QUEREMOS ATRAVESSAR A TUA TERRA

(Nm 20, 17)

 

 

“Queremos, se isto te apraz, atravessar a tua terra”.

 

 

Moisés enviou de Cades mensageiros: ‘Ao rei de Edom. Assim fala teu irmão Israel. Tu mesmo sabes quantas tribulações nos têm advindo (Nm 20, 14). Nossos pais desceram ao Egito onde habitamos por muito tempo. Os egípcios, contudo, nos maltrataram, bem como a nossos pais (Nm 20, 15). Clamamos a Deus. Ele ouviu a nossa voz e enviou o anjo que nos tirou do Egito. Eis que agora estamos em Cades, cidade que está nos confins do teu território (Nm 20, 16). Queremos, se isto te apraz, ATRAVESSAR a TUA TERRA. Não atravessaremos os CAMPOS, nem as VINHAS; não BEBEREMOS água dos poços; SEGUIREMOS a ESTRADA REAL, sem nos DESVIARMOS para a DIREITA ou para a ESQUERDA, até que ATRAVESSEMOS o teu território (Nm 20, 18).

                   

Cades (hebr. qadesh, também chamado Cades Barne, qadesh-barne’, etimologia incerta). Um ponto do deserto ao longo da caminhada de Israel na ida do Egito para Canaã. Conforme consenso geral, está ele localizado junto a uma fonte no Negueb, agora chamada Ain Qudeirat, perto da qual existem duas outras fontes menores.

 

Edom (hebr. edôm, talvez relacionada com a raiz ’dm, “vermelho”, referindo-se ao terreno avermelhado). É o nome de um povo e de um território do Antigo Testamento. O território se estendia ao Sul do mar Morto, até o golfo de Áqaba.

 

Católico, como está em Nm 20, 14-17, liberto da escravidão egípcia, atravessando o DESERTO rumo à TERRA PROMETIDA, o povo de Israel chegou à fronteira da terra do Edomitas: PAGÃOS e CRUÉIS.

 

Nós católicos FOMOS LIBERTOS, não da escravidão do Egito, mas sim, da ESCRAVIDÃO do DEMÔNIO.

Deus, ao criar o homem, concedeu-lhe o dom da graça santificante, elevando-o à dignidade de seu filho e herdeiro do Céu. Com o pecado de Adão e Eva, rompeu-se a amizade do homem com Deus, e a alma perdeu a vida da graça.

A misericórdia de Deus, no entanto, é infinita: compadecido da nossa triste situação, enviou o seu Filho à terra para nos resgatar do pecado, devolver-nos a amizade perdida e a vida da graça, tornando-nos novamente dignos de entrar na glória celeste.

Tudo isto nos concede através do sacramento do Batismo: “Com Ele fomos sepultados pelo Batismo, para participarmos na sua morte, de modo que, assim como Ele ressuscitou de entre os mortos pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova” (Rm 6, 4).

São Cirilo de Jerusalém comenta: “O Batismo é algo de grandioso. Apaga os pecados, dá à alma nova existência, é uma veste luminosa, um sigilo indelével de santidade. É o sinal de nossa incorporação no rebanho de Cristo, que recebemos no instante do batismo, pois nele o nosso corpo é lavado com água. O Espírito Santo imediatamente consagra a nossa alma e lhe imprime um sigilo sagrado” (Cat. Myst.; cf. Summa Theol., III, 66, 9).

 

O povo de Israel caminhava pelo DESERTO rumo à TERRA PROMETIDA.

Nós católicos, LIBERTOS do DEMÔNIO, feitos filhos de Deus, caminhamos pelo DESERTO desta VIDA, RUMO ao Céu.

Os Edomitas eram PAGÃOS e CRUÉIS. Também o DESERTO da vida, onde devemos atravessar para chegar ao PARAÍSO PROMETIDO, é um território PAGÃO e bastante perigoso para nossas almas; seremos perseguidos continuamente pelos INIMIGOS VISÍVEIS e INVISÍVEIS: “Mas o pior é que os perseguidores não são apenas os que se vêem; há também os invisíveis, e estes são muito mais numerosos” (Santo Ambrósio, Comentário sobre o Salmo 118).

 

Católico, foi dito ao rei de Edom: Queremos, se isto te apraz, ATRAVESSAR a TUA TERRA. Não atravessaremos os CAMPOS, nem as VINHAS; não BEBEREMOS água dos poços; SEGUIREMOS a ESTRADA REAL, sem nos DESVIARMOS para a DIREITA ou para a ESQUERDA, até que ATRAVESSEMOS o teu território.

Católico, seja prudente ao atravessar o DESERTO da VIDA, esse TERRITÓRIO está cheio de ARMADILHAS e outros PERIGOS.

Ninguém se deixe ENCANTAR pelos VINHEDOS do MUNDO. O mundo inimigo de Deus e das almas imortais colocará em seu caminho os seus “pratos” cheios de LISONJAS (louvor fingido, bajulação...), mas que são na verdade, VENENOSOS: “O mundo nada tem de bom, de estável. Seus bens não passam de vaidade, decepção, amargura. Suas promessas são estéreis, falsas e pérfidas. Suas honras, seus prazeres, suas amizades geram a escravidão, o pecado e a apostasia” (São Pedro Julião Eymard, A Divina Eucaristia, Vol. 3).

Ninguém MATE a sua sede de FELICIDADE nas ÁGUAS contaminadas da LUXÚRIA, do ORGULHO e da AVAREZA. Lembre-se de que somente em Deus é possível encontrar a VERDADEIRA FELICIDADE: “Quem pode fazer-me mais feliz do que Deus? N’Ele encontro tudo” (Santa Teresa dos Andes, Carta 81).

Infeliz daquele que deixa de buscar a felicidade em Deus, para buscá-la num COPO de PINGA, nas NOVELAS PODRES, no SEXO fora do casamento, no DINHEIRO...

 

Católico, seja FIEL a nosso Senhor; CAMINHE pela ESTRADA real dos MANDAMENTOS da Lei de Deus e da Igreja, sem se VIRAR nem para a DIREITA nem para a ESQUERDA. CAMINHE DIREITO até o REINO ETERNO do Pai Celeste, onde lhe está preparado um lugar com ETERNO AMOR.

Milhões de católicos deixam de CAMINHAR pela ESTRADA SEGURA da Lei de Deus e dos ENSINAMENTOS da Santa Igreja, para ENTRAREM por DESVIOS PERIGOSOS; ali eles são “DEVORADOS” pelo DEMÔNIO, pelo MUNDO e pela CARNE.

Cuidado católico, não abandone o CAMINHO da LUZ para OLHAR os DESVIOS das TREVAS; a QUEDA será IRREPARÁVEL.

 

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 25 de julho de 2008

  

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. "Queremos atravessar a tua terra"

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