Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

ASSOCIAÇÃO DE BENFEITORES SÃO JOSÉ

 

CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO, ANÁPOLIS-GO

 

Circular n° 24 – 25-07-2009

 

Caríssimo (a) benfeitor (a), mergulhemos na Sagrada Paixão de Nosso Senhor meditando com frequência a Via-sacra: “O caminho da Cruz não deve ser apenas rezado e meditado na vida do cristão; desde que o Salvador disse: ‘Quem quiser ser meu discípulo, tome sua cruz cada dia e siga-me!’, deve a Via-sacra ser também trilhada por nós” (Pe. João Batista Lehmann).

Nessa Circular comentarei as Estações da Via-sacra; peço que o Servo Sofredor, Cristo Jesus, ajude cada Benfeitor (a) a buscar consolo, conforto e força na Sua Santa Paixão: “Quem pode negar que a devoção à Paixão de Jesus Cristo é a devoção mais útil, a mais terna e a mais cara a Deus? Devoção que mais consola os pecadores e mais anima as pessoas que amam? De onde recebemos tantos bens, senão da Paixão de Cristo? De onde temos a esperança de perdão, a força contra as tentações, a confiança de chegar ao paraíso? De onde vêm tantas luzes da verdade, tantos convites de amor, tantos estímulos para mudar de vida, tantos desejos de nos doar a Deus, senão da Paixão de Cristo?” (Santo Afonso Maria de Ligório, A prática do amor a Jesus Cristo, Capítulo I), e: “Se quereis progredir no amor de Deus, meditai todos os dias a Paixão do Senhor. Nada contribui tanto para a santidade das pessoas como a Paixão de Cristo” (São Boaventura, Stimulus amoris, p. I, c. 1), e também: “Vale mais uma lágrima derramada ao lembrar da Paixão, do que o jejum a pão e água em cada semana” (Santo Agostinho), e ainda: “Coisa excelente e muito santa é pensar e meditar sobre a Paixão do Senhor; pois por este caminho chegamos à união com Deus. Nesta escola tão santa, aprende-se a verdadeira sabedoria; foi aí que todos os santos a estudaram” (São Paulo da Cruz, Cartas).

Se meditarmos a Via-sacra com sinceridade e devoção, encontraremos nela grandes vantagens. Cada uma das estações é uma escola de virtudes. Os livros de piedade relatam-nos as cenas da paixão; o caminho da cruz vai mais longe, faz-nos assisti-la.

Cada estação dessa Via-Sacra contém cinco pontos para meditar; não é necessário meditar os cinco pontos no mesmo dia, mas sim, um em cada vez que rezar a Via-Sacra.

 

Primeira estação: Jesus é condenado à morte

Em Jo 19, 12-16 diz: “Pilatos procurava libertar Jesus. Mas os judeus gritavam: se o libertas não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei é inimigo de César. Pilatos, ouvindo estas palavras, mandou trazer Jesus, e disse aos judeus: Eis o vosso rei. Eles, porém, gritaram: Tira-o, tira-o, crucifica-o. Disse Pilatos: Crucificarei o vosso rei? Responderam os pontífices: Não temos outro rei senão César. Então Pilatos entregou-lhes Jesus para ser crucificado”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

Nosso Senhor foi, por Pilatos, injustamente condenado a morrer na cruz.

Não foi Pilatos quem condenou Cristo Jesus, mas sim, foram os nossos pecados. Detestemos verdadeiramente o pecado... o maior mal que nos pode acontecer neste mundo não é a doença com todas as suas dores, nem a perda da fazenda, nem a morte prematura – mas sim, o pecado: “O pecador injuria, desonra a Deus, e, no que toca sua parte, o cobre de amargura, pois não há amargura mais sensível do que ver-se paga com ingratidão pela pessoa amada em extremo favorecida” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

2° Ponto

Pela injusta sentença de morte tantas vezes confirmada por nossas culpas, peçamos que o Senhor nos livre da morte eterna que temos merecido. Cada pecado mortal que cometemos, perdemos a Graça Santificante e merecemos o Inferno. Quem morre em pecado mortal se condena: “As almas daqueles que saem do mundo em pecado mortal atual, imediatamente depois da sua morte descem ao Inferno, onde são atormentados com penas infernais” (Bento XII).

 

3° Ponto

Nosso Senhor não se revoltou com a sentença de morte, mas a aceitou com amor. O Senhor é condenado até hoje pelos católicos sacrílegos: “Jesus é ainda condenado à morte na Santa Eucaristia. É condenado nas suas Graças, que são desprezadas; no seu Amor, que é desconhecido; no seu estado sacramental, que é negado pela incredulidade e ultrajado pelo sacrilégio. Pela Comunhão indigna, o mau cristão vende Jesus Cristo ao Demônio, entrega-o à suas paixões, põe-no aos pés de Satanás, que reina no seu coração, e crucifica-o no seu corpo de pecado” (São Pedro Julião Eymard).

Não condenemos mais o Senhor... não nos aproximemos indignamente de Jesus Sacramentado; mas sim, com fé, devoção, respeito e com a alma limpa: “Portanto, devemos comungar amorosamente Cristo assado no fogo da caridade sobre o madeiro da cruz” (Santa Catarina de Sena).

 

4° Ponto

Jesus Cristo se submeteu de boa vontade a essa condenação para nos livrar do Inferno Eterno: “Meu Jesus, já que para minha salvação não poupastes a Vossa própria pessoa, lançai sobre mim esse olhar afetuoso com que me olhastes um dia, quando estáveis em agonia na cruz; olhai-me, iluminai-me e perdoai-me” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Não abusemos da misericórdia de Jesus Cristo, mas sejamos-Lhe gratos. Infeliz daquele que usa da misericórdia do Senhor para pecar: “Acautelai-vos quando o Demônio vos promete a misericórdia divina com o fim de que pequeis” (São João Crisóstomo).

 

5° Ponto

Cristo Jesus aceitou, em silêncio, o julgamento cruel de Pilatos: “Se em tantos ambientes resistem à verdade, cala-te e reza, mortifica-te... e espera. Também nas almas que parecem mais perdidas resta, até o fim, a capacidade de voltar a amar a Deus” (São Josemaría Escrivá).

Quando formos atacados injustamente pelos nossos perseguidores, lembremo-nos do silêncio de Cristo Jesus e aceitemos tudo por seu amor. Se os ataques estiverem nos prejudicando, então nos defendamos, mas sempre com caridade: “Duas exceções, no entanto, é necessário fazer: a primeira concerne a certos crimes tão graves e infames de que ninguém deve sofrer a censura, se se pode justificar; a segunda é referente a certas pessoas, cuja reputação é necessária ao bem público. Nestes dois casos, segundo a sentença dos teólogos, é necessário defender-se tranquilamente a reputação dos agravos recebidos” (São Francisco de Sales).

 

 

Segunda estação: Jesus recebe a cruz

Em Jo 19, 16-17 diz: “Os judeus apoderaram-se então de Jesus, e Ele, levando a Cruz aos ombros, saiu da cidade em direção ao lugar do Calvário”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

Jesus Cristo recebeu voluntariamente a pesada cruz sobre seus ombros. Tomemos também as cruzes de cada dia sobre os nossos ombros; não com revolta e má vontade, mas por amor a Nosso Senhor: “Toma, pois, a tua cruz, segue a Jesus e chegarás à vida eterna. Este Senhor foi adiante, levando às costas a sua cruz; e nela morreu por ti, para que tu leves também a tua, e nela desejes morrer” (Tomás de Kempis).

2° Ponto

Nosso Senhor tomou aos ombros a pesadíssima cruz fabricada com os nossos pecados. Meditemos na gravidade de nossos pecados e Lhe peçamos perdão com verdadeiro arrependimento e propósito de emenda: “Meu amado Redentor, fazei-me chorar não tanto pelos castigos que mereci, mas pelo amor que me tendes” (Santo Afonso Maria de Ligório), e: “Jesus, concedei-me a graça de nunca mais, durante o resto da minha vida, vos sobrecarregar de novas culpas, mas antes, que eu suporte sempre a cruz de uma verdadeira penitência” (Máximas Eternas).

3° Ponto

Cristo Jesus saiu em direção ao Calvário com a cruz às costas. À imitação do Imaculado Cordeiro, levemos as nossas cruzes com paciência, alegria e perseverança: “Não existe coisa mais agradável a Deus do que sofrer com paciência e paz todas as cruzes por Ele enviadas” (Santo Afonso Maria de Ligório).

4° Ponto

Nosso Salvador não jogou a cruz no chão nem negou abraçá-la. Abracemos as cruzes, pequenas e grandes, porque essa é a condição para seguir a Jesus Cristo: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24).

5° Ponto

Jesus Cristo, o inocente, recebeu a cruz sobre os ombros. Peçamos perdão a Nosso Senhor pelas vezes que nós, miseráveis pecadores, impacientamos, resmungamos, murmuramos e desanimamos com o peso da cruz: “Ó Jesus, confortai-me, pela virtude da Santa Cruz, a suportar com resignação todas as cruzes e tribulações, que a Vossa mão me mandar para o bem da minha alma” (Frei Ambrósio Johanning), e: “Pensas tu poder evitá-la? Que santo houve jamais neste mundo sem cruz e sem tribulação?” (Tomás de Kempis).

 

 

 

Terceira estação: Jesus cai pela primeira vez

São Pedro Julião Eymard escreve: “Jesus perdera tanto Sangue na sua Agonia que durou três horas, bem como na sua rude flagelação, e ficara tão enfraquecido no correr da noite cruel que passara entregue aos seus inimigos que, depois de caminhar alguns momentos, cai prostrado sob o peso da Cruz!”

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

O Senhor caiu por terra mas não ficou prostrado, pelo contrário, se levantou e continuou a caminhar com as cruz às costas em direção ao Calvário. Aprendamos de Cristo Jesus a perseverar com a cruz às costas... a erguer a nossa cabeça diante da tentação do desânimo e do pessimismo. Se desgraçadamente cairmos em pecado, não nos desanimemos, mas nos levantemos imediatamente porque o céu é a Pátria dos perseverantes: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 10, 22).

2° Ponto

Muitos católicos derrubam Jesus por terra quando recebem a Santíssima Eucaristia na mão: “Se Jesus-Eucaristia cai por terra nas santas parcelas tantas vezes sem que ninguém disto se aperceba, quantas vezes não cai de dor ao ver o pecado mortal macular uma alma. E quão mais doloroso é ainda para Jesus cair num coração infantil que o recebe indignamente quando a ele se chega pela primeira vez. É cair num coração de gelo que o fogo do seu Amor não consegue fundir, num espírito orgulhoso e dissimulado que seu Poder não consegue tocar, num corpo humano que não passa dum túmulo cheio de podridão” (São Pedro Julião Eymard).

Recebamos a Santíssima Eucaristia com respeito e devoção. Se a Santa Igreja nos dá liberdade para comungarmos na boca ou na mão, escolhamos o mais piedoso: comungar na boca: “Todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão na boca ou se, o que vai comungar, quer receber na mão o Sacramento. Nos lugares aonde a Conferência de Bispos o haja permitido, com a confirmação da Sé apostólica, deve-se lhe administrar a sagrada hóstia. Sem dúvida, ponha-se especial cuidado em que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém se desloque (retorne) tendo na mão as espécies eucarísticas. Se existe perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão” (Redemptionis Sacramentum).

3° Ponto

Cristo Jesus caiu sob o peso da cruz porque nos precipitamos num abismo de iniquidades. Peçamos que o Senhor estenda a Sua mão para nos levantar, e auxiliados pela Sua graça percorramos confiadamente o caminho da virtude e da santidade: “Concedei-me, ó Deus eterno, ser constante, perseverante na virtude, a fim de que não volte para trás a olhar o arado, mas com perseverança siga o caminho da verdade” (Santa Catarina de Sena).

4° Ponto

O enorme peso de nossas culpas fez o Senhor cair debaixo da pesada cruz. Aborreçamos e detestemos as nossas culpas... peçamos perdão a Cristo e ajuda para não recairmos: “Se por desgraça recaíres, tua ruína será pior que todas as tuas quedas precedentes” (São Bernardo de Claraval).

5° Ponto

O Salvador caiu sob o pesadíssimo madeiro. Pelos merecimentos desta primeira queda, que Cristo Jesus não nos deixe cair em pecado mortal, a maior desgraça: “O maior mal do mundo, o mal que entre todos os males merece verdadeiramente o nome de mal – é o pecado. A sua fealdade não tem semelhante; a sua gravidade é, em certo modo, infinita; os seus castigos são eternos!” (Pe. Alexandrino Monteiro).

 

 

 

Quarta estação: Jesus encontra sua mãe

Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Partiu Maria com São João. Boaventura Baduário fala de um atalho que a Mãe tomou para ficar depois esperando numa esquina pelo Filho atribulado... Maria ergue os olhos e vê um homem na flor dos anos, todo coberto de sangue e de chagas, da cabeça aos pés, coroado de espinhos, carregando às costas um pesado madeiro... Tendo-o reconhecido, que temor e que amor transpassaram seu coração materno! O Filho afastou dos olhos o sangue coalhado que lhe impedia a vista, então Mãe e Filho fitaram-se!”

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

A Virgem Dolorosa teve que passar por uma enorme multidão para chegar até Nosso Senhor: inimigos de Cristo, soldados, curiosos... “Vemos a Mãe de Jesus, que heroicamente vem rompendo as fileiras tumultuosas do  povo caluniador. Cheia de amargura e aflição no coração, com lágrimas nos olhos, procura o Filho querido, para lhe dar o último adeus” (P. A. A).

Imitemos Nossa Senhora e peçamos-lhe a fortaleza para vencermos todos os obstáculos que surgirem em nosso caminho, nos tentando impedir de aproximarmos de Nosso Senhor: “A imitação de Maria é justamente um dos principais aspectos da vida mariana” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

2° Ponto

A Virgem Santíssima, depois de contemplar o Filho com a cruz sobre os ombros não voltou para casa, mas O acompanhou até o Calvário: “Até das feras nós nos compadecemos. Se víssemos uma leoa acompanhando seus leõezinhos à morte, mesmo dessa fera teríamos compaixão. E não nos apiedaremos de Maria que vai seguindo o Cordeiro Imaculado levado ao suplício?” (São João Crisóstomo).

Que o nosso amor por Nosso Senhor seja verdadeiro e não de momento. Nós anunciamos “Cristo crucificado” (1 Cor 1, 23), por isso, jamais nos afastemos do caminho da cruz, porque esse é o caminho dos verdadeiros amigos de Cristo Jesus: “Não recuso a cruz, porque se recuso a cruz, recuso Jesus” (Santa Gema Galgani).

 

3° Ponto

Quando a Virgem Maria se aproximou de seu Filho, ensanguentado e cansado, não se desesperou nem reclamou... mas suportou tudo com paciência.

Aprendamos de Nossa Senhora a suportar com paciência e fé os tristes acontecimentos em nossa vida: morte de um familiar, doença incurável... “Minha dolorosa Mãe, pelo merecimento da dor que sentistes ao ver o Vosso  amado Filho levado à morte, impetrai-me a graça de levar também com paciência as cruzes que Deus me envia. Feliz de mim, se souber acompanhar-vos com a     minha cruz até à morte! Vós e Jesus, sendo inocentes, levastes uma cruz muito pesada, e eu pecador, que tenho merecido o inferno, recusarei a minha? Virgem Imaculada, de vós espero socorro para sofrer com paciência as cruzes” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

4° Ponto

Nossa Senhora acompanha Cristo Jesus no caminho do Calvário... E, porque muito ama, muito também se compadece.

Assim como a Virgem Maria consolou a Nosso Senhor no caminho do Calvário, consolemos a Jesus Cristo presente no Santíssimo Sacramento: “Infelizmente, hoje em dia, Jesus-Eucaristia não encontra quem o console, como Nossa Senhora; encontra, pelo contrário, e por entre os filhos do seu Amor, as esposas do seu Coração, os ministros de suas Graças, muitas almas que se unem aos seus carrascos para humilhá-lo, blasfemando o seu Nome e renegando a sua Pessoa” (São Pedro Julião Eymard).

 

5° Ponto

Ao avistar o Filho com a cruz às costas no caminho do Calvário, Maria Santíssima sofreu muito, mas nem por isso deixou de aproximar d’Ele: “Se ajuntássemos  as dores do mundo, não igualariam todas elas às penas da Virgem gloriosa” (São Bernardino de Sena).

Aprendamos de Nossa Senhora a não fugir da cruz, por mais pesada que seja; lembremo-nos continuamente que a cruz é o troféu que Nosso Senhor presenteia quem Lhe serve com fidelidade: “Filho, se te dedicares a servir ao Senhor, prepara-te para a prova” (Eclo 2, 1), e: “O Senhor açoita os que dele se aproximam” (Jt 8, 27), e também: “Quando alguém faz algum bem a Deus, o Senhor lhe paga com alguma cruz” (Santa Teresa de Jesus).

 

 

Quinta estação: Jesus encontra Simão Cireneu

Em Lc 23, 26 diz: “E os soldados lançaram mão dum certo Simão Cireneu que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz para levar atrás de Jesus”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

Simão Cireneu não carregou a cruz por amor, mas foi obrigado pelos judeus a carregá-la: “Jesus, enfraquecido cada vez mais, dobra sob o seu fardo. Os judeus, ansiosos por fazê-lo morrer na cruz, para que atingisse o auge da humilhação, pediram a Simão, o Cireneu, que ajudasse a levar a Cruz. Simão quis se esquivar, mas foi constrangido a carregar esse instrumento, que lhe parecia tão ignominioso” (São Pedro Julião Eymard).

Não imitemos o péssimo exemplo do Cireneu que se esquivou em carregar a cruz; mas carreguemos as cruzes, pequenas e grandes, por amor a Nosso Senhor que sofreu muito para nos salvar: “Persuadamo-nos que neste vale de lágrimas não pode ter a verdadeira paz interior senão quem recebe e abraça com amor os sofrimentos, tendo em vista agradar a Deus” (Santo Afonso Maria de Ligório), e: “O sinal mais certo para saber se uma pessoa ama a Jesus Cristo é, não tanto o sofrer, mas o querer sofrer por amor d’Ele” (Idem), e também: “Não há árvore mais apropriada para produzir e conservar o amor a Deus do que a árvore da cruz” (Santo Inácio de Loyola).

 

2° Ponto

Mesmo obrigado, Simão Cireneu carregou a cruz. Cristo Jesus o recompensou com a conversão: “Submetendo-se e mereceu que Jesus lhe tocasse o coração, convertendo-o” (São Pedro Julião Eymard).

Mesmo sentindo, às vezes, medo e nojo da cruz, não a joguemos no chão nem a pisoteemos, mas a carreguemos com fé e paciência... e Nosso Senhor nos recompensará: “Deus não manda nenhum sofrimento sem pagá-lo imediatamente com algum favor” (Santa Teresa de Jesus).

 

3° Ponto

Simão Cireneu ajudou Cristo Jesus a carregar a pesadíssima cruz.

São muitos os que sofrem amargamente sob o peso da cruz... alguns até se desesperam e pensam em tirar a própria vida. Sejamos generosos e caridosos, oferecendo os nossos ombros para essas pessoas, ajudando-as a carregarem a cruz: “Para ver feliz a pessoa que ama, um coração nobre não vacila ante o sacrifício. Para aliviar um rosto dolente, uma alma grande vence a repugnância e dá-se sem nojos...” (São Josemaría Escrivá).

 

4° Ponto

O Cireneu carrega a cruz sobre os ombros; deixando o culto de idolatria, abraça com gosto a cruz de Nosso Senhor: “Quando Simão volta do sítio, leva a cruz seguindo a Jesus Cristo, porque abandonando o culto de idolatria, abraça com gosto a cruz da Paixão de Cristo” (São Beda).

São muitos os católicos que idolatram o próprio corpo, oferecendo para esse “deus” sempre o mais fácil e cômodo. É preciso abandonar imediatamente esse culto de idolatria e abraçar a cruz de Cristo, isto é, uma vida de renúncia, mortificação, penitência, desapego... doar-se até doer: “O cristão que se poupa, que calcula para dar a Deus o mínimo indispensável, de modo a não lhe ser traidor, que vive procurando antes fugir da cruz que carregá-la, antes defender-se que renunciar-se, antes salvar a própria vida que sacrificá-la, não é discípulo de Cristo” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

5° Ponto

Simão Cireneu tomou a cruz e não a jogou pelo caminho, mas a carregou até o Calvário... foi perseverante.

Ao ajudarmos alguém a carregar a cruz, não sejamos egoístas nem inconstantes, mas a carreguemos com perseverança... que o nosso amor seja generoso... que a nossa caridade seja perfeita. Não basta ajudar a carregar a cruz, mas é preciso perseverar: “Jamais devemos deixar de praticar o bem em favor do próximo, qualquer que seja sua situação” (Santa Catarina de Sena).

 

 

Sexta estação: Jesus encontra Verônica

São Pedro Julião Eymard escreve: “A Face do  Salvador não se assemelha mais a uma face humana. Está coberta de Sangue. Os carrascos cospem nela, cobrem-na com lodo. E, Ele, o esplendor de Deus, torna-se irreconhecível. Seu Rosto divino está todo maculado. Mas, eis que, sob tão vil aspecto, Verônica reconhece o seu Salvador e seu Deus... Vem, movida por compaixão, enxugar a Face augusta de Jesus, que, para recompensá-la, imprime os seus traços na toalha com que Verônica lhe presta tão piedoso serviço”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

Verônica é corajosa e forte; vendo coberto de escarros, poeira, suor e sangue o rosto de Jesus, rompe as fileiras da bárbara soldadesca e limpa-o com uma toalha.

Quando se trata de agradar a Jesus Cristo, imitemos a coragem e a fortaleza de Verônica. Não nos recuemos diante das críticas, provocações e zombarias dos inimigos, mas passemos pelos obstáculos com valentia, porque o nosso Deus merece todo o nosso amor: “Toda a santidade e toda a perfeição de uma pessoa consiste em amar a Jesus Cristo, nosso Deus, nosso maior bem, nosso Salvador” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

2° Ponto

Jesus Cristo, o Deus generoso, deixou estampada na toalha a sua Face. Quanta gratidão!

Toda boa obra que praticamos com reta intenção para agradar a Cristo Jesus, mesmo estando em pecado mortal, Ele não deixa de recompensar... Ele deixa “impressa” na boa obra a recompensa: “Toda boa ação é por ele premiada, também se praticada por quem  está em pecado grave. Mas muito mais fará o Senhor para aqueles que vivem na graça divina, com real desejo de amar a Deus e ao próximo. A estes, por suas boas obras, Deus dá um bem infinito, que é o de viver na sua graça neste mundo e ter a vida eterna no outro” (Santa Catarina de Sena).

 

3° Ponto

Verônica enxugou a Adorável Face de Cristo Jesus. Quanto amor e respeito!

Os católicos que comungam em pecado mortal cometem um terrível sacrilégio: esses cospem, esbofeteiam e pisam na Santíssima Face de Nosso Senhor. Imitemos o amor e o respeito de Verônica, e reparemos com oração e penitência esses sacrilégios: “Divino Jesus, quão ultrajado, insultado e profanado sois no vosso Adorável Sacramento! E onde encontrar as Verônicas compassivas que vêm reparar tamanhas abominações? Quanto nos entristece e nos apavora tão grande número de sacrilégios cometidos com tanta facilidade contra o augusto Sacramento. Dir-se-ia que Jesus Cristo, entre nós, não passa dum simples estrangeiro, indiferente e desprezível” (São Pedro Julião Eymard).

 

4° Ponto

A Face de Nosso Senhor, outrora, era tão formosa, e agora está toda desfigurada pelas feridas e pelo sangue.

Também a nossa alma foi formosa quando recebeu a Graça Santificante no batismo; agora, porém, com os nossos pecados, tornamos a desfigurá-la. Só Deus, pela misericórdia, pode restituir-lhe a antiga formosura: “Quantas vezes, cristãos, te mostrastes surdo à voz de Deus? Há muito merecias       que não te chamasse mais. Deus, entretanto, não cessa de chamar-te, porque deseja que esteja em paz com Ele e assim te possas salvar” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

5° Ponto

Uma grande multidão viu Verônica enxugar a Sagrada Face do Salvador... ela não se envergonhou diante dos olhos de todos.

Muitos sentem respeito humano de aproximar de Jesus Cristo... sentem vergonha de agradar, seguir, servir e amar o Deus que sofreu e morreu na cruz para salvá-los. Quanta Ingratidão!

Arranquemos do nosso coração o respeito humano, e sirvamos generosamente a Nosso Senhor: “Que dirão de mim os meus  companheiros?’ – Aqui está um laço, com que o Demônio prende a muitos jovens, impedindo-os de caminhar livremente na virtude, com perigo de sua salvação. Deixar de fazer o bem por temor de um – que dirão os homens? – é declarar-se covarde, é ser vencido antes de entrar em campo com o inimigo” (Pe. Alexandrino Monteiro).

 

 

Sétima estação: Jesus cai pela segunda vez

São Pedro Julião Eymard escreve: “Apesar de Simão Cireneu ajudá-lo a carregar a Cruz, Jesus, pela sua fraqueza, cai uma segunda vez,  e isto lhe causa novos sofrimentos. Seus joelhos, suas mãos se dilaceram por tantas quedas no caminho árduo que segue, enquanto aumentam os maus-tratos ao aumentar a raiva dos carrascos”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

Jesus Cristo, o Deus de Majestade, Aquele a quem, trêmulos e com o mais profundo respeito, adoram os coros dos espíritos celestes, cai outra vez por terra, oprimido pelo enorme peso da cruz.

Contemplemos o nosso Deus prostrado por terra e pisado como um verme por causa do nosso orgulho e das nossas repetidas quedas nos mesmos pecados. Humilhemo-nos diante de Nosso Senhor e prometamos-Lhe evitar as recaídas no pecado: “O hábito de pecar é uma horrenda desgraça, e para não correr perigo de o contrair, é preciso resistir ao princípio, resistir a inclinação para o pecado... Quando as quedas já são frequentes, o mal já está bastante adiantado” (Pe. João Batista Lehmann).

 

2° Ponto

Nosso Senhor Jesus Cristo cai pela segunda vez debaixo do pesado madeiro.

Peçamos perdão a Cristo Jesus por tê-Lo ofendido tantas vezes com os nossos pecados; e prometamos-Lhe nos levantar com a Sua graça, depois de cada queda, confiando na Sua infinita misericórdia: “Com quanto amor e ternura Deus abraça o pecador que volta para Ele!” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

3° Ponto

O Coração de Jesus está pronto a sofrer e a morrer; mas a sua Santíssima Humanidade desfalece... caminha com passo trêmulo, incerto, vacilante... e cai por terra pela segunda vez!

Se não tivéssemos cometido tanta ingratidão para com o Nosso Salvador, seria menos intenso o Seu sofrimento. Quão triste e amarga é a ingratidão! Prometamos ao Senhor ser-Lhe gratos... pagando-Lhe amor com amor... morrer de amor pelo Senhor que sofreu por causa da ingratidão dos homens: “Morrer de amor, eis minha esperança!” (Santa Teresa do Menino Jesus).

 

4° Ponto

Cristo Jesus cai pela segunda vez com grande dor e tormento... mas se levanta imediatamente.

Contemplemos o Senhor que cai e se levanta. Jamais permaneçamos prostrados no “solo” do desânimo; mas levantemo-nos com coragem e sigamos os passos de Nosso Senhor: “Que os tropeços e as derrotas já não nos afastem mais d’Ele. Como a criança débil se lança compungida nos braços vigorosos de seu pai, tu e eu nos arriscaremos ao jugo de Jesus. Só essa contrição e essa humildade transformarão a nossa fraqueza humana em fortaleza divina” (São Josemaría Escrivá).

 

5° Ponto

Nosso Senhor cai pela segunda vez.

Todos os dias Cristo Jesus cai em corações frios e indiferentes: “Todos os dias – e quantas vezes por dia! – o Deus da Eucaristia cai pela Comunhão em corações covardes e tíbios, que o recebem sem preparo, guardam-no sem piedade, deixam-no ir sem um ato sequer de amor ou gratidão” (São Pedro Julião Eymard).

Preparemos-nos com fé, devoção e respeito para receber Jesus Sacramentado... não imitemos os covardes e tíbios: “Quem ousaria receber uma alta patente da terra com o pouco caso com que recebemos diariamente o Rei do Céu?” (Idem).

 

 

Oitava estação: Jesus encontra as santas mulheres

Em Lc 23, 27-28 diz: “O povo seguia Jesus em multidão, assim como mulheres que batiam no peito e choravam sobre ele. Mas, Jesus, voltando-se para elas disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós e por vossos filhos”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

As mulheres vendo a Jesus Cristo tão fatigado, derramando sangue ao longo do caminho, choraram de compaixão d’Ele. Mas Nosso Senhor lhes disse: Não choreis por mim; chorai antes por vós e por vossos filhos.

Não ofendamos mais o nosso Deus, mas choremos as ofensas que Lhe temos feito... pelas penas que merecemos, mas muitos mais pelo desgosto que Lhe temos dado: “Meu Jesus, não quero morrer sem Vos amar e Vos amar muito. Muito me aflige e penaliza ter-Vos dado tantos desgostos” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

2° Ponto

Nosso Senhor com a cruz às costas encontra forças para consolar as filhas de Jerusalém: “Tendo o Salvador por missão, nos dias de sua vida mortal, consolar os aflitos e os abandonados, quer ser fiel a este dever até no meio dos maiores sofrimentos. Ao aproximarem-se as piedosas mulheres que choravam suas Dores e sua Paixão, esquece-se de Si mesmo para enxugar-lhes as lágrimas. Que excesso de bondade!” (São Pedro Julião Eymard).

Imitemos e exemplo do Servo Sofredor. Não deixemos de fazer o bem ao próximo por causa do peso das cruzes que carregamos; mas sim, carreguemos as nossas cruzes e consolemos aqueles que gemem sob o peso de suas cruzes... As nossas cruzes não devem servir de obstáculos para praticarmos o bem, mas sim, incentivo.

 

3° Ponto

As mulheres de Jerusalém aproximaram, cheias de compaixão, de Nosso Senhor... e foram consoladas por Ele. Quanto amor!

São pouquíssimos os católicos que aproximam de Jesus Sacramentado para desagravá-Lo. Nosso Senhor, cheio de bondade, com certeza não os deixa saírem da igreja sem consolá-los: “Jesus, no seu divino Sacramento, raramente tem quem o venha consolar do abandono dos seus, dos crimes de que é objeto. Permanece só, dia e noite. Se seus olhos  ainda pudessem chorar, quantas lágrimas não derramaria pela ingratidão dos seus filhos, pelo desamparo em que o deixam. Se seu Coração ainda pudesse sofrer, quantos tormentos não havia de padecer, vendo-se abandonado até pelos próprios amigos. Mas, pelo contrário, apenas nos chegamos a ele, acolhe-nos com bondade, ouve-nos as queixas, presta atenção à nossa miséria, contada, por vezes, longa e egoisticamente, esquecendo-se a si mesmo para consolar-nos, para refazer-nos” (Idem).

 

4° Ponto

Com palavras brandas e cheias de amor, Cristo Jesus consolou as filhas de Jerusalém, exortando-as a não chorarem tanto a Sua Sagrada Paixão, senão antes a causa dela: os seus pecados.

Que a lembrança de nossos pecados e da pouca penitência que temos feito nos encham de temor e nos ajude a emendarmos de vida: “Feliz o homem que teme o Senhor” (Sl 111, 1).

 

5° Ponto

Nosso Senhor Jesus Cristo consola as filhas de Jerusalém.

Peçamos ao Senhor que consolou as mulheres de Jerusalém, que console também a nossa alma com a Sua infinita misericórdia. Para isso, prometamos a Cristo Jesus esvaziá-la de tudo aquilo que é terreno: “Quando a alma se deixa absorver pelas criaturas, o seu rosto se torna mais negro que o carvão” (São João da Cruz).

 

 

Nona estação: Jesus cai pela terceira vez

São Pedro Julião Eymard escreve: “Que sofrimento nessa terceira queda de Jesus! O peso da cruz esmaga-o e os esforços cruéis dos seus carrascos mal conseguem levantá-lo”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

Pela fraqueza que Nosso Senhor quis padecer no caminho do Calvário, peçamos que nos fortaleça para vencermos todos os apetites desordenados que nos levam a desprezar a amizade d’Ele:  “Duas vezes trabalha o pássaro que se deixa prender ao visgo, a saber: o libertar-se e limpar-se; de duas maneiras sofre quem satisfaz seus apetites: libertar-se e depois de liberto, limpar-se do que se lhe pegou” (São João da Cruz).

2° Ponto

Já é pela terceira vez que o Bom Jesus cai debaixo do peso da cruz.

Tantos escândalos e maus exemplos dados e tomados, tantos pecados por hábito, tantas ocasiões próximas de pecado, às quais, a custo de nossa inocência nos expusemos, são a causa desta queda tormentosa: “O homem a tudo se habitua. Entre todos os hábitos, porém, que ele contrai, é o hábito de pecar o mais perigoso, o mais funesto e o mais lamentável” (Pe. Alexandrino Monteiro).

 

3° Ponto

Cristo Jesus cai pela terceira vez... quanto custa para Nosso Senhor chegar até ao Calvário.

Sejamos fortes e lutemos para sairmos vencedores quando surgirem os obstáculos em nosso caminho... jamais nos demos por vencidos, mesmo se o peso da cruz for esmagador; Deus quer que sejamos vencedores: “Tu também tens de vencer-te, para não abandonares o caminho... Essa peleja é uma maravilha, uma autêntica prova do amor de Deus, que nos quer fortes, porque a virtude se fortalece na fraqueza” (São Josemaría Escrivá).

 

4° Ponto

Nosso Senhor Jesus Cristo cai pela terceira vez.

Quando parecer que o mundo está se desabando em nossa cabeça, não nos desesperemos nem desanimemos; mas lembremos-nos imediatamente dos nossos horríveis pecados e da Sagrada Paixão de Jesus Cristo... então conformaremos com o peso da cruz: “Arrependo-me de todo o coração e de todos os desgostos que vos tenho dado. Prometo-vos aceitar com resignação todos os sofrimentos que me enviardes” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

5° Ponto

O Senhor cai pela terceira vez.

Esta nona estação nos representa a terceira queda de Jesus, que lhe causou novas feridas e novos tormentos.

Para evitar as quedas nos pecados, peçamos forças ao Senhor para fazermos sincero propósito de emenda: “O propósito consiste em uma vontade determinada de nunca mais cometer o pecado, e de empregar todos os meios necessários para evitá-lo” (São Pio X).

 

 

Décima estação: Jesus é despojado das vestes

São Pedro Julião Eymard escreve: “Quanto deve sofrer Jesus nesse despojamento cruel e desumano! Arrancam-lhe as vestes presas às suas chagas, que novamente se rasgam e se abrem”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

O Deus Imenso é despojado de suas vestes.

Peçamos humildemente a Nosso Senhor que nos despoje dos afetos às coisas terrenas e que nos aborreçamos de tudo aquilo que é mundano e pecaminoso: Ó Senhor, fazei com que eu compreenda quão grande paz e segurança tem o coração que não deseja coisa alguma deste mundo” (São Gregório Magno).

 

2° Ponto

Os carrascos tiraram as vestes de Nosso Senhor.

Jesus Cristo é ainda despojado de suas vestes no seu estado sacramental: “Não contente de vê-lo despojado, pelo Amor que nos tem, da glória de sua Divindade e da beleza de sua Humanidade, seus inimigos despojam-no ainda da honra que lhe dá o culto, saqueando as Igrejas, profanando os Vasos Sagrados, o mesmo Tabernáculo, lançando-o por terra” (São Pedro Julião Eymard).

 

3° Ponto

Nosso Senhor é despido pelos carrascos; estando a túnica  colada às suas carnes dilaceradas pelos açoites, arrancaram-Lhe a pele junto com a túnica.

Que o Imaculado Cordeiro nos ajude as desprendermos da nossa vontade própria, grande obstáculo para chegarmos à santidade: “Desapareça a vontade própria e não haverá mais inferno” (São Bernardo de Claraval).

 

4° Ponto

O Bondoso Senhor é despojado se suas vestes.

Antes de dar a Vida por nós, pobres pecadores, Cristo Jesus quis dar as suas vestes... desapego total.

Lembremo-nos continuamente de que não levaremos nada desse mundo; então, usemos dos bens que possuímos para fazer o bem... para entesourarmos tesouros no céu: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam” (Mt 6, 19-20).

 

5° Ponto

Nosso Salvador é despojado de suas vestes.

Peçamos ao Senhor que tire de nós as vestes do orgulho e da vaidade, para que, humildes e desapegados das coisas desse mundo, possamos servi-Lo com maior generosidade: “Nossa vida é breve; mas ainda que vivêssemos muitos séculos, sejam todos para Nosso Senhor. Não devemos viver continuamente na incerteza, entre Deus e o mundo.  Certas coisas não são más, porém perturbam. Deus quer generosidade” (Bem-aventurado José Allamano).

 

 

Décima primeira estação: Jesus é pregado na cruz

Em Lc 23, 33-34 diz: “E chegando ao lugar do Calvário, aí o crucificaram juntamente com os ladrões, um à direita e outro à esquerda. Jesus diz: ‘Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

No Calvário, Jesus Cristo está pregado num madeiro inocente e puro: “Na Comunhão indigna, Jesus é crucificado pelo pecador num corpo de pecado. É atar um corpo vivo a um cadáver em decomposição!” (São Pedro Julião Eymard).

Infeliz do católico que comunga em pecado mortal: “Quando o homem não possui as devidas disposições, a luz nele não permanece. Ela se afasta e a pessoa confunde-se, apaga-se, cai na escuridão, em duplo pecado. Da comunhão conservará apenas o remorso” (Santa Catarina de Sena).

 

2° Ponto

Jesus Cristo é deitado na cruz; estende suas mãos e oferece ao Eterno Pai o sacrifício da sua vida pela nossa salvação. Os carrascos cravam-no na cruz.

Peçamos ao Senhor que crave o nosso coração aos Seus pés, para que ali fiquemos amando-O sempre e nunca mais o deixemos de amar: “Pregos que transpassastes Jesus, pregai-me na cruz de Jesus, a fim de que eu viva e morra unido com Jesus” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

3° Ponto

Nosso Senhor é crucificado pelos inimigos.

No Calvário, Jesus Cristo é crucificado por inimigos declarados; na Comunhão, é crucificado por católicos mascarados, frios e covardes: “Na Comunhão, Jesus é crucificado pelos seus próprios filhos numa hipócrita devoção. No Calvário, só é crucificado uma vez. Na Comunhão o é todos os dias e por inúmeros cristãos!” (São Pedro Julião Eymard).

 

4° Ponto

Em obediência a seu Pai Celestial e para salvar a nossa alma imortal, Jesus, o Filho Unigênito de Deus, se estende sobre o duro lenho da cruz. Com pregos grossos são transpassados as mãos e os pés de nosso divino Salvador, aqueles membros sagrados, que só lhe serviam para fazer bem a todos.

Quem comete pecado mortal crucifica a Nosso Senhor. Pois, cada pecado mortal é um prego duro cravado nas mãos bondosas de Jesus: “Que faz aquele que comete pecado mortal? Injuria a Deus, desonra-o e, no que depende dele, cobre-o de amargura” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

5° Ponto

Nosso Senhor estendeu-se sobre a cruz, e os carrascos, com fortes pancadas de martelo, cravaram os pregos em suas mãos e pés, rasgando suas carnes e veias, deslocando os seus ossos, derramando o seu sangue em rios e esgotando-lhe todas as forças.

Contemplemos a Cristo Jesus crucificado e crucifiquemos sempre a nossa carne com o espírito de uma sincera mortificação: “Os santos de todos os tempos sempre praticaram a mortificação corporal, não só os eremitas ou as ordens penitentes; praticam-na também todas as pessoas que querem viver como bons cristãos. O nosso corpo é como um cavalo desenfreado; ai se não lhe pusermos o freio!” (Bem-aventurado José Allamano).

 

 

Décima segunda estação: Jesus morre na cruz

Em Jo 19, 28-30 diz: “Para que a Escritura se cumprisse, Jesus exclamou: Tenho sede! Havia perto uma vasilha cheia de vinagre. Molharam uma esponja no vinagre, colocaram-na na ponta de uma cana e levaram-na à boca de Jesus. Tendo provado o vinagre, Jesus disse: Tudo está consumado. E inclinando a cabeça, expirou”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

Jesus Cristo depois de três horas de agonia, transpassado de dores, pende o corpo, inclina a cabeça e morre.

Um Deus morre para nos salvar. Por nossos horríveis pecados mereceríamos uma morte desgraçada. Mas a morte de Nosso Senhor é a nossa esperança. Peçamos a Cristo Jesus, que pelos merecimentos de Sua morte, nos conceda a graça de morrermos abraçados aos Seus pés e ardendo de amor por Ele: “Meu Jesus, já que para minha salvação não poupastes a vossa própria pessoa, lançai sobre mim esse olhar afetuoso com que me olhastes um dia, quando estáveis em agonia sobre a cruz; olhai-me, iluminai-me e perdoai-me” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

2° Ponto

Cristo Jesus morre na cruz.

As mãos e os braços de Jesus estão abertos para nos abençoar e abraçar; a cabeça está inclinada para nos dar o beijo de paz e de reconciliação; o seu Coração divino está aberto para nos encerrar nele. Derrama Jesus a última gota de seu Sangue divino para manifestar o amor ilimitado que tem para conosco.

Jesus Cristo nos ama com um amor verdadeiro. Não nos poupemos, mas nos entreguemos a Ele sem reservas.

Entreguemos ao Senhor o nosso coração com todos os seus afetos e aspirações; a nossa alma com todas as suas faculdades e potências; o nosso corpo com todos os sentidos e forças: tudo isso, de boa vontade, consagremos ao Seu santo serviço: “Só o abandono coloca-me em teus braços, Jesus; e me faz viver do pão de teus eleitos: divino Esposo, a ti eu me abandono! Não ambiciono senão o teu doce olhar” (Santa Teresa do Menino Jesus).

 

3° Ponto

Depois de três horas de agonia, Cristo Jesus morreu na cruz.

Contemplemos o crucifixo e, com firme propósito, empreguemos a serviço de Jesus Cristo o resto da nossa vida, pois que por nós deu a Sua vida no meio de tantos tormentos: “Eis-me aqui, quero pertencer, quero sofrer tudo o que for de vossa vontade, já que, por meu amor, morrestes de dor numa cruz” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

4° Ponto

Jesus Cristo morreu... poucos estavam próximo à cruz.

Quando estivermos sofrendo, aprendamos a buscar apoio e consolo em Nosso Senhor e não nas criaturas... elas são falsas, ingratas e indiferentes... nos abandonam nos momentos difíceis: “Também tu podes sentir algum dia a solidão do Senhor na cruz. Procura então o apoio d’Aquele que morreu e ressuscitou. Procura para ti abrigo nas chagas de suas mãos, de seus pés, do seu lado aberto” (São Josemaría Escrivá).

 

5° Ponto

Morreu o Autor da vida, o Unigênito de Deus e Senhor do mundo.

Nosso Senhor morreu para nos salvar. Não merece ser amado um Deus tão bom e tão amoroso? Amemos verdadeiramente a Cristo consumindo-nos por Ele: “Ofereço-me a vós e ofereço a vós todas as coisas; não tenho outro desejo senão o de vos amar e vos dar alegria” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

 

Décima terceira estação: Jesus é tirado da cruz

Em Jo 19, 38 diz: “Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, embora ocultamente, por medo dos judeus, pediu licença a Pilatos para retirar o corpo de Jesus. Pilatos deu licença. Veio então, e retirou o corpo de Jesus”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

A Virgem Dolorosíssima recebe nos braços o corpo de Nosso Senhor.

Nossa Senhora, com o corpo do Senhor em seus braços, contempla e percorre uma por uma de suas chagas. O seu coração de mãe sofre, mas ela silencia.

Diante das provações da vida, contemplemos Cristo crucificado e suportemos as dores em silêncio, a exemplo da Virgem Maria: “Os sábios e os simples encontram no crucifixo muito que aprender” (São Lourenço Justiniano).

 

2° Ponto

O Corpo de Nosso Senhor  foi tirado da cruz e depositado nos braços da Santíssima Virgem, sua Mãe.

Nossa Senhora deu com tanto amor o seu Filho para a nossa salvação, e o mundo o restitui numa só chaga: “Meu filho era branco, mas o mundo o tornou negro pelas contusões e vermelho, não pela cor, mas pelas chagas que lhe abriram. Ele era belo, agora, em vez de belo, é todo deforme; Ele encantava com o seu aspecto, agora causa horror a quem o vê” (Santo Afonso Maria de Ligório).

O mundo é ingrato e inimigo da santidade. Jamais  aceitemos a amizade do mundo; pelo contrário, fujamos desse inimigo das almas imortais: “O mundo vai à procura da glória, das honras, dos prazeres, do orgulho, da impaciência, da cobiça, do ódio, do rancor e do amor-próprio, com uma estreiteza de coração tão grande que não dá espaço ao amor do próximo por causa de Deus. Como se enganam as pessoas, tolas, configurando-se ao mundo pecador!” (Santa Catarina de Sena).

 

3° Ponto

José de Arimatéia e Nicodemos desceram o corpo do Senhor da cruz e o depuseram nos braços de sua aflita Mãe, que o recebeu com ternura e o estreitou contra o peito.

Nossa Senhora torna a fitar os olhos no objeto do seu amor, e considera os estragos que fez n’Ele a barbaridade humana. Somos nós, pobres pecadores, que temos reduzido Jesus a este estado tão lastimoso. Entretanto, o pecador não se move à penitência e ao arrependimento: eis o que, sobretudo, dilacerava o coração de Maria e que lhe fazia derramar tão amargas lágrimas.

Com sincera dor de nossos pecados, prometamos à Santíssima Virgem amar verdadeiramente a Cristo Jesus: “Minha Mãe, tende piedade de mim, que não tenho amado a Deus e tanto o tenho ofendido. Vossas dores me enchem de grande confiança, e me fazem esperar o perdão” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

4° Ponto

A Virgem Santíssima recebe o corpo de Nosso Senhor e contempla principalmente a chaga do Seu Sagrado peito.

Cada católico deve meditar sobre as chagas de Cristo Jesus; sobretudo, do Seu Coração aberto. Esse é o Coração que não duvidou descer à terra por nosso amor, que se ofereceu ao Eterno Pai para nos tirar da escravidão do demônio, que do alto da cruz pediu por nós perdão e que tinha sede de sofrimentos. Nossa Senhora foi a primeira que penetrou nesse augusto santuário, meditou e compreendeu esse amor; foi a primeira que adorou esse Coração como fonte de todas as graças; foi a primeira que escutou as pulsações desse amor imenso.

Afastemos-nos das coisas passageiras e habitemos no Coração Santíssimo de Nosso Senhor: “Ó bom Jesus, quão belo e agradável é habitar em vosso Coração! É ele a pérola preciosa, o rico tesouro que descobrimos no segredo de vosso Corpo transpassado, como no campo escavado...” (São Boaventura).

 

5° Ponto

Esta décima terceira estação nos representa Jesus descido da cruz e colocado nos braços de sua Santa Mãe. 

Como filhos da Virgem Maria, pensemos muitas vezes naquele coração despedaçado de Mãe, o propomos de confortá-lo com um amor filial sempre mais vivo: “Ó minha Mãe dolorosa, não vos quero deixar chorando sozinha. Quero acompanhar-vos com minhas lágrimas. Esta graça, hoje vos peço: obtende-me uma continua memória com uma terna devoção à Paixão de Jesus e à vossa, para que os dias que me restam de vida me não sirvam senão para chorar vossas dores, ó minha Mãe e as de meu Redentor” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

 

Décima quarta estação: Jesus é sepultado

Em Mt 27, 59 diz: “José, tomando o corpo, envolveu-o num lençol limpo e o pôs em seu túmulo novo, que talhara na rocha”.

 

 

Pontos para meditar

 

1° Ponto

Levam o Sagrado Corpo à sepultura.

Forma-se o cortejo fúnebre: “Os discípulos acompanham-no, juntamente com as santas mulheres. Entre as últimas, caminha a Mãe dolorosa, levando também ela o Filho à sepultura... Maria deixa seu coração sepultado com Jesus, porque lhe é Jesus o único tesouro” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Onde sepultaremos o nosso coração? Nas vaidades do mundo inimigo das almas imortais? Nas criaturas falsas e interesseiras? Sejamos sábios! Sepultemos o nosso coração em Cristo Jesus, no Senhor que morreu para nos salvar.

 

2° Ponto

Jesus é depositado no sepulcro.

São Pedro Julião Eymard escreve: “É na Eucaristia, porém, que Jesus de fato está sepultado. Em vez de ficar três dias, fica para sempre  entregue à nossa guarda. Constituiu-se nosso Prisioneiro de Amor. O corporal envolve-o, qual outro sudário. A lâmpada arde ante seu Altar qual luz à entrada da sepultura. O silêncio de morte reina em redor”.

Jesus Sacramentado é o nosso Prisioneiro. Não O deixemos sozinho na “prisão” do sacrário, mas O visitemos frequentemente com fé e devoção: “Meu Deus, que alegria, que esperança, que afetos não deveríamos conceber nós homens, ao considerar que no meio de nossa pátria, em nossas igrejas, perto de nossas casas, habita e vive, no Santíssimo Sacramento do altar, o Santo dos Santos... quero para o futuro, não só visitar-vos com frequência, mas também entreter-me convosco tanto quanto possa” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

3° Ponto

Os discípulos levaram a Jesus para o sepulcro.

Em Mt 27, 59 diz que José de Arimatéia envolveu o corpo de Nosso Senhor num lençol limpo e o colocou num túmulo novo.

Preparemos bem o nosso coração para receber Jesus Sacramentado. Que o nosso coração esteja limpo e novo, isto é, livre do pecado mortal e desapegado das coisas caducas desse mundo: “Jesus, entrando em nosso coração pela Comunhão, quer ainda sepultar-se em nós. Saibamos, pelo menos, preparar-lhe uma sepultura honrosa, nova, alva, inteiramente livre de todo afeto terreno e embalsamemo-lo com o perfume das nossas virtudes” (São Pedro Julião Eymard).

 

4° Ponto

O corpo de Jesus Cristo foi colocado no sepulcro.

José e Nicodemos, entre o amor e o receio, pediram a Pilatos o sagrado corpo de Jesus e sepultaram-no, segundo o costume dos judeus.

No sepultamento de Jesus há duas características que devem merecer nossa atenção: a sepultura é emprestada e é virgem: “É emprestada, porque Aquele que não tivera um berço e, sim, um estábulo, para ser recolhido ao nascer, podia dispensar um monumento funerário, tanto que deveria permanecer no sepulcro algumas horas apenas. É virgem, ainda ninguém havia sido colocado na mesma – virgem como o era Maria Santíssima, sua Mãe Imaculada” (Pe. J. Cabral).

 

5° Ponto

O sacratíssimo corpo do Redentor, depois de ser ungido, foi depositado no sepulcro por Maria Santíssima e outros fiéis que a acompanharam no piedoso enterro de seu divino Filho.

Os amigos de Jesus Cristo, antes de sepultarem o sagrado corpo, derramaram sobre o mesmo bálsamo e perfume: “Também nós devemos depositar sobre o túmulo do Salvador o bálsamo das nossas lágrimas e o perfume de nosso amor e de nossa contrição” (Idem).

 

 

 

Prezado (a) benfeitor (a), depois de meditar a Via-sacra, reze piedosamente a Ladainha da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, composta por Santo Afonso Maria de Ligório.

 

Dulcíssimo Jesus, no Horto das Oliveiras triste até a morte, profundamente angustiado, oprimido de agonia, coberto de suor de Sangue,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, pelo ósculo traidor entregue às mãos dos Vossos inimigos, maltratado, atado e preso com cordas, abandonado pelos discípulos,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, pelo injusto Conselho dos judeus julgado réu de morte, entregue a Pilatos, desprezado e escarnecido pelo ímpio Herodes,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, despido, preso a uma coluna e açoitado cruelmente,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, coroado de penetrantes espinhos, ferido na sagrada Cabeça com uma cana, vestido, por escárnio, de um manto de púrpura, saciado de opróbrios,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, mais odiado que um ladrão e assassino, reprovado pelos judeus, condenado à morte da Cruz,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, carregado com a pesada Cruz, caído em terra, levado ao Calvário como o Cordeiro ao matadouro,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, Homem das dores, despojado de Vossas pobres vestiduras, contado entre os criminosos, imolado em sacrifício pelos nossos pecados,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, cravado cruelmente na Cruz, ferido dolorosamente por causa das nossas iniquidades, quebrantado por causa das nossas culpas,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, escarnecido ainda na Cruz, atormentado e oprimido de dores indizíveis, consumido de sede, abandonado na mais dolorosa agonia pelo próprio Pai Celestial,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, morto na Cruz, traspassado por uma lança à vista de Vossa dolorosa Mãe,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, descido da Cruz, depositado nos braços de Vossa Santíssima Mãe e banhado em Suas lágrimas,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, ungido e embalsamado pelos discípulos amantes com preciosos aromas, envolvido em lençóis limpos e depositado no santo sepulcro,

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

 

V: Ele verdadeiramente tomou sobre Si as nossas iniquidades.

R: E as nossas dores Ele as suportou.

 

Oração: Ó Jesus, Filho Unigênito de Deus e da Virgem Imaculada, que pela salvação do mundo quisestes ser reprovado pelos judeus, atado com cordas, conduzido ao matadouro como um cordeiro, apresentado injustamente aos juízes Anás, Caifás, Pilatos e Herodes, acusado por falsas testemunhas, ferido com pancadas, saciado de opróbrios e injúrias, cuspido no Rosto, açoitado barbaramente, coroado de espinhos, condenado à morte, despojado dos vestidos, pregado com toda a crueldade na Cruz, suspenso entre dois ladrões, vexado com fel e vinagre, abandonado em tormentosa agonia e, finalmente, traspassado por uma lança: por estes tormentos, Senhor, dos quais nós, indignos filhos Vossos, agora com devoção, gratidão e amor nos lembramos, e pela Vossa Santíssima Morte na Cruz, livrai-nos das penas do inferno, e dignai-Vos conduzir-nos ao Paraíso, aonde levastes convosco o Bom Ladrão. Tende piedade de nós, ó Jesus, que com o Pai e o Espírito Santo viveis e reinais, por todos os séculos dos séculos. Amém.

 

 

 

Agradeço-lhe pela preciosa ajuda mensal.

Eu te abençôo e te guardo no Coração Santíssimo de Jesus Cristo.

Atenciosamente,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

 

 

Bibliografia

  • Sagrada Escritura

  • Pe. Luís Bronchain, Meditações para todos os dias do ano

  • Pe. João Batista Lehmann, Euntes... Praedicate!  - V Volume

  • Santo Afonso Maria de Ligório, A prática do amor a Jesus Cristo

  • São Pedro Julião Eymard, A Divina Eucaristia, Vol. 3.

  • São Josemaría Escrivá, Via-sacra

  • São Francisco de Sales, Introdução à Vida Devota

  • Tomás de Kempis, Imitação de Cristo

  • Frei Ambrósio Johanning, Alimento da alma devota

  • Bento XII, Constituição “Benedictus Deus”, Dz. 531

  • Pe. Alexandrino Monteiro, Raio de Luz

  • Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina

  • Santa Catarina de Sena, Cartas

  • São Boaventura, Escritos

  • Santa Teresa do Menino Jesus, Escritos

  • São João da Cruz, Obras Completas

  • São Gregório Magno, Moralia

  • Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual

 

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Circular nº 24 - 25/07/2009”.

www.filhosdapaixao.org.br/circulares/circulares_01_024.htm

 

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