VALE TENEBROSO

(Sl 23, 4)

 

“Ainda que eu caminhe por um vale tenebroso, nenhum mal temerei, pois estás junto a mim; teu bastão e teu cajado me deixam tranquilo”.

 

Deus nos criou... e não nos criou por acaso. Não sabemos quanto tempo viveremos aqui na terra, mas é preciso viver santamente cada minuto... iluminar sempre com a luz do nosso bom exemplo: “O bom exemplo é um sermão que todos podem pregar. Com ele pode fazer-se mais fruto nas almas, do que com muitos discursos que só recreiam os ouvidos” (Pe. Alexandrino Monteiro).

Às vezes temos que passar anos e anos pelo VALE TENEBROSO, que é a oposição sistemática da parte dos ímpios à conduta dos fiéis seguidores de Deus, que não querem se afastar do bom caminho nem dos mandamentos.

Esse VALE TENEBROSO pode estar dentro de nossa casa... no ambiente onde trabalhamos... na escola onde estudamos... na rua... no lugar de lazer... É preciso que estejamos sempre atentos para não tropeçarmos e cairmos na lama. Existem ambientes que são cheios e cobertos de trevas, isto é, TENEBROSOS; mas se Deus estiver “pilotando” a barquinha de nossa vida, passaremos por cima de tudo sem naufragarmos: “Cristo comigo, a quem temerei? Mesmo que as ondas se agitem contra mim, mesmo os mares, mesmo o furor dos príncipes: tudo isto me é mais desprezível que uma aranha” (São João Crisóstomo).

Católico, como é importante viver na Graça Santificante, isto é, com Deus na alma... Se o Senhor está conosco nenhum VALE TENEBROSO nos assustará, porque Ele é a LUZ ETERNA: “... nenhum mal temerei, pois estás junto a mim”.

Se o Senhor é o Hóspede divino de nossa alma, não temos porque temer: “Ainda que atravesse as sombras da morte’. Ainda que atravesse esta vida que é a sombra mortal. ‘Não temerei mal algum. Estás comigo’. Não temerei males, porque habitas em meu coração pela fé; e agora estás comigo, de sorte que, após as sombras da morte, também eu esteja contigo” (Santo Agostinho).

Quem está com Deus não recua, mas caminha com firmeza e rapidez pelo VALE TENEBROSO, porque sabe que o Senhor o protegerá na hora certa: “Felizes hão de ser todos aqueles que põem sua esperança no Senhor” (Sl 2, 12), e: “Quando eu penso: ‘Estou quase caindo!’ Vosso amor me sustenta Senhor! Quando o meu coração se angustia, consolais e alegrais minha alma” (Sl 93, 18-19), e também: “Sobrevêm muitas ondas e fortes procelas; mas não tememos afundar, pois estamos firmes sobre a pedra. Enfureça-se o mar, não tem forças para dissolver a pedra; ergam-se as vagas, não podem submergir o navio de Cristo” (São João Crisóstomo).

Como é seguro viver unido ao Deus FORTE: “... pois estás junto a mim”.

Se a LUZ está em nós, o VALE TENEBROSO não nos impedirá de caminhar no bem: “Deus sai como um herói, como se fosse um guerreiro o seu zelo se inflama, ele ergue o grito de guerra, sim, ele grita, atira-se vitoriosamente sobre os seus inimigos” (Is 42, 13).

Humilhemo-nos diante do Deus FORTE e Ele nos FORTALECERÁ... e passaremos corajosamente pelo VALE TENEBROSO: “Ó bondade infinita! Donde vem tanta força na vontade de vossa criatura? De vós, suma e eterna força!” (Santa Catarina de Sena).

Católico, existem muitas “feras” que trabalham e lutam continuamente para obstaculizar os nossos passos rumo à FELICIDADE ETERNA, o Céu... mas o nosso Pastor Eterno possui um cajado... poderoso e forte cajado que nos deixam tranquilos: “... teu bastão e teu cajado me deixam tranquilo”.

O cajado do nosso Pastor é suficiente garantia para sentirmos seguros ante os perigos que não são poucos. Ele, o nosso Forte Pastor... Poderoso Pastor... Valente Pastor... vai à frente abrindo caminho com o seu cajado armado contra as “feras” que tentam nos assaltar, e ao mesmo tempo, aponta-nos com o cajado o caminho seguro por onde devemos passar: “Teu bordão e teu báculo são o meu reconforto’. Tua disciplina, como bordão que guia o rebanho de ovelhas e como cajado para  as ovelhas maiores, que da vida animal crescem para a espiritual, em vez de me afligirem mais me consolaram, porque tu te lembras de mim” (Santo Agostinho).

Rezemos com atenção, devoção e respeito: “Fazei, ó Senhor, que tenha para com todas as coisas amor ordenado. Tire o olhar da terra e o levante ao céu, use deste mundo como se dele não usasse, e saiba discernir com certo íntimo sabor da mente as coisas de que me devo servir e as que devo gozar, a fim de ocupar-me provisoriamente das coisas transitórias, e só o estrito necessário, mas com eterno desejo abrace as realidades eternas” (São Bernardo de Claraval).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 21 de setembro de 2010

 

 

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Vale Tenebroso”
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