Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

ASSOCIAÇÃO DE BENFEITORES SÃO JOSÉ

 

CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO, ANÁPOLIS-GO

 

Circular n° 22 - 20-08-2008

 

Prezado (a) benfeitor (a), que Cristo Jesus esteja em seu coração: “Que te pode dar o mundo sem Jesus? Estar sem Jesus é terrível inferno; estar com Jesus é doce Paraíso. Se Jesus estiver contigo, nenhum inimigo te poderá ofender” (Tomás de Kempis, Imitação de Cristo, Livro II, Capítulo VIII, 2).

Caríssimo (a), nessa Circular refletiremos sobre a virtude da PACIÊNCIA; muitas pessoas cometem loucuras e perdem tudo na vida, exatamente porque não tiveram paciência em saber esperar.

I. O que é a paciência?

A paciência “é uma virtude cristã que nos faz suportar com igualdade de alma, por amor de Deus e em união com Jesus Cristo, os sofrimentos físicos ou morais” (Adolfo Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística, 1088).

II. É preciso SOFRER com paciência

 “A paciência produz uma obra perfeita” (Tg 1, 4).

Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Isso quer dizer que não existe coisa mais agradável a Deus do que sofrer com paciência e paz todas as cruzes por Ele enviadas. É próprio do amor, fazer a pessoa que ama semelhante à pessoa amada”, e: “Todas as chagas do Redentor são outras tantas palavras que nos ensinam como devemos sofrer por Ele. Esta é a sabedoria dos santos, sofrer constantemente por Jesus; assim ficaremos logo santos” (São Francisco de Sales).  

Quem ama o Salvador deseja ser como Ele: pobre, sofredor e desprezado. São João viu todos os santos vestidos de branco, segurando palmas nas mãos. A palma é o símbolo do martírio; mas nem todos os santos foram martirizados. Por que então todos seguram palmas? Responde São Gregório Magno que “todos os santos foram mártires ou pela espada ou pela paciência”. E acrescenta: “Nós podemos ser mártires sem a espada, se guardarmos Paciência”.

Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “O mérito de uma pessoa que ama Jesus Cristo consiste em amar e sofrer”. Eis o que Deus fez Santa Teresa entender: “Pensa, minha filha, que o mérito consiste no gozar? Não. O mérito consiste em sofrer e amar. Veja minha vida cheia de dores. Acredite, minha filha, aquele que é mais amado por meu Pai recebe dele cruzes maiores; ao sofrimento corresponde o amor. Veja estas minhas chagas, as suas dores nunca chegarão a tanto. Pensar que meu Pai admite alguém na sua amizade sem o sofrimento é um absurdo...” Acrescenta Santa Teresa: “Deus não manda nenhum sofrimento sem pagá-lo imediatamente com algum favor”.

Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “São três as principais graças que Jesus faz às pessoas amadas por Ele: a primeira, não pecar; a segunda, que é maior, o fazer boas obras; a terceira, que é a maior de todas, sofrer por seu amor”. Dizia Santa Teresa que “quando alguém faz algum bem a Deus, o Senhor lhe paga com alguma cruz. Eis porque os santos agradeciam a Deus ao receberem os sofrimentos”.

São Luís, Rei da França, falando da escravidão que sofreu na Turquia, diz: “Eu me alegro e fico muito agradecido a Deus mais pela paciência que me concedeu na minha prisão do que se tivesse conquistado a terra inteira”.

Santa Ludvina teve muita paciência durante os sofrimentos. Essa santa esteve doente durante trinta e oito anos; santificou-se nos seus sofrimentos; nisto ela demonstrou e exercitou a paciência. No fim da vida, vieram alguns soldados, insultaram-na e ameaçaram-na, mas ela suportou as afrontas sem alterar-se; nisto demonstrou e exerceu a mansidão.

O Bem-aventurado José Allamano escreve: “A paciência, portanto, é a virtude moderadora da tristeza que provém dos males presentes; modera as vicissitudes do ânimo, para que as adversidades não o oprimam, mas se mantenha inalterável e as suporte tranqüilamente” (A Vida Espiritual, Capítulo 25).

Santa Catarina de Sena diz que a impaciência faz da vida um inferno: “Penso que, sem a paciência, não conseguimos agradar a Deus e vivemos neste mundo a garantia do inferno. E como é ingênuo quem prefere saborear o inferno, justamente onde poderia estar no paraíso” (Carta 5, 2,  para Francisco de Montalcino).

III. É preciso ter paciência nas DIFICULDADES

Infeliz do católico que se desespera diante dos obstáculos e dificuldades da vida; esse, se não mudar de comportamento se perderá eternamente: “Quem carrega a cruz com paciência, salva-se; quem a carrega com impaciência, perde-se” (Santo Afonso Maria de Ligório), e: “Sem esse conhecimento não participareis da vida da graça. Vós deveis ter esta santa e grande preocupação: de que por vós mesma nada sois e de que vem de Deus o que sois. Dele recebestes o ser e, dia após dia, Deus vos concede muitos favores e graças. Se fordes grata a Deus, alcançareis a perfeita paciência e não ficareis a fazer comparações entre sofrimentos grandes e sofrimentos pequenos, porque então os grandes vos parecerão um nada a ser suportado por Jesus Cristo crucificado” (Santa Catarina de Sena, Carta 1, 2,  para Lapa Piagenti).

IV. É preciso ter paciência nas PERSEGUIÇÕES e TENTAÇÕES

Muitos são aqueles que se desesperam por causa das perseguições na família, no trabalho, na escola... outros também jogam tudo fora e se enveredam pelo caminho da perdição por não conseguirem suportar as tentações com paciência. Não é assim que se conquista uma vitória. É preciso ter paciência.

Santa Catarina de Sena escreve: “Porque sem a paciência não conseguimos agradar a Deus e saboreamos nesta vida a garantia do inferno. Ó paciência, doce e verdadeira virtude, que sempre triunfas e nunca és vencida. Das virtudes és a única que nos faz ver se alguém ama ou não o Criador. Tu nos dá a esperança da graça divina, apagas o ódio e o rancor do coração, afastas a antipatia pelo próximo, livras a alma do castigo, tornas leve o peso dos sofrimentos e suportável a amargura. Em ti, paciência, ó régia virtude adquirida na recordação do sangue de Jesus crucificado, nós encontramos a vida. Querida mãe, dentre as virtudes, esta é a mais necessária. De fato, é em meio a muitas tribulações que atravessamos o mar da vida. Para qualquer lado que olhamos, as ondas do mar da vida nos golpeiam. Também o demônio nos ataca com suas numerosas tentações, servindo-se de pessoas naquilo que ele mesmo não pode fazer. É quando se instala na língua e no coração dos seus servidores. Coloca-se no pensamento humano, sugerindo o pecado” (Carta 151, 2, para Nella Buonconti).

Caríssimo (a) benfeitor (a), tenha PACIÊNCIA diante das perseguições, tentações, sofrimentos, perda de ente querido... “A paciência vos é necessária para cumprirdes a vontade de Deus e alcançardes a promessa” (Hb 10, 36), e: “Quem sabe ser paciente em toda a parte, não faz pouca coisa!” (Bem-aventurado Henrique de Susa).

Eu te abençôo e te guardo no Coração Santíssimo de Cristo Jesus.

Atenciosamente,

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Associação de benfeitores São José -
Circular nº 22 -
20/08/2008”.

www.filhosdapaixao.org.br/circulares/circulares_03_22.htm

 

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