A IMPUREZA

(1 Cor 6, 9-10)

 

"9 Não vos iludais! Nem os impudicos... nem os adúlteros... 10 nem os efeminados, nem os sodomitas... herdarão o Reino de Deus".

 

 

Edições Theologica comenta: "Nesta relação de pecados... São Paulo ensina expressamente que aqueles que cometem tais pecados não herdarão o Reino, isto é, não conseguirão a salvação eterna...

'Não vos enganeis': Pela forma do verbo grego poderia traduzir-se também por 'não vos deixeis enganar' (cfr Ef 5, 5-6). Certamente, pior que cometer tais atrocidades é pretender justificá-las como boas; tal engano é o mais lamentável", e: "O homem peca mortalmente não só quando a sua ação procede de menosprezo direto do amor de Deus e do próximo, mas também quando, consciente e livremente elege um objeto gravemente desordenado, seja qual for o motivo da sua escolha (...). Os pastores devem dar prova de paciência e de bondade: mas não lhes é permitido nem tornar vãos os mandamentos de Deus nem reduzir desmedidamente a responsabilidade das pessoas" (Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé. Declaração "Pessoa humana" (29-XII-1975).

Um nobre oficial francês fazia uma visita a um hospital. Percorrendo as enfermarias, teve ocasião de observar - o que nunca imaginava - as terríveis misérias e enfermidades causadas pelos pecados de impureza. Naquele espetáculo hediondo, naqueles corpos meio apodrecidos, reconheceu ele o castigo imposto por Deus, já nesta vida, ao mais vergonhoso dos pecados.

Quando terminou a visita, horrorizado, exclamou: "Sou cristão e creio que existe um inferno, onde serão castigados os impuros; mas, para fazer-me conceber sumo horror a esse pecado, basta o que acabo de ver neste hospital".

Se há vício no mundo, que rebaixe a natureza humana, - é a impureza. Este vício degradante deprime o homem até à condição do bruto. Como ele, o impuro vive da satisfação de apetites materiais: "A impureza escraviza o homem! Tira-lhe da cabeça a coroa de rei e ata-lhe aos pés a cadeia de escravo. O homem, que se entrega a tal vício, não sabe mais dominar-se. As inclinações de sua natureza viciada traçam-lhe a regra de vida, e ele aí anda vergado sob o jugo das ignóbeis paixões. É este vício tão nocivo que, uma vez alojado no coração do homem, atrofia-lhe todas as faculdades. A vontade já se não sente inclinada para a virtude e piedade; acha, pelo contrário, fastio e tédio em todas as práticas religiosas" (Pe. Alexandrino Monteiro).

Milhares de católicos abandonam a Deus e transformam os seus corações num chiqueiro de impureza.

No ano 135 o imperador Adriano, com ímpio propósito, profanou a gruta do Santo Natal, ali colocando a estátua de Adônias, o impudico ídolo dos pagãos. Onde Cristo infante chorou pela nossa salvação, ali voltara a dominar a imagem da perdição.

Mais vergonhosa profanação ocorre nos corações dos católicos, que receberam a graça no batismo, e que depois a jogou fora, preferindo assim, as baixas paixões.

Aquele que se torna escravo da impureza, possui a vontade fraca e sente nojo da virtude e da piedade. Assim como o porco vive a fuçar a lama, o impuro vive a fuçar a imoralidade oferecida pelo mundo inimigo de Deus e de Sua Palavra.

O impuro não olha para o alto, isto é para o céu, nem se esforça por alcançá-lo. O mesmo não pensa mais nas verdades eternas, porque a impureza, como agudo espinho, lhe cegou: "Nenhum outro pecado se transforma tão facilmente em mau hábito, em vício, como este, resultando dificílima a emenda. É o vício que conduz à cegueira da mente, causa a perda da fé, produz a obstinação da vontade, leva ao desespero, ao ódio de Deus e à impenitência final. Como da alma, prepara também a ruína do corpo. Suas consequências são a perda da honra, a dissipação da fortuna, a ruína da família e da nação" (Pe. João Batista Lehmann).

A impureza é o vício mais comum, aquele que mais estrago faz no mundo: "A luta mais terrível para o cristão é aquela da castidade; onde o combate é diário, rara é a vitória" (Santo Agostinho), e: "É esta a luta mais difícil a se vencer" (Santo Tomás de Aquino), e também: "Pela impureza, mais do que por outro vício, o gênero humano se sente escravo do demônio" (Santo Isidoro), e ainda: "Pela impureza é que o maior número das almas vai para o inferno" (Santo Afonso Maria de Ligório).

O Pe. Alexandrino Monteiro escreve: "Foi pela impureza que Deus desarmou o braço de suas vinganças contra a humanidade corrompida. Ao ver como os homens, no tempo de Noé, se desviavam do caminho da honestidade e se entregavam loucamente a toda sorte de orgias, como que se arrependeu de os ter criado, e mandou um dilúvio que os exterminasse. Não emendados com tão severo castigo, foram mais tarde os habitantes de Sodoma e Gomorra destruídos por outro não menos terrível dilúvio de fogo. Tão abominável é, aos olhos de Deus, a desonestidade! Jesus permitiu que lhe lançassem em rosto toda a sorte de calúnias. Só não permitiu que lhe conspurcassem o nome com a mais leve acusação contra a Angélica virtude. O Espírito Santo nada mais detesta como este vício, que obriga a abandonar as almas de quem é o esposo santificador. Os Anjos, por isso mesmo que são puros espíritos, são também a negação da impureza. O céu, onde mora a santidade incriada - Deus - fecha as portas ao impuro, que tenta transpor o seu limiar... A impureza tem aberto para a maior parte dos homens o caminho da perdição. É por este desfiladeiro que tantas e tantas almas se vão precipitando no abismo da perdição eterna!"

Católico, seja fiel a Nosso Senhor e fuja dos pecados de impureza.

Você sabia que o adultério é pecado mortal? "O adultério. Esta palavra designa a infidelidade conjugal. Quando dois parceiros, dos quais ao menos um é casado, estabelecem entre si uma relação sexual, mesmo efêmera, cometem adultério. Cristo condena o adultério mesmo de simples desejo. O sexto mandamento e o Novo Testamento proscrevem absolutamente o adultério. Os profetas denunciam sua gravidade. Vêem no adultério a figura do pecado de idolatria. O adultério é uma injustiça. Quem o comete falta com seus compromissos. Fere o sinal da Aliança que é o vínculo matrimonial, lesa o direito do outro cônjuge e prejudica a instituição do casamento, violando o contrato que o fundamenta. Compromete o bem da geração humana e dos filhos, que têm necessidade da união estável dos pais" (Catecismo da Igreja Católica, 2380-2381).

Você sabia que a fornicação é pecado mortal? "A fornicação é a união carnal fora do casamento entre um homem e uma mulher livres. É gravemente contrário à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e a educação dos filhos. Além disso, é um escândalo grave quando há corrupção de jovens" (Catecismo da Igreja Católica, 2353).

Você sabia que a masturbação é pecado mortal? "Por masturbação se deve entender a excitação voluntária dos órgãos genitais, a fim de conseguir um prazer venéreo. 'Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmaram sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado" (Catecismo da Igreja Católica, 2352).

Você sabia que a homossexualidade é pecado mortal? "A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo... Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados... Em caso algum podem ser aprovados" (Catecismo da Igreja Católica, 2357).

Você sabia que a bestialidade é pecado mortal? Luxúria praticada com animais.

Você sabia que a pornografia é pecado mortal? "A pornografia consiste em retirar os atos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de maneira deliberada. Ela ofende a castidade porque desnatura o ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito. Mergulha uns e outros na ilusão de um mundo artificial. É uma falta grave. As autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de materiais pornográficos" (Catecismo da Igreja Católica, 2354).

Você sabia que a prostituição é pecado mortal? "A prostituição vai contra a dignidade da pessoa que se prostitui, reduzida, assim, ao prazer venéreo que dela se obtém. Aquele que paga peca gravemente contra si mesmo; viola a castidade à qual se comprometeu em seu Batismo e mancha seu corpo, templo do Espírito Santo. A prostituição é um flagelo social. Envolve comumente mulheres, mas também homens, crianças ou adolescentes (nestes dois últimos casos, ao pecado soma-se um escândalo)" (Catecismo da Igreja Católica, 2355).

Outros pecados de impureza: Toques impuros; beijos, abraços e carícias excitantes; falar, ouvir e cantar coisas impuras, etc.

Para tornar menos áspera a luta e mais segura a vitória, é preciso combater o vício da impureza, não tanto pela frente, mas pelas suas causas, pela fonte.

Todas as suas causas podem ser reduzidas a uma só: o amor desordenado a nós mesmos, que nos leva ao desprezo de Deus: "Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e renderam honra e serviram à criatura em vez do Criador... Por isso Deus os entregou às paixões ignominiosas" (Rm 1, 25-26).

Aquele que não quiser atolar-se nesse lodo, deve desprezar a si mesmo e amar a Deus: "Como pela soberba do espírito se cai na lama da impureza, assim pela humildade é que salvamos a castidade" (Santo Isidoro).

Como vencer a impureza?

1. Fugir das ocasiões de pecado: "Quem quiser salvar-se, precisa renunciar, não somente ao pecado, mas também às ocasiões de pecado, isto é, deve afastar-se deste companheiro, daquela casa, de certas relações de amizade..." (Santo Afonso Maria de Ligório).

2. Manter-se sempre ocupado: "Satanás se serve da ociosidade como de uma porta, para introduzir no coração a turba dos maus pensamentos e maus desejos" (São Bernardo de Claraval), e: "Vigiais, irmãos meus, e não relaxeis no vosso zelo, porque não sois mais santos que Davi, nem mais fortes que Sansão nem mais sábios que Salomão" (Santo Agostinho).

3. Confissão e comunhão frequentes: "A confissão frequente é ocasião para vencer a soberba, além de que dá as graças sacramentais que nos ajudam na luta. O contato do nosso corpo com o Santíssimo Corpo de Nosso Senhor é magnífica ajuda para aplacar a concupiscência" (Ricardo Sada e Alfonso Monroy).

4. Oração frequente: "É preciso que nos convençamos de que da oração depende todo o nosso bem. Da oração depende a nossa mudança de vida" (Santo Afonso Maria de Ligório).

5. Devoção à Santíssima Virgem: "Ama a Senhora. E Ela te obterá graça abundante para venceres nesta luta quotidiana. - E de nada servirão ao Maligno essas coisas perversas, que sobem e sobem, fervendo dentro de ti, até quererem sufocar, com sua podridão bem cheirosa, os grandes ideais, os mandamentos sublimes que o próprio Cristo pôs em teu coração. -- Servirei!" (São Josemaría Escrivá, Caminho, 493).

6. Mortificação: "Ao corpo, tem de se dar um pouco menos que o devido. Do contrário, atraiçoa" (São Josemaría Escrivá, Caminho, 196).

7. Cultivar o pudor: "Adverte do perigo iminente, impede que nos exponhamos a ele e impõe a fuga em certas ocasiões. O pudor não gosta de palavras grosseiras e ordinárias e detesta toda e qualquer conduta imodesta, ainda a mais leve; evita com todo o cuidado a familiaridade suspeita com pessoas do outro sexo, porque enche completamente a alma de um profundo respeito para com o corpo, membro de Cristo e templo do Espírito Santo" (Pio XII, Encíclica Sacra Virginitas, 28).

8. Modéstia no vestir: "A prática do pudor e da modéstia, no falar, no agir e no vestir, é muito importante para criar um clima apropriado à conservação da castidade..." (Sexualidade Humana: Verdade e Significado, 56).

O homem impuro é uma pessoa triste, porque está escravizado ao pecado; não é generoso, porque só pensa em si mesmo e no prazer; enfraquece a Fé, porque o coração se lhe vai cegando...

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 01 de julho de 2007

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. "A impureza"

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