Meu amável Jesus Sacramentado, vós
que, por meu amor, ficais dia e noite encerrado nesse tabernáculo,
apoderai-vos do meu coração, eu vo-lo rogo, para que não pense senão
em vós, não ame, não busque, não espere senão em vós. Fazei-o pelos
merecimentos da vossa Paixão; é por eles que eu peço e espero esta
graça! Meu Salvador sacramentado, amante divino da minha alma,
quanto são amáveis as ternas invenções do vosso amor para ser amado
pelas almas! Verbo eterno, não vos bastou tomar a nossa natureza e
morrer por nós na cruz, quisestes ainda dar-nos este sacramento para
serdes nosso companheiro, nosso alimento e penhor da glória celeste.
Aparecei no meio de nós hora como menino num presépio, ora como
pobre operário numa oficina; aqui como criminoso num patíbulo, ali
como pão sobre um altar. Dizei-me, Jesus: que mais podereis inventar
para que vos amem? Deus infinitamente amável, quando começarei em
verdade a corresponder a tantas finezas de amor? Senhor, não quero
mais viver senão para vos amar a vós somente. E de que me serve a
vida, se não a emprego toda em vos amar e agradar, a vós, meu amado
Redentor, que destes toda a vossa vida por mim? E que amarei eu, se
não vos amo, a vós que sois todo belo, todo amante, todo amável? Que
a minha alma, pois, só viva para vos amar; que o meu coração se
derreta à só lembrança do vosso amor; e só de ouvir as palavras –
presépio, cruz, sacramento – se inflame todo no desejo de fazer
grandes coisas por vós, Jesus, que tanto fizestes e padecestes por
mim!
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