Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

20 de novembro

São Félix de Valois

Em cada época da história da Igreja surgiram, providencialmente, modelos novos de santidade conforme as necessidades dos tempos.

Nos séculos XII e XIII o mar Mediterrâneo era continuamente infestado por piratas muçulmanos, chamados mouros, porque provenientes da África, que assaltavam navios, atacavam cidades portuárias saqueando e levando como escravos os cristãos, por ódio à fé.

Deus suscitou quase contemporaneamente duas Ordens religiosas, uma na Espanha, com o nome de Nossa Senhora das Mercês, e outra na França, com o título da Santíssima Trindade, que tinham como finalidade o resgate dos cristãos presos pelos mouros. A primeira Ordem se prende a dois grandes santos: São Pedro Nolasco e São Raimundo Nonato, enquanto a segunda foi fundada por São Félix de Valois, coadjuvado por outro santo sacerdote, São João da Mata.

A liturgia hoje venera Félix de Valois, oriundo da dinastia real francesa, nascido em 1127. Criança ainda, manifestava grande caridade para com os pobres. À medida que progredia nas ciências, aperfeiçoava-se na prática das virtudes.

Para subtrair-se a toda e qualquer influência política, renunciou aos direitos da coroa real da França e entrou no estado sacerdotal. Logo após sua primeira missa, Félix retirou-se do mundo para um lugar ermo, onde pudesse viver só para Deus.

Não muito tempo viveu sozinho, pois foi procurado por um nobre doutor de Paris, também ele sacerdote: João da Mata. Este manifestou o desejo de pôr-se sob a direção espiritual de Félix para ser introduzido na ciência da perfeição cristã. Félix, vendo que o pedido era feito com muita sinceridade, aceitou o hóspede em sua companhia.

Passaram-se assim três anos de convivência espiritual, porfiando nas virtudes, quando ambos tiveram uma visão pela qual Deus os chamava a trabalhar pela salvação dos cristãos que tinham caído no poder dos turcos. Sentiram-se incentivados a fundar uma Ordem a fim de realizar este apostolado tão urgente, mas tão perigoso. Viajaram para Roma a fim de pedir aprovação do próprio intento, ao Papa, na pessoa de Inocêncio III. Este, reconhecendo a sinceridade das intenções dos dois santos homens, deu seu beneplácito e impôs, ele mesmo, o primeiro hábito, dando à Ordem o nome de Santíssima Trindade.

O primeiro convento da nova Ordem foi construído em Cerfroi na diocese de Meaux, França. Logo que a nova instituição
começou a ser conhecida, encontrou grande simpatia entre o povo cristão, que, com contribuições generosas, favoreceu o incremento da mesma. Muitos jovens pediram o hábito da ordem da Santíssima Trindade pela libertação dos prisioneiros.

Enquanto João da Mata se incumbia da organização da Ordem e respectivas atividades apostólicas, Félix se aplicava na formação espiritual dos membros. Com o exemplo e a palavra ardente e, mais ainda, pela santidade, Félix soube entusiasmar os contemporâneos pela obra eminentemente cristã. E, de fato, em breve tempo, muitos cristãos foram resgatados da escravidão dos mouros e restituídos a uma vida conforme a fé e as condições sociais. A tarefa dos religiosos não era fácil. Pelo contrário a vocação inevitavelmente havia de expô-los a grandes vexames, perseguições e maus tratos e inclusive a se oferecerem como escravos a fim de libertar os irmãos.

De 1203 a 1208, Félix se encontrava em Marselha para fundar e dirigir mais um convento, no porto de controle do Movimento da Libertação dos Escravos.

Retornando ao primeiro mosteiro de Cerfoi, veio a falecer santamente no dia quatro de novembro de 1212 com 85 anos de idade.

Sua festa foi marcada neste dia 20 de novembro.