FILHO ÚNICO DE DEUS

(Jo 3, 16-18)

 

 

"16 Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18 Quem nele crê não é julgado; quem não crê, já está julgado, porque não creu no Nome do Filho único de Deus".

 

 

 

Em Jo 3, 16-17 diz: "Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele".

                   

São Gregório de Nissa escreve: "Doente, nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz, esperávamos um salvador;  prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador. Essas razões eram sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo descer até nossa natureza humana para visitá-la, uma vez que a humanidade se encontrava em um estado tão miserável e tão infeliz?" (Or. Catech. 15: PG 45, 48B).

O Verbo se fez carne para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus: "Nisto manifestou-se o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho Único ao mundo para que vivamos por Ele (1 Jo 4, 9). "Pois Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho Único, a fim de que todo o que crer nele não pereça, mas tenha a Vida Eterna" (Jo 3, 16).

O Verbo se fez carne para ser nosso modelo de santidade: "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim..." (Mt 11, 29). "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim" (Jo 14, 6). E o Pai, no monte da Transfiguração, ordena: "Ouvi-o" (Mc 9, 7). Pois Ele é o modelo das Bem-aventuranças e a norma da Nova Lei: "Amai-vos uns aos outros como eu amei" (Jo 15, 12). Este amor implica a oferta efetiva de si mesmo em seu seguimento.

O Verbo se fez carne para tornar-nos "participantes da natureza divina" (2 Pd 1, 4): "Pois esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: é para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim a filiação divina, se torne filho de Deus" (Santo Irineu, Adv, haer., 3, 19, 1).

O Papa Paulo VI escreve: "De tal maneira Deus amou o mundo que lhe entregou Seu Filho Unigênito para a sua salvação. Toda a nossa religião é uma revelação da bondade, da misericórdia, do amor de Deus por nós. 'Deus é amor' (cfr Jo 4, 16), isto é, amor que se difunde e se prodigaliza; e tudo se resume nesta grande verdade que tudo explica e tudo ilumina. É necessário ver a história de Jesus a esta luz. 'Ele amou-me', escreve São Paulo, e cada um de nós pode e deve repeti-lo a si mesmo: Ele amou-me, e sacrificou-Se por mim (Gl 2, 20)" (Homilia do Corpus Christi).

A entrega de Cristo constitui o chamamento mais premente a corresponder ao Seu grande amor: "Se Deus nos criou, se nos redimiu, se nos ama a ponto de entregar por nós o Seu Filho Unigênito (Jo 3, 16), se nos espera - todos os dias! - como aquele pai da parábola esperava o filho pródigo (cfr Lc 15, 11-32), como não há de desejar que O tratemos com amor? O que seria estranho era não falar com Deus, afastar-se d'Ele, esquecê-Lo, dedicar-se a atividades estranhas a esses toques ininterruptos da graça" (São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n° 251).

Por acaso, não merece Deus todo nosso amor? Ele nos amou eternamente: "Amo-te com um amor eterno" (Jr 31, 3). Deus diz ao homem:

- "Olhe, fui eu o primeiro a amar você. Você não estava ainda no mundo. O mundo nem existia, e eu já o amava. Eu amo você desde que sou Deus. Amo você, e desde que amei a mim mesmo, amei também você!"

Santa Inês, virgem, tinha razão quando lhe apresentaram jovens que pretendiam ser seus esposos. Ela dizia:

- "Outro amor me conquistou primeiro. Jovens deste mundo, desistam de pretender meu amor. O primeiro a me amar foi o meu Deus. Amou-me desde a eternidade, por isso é justo dar-lhe todos os meus afetos, não amar outro senão Ele!"

Os homens deixam-se levar pelas recompensas. Deus quis cativá-los ao seu amor por meio de seus dons. Disse, portanto:

- Quero atrair os homens a me amar com aqueles laços com que se deixam prender, isto é, laços de amor que são exatamente todos os dons feitos por Deus aos homens. Dotou-os de alma com potências perfeitas à sua imagem, memória, entendimento, vontade. O corpo com seus sentidos. Depois criou o céu, a terra e tantas outras coisas, todas por amor do homem. Céus, estrelas, plantas, mares, rios, fontes, montanhas, metais, frutas e tantas espécies de animais. Deus criou tudo para o homem e quer que este o ame em agradecimento por tantos dons. Santo Agostinho exclamava:

- "O céu e a terra e todas as coisas me dizem que eu devo amar-vos. Senhor meu, todas as coisas que vejo na terra e acima da terra me falam e me exortam a vos amar. Todas me dizem que as fizestes por meu amor".

O abade Rancé, fundador da Trapa, ficava olhando de sua ermida as colinas, as fontes, as aves, as flores, as plantas e o céu; sentia-se inflamado por Deus em cada uma destas criaturas feitas pelo seu amor.

Santa Maria Madalena de Pazzi inflamava-se no amor de Deus quando tinha nas mãos uma bonita flor:

- "Meu Senhor pensou em criar esta flor, desde toda a eternidade, por meu amor". Essa flor tornava-se em suas mãos como uma flecha de amor que a feria e unia sua pessoa mais intimamente a Deus.

Olhando as árvores, as fontes, os regatos, lagos e campos, dizia Santa Tereza: "Todas estas belas criaturas me lembram a minha ingratidão por amar tão pouco o Criador. Criou-as para ser amado por mim". Conta-se que um eremita, caminhando pelo campo, sentia que as plantas e as flores como que reprovavam sua ingratidão para com Deus. Tocando-as com a bengala, dizia-lhes:

- "Calem-se, calem-se. Vocês me chamam de ingrato; dizem-me que Deus as criou por meu amor e eu não o amo. Já entendo. Calem-se, calem-se! Não me reprovem mais".

Mas Deus não se contentou em dar-nos estas belas criaturas. Além disso, para cativar todo o nosso amor, Ele deu-se a nós em todo o seu ser. Deus Pai chegou ao extremo de nos dar seu próprio Filho: "Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu seu Filho único" (Jo 3, 16).

Vendo-nos mortos e privados de sua graça por causa do pecado, o que fez o Eterno Pai? Pelo amor imenso, ou melhor, pelo amor excessivo que nos tinha, mandou seu querido Filho que pagasse por nossos pecados. Devolveu-nos assim a vida tirada de nós pelo pecado. Como diz São Paulo: "Mas Deus que é rico em misericórdia, pelo excessivo amor com que nos amou, quando estávamos mortos por nossos pecados, nos vivificou juntamente com Cristo" (Ef 2, 4-5).

Dando-nos o Filho, não o perdoando para nos perdoar, deu-nos todos os bens: sua graça, seu amor, o céu. Todos esses bens são certamente menores que o Filho de Deus!

"Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas que o entregou por todos nós, como não nos dará também com Ele todas as coisas?" (Rm 8, 32).

O Filho de Deus, pelo amor que nos tem, deu-se também todo a nós: "Amou-nos e se entregou a si mesmo por nós" (Gl 2, 20). Fez-se homem, vestiu-se de carne, como nós. "O Verbo se fez carne" (Jo 1, 14) para nos remir da morte eterna, recuperar-nos a graça divina, o paraíso perdido. Eis aqui um Deus aniquilado! "Esvaziou-se a si mesmo e assumiu a condição de servo tomando a semelhança humana" (Fl 2, 7). O Senhor do mundo humilhou-se até tomar a forma de servo. Sujeita-se a todas as misérias que os homens padecem.

Sem morrer nem sofrer, Ele bem podia salvar-nos, é o que mais se admira. Mas não! Escolheu uma vida de aflições e desprezos e uma morte cruel e vergonhosa. Morreu numa cruz, destinada aos criminosos: "Humilhou-se ainda mais e foi obediente até a morte, e morte de cruz" (Fl 2, 8).

Podendo remir-nos sem sofrer, por que desejou escolher a morte de cruz? Para nos mostrar seu amor: "Amou-nos e se entregou por nós" (Ef 5, 2). Amou-nos e, porque nos amava, entregou-se nos braços da dor, da vergonha, da morte mais dolorosa que algum homem já suportou na terra.

São Paulo, apaixonado por Jesus Cristo, diz com razão: "A caridade de Cristo nos constrange" (2 Cor 5, 14). E ele se refere não tanto ao que Cristo sofreu, mas ao amor que nos mostrou nos seus sofrimentos. É isto que nos obriga e quase nos força a amá-lo. Sobre isso diz São Francisco de Sales: "Jesus Cristo, verdadeiro Deus, amou-nos até sofrer por nós a morte na cruz. Não é isto como que ter nosso coração debaixo de uma prensa? Como que senti-lo apertar com vigor e espremer amor com uma força que é tanto mais forte quanto mais amável? Por que não abraçamos Jesus Cristo Crucificado para morrer na cruz com Ele? Ele quis morrer nela por nosso amor. Eu o abraçarei, deveríamos dizer, e não o abandonarei jamais. Morrerei com Ele, abrasar-me-ei nas chamas de seu amor. Um mesmo fogo consumirá este divino Criador e a sua miserável criatura. Cristo se dá todo a mim e eu me entrego todo a Ele. Viverei e morrerei sobre seu coração: nem a vida, nem a morte me separarão d'Ele. Ó Amor Eterno, minha alma vos busca e vos acolhe para sempre. Vinde, Espírito Santo, inflamai os nossos corações no vosso amor. Ou amar ou morrer! Morrer a qualquer outro amor, para viver no amor de Cristo. Salvador dos homens, fazei que cantemos eternamente: viva Jesus, a quem amo. Amo a Jesus que vive nos séculos dos séculos" (Tratado do Amor de Deus, 1. 7, c. 8 e 1. 12, c. 13).

O amor de Jesus Cristo aos homens era tanto que desejava a hora de sua morte para lhes mostrar o afeto que lhes tinha. Por isso, com frequência, repetia em sua vida: "Devo receber o batismo, e quanto o desejo até que Ele se realize" (Lc 12, 50).

Eu tenho que ser batizado em meu próprio sangue! Como me sinto desejoso de que chegue depressa a hora de minha Paixão, para que, depressa também, o homem conheça por ela, o amor que lhe tenho.

São João fala daquela noite em que Jesus Cristo começou sua paixão: "Sabendo que chegara sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 13, 1). O Redentor chamava aquela hora de "sua hora" porque o tempo de sua morte era o tempo desejado por Ele. Queria dar aos homens a última prova de amor, morrendo por Eles numa cruz, consumido de dores.

Quem pôde, alguma vez, levar Deus a morrer condenado numa cruz no meio de dois criminosos, com tanta vergonha para sua grandeza de Deus? Quem fez isto? Pergunta São Bernardo. E responde:

- "Foi o amor, que esqueceu sua dignidade" (Tractatus de caritate, c.6, n° 29).

O amor quando procura fazer-se conhecido, não leva em conta aquilo que mais convém à dignidade da pessoa que ama, mas o que mais conduz a manifestar-se à pessoa amada. Com muita razão exclamava São Francisco de Paula, olhando um crucifixo: "Ó caridade, ó caridade, ó caridade". Vendo Jesus na cruz, deveremos, entusiasmados, exclamar: ó amor, ó amor, ó amor!

Se a fé não nos garantisse, quem poderia crer que Deus onipotente, Senhor de tudo, quis amar tanto o homem, parecendo até ficar fora de si, por amor de nós? São Lourenço Justiniano dizia: "Vimos a própria sabedoria, o Verbo Eterno enlouquecido por excessivo amor pelos homens".

Tomando nas mãos um crucifixo. Santa Maria Madalena de Pazzi exclamava admirada: "Sim, Jesus, vós estais louco de amor. Eu o digo e sempre direi, estais louco de amor".

Mas Dionísio Areopagita dizia: "Não, não é uma loucura. O amor de Deus tem como efeito fazer sair fora de si aquele que ama, e se dar inteiramente à pessoa amada".

Oxalá os homens considerassem, olhando Jesus Crucificado, o afeto que Ele teve a cada um de nós! São Francisco de Sales dizia: "Ficaríamos abrasados à vista das chamas que se encontram em nosso Redentor! Que felicidade poder arder naquele fogo em que arde nosso Deus! Que alegria estarmos unidos a Deus com cadeias de amor". São Boaventura dizia que as chagas de Jesus Cristo ferem os corações mais duros e aquecem as almas mais frias. Quantas flechas de amor saem dessas chagas e ferem os corações mais insensíveis! Quantas chamas saem do Coração ardente de Cristo e aquecem os corações mais frios! Quantas cadeias saem do lado ferido e prendem os corações mais endurecidos!

São João de Ávila era tão entusiasmado por Jesus Cristo, que em todas as suas pregações não deixava nunca de falar do amor de Cristo por nós. Escrevendo sobre o amor de nosso querido Redentor, expressa estes ardentes sentimentos:

"Vós, Redentor, amastes o homem de tal modo que, quem considerar este amor, não pode deixar de vos amar. Vosso amor faz violência aos corações, como diz São Paulo: 'O amor de Cristo nos constrange!' A origem do amor de Jesus Cristo para com os homens é sua caridade para com Deus. Ele mesmo o disse aos seus discípulos na Quinta-Feira Santa: 'Para que o mundo saiba que amo o Pai: levantai-vos e vamos".

- Mas, para onde?

- Morrer pelos homens, na cruz!

Inteligência alguma compreenderá o quanto arde este fogo no Coração de Jesus Cristo. Assim como lhe foi mandado sofrer uma morte, do mesmo modo, se lhe tivesse sido ordenado que sofresse mil mortes, Ele teria amor bastante para sofrê-las todas. Foi-lhe imposto sofrer por todos os homens; mas se lhe fosse pedido fazê-lo pela salvação de um só, tê-lo-ia feito do mesmo modo que o fez por todos. Assim como esteve três horas na cruz, se fosse necessário estar nela até o dia do juízo, Ele teria amor para fazê-lo. Jesus Cristo amou muito mais do que sofreu.

Ó Amor Divino, fostes maior do que exteriormente vos mostrastes. Mostrastes-vos grande exteriormente, porque tantas chagas e feridas nos falam de um grande amor. Mas não dizem toda sua grandeza. Interiormente fostes maior do que exteriormente vos manifestastes: vossas dores físicas foram, apenas, uma faísca que saiu daquela grande fornalha de imenso amor.

O maior sinal de amor é dar a vida pelos amigos. Contudo, não foi um sinal que bastasse a Jesus Cristo para exprimir seu amor por nós.

Esse amor, quando se dá a conhecer, faz as pessoas boas saírem de si e ficarem estarrecidas. Por isso as pessoas sentem afervorar-se o coração, desejam o martírio, alegram-se no sofrimento, têm alívio nos grandes sofrimentos. Passeiam nas brasas como se fossem rosas, desejam os tormentos, regozijam-se com o que o mundo teme, abraçam o que o mundo detesta. Para a pessoa unida a Cristo na cruz - diz Santo Ambrósio - nenhuma coisa é mais consoladora e gloriosa do que trazer consigo os sinais de Jesus Crucificado.

 

Em Jo 3, 18 diz: "Quem nele crê não é julgado; quem não crê, já está julgado, porque não creu no Nome do Filho único de Deus".

 

O Monge Edouard Clerc escreve: "Quem crê em Cristo, Filho de Deus, e aceita os seus ensinamentos, esforçando-se por praticá-los durante a vida e lutando por ser fiel, não corre o risco de condenar-se. É uma delicadeza de Deus Pai dar-nos como Juiz o próprio Jesus, que é Homem e conhece a nossa fraqueza".

Jesus Cristo exige como primeiro requisito para participar do Seu amor a fé n'Ele. Com ela passamos das trevas para a luz e entramos no caminho de salvação. "Quem não acredita já está condenado" (Jo 3,18).

As palavras de Cristo são, ao mesmo tempo, palavras de juízo e de graça, de morte e de vida. É que só infligindo a morte ao que é velho podemos ter acesso à novidade de vida: e isto, que vale, em primeiro lugar, das pessoas, vale também dos diversos bens deste mundo que estão marcados tanto pelo pecado do homem como pela bênção de Deus (...). Por si mesmo e pelas próprias forças não há ninguém que se liberte do pecado e se eleve acima de si mesmo, ninguém absolutamente que se liberte a si mesmo da sua enfermidade, da sua solidão ou da sua escravidão, mas todos precisam de Cristo como modelo, mestre, libertador, salvador, vivificador. De fato, na história humana, mesmo sob o ponto de vista temporal, o Evangelho foi um fermento de liberdade e de progresso e apresenta-se sempre como fermento de fraternidade, de unidade e de paz.

Não basta o batismo e a fé para se salvar; é preciso praticar boas obras: "Quem, sendo muito embora membro da Igreja Católica, não pusesse em prática os seus ensinamentos, este seria membro morto, e, portanto não se salvaria, porque para a salvação de um adulto requerem-se não só o Batismo e a fé, mas também as obras conformes à fé" (São Pio X, Catecismo Maior, 171).

"Os demônios também acreditam e, no entanto, estremecem" (Tg 2, 19).

São Tiago chega a comparar a fé que não se manifesta em obras com a dos Demônios. Estes também crêem, obrigados de alguma maneira pela evidência dos sinais - milagres e profecias, por exemplo - que acompanham a doutrina cristã (cfr Suma Teológica, II-II, q. 5,a. 2). Mas essa fé não os salva; pelo contrário, fá-los tremer, ao recordar-lhes a justiça divina e o seu castigo eterno.

Comentando este versículo, São Beda ensina que uma coisa é crer a Deus, outra crer em Deus, e outra crer tendendo para Deus: "Crê-Lo é crer que são verdadeiras as coisas que diz. Crer n'Ele é crer que é Deus. Crer tendendo para Ele é amá-Lo. Crer que é verdade o que diz podem fazê-lo muitos, também os maus; crêem que é verdade e não querem praticá-lo, porque são preguiçosos para agir. Crer que Ele é Deus, também os Demônios puderam. Mas crer tendendo para Deus, é próprio dos que amam a Deus, que não são cristãos só pelo nome, mas também pelas obras e pela vida. Porque sem amor a fé é inútil. Com amor, é a fé do cristão; sem amor, a fé do Demônio" (Super lac expositio, ad loc.).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 14 de maio de 2008

 

 

Bibliografia

 

Bíblia Sagrada

Catecismo da Igreja Católica

Santo Afonso Maria de Ligório, A Prática do amor a Jesus Cristo

Edouard Clerc, Que há para além da morte

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. "Filho único de Deus"

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