 14), são símbolo de um poder imenso e terrífico. Este poder vai unir-se agora ao resto dos reis da terra e vão ser iludidos pelas forças do mal, que têm a sua origem em Satanás – a serpente , na BESTA, e no falso profeta. Todas estas forças malignas formam um trio, os três espíritos imundos, que aparecem como arremedo blasfemo da Santíssima Trindade.

A congregação dos reis da terra representa o momento culminante da vitória final de Cristo Jesus, que acontecerá depois de ser derramada a sétima taça, na qual serão derrotados os seus inimigos em ordem inversa à que apresentam agora: primeiro os reis (Ap 19, 18), logo a BESTA e o falso profeta (Ap 19, 20) e, por último, o Diabo (Ap 20, 10). Assim se cumprirão plenamente as palavras do Salmo 2: Levantaram-se os reis da terra, e reuniram-se os príncipes contra o Senhor e o seu Cristo (...). Regê-los-á com vara de ferro e como a vaso de argila os quebrará (Sl 2, 3. 9).

O nome de Harmagedon significa em hebraico a montanha de Meguido, lugar em que foi derrotado o rei Josias (2 Rs 23, 21ss.), e que se tinha transformado em símbolo de derrota para os exércitos reunidos (Ap 12, 11).

O Pe. Geraldo Morujão ensina: A sexta taça faz com que saiam da boca do Dragão, da BESTA e do falso profeta (a segunda BESTA), três espíritos demoníacos em forma de rãs imundas (há quem veja nos três uma paródia da Santíssima Trindade), com o propósito de congregar os reis da terra para a grande batalha, falsamente convencidos de que irão ganhar.

O símbolo das rãs, que atuam sorrateiros e na sombra, coaduna-se com as insídias do Diabo, que faz um trabalho clandestino e disfarçando a sua perversidade. Mas esta é a batalha do grande dia do Deus Onipotente, de um Deus que não perde batalhas.

O lugar da batalha final é o emblemático Harmagedôn, ou monte de Meguido, antiga fortaleza Cananeia, num desfiladeiro estratégico na continuação sueste do monte Carmelo, ligado a grandes combates e desastres militares, como o da morte do rei Josias. Sendo assim, torna-se um símbolo apropriado para aludir à derrota das forças daqueles reis reunidos.

É bem oportuno o aviso ao leitor de então, como ao de todos os tempos: Eis que venho como um ladrão: feliz aquele que estiver vigilante.

O Pe. José Salguero comenta:  A SEXTA TAÇA, a mesma que a sexta trombeta (Ap 9, 13-21), faz referência ao rio Eufrates e ao castigo da guerra (versículo 12). Este rio, ao ser derramada a taça do anjo sobre ele, se secou, como antigamente o mar Vermelho (Ex 14, 21. 29) e o Jordão (Js 3, 13-17), para dar passagem aos reis partos, terror do Império Romano. São João Evangelista apresenta sempre a guerra como a maior calamidade exterior que se pode abater sobre o mundo (Ap 6, 4; 9, 13-21; 14, 19-20), seguindo assim o exemplo dos profetas do Antigo Testamento e a experiência dolorosa da história. Na época de São João, o rio Eufrates formava a fronteira oriental do Império Romano, que logo Trajano – depois de suas vitórias sobre os partos – levou para o rio Tigre, incluindo no império uma parte da Mesopotâmia. Depois dessa fronteira estava o império dos partos, que durante muito tempo foram uma contínua ameaça para as províncias orientais do Império Romano e constituíam o terror do Ocidente. São João ameaça com a invasão dos partos, a qual seria tanto mais de temer, porque o Império Romano havia caído debilitado com o castigo da quinta taça. Além disso, o caminho dos exércitos inimigos estava aberto porque o rio estava seco, sendo que o mesmo quando tinha água servia de barreira.

A invasão dos partos parece sugerir ao autor sagrado uma coalizão de todos os reis da terra, mobilizados pelo DRAGÃO e pelas BESTAS para promover uma batalha definitiva contra a Igreja.

São João vê o DRAGÃO, a BESTA e o falso PROFETA, o qual não é outro que a segunda BESTA, parecida com um cordeiro, porém que falava como um DRAGÃO (Ap 13, 11. 14). Da boca desses três saem outros tantos espíritos impuros, demoníacos, que tem a forma de sapos (versículo 13). Com esta imagem parece querer-nos indicar qual é o seu modo de realizar as coisas. São verdadeiros charlatães – o barulho de sua eloquência recorda um pouco o coaxar dos sapos – que, com sofismas, muitas palavras e falsos milagres, enganam os povos. Sua ação é tão sedutora que induzem os reis a unirem-se ao grande exército que se prepara para combater contra a Igreja (versículo 14). A imagem dos sapos talvez tenha sido sugerida por uma das pragas do Egito (Ex 8, 1-10). O sapo é um animal impuro (Lv 11, 10-12). Por isso, muitos Santos Padres tem visto nestes sapos o símbolo das tentações sexuais impuras. Santo Agostinho vê neles a representação da vaidade. A interpretação mais comum hoje em dia é a que vê nos sapos o símbolo dos sedutores, que com mentiras, falsidades, enganos... fazem de tudo para conduzir à guerra (comenta M. Garcia Cordero).

Os três espíritos em forma de sapos correspondem aos três grandes anjos de Ap 14, 6-12. Os três espíritos demoníacos  trabalham para o DRAGÃO, assim como os três anjos admoestadores trabalham para o Cordeiro. E como o DRAGÃO fazia milagres, assim também seus auxiliares infernais os fazem (Ap 12, 15; 13, 2-3). Tem como missão atrair os reis da terra para unirrem-se ao DRAGÃO para a luta final contra o Cordeiro (Ap 17, 14; 19, 11-21). Porém, na realidade, se juntarão para o grande dia do Deus todo poderoso, que domina a todos os exércitos, tanto os exércitos do bem como os dos mal. O grande dia de Deus é aquele em que o Senhor vencerá e exterminará totalmente as forças do mal (Ap 6, 17; 17, 14).

Diante do terror anunciado, Jesus Cristo em pessoa interrompe o setenário para dirigir-lhes umas palavras que lhe deem confiança. Jesus anuncia sua própria vinda (versículo 15), que será como o contrapeso da invasão dos reis da terra. A batalha do grande dia que seria o último dos episódios que prepararia a vinda de Cristo Jesus (Ap 19, 19ss.), traria à memória dos cristãos o dia da parusia, o dia da recompensa, por eles que suspiravam com paciência. Diante da ameaça do DRAGÃO e dos que sustentavam sua causa, o Salvador faz uma advertência convidando à vigilância, como já havia feito no Evangelho (Mt 24, 43; Lc 12, 39-40). A bem-aventurança da vigilância é uma das sete que se encontram no Apocalipse (Ap 1, 3; 14, 13; 16, 15; 19, 9; 20, 6; 22, 7. 14). O que vigia se supõe que está vestido, e deste modo guarda suas vestes. Em troca, o que deita para dormir despoja suas vestes, e se logo, durante o sono, toca o alarme, não terá tempo de vestir-se e terá que fugir nu (Mc 14, 51-52). As vestes que o cristão deve guardar simbolizam as obras boas, verdadeiro ornamento da alma, a fé que realiza por meio da caridade e a graça (Ap 3, 4-5). Se não estão vestidos com estas obras boas se exporão à vergonha de se verem nus e de serem infiéis ao Senhor (comenta M. Garcia Cordero).

O anúncio da vinda do Senhor é a interrupção habitual que costuma por o autor do Apocalipse em todos os setenários. É uma admoestação colocada entre a sexta e a sétima taça, parecida às considerações intercaladas entre o sexto e o sétimo selo (Ap 7, 1-17), entre a sexta e sétima trombeta (Ap 10, 1-11). Isso prova a perfeita unidade e estrutura literárias do Apocalipse.

A batalha que preparam os espíritos demoníacos terá lugar no Harmagedôn (versículo 16), que em hebraico significa montanha de Meguido (Har-Megidon) (comemta J. Jeremías). Por conseguinte, parece ter relação com a cidade de Meguido, situada na planície de Esdrelón, na Palestina, ao pé das montanhas que se estendem ao monte Carmelo. Esta cidade era tristemente célebre na antiguidade por ser um lugar de batalhas e desastres, já que era lugar estratégico na rota de caravana que ia do Egito até a Síria. Neste lugar deu-se a batalha entre Barac e Sísara, que terminou com a derrota e a morte deste último (capítulos 4 e 5 de Juízes). Na cidade de Meguido veio a falecer Ocozías, rei de Judá, ferido de morte por Jeú (2 Rs 9, 27). Era também um lugar muito triste para os israelitas, porque em Meguido foi derrotado e morto o piedoso rei Josias, na batalha entra Necao II (609 a. C.) (2 Rs 23, 29-30; 2 Cr 35, 22). Meguido é um lugar simbólico de desastres, já que anuncia com sua sinistra fama a derrota que espera o exército do anticristo. Como a cidade de Meguido estava na planície de Esdrelón e ao pé da montanha, o autor sagrado talvez tenha querido combinar a tradição do lugar onde morriam os reis com a de Ezequiel (Ez 38, 8. 21; 39, 2. 4. 17), onde se fala do inimigo escatológico de Israel, exterminado sobre os montes (comenta A. Gelin).

 

Em Ap 16, 17 diz: “O sétimo, finalmente, espalhou sua taça pelo ar... Nisto saiu uma forte voz do templo, dizendo: ‘Está realizado!’”

 

A ação simbólica de derramar a sétima e última taça no ar significa a universalidade dos seus efeitos que alcançam toda a terra. O caráter definitivo fica proclamado pela voz celeste que, por sair do santuário e do templo, expressa a transcendência de Deus, as orações dos santos e a intervenção divina irreversível na história humana.

Com a sequência da sétima taça introduz-se a última cena do livro, em que se descrevem os combates finais, a vitória de Jesus Cristo e a instauração completa do seu reinado. Apresenta-se em três quadros: por um lado a rameira (porné), ou Babilônia (Ap 16, 19; 17, 5; 18, 8. 10. 25), já mencionada antes (Ap 14, 8), e  o seu julgamento, condenação e destruição pelo fogo (capítulos 17 e 18). No centro, a vitória de Jesus Cristo, o Cordeiro, Senhor dos senhores e Rei dos reis (Ap 17, 14), com os louvores e descrição dos seus combates (capítulos 19 e 20). Por outro lado, o triunfo da noiva (nymphé) e esposa do Cordeiro (Ap 19, 7), a Igreja ou Jerusalém celestial (capítulos 21 e 22).

O Pe. Geraldo Morujão ensina: Nesta seção, com o derramar da sétima taça começa o desenlace final do grande drama da história da salvação em que as forças do mal vão sendo progressivamente destruídas, em ordem ao estabelecimento definitivo do reinado do Cordeiro. Está feito! É o grito que acompanha a sétima taça e que indica que o castigo divino já chega ao fim; é definitivo e não se lhe pode escapar. Em cinco versículos (16, 17-21), antecipa-se em síntese a ruína do quartel-general do mal, a Grande Cidade.

O Pe. José Salguero comenta: O SÉTIMO ANJO derramou sua taça no ar (versículo 17), para que todos os elementos experimentassem o efeito da cólera divina. Além disso, é preciso ter em conta que os ares, ou o céu atmosférico, são a região em que moram os espíritos malignos, a quem o Senhor quer castigar. Depois que o anjo esvaziou a taça se ouviu uma voz que saiu do templo, do mesmo trono de Deus, e que, portanto, temos de considerar como pronunciada por Deus mesmo. A grande voz dizia: Está feito, isto é, acabou-se. Não se trata precisamente do fim do mundo, mas da execução de um decreto particular de Deus, que terá grandíssima importância para a Igreja. Refere-se à ruina de Roma que era o mais poderoso império da BESTA e do DRAGÃO. A ruína de Roma será o símbolo da ruína de outros impérios anticristãos que se lhe assemelharam. Ao toque da sétima trombeta, vozes celestes proclamavam que se havia realizado e que havia chegado o reino de Deus (Ap 11, 15). Com o derramamento da sétima taça consumou-se a ira de Deus (Ap 15, 1), deixando aberto o caminho para o estabelecimento do reino de Jesus Cristo (comenta E. B. Allo). Diante da teimosia dos pagãos que não queriam ver nos castigos a mão amorosa de Deus que os chama ao arrependimento e à conversão, o Senhor se vê obrigado a implantar o reino de Jesus Cristo por meio da força vitoriosa (Ap 20, 4-6).

 

Em Ap 16, 18-21 diz: “Houve então relâmpagos, vozes, trovões, e um forte terremoto; um terremoto tão violento como nunca houve desde que o homem apareceu sobre a terra. A Grande Cidade se dividiu em três partes, e as cidades das nações caíram. Deus se lembrou então de Babilônia, a Grande, para lhe dar o cálice do vinho do furor da sua ira. As ilhas todas fugiram e os montes desapareceram; do céu caiu sobre os homens um granizo pesado, como chuva de talentos. E os homens blasfemaram contra Deus por causa da praga do granizo, pois o seu flagelo é muito grande”.

 

A intervenção de Deus se expressa mediante os fenômenos da tormenta, como na teofania do Sinai (Ex 19, 16) e em passos anteriores do Apocalipse (Ap 4, 5; 8, 5). Agora estes fenômenos aparecem agudizados por um terremoto, acentuando-se a sua novidade com as palavras do profeta Daniel: nunca aconteceram em tão grande medida. Quer significar assim que a intervenção de Deus chega ao seu ponto culminante, comovendo-se diante dela a terra e o mar. Os enormes pedaços de granizo – um talento equivalia a quarenta quilogramas – recordam a sétima praga do Egito (Ex 9, 24) e representam o caráter do castigo. Sobretudo, comove-se a grande cidade, Roma, cuja sentença de ruína já está decretada.

Estes acontecimentos são o último apelo à conversão; apelo inútil, pois os homens diante desses horrores em vez de se converterem e de se voltarem para Deus, blasfemam o seu nome, enfurecidos diante de tais desgraças.

O Pe. Geraldo Morujão ensina: A intervenção definitiva de Deus é representada pela costumada tempestade (Ap 5, 5; 8, 5; 11, 9), agravada com um terremoto como nunca houve (versículo 18), deixando a cidade partida em pedaços, fazendo desaparecer todas as ilhas e montanhas. Os homens são esmagados com pedras de granizo colossais de perto de quarenta quilos cada uma (Ex 9, 24; Js 10, 10-11), e nem diante de tamanho horror se converteram, antes irromperam em blasfêmias contra Deus (versículo 21).

O Pe. José Salguero comenta: Os fenômenos cósmicos que seguem à efusão da sétima taça (versículo 18), parecidos aos que seguiram ao toque da sétima trombeta (Ap 11, 19), se hão de interpretar em conformidade com o simbolismo apocalíptico. Os relâmpagos, os trovões e terremotos constituem um sinal de uma intervenção especial de Deus no mundo (Ex 19, 18; Mc 13, 19). Todos esses fenômenos meteorológicos e sísmicos, frequentes no estilo apocalíptico, significam o transtorno das potências humanas, necessário para chegar a uma época de paz e de benção.

O primeiro efeito da intervenção divina foi o desmoronamento de Roma e de seu poder (versículo 19). A grande cidade de Babilônia (Roma) caiu dividida em TRÊS PARTES, isto é, foi abatida sua potência e sua força. Suas transgressões foram recordadas diante de Deus, pelo qual se deu de beber o cálice de vinho do furor de sua cólera. Deus, que havia retardando o castigo da Roma perseguidora, na esperança da sua conversão, desencadeia agora sua ira concentrada contra ela. Juntamente com Roma se afundaram as cidades das nações que representam as capitais das províncias do Império Romano. Talvez São João se refira a certas cidades da Ásia Menor que ele mesmo havia visto arrasadas por terremotos.

Não é raro que os movimentos sísmicos façam aparecer ou desaparecer as ilhas no meio do mar. As ilhas que fogem e as montanhas que desaparecem (versículo 20) simbolizam a caída e a transformação dos grandes impérios (Ap 6, 14). No castigo do sexto selo, as ilhas se movem do seu lugar (Ap 6, 14); aqui, em mudança, fogem, e os montes desaparecem. São expressões hiperbólicas para expressar a magnitude da catástrofe desencadeada pela sétima taça. A imagem da confusão das ilhas e, especialmente, das montanhas é um lugar comum da apocalíptica judia (Ez 26, 18). Porém, na mente do autor sagrado tudo o que foi dito não se refere ao fim do mundo nem ao juízo final contra o DRAGÃO; todavia, não há chegado o fim do céu e da terra, mas que se refere à ruina de uma realidade histórica do Império Romano, que reviverá sob outras formas, pois a BESTA continua subsistindo. Além disso, o versículo 21 nos fala expressamente de homens que ainda continuavam vivendo sobre a terra, os quais foram vítimas de uma extraordinária granizada. Durante esta tormenta de granizo caíram pedras que pesavam cerca de quarenta quilos. O talento era um peso equivalente a uns trinta e nove quilogramas. Este castigo corresponde à sétima praga do Egito (Ex 9, 22-25); e também  nos recorda as granizadas enviadas por Deus contra os inimigos de Josué em Bethorón (Js 10, 11) e contra o exército de Gog (Ez 38, 22). Estas pedras de granizo tão enormes representariam metaforicamente, segundo Bossuet, o peso esmagador da cólera de Deus.

Apesar de todas estas calamidades, os homens ímpios, como o faraó do Êxodo, longe de se converter a Deus, se levantam contra Ele e dizem-lhe blasfêmias.  É uma constatação dolorosa, da qual já se tem falado ao final da série de calamidades desencadeadas pelas trombetas (Ap 11, 1-14; 9, 20-21). Ainda que a misericórdia infinita de Deus busque mediante esses castigos a conversão do mundo pagão, os homens malvados se endurecem em sua impiedade.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 13 de junho de 2015

 

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

Edições Theologica

São João Paulo II, Dominum et Vivificantem, 57; Salvifici doloris, 8

Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, Libertatis conscientia, 19

S. Bartina, o. c. p. 743

M. Hachspill, L’ angélologie juive à l’époque néo-testamentaire: RB 11 (1902) 527-550

E. B. Allo, o. c. p. 256

Santo Agostinho, Salmo 77, 27

Pe. Geraldo Morujão, Apocalipse

M. Garcia Cordero, o. c. p. 173

A. Gelin, o. c. p. 644

Pe. José Salguero, Bíblia Comentada

 

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Caiu sobre os homens um granizo pesado”

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