MORTIFICAR O CORPO

(1 Cor 9, 27)

 

“Trato duramente o meu corpo e reduzo-o à servidão...”

 

Enquanto estamos nesta vida, ninguém tem a perseverança final assegurada: “Ninguém se promete nada certo com certeza absoluta, ainda que todos devam colocar e por no auxílio de Deus a mais firme esperança. Porque Deus, se eles não faltam à sua graça, como começou a obra boa, assim a acabará, ‘operando o querer e o acabar’ (Fl 2, 13)” (Concílio de Trento).

Nessa luta ascética que, por conseguinte, há de manter todo o homem, o Apóstolo assinala a necessidade da mortificação do próprio corpo e das suas más inclinações. Desta forma, com a ajuda da graça de Deus e confiado na sua misericórdia, poderá o cristão fazer suas as palavras que São Paulo escrevia no fim da sua vida: “E agora está preparada para mim a coroa da justiça que o Senhor, justo Juiz, me dará daquele dia” (2 Tm 4, 8).

A mortificação deve abraçar o homem inteiro, CORPO  e ALMA; porque o homem inteiro, se não está bem disciplinado, é que é uma ocasião de pecado. É certo que, falando com rigor, só a vontade é que peca; mas a vontade tem por cúmplices e instrumentos o corpo com os seus sentidos exteriores e a alma com todas as suas faculdades. É, por conseguinte, o homem todo que deve ser disciplinado ou mortificado.

A mortificação combate o prazer. É certo que o prazer em si não é um mal; é até um bem, quando se subordina ao fim para que Deus o instituiu. Ora, Deus quis vincular certo prazer ao desempenho do dever, a fim de facilitar o seu cumprimento. Assim, por exemplo, encontramos certo gosto no comer e beber, no trabalho e noutros deveres deste gênero. Donde se deduz que, no plano divino, o prazer não é um fim senão um meio. Gozar o prazer, com o fim de melhor cumprir o dever, não é, pois, proibido; é a ordem estabelecida por Deus. Mas querer o prazer por si mesmo, como fim, sem relação alguma com o dever, é pelo menos arriscado, pois se corre perigo de escorregar dos prazeres lícitos aos ilícitos. Gozar o prazer, excluindo o dever, é pecado mais ou menos grave, porque é a violação da ordem estabelecida por Deus. A mortificação consistirá, pois, em nos privarmos dos prazeres maus, contrários à ordem providencial, ou à lei de Deus ou da Igreja; em renunciarmos até aos prazeres perigosos, para nos não expormos ao pecado; e ainda em nos abstermos de alguns prazeres lícitos, para melhor assegurarmos o império da vontade sobre a sensibilidade. Neste mesmo intuito, não somente nos privaremos de alguns prazeres, mas até nos infligiremos algumas mortificações positivas, porque é um fato da experiência que não há nada mais eficaz para amortecer a inclinação ao prazer do que impor-se algum trabalho ou sofrimento de supererrogação (demasia, excesso).

Mas a mortificação deve-se praticar com PRUDÊNCIA ou DISCRIÇÃO: deve ser proporcionada às forças físicas e morais de cada um e ao cumprimento dos deveres de estado. 1) É mister poupar as forças físicas; porquanto, segundo São Francisco de Sales, estamos expostos a grandes tentações em dois estados, a saber, quando o corpo está demasiadamente nutrido, ou excessivamente abatido; é que, efetivamente, neste último caso facilmente se cai em neurastenia (mau humor ou irritabilidade fácil), que obriga depois a cuidados perigosos. 2) É preciso poupar as forças morais, isto é, não se impor ao princípio excessivas privações que não se poderão continuar por muito tempo e que, no momento em que se deixam, podem conduzir ao relaxamento. 3) Importa, sobretudo, que estejam em harmonia com os deveres de estado, pois que estes, por obrigatórios, devem prevalecer às obras de supererrogação. Assim, por exemplo, seria mau para uma mãe de família praticar austeridade que impedissem de cumprir os seus deveres para com o marido e os filhos. 4) Há uma certa hierarquia nas mortificações: as interiores valem, evidentemente, mais que as exteriores, por combaterem mais diretamente a raiz do mal. Mal importa não esquecer que estas facilitam muito a prática daquelas; quem quisesse disciplinar a imaginação, sem mortificar os olhos, não chegaria a grandes resultados, precisamente porque estes fornecem àquela as imagens sensíveis que lhe dão pasto. Foi erro dos modernizantes mofar das austeridades dos séculos cristãos. De efeito, os Santos de todas as épocas, tanto os que foram beatificados ou canonizados nestes últimos tempos como os outros, castigaram asperamente o próprio corpo e os sentidos exteriores, bem persuadidos que, no estado de natureza decaída, é o homem todo que deve ser mortificado, para pertencer totalmente a Deus.

 

I. DA MORTIFICAÇÃO DO CORPO E

DOS SENTIDOS EXTERNOS

 

Nosso Senhor  Jesus Cristo havia recomendado aos seus discípulos a prática moderada do jejum e abstinência, a mortificação da vista e do tato. São Paulo compreendia tão bem a necessidade de mortificar o corpo, que o castigava severamente, para escapar ao pecado e à reprovação: “Trato duramente o meu corpo e reduzo-o à servidão...” (1 Cor 9, 27). A própria Igreja Católica interveio para prescrever aos fiéis certos dias de jejum e abstinência.

Qual é a razão de tudo isto? É indubitável que o corpo, bem disciplinado, é um servidor útil, necessário até, cujas forças importam poupar, para colocá-las ao serviço da alma. No estado, porém, de natureza decaída, o corpo busca gozos sensuais, sem fazer caso do que é permitido ou vedado; tem até inclinação especial para os prazeres ilícitos e muitas vezes se revolta contra as faculdades superiores que lhos querem interdizer. Inimigo perigosíssimo, porque nos acompanha por toda a parte, à mesa, no leito, nas jornadas, e muitas vezes até encontra cúmplices dispostos a excitar-lhe a sensualidade e luxúria. É que, na verdade, os seus sentidos são outras tantas portas abertas, pelas quais sorrateiramente se insinua o sutil veneno do prazer vedado. É, pois, absolutamente necessário velar sobre ele, dominá-lo, reduzi-lo à servidão; senão, ver-nos-emos atraiçoados por ele.

 

A.   MODÉSTIA DO CORPO

 

Para mortificar o corpo, comecemos por observar perfeitamente as regras da MODÉSTIA e CIVILIDADE; nisto se encontra abundante  matéria de mortificação. O princípio, que nos deve servir de regra, é o de São Paulo: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que reside em vós?” (1 Cor 6, 15.19).

É mister, pois, respeitar o nosso corpo como um templo santo, como um membro de Cristo. Nada desses trajes mais ou menos indecentes, que são feitos senão para provocar a curiosidade e a volúpia. Cada qual traga o vestido reclamado pela sua condição, simples e modesto, mas sempre asseado e decente.

Nada mais ponderado que os conselhos de São Francisco de Sales a este propósito: “Sede asseada, Filotéia, e nada haja em vós destoante e mal posto... mas fugi o mais possível das vaidades e afetações, das curiosidades e loucuras. Propendei sempre, quanto for possível, para a parte da singeleza e modéstia, que sem dúvida é o maior adorno da formosura e a melhor desculpa da fealdade... As mulheres vãs fazem duvidar da sua castidade; pelo menos, se a têm, não transparece entre tantas superfluidades e bagatelas”. São Luiz Gonzaga diz: “Que cada qual se deve vestir conforme o seu estado, de sorte que as pessoas sisudas e os homens de bem não possam dizer: é de mais; nem os jovens: é de menos”.

A compostura do porte exterior é igualmente uma excelente mortificação ao alcance de todos. Evitar com cuidado as posições moles e efeminadas, conservar o corpo direito sem violência e afetação, nem curvado nem inclinado para um lado ou outro; nem mudar com demasiada frequência de posição; não cruzar nem os pés nem as pernas; não se apoiar indolentemente na cadeira; evitar os movimentos bruscos e os gestos desordenados: eis aqui, entre centenas de outros, meios de mortificarmos sem perigo para a saúde, sem atrair as atenções, os quais nos dão sobre o próprio corpo grandíssimo domínio.

 

B.   MODÉSTIA DOS OLHOS

 

Há OLHARES gravemente culpados que ofendem não somente o pudor, mas até a castidade em si mesma e que, por conseguinte, é forçoso evitar. Outros há que são perigosos, por exemplo, fixar a vista sem razão em pessoas ou objetos que naturalmente hão de suscitar tentações. Assim, a Bíblia nos adverte que não detenhamos o OLHAR numa donzela, não seja caso que a sua formosura seja para nós objeto de escândalo: “Não fites uma virgem, para não seres punido com ela” (Eclo 9, 5). E hoje, então, com a licença das vitrinas, a imodéstia do trajar e a imoralidade das exibições teatrais e de certos salões criam tantos perigos, que recato não é preciso para evitar o pecado?!

É por isso que o cristão sincero, que quer salvar a sua alma, custe o que custar, vai mais longe; para estar seguro de não sucumbir à sensualidade, mortifica a CURIOSIDADE dos OLHOS, evitando, por exemplo, olhar pela janela, para ver quem passa, conservando os olhos modestamente baixos, sem afetação, nas viagens ou passeios. Pelo contrário, compraz-se em descansá-los sobre algum objeto, imagem piedosa, campanário, cruz, estátua, para se excitar ao amor de Deus e dos Santos.

É parte da inocência ser a pessoa cega, dizia Sêneca, e em verdade, por uma triste experiência sabemos que são infinitos os que se precipitaram nos vícios e crimes, perdendo a inocência, pela VISTA; essa consideração fez que um filósofo pagão arrancasse os olhos com suas próprias mãos, como conta Tertuliano. É verdade que um cristão não pode, nem deve imitar a este infeliz, que com um crime pretendeu evitar outros crimes. Mas deve mortificar a VISTA, à imitação de Jesus Cristo Senhor Nosso, que sempre a levou modestamente  recolhida; e, por isso, os Evangelistas nos referem às vezes que a levantou, como isso nele coisa singular e não acostumada. É preciso mortificar as VISTAS nos casos seguintes: “1. Abster-se de olhar para os objetos que poderiam suscitar em tua alma pensamentos pecaminosos, como sejam figuras desonestas, comédias pouco decentes, especialmente se forem acompanhadas de danças, que pela circunstância do modo de vestir e saltar deve considerar-se como coisa provocativa de pensamentos feitos, e de fato muitos, que no decurso da comédia tiveram como que adormecida a concupiscência, ao começar o baile sentiram-se acometidas dum sem número de pensamentos impuros que, abrasando-os no fogo das deleitações morosas, foram causa de que cometessem outros tantos pecados mortais. São muitos os que experimentam o mesmo que Alípio, de quem nos conta Santo Agostinho que foi ao teatro com propósito de não olhar nenhuma coisa ruim, mas posto lá olhou, pecou e fez que os outros pecassem. Não vás, pois, tu àquelas reuniões em que os assistentes vestem com pouca modéstia, aos bailes, digo, e a certos salões; e quando fores pelas ruas e praças, nunca fites os OLHOS nas pessoas de outro sexo, especialmente se forem vestidas com menos decência, e para que teu cuidado e receio seja maior, devo advertir-te que há certas pessoas de quem o Demônio se serve como de bandeiras de alistamento, cujo ofício é recrutar almas para o inferno. 2. Também apartarás a VISTA das coisas vãs, curiosas e não necessárias, dizendo com o Profeta: Apartai, Senhor, meus olhos para que não vejam a vaidade. Saber mortificar-se nestas e outras coisas, por inocentes e honestas que em si sejam, é um meio poderosíssimo para adiantar na perfeição. De São Francisco de Borja lemos que quando caçava com falcões, no ato destes se lançarem sobre a presa, baixava ele os olhos e se privava desse tão procurado espetáculo; e de São Luiz Gonzaga conta sua história, que se privava de olhar até os espetáculos curiosos aos quais devia assistir por precisão. Faze tu o mesmo algumas vezes, especialmente quando por dever houveres de andar pelas ruas, praças e lugares públicos. Digo algumas vezes e não sempre, porque exigir que o faças sempre seria não conseguir nada por pedir demais. Bem sei que no princípio acharás nisto muita repugnância; mas depois experimentarás já muita facilidade e com ela paz, alegria e mérito neste mundo e grande prêmio no outro. 3. Quando não quiseres mortificar-te senão dar algum recreio e satisfação à VISTA olhando para as flores, árvores, jardins, edifícios e outras coisas honestas por esta forma, que não tem em si nenhum perigo de pecar; acostuma-te a levantar o coração ao Criador, pensando que ele é o manancial e origem de toda beleza e ordem, e que dele receberam aquelas criaturas ou objetos quanta beleza, graça e ordem vês neles brilhar, e dando um passo mais, diga: se tanta é a beleza das coisas do mundo que é um desterro, qual será a da pátria celeste?” (Santo Antônio Maria Claret).

O Pe. Bujanda ensina: “OLHARES são PECADO GRAVE quando se fazem para excitar comoções más, ou quando nelas se consente, ou quando,  sem causa justificada, nos expomos a consentir nelas ou a excitá-las notavelmente. Causa justificada pode ser a limpeza do próprio corpo, o ter de curar ou ajudar a curar os doentes. Serão PECADO VENIAL as vistas (e o mesmo se diga de leituras ou espetáculos), que excitem ligeiramente, sem razão que justifique a causa dessa excitação. Tirado o escândalo, a VISTA de uma nudez que não provoca excitação nenhuma, como podia ser a de uma criança de poucos meses, de si não seria pecado nenhum; mas, nesta matéria da castidade tenha-se sumo cuidado, porque, como nos previne a Sagrada Escritura, sempre será verdade que quem ama o perigo nele perecerá, além de que, como ensina a triste experiência, a curiosidade é paixão que nunca diz basta, e que nesta matéria leva facilmente ao PECADO MORTAL pela inclinação viciosa da nossa natureza”.

O Frei Teodoro da Torre Del Greco ensina: “Os OLHARES RÁPIDOS a pessoas de sexo diferente ou não, são pecados, ou ao máximo, não passam de PECADO VENIAL. OLHARES LONGOS e DELIBERADOS sobre os órgãos genitais ou sobre os seios de uma mulher embora cobertos de véus ou tecidos quase transparentes ou sobre pessoas de sexo diferente que executam união carnal, ou sobre pessoa que executa poluções, constituem facilmente PECADOS MORTAIS, porque excitam ao prazer venéreo. OLHAR por simples curiosidade, por leviandade, mas sem afeto venéreo as partes menos honestas de uma pessoa do sexo diferente, o coito dos animais, ordinariamente não ultrapassa o PECADO VENIAL, especialmente se o OLHAR é rápido. OLHAR sem motivo, por curiosidade ou leviandade, mas sem afeto venéreo, os próprios órgãos genitais, é PECADO VENIAL, especialmente se o OLHAR é fugaz. O mesmo pode-se dizer do OLHAR RÁPIDO aos genitais de uma pessoa do mesmo sexo, desde que não seja propenso a pecados de sodomia, ou então não se OLHE LONGAMENTE um jovem muito belo”.

 

C.   MODÉSTIA DO OUVIDO E DA LÍNGUA

 

Esta mortificação exige que não se DIGA nem OUÇA nada contrário à caridade, à pureza, à humildade e às demais virtudes cristãs; porquanto, como diz São Paulo, as conversas más corrompem os bons costumes (1 Cor 15, 33). E quantas almas, na verdade, não têm sido pervertidas por terem escutado conversas desonestas ou contrárias à caridade?! As palavras sensuais excitam a curiosidade mórbida, revoltam as paixões, inflamam desejos e provocam ao pecado. As palavras pouco caritativas suscitam divisões até nas famílias, desconfianças, inimizades e rancores. É necessário, pois, velar sobre as mínimas palavras para evitar tais escândalos, e saber fechar os ouvidos a tudo quanto possa perturbar a pureza, a caridade e a paz.

Mas, para melhor conseguirmos este fim mortificaremos a curiosidade evitando fazer perguntas acerca do que a possa lisonjear, ou reprimindo esse prurido de falar que arrasta a conversas não somente inúteis, mas até perigosas: “Nas muitas palavras não falta ofensa” (Pr 10, 19).

E, como os meios negativos não bastam, havemos de ter cuidado de dirigir a conversa para assuntos não somente inofensivos, mas até bons, honestos e, de vez em quando, edificantes, sem, contudo, nos tornarmos pesados aos outros com observações demasiado sérias que não venham naturalmente.

Santo Antônio Maria Claret escreve: “Deves procurar mortificar o OUVIDO, não escutando nunca histórias impuras, conversações nem cantigas desonestas, que, como diz São Paulo, estragam os bons costumes, as quais infelizmente abundam tanto em nossos dias. Destes desonestos e maldizentes serve-se o Demônio como de anzol para pescar almas, ou como o caçador de pássaros de reclamo (chamariz) para apanhar as inocentes e incautas avezinhas. Ouvimos todos os dias muitos exclamarem: nunca eu teria pecado, nem sabido tais indecências, se não tivesse ouvido tal conversação, cantiga ou expressão. Foge, portanto, dos desonestos e maldizentes. Também deves guardar-te de escutar murmurações, defeitos de pessoas e de coisas do mundo, as quais, posto que não te causaram outro mal, ao menos encher-se-ão a cabeça de mil coisas impertinentes, que vindo de golpe no tempo da oração, da missa e das outras devoções te inquietarão e distrairão sumamente. Quando te achares entre os que assim falam, procura, se puderes, distraí-los mudando de conversa, ou fazendo-lhes alguma pergunta útil, e se por este meio não conseguires o efeito desejado, vai-te embora e deixa-os; e se não com um semblante sério e severo, dá-lhes a entender que tais conversações não merecem tua aprovação; e não duvides, eles com isso se emendarão, porque o Espírito Santo diz: ‘O vento dissipa as nuvens e o rosto triste reprime a língua do murmurador’... Deves pôr grande cuidado em mortificar a LÍNGUA, para que não se desmande em palavras vãs, inúteis, de louvor próprio ou torpes, em maldições, blasfêmias ou outras coisas que puderem ser injuriosas a Deus, prejudiciais a ti mesmo ou ao próximo. Aquele que não peca com a LÍNGUA, diz o Apóstolo São Tiago, é um varão perfeito; e Orígenes, explicando estas palavras, acrescenta que aquele que tem a feliz sorte de livrar-se dos pecados da LÍNGUA, pode chamar-se verdadeiramente perfeito; e pode presumir-se que facilmente dirigirá e governará seus afetos aquele que conseguiu domar a LÍNGUA. E realmente a experiência nos ensina que a LÍNGUA é a universidade de maldades, e que até pessoas muito espirituais caem, pela LÍNGUA, nos lações de Satanás. É indispensável, portanto, pôr muito cuidado em governá-la e valer-se para isso do conselho que dá São Bernardo de Claraval: passar duas vezes pela lima, o que uma vez só deve pronunciar a LÍNGUA; dando-nos a entender que, antes de falar, é mister considerar devagar se o que se vai dizer é, ou não conforme com a vontade de Deus, e se será proveitoso ou prejudicial ao próximo. Com esta reflexão evitarás palavras, de que, depois de ditas, haverias de arrepender-te. Fala, pois, pouco, conforme ao conselho de Sêneca, que dizia: Jamais me arrependi de ter calado, mas sim de ter falado. E o Espírito Santo assegura que no muito falar, não faltará pecados. Cala, pois, repito, e não fales sem necessidade, caridade ou obediência; para isso podem valer-te as advertências seguintes: 1. Cuida que Deus assenta as palavras que dizes, e que de todas te pedirá conta no dia do juízo, até das ociosas, como no-lo diz em seu santo Evangelho. 2. Antes de falar, levanta o coração a Deus, e pede-lhe graça para não exceder-te, dizendo com o Profeta: Ponde, Senhor, um selo à minha boca, e uma porta que feche meus lábios por toda parte, para falar com as devidas circunstâncias. 3. Foge daquelas conversações, pessoas e lugares, onde por experiência sabes que, ou te excedes em falar, ou se dissipa teu espírito. 4. Não brinques, nem provoques a brinquedos pesados, nem uses de equívocos que possam tomar-se em mau sentido, ou que possam magoar o próximo. 5. Fala com simplicidade e sem fingimento, mas nunca publiques as faltas dos outros; e ainda quando estas forem já públicas e sabidas, e embora sejam defeitos naturais, sempre será bom que tomes o melhor partido que é calar, porque ninguém gosta que se publiquem seus defeitos, nem que se fale deles. 6. Aborrece as disputas  ou teimas em teu parecer; quando houveres de manifestar tua opinião, faze-o com modéstia e doçura, com desejo de que triunfe a verdade, e nunca por sair com a tua nem pelo prazer de que se cumpram teus caprichos; muito pelo contrário, se a consciência o permitir, escolhe antes seguir o parecer dos outros, que teimar e porfiar, pois isso é de grande proveito espiritual, porque coisa sabida é que é melhor ser modesto que teimoso. Quantas questões, desuniões e pecados evitarás praticando estes conselhos!  7. Nunca digas palavras que redunde em próprio louvor, nem contes o que disseste ou fizeste para que os outros te tenham em opinião de sábio, corajoso ou virtuoso; porque, não caindo bem o louvor em boca própria, far-te-ias desprezíveis. Para não caíres, pois, em coisa de tanta importância, lembra-te que Deus te vê, te ouve e te há de pedir conta do que falares”.

Sobre o PALADAR (GOSTO), o mesmo Santo diz: “De mil maneiras pode exercitar-se a mortificação no PALADAR (GOSTO); e é de tanta importância esta mortificação, que São Gregório não hesita em afirmar que aquele que não vencer antes a gula, debalde esperará vencer os outros vícios. Tenha-se, pois, como máxima inconcussa (firmeza), ou como princípio fundamental, que o homem não há de viver para comer e beber, senão que há de comer e beber para viver. É mister comer e beber para sustentar a natureza, e não para regalar os sentidos, estes princípios são os que hão de regular a quantidade e a qualidade dos alimentos. ‘Aquele que não se mortifica na comida’, diz Santa Catarina de Sena, ‘é comer com gosto que comer por gosto; o primeiro é lícito, porque sem o aliciamento do gosto, quem comeria? O segundo é pecado, ou falta, porque é inverter a ordem, é pior o fim no que só é meio e instrumento; é gozar daquilo de que devemos usar; é, enfim, destruir aquela máxima que deixamos assentada acima: que o homem não há de viver para comer e beber, senão comer e beber para viver. É ato de mortificação muito louvável jamais queixar-se da comida ou bebida... mas o particular não diga nunca que está cru, ou cozido, frio ou quente, salgado ou insípido, senão que coma o que lhe apresentarem e do modo que lho trouxerem, a não ser que conheça que lhe há de fazer mal ao corpo ou à alma, como seria se fosse uma coisa que lhe houvesse de causar alguma indisposição, ou que se opusesse algum preceito’. Santo Tomás de Aquino nunca pediu comida alguma em particular e sempre dizia que ficava satisfeito com o que lhe apresentavam. Santo Inácio de Loiola jamais recusou prato algum, ainda que estivesse mal cozido ou mal guisado. São João Clímaco também comia de tudo e devagar, esperando que os outros fossem comendo para acabar juntos. É também excelente mortificação privar-se ou abster-se daqueles manjares ou frutas que são mais de nosso gosto, e fazendo-o dissimuladamente podem-se praticar muitos atos de virtude, apresentando ou oferecendo a Deus estes sacrifícios ou obséquios, levando a cruz de Cristo; e é mister que não sejamos como aqueles de quem com lágrimas se lamenta São Paulo, que são inimigos da cruz de Cristo e cujo Deus é o ventre”.

Sobre a LÍNGUA, o Frei Teodoro da Torre Del Greco ensina: “O TURPILÓQUIO pode ser PECADO MORTAL, seja em razão do escândalo que comporta, especialmente quando se faz diante de meninos ou meninas; seja devido ao perigo de um prazer venéreo que se busca quando se fala de certas coisas; seja quando se faz com uma finalidade perversa, como a de induzir outros a pecar. Por isso: 1. Falar de coisas torpes, escrever, cantar, ouvir, ler, fazer gestos maus por libido ou com perigo próximo de consentir nestas, ou com grave escândalo, é PECADO MORTAL. 2. Contar chistes lascivos por divertimentos, especialmente entre homens feitos ou entre mulheres casadas, embora seja uma coisa reprovável, todavia, não é PECADO MORTAL desde que não comportem afeto à luxúria, não causem escândalo nos que escutam, ou que os chistes não sejam muito obscenos.  3. Falar, escrever, ler, ouvir coisas torpes por motivo justo, sem perigo de consentimento e sem escândalo, não é PECADO”.

 

D.   MORTIFICAÇÃO DO OLFATO

 

Quanto ao olfato, baste dizer que o uso imoderado de PERFUMES não é muitas vezes mais que um pretexto para satisfazer a sensualidade e talvez para excitar a luxúria. Um cristão sério não usa de PERFUMES senão com muita moderação, por motivos de grande utilidade.

Santo Antônio Maria Claret explica: “Procura mortificar o OLFATO fugindo de cheiros vãos, como sejam essências, pomadas, perfumes, águas de cheiro... porque quem usa tais coisas, próprias de afeminados, dá a conhecer que é pessoa sensual. Que se honre a Deus, como a supremo Senhor, com incenso e outras essências aromáticas, é coisa muito conforme à razão, mas que use delas um mortal, que brevemente será pasto de verme, fétido, nojento e abominável, é sumamente repreensível. Deixa-te, pois, de cheiros; procura pelo contrário sofrer com paciência os maus cheiros dos hospitais ou aposentos dos doentes, cárceres..., não deixando nunca de visitar esses lugares por causa do meu cheiro; porque essa mortificação te premiará Deus, como o promete em seu santo Evangelho”.

 

E.   DA MORTIFICAÇÃO DO TATO

 

O sentido do TATO é ainda mais perigoso porque facilmente provoca impressões sensuais que tendem a prazeres maus; é necessário, pois, abster-se desses TOQUES ou CARÍCIAS que não podem deixar de excitar as paixões.

O TATO é muito particularmente perigoso.

Perreyve escreve: “Mais que nunca, Senhor, vos consagro as minhas mãos; consagro-as até o escrúpulo. Estas mãos vão receber dentro de três dias a consagração sacerdotal. Daqui a quatro dias, terão tocado, sustentado, levado o vosso corpo e o vosso sangue. Quero-as respeitar, venerar como instrumentos sagrados do vosso serviço e dos vossos altares...”

A um sacerdote que perguntava se era conveniente tocar o pulso a uma enferma, respondeu São Vicente de Paulo: “É necessário evitar isso absolutamente; o espírito maligno bem se pode servir desse pretexto para tentar o vivo e até a enferma. O diabo, nesse momento lança mão de todos os meios para apanhar uma alma... Nunca vos atrevais a tocar nem moça nem mulher, seja qual for o pretexto”.

Santo Antônio Maria Claret ensina: “Nunca faças nem toques coisa alguma feia, porque já sabes que isso é um pecado horroroso; guarda-te também do costume indecente e baixo que têm alguns de brincar e agarrar-se, e outros brinquedos semelhantes, porque é coisa intolerável e indecorosa; não te esqueças do que vulgarmente se diz: jogo de mão, jogo de vilão. E não só não hás de fazer isso com pessoas de outro sexo, mas nem tampouco com as do mesmo sexo, porque além de ser contra a boa educação, é também perigoso para a castidade”.

O Pe. Bujanda escreve: “TOQUES são PECADO GRAVE quando se fazem para excitar más comoções, ou quando se consente  nelas, ou quando um se expõe a consentir nelas ou a excitá-las notavelmente sem causa proporcionada. Causa proporcionada pode ser, por exemplo, a limpeza necessária ou conveniente, ou a cura duma doença própria ou alheia. Geralmente, quanto mais se ofende o pudor tanto maior razão se requer para se poderem fazer sem pecado. Um mal toque feito sem má intenção e que não produz excitação nenhuma, de si não seria PECADO NENHUM. Um, que produz excitação ligeira, feito sem causa justificada, mas não por prazer, nem consentindo nessa comoção ligeira, seria PECADO LEVE”.

Sobre BEIJOS e ABRAÇOS escreve o mesmo sacerdote: “Do mesmo modo que os TOQUES serão PECADO GRAVE quando se fazem para excitar más comoções, ou quando se consente nestas, ou se põe uma pessoa em perigo grave de nelas consentir, ou quando se expõe a excitá-las notavelmente, sem causa justificada. Não será PECADO NENHUM um BEIJO que não excita nada, nem põe em perigo nenhum, como podem ser os dados por pais e filhos, ou irmãos ou parentes entre si. Mesmo sabendo que pode haver alguma excitação pequena, ensinam os moralistas que os podem dar às vezes os noivos, contanto que não consintam nessa comoção; mas tenham suma cautela se não se quisessem ver caídos então ou mais tarde”.

O Frei Teodoro da Torre Del Greco ensina sobre BEIJOS e ABRAÇOS: “Os BEIJOS e os ABRAÇOS dados por afeto libidinoso são sempre PECADOS MORTAIS. Dados em partes desonestas e menos honestas, facilmente podem constituir PECADO MORTAL porque, ordinariamente, excitam os movimentos carnais e costumam provocar o afeto venéreo. Dados em partes honestas, sem razão plausível, mas por amor sensível, por leviandade, por brincadeira, por sensualidade, são PECADOS VENIAIS, se não existe perigo próximo de consentimento ao prazer venéreo, como facilmente pode suceder se os ABRAÇOS e os BEIJOS são prolongados, repetidos muitas vezes e com grande expansão de afeto entre pessoas de sexo diverso. Ao contrário, BEIJOS, ABRAÇOS, APERTOS de MÃO, que se dão segundo os costumes civis de cortesia, amizade, benevolência, são lícitos, mesmo se eventualmente se possa sentir qualquer movimento carnal, desde que não exista o perigo do consentimento”.

É PECADO uma pessoa TOCAR no próprio corpo excitando-o? SIM, É PECADO.

Os TOQUES aos órgãos genitais do próprio corpo executados sem causa justa e com decorrente excitação venérea, constituem PECADO MORTAL; feitas sem justa causa, mas sem má intenção, não ultrapassam o PECADO VENIAL, desde que se saiba que não há perigo de excitação e de consentimento nela; feitos por causa justa, por exemplo, para ASSEIO, não constituem PECADO, desde que não se consinta no prazer venéreo que poderia resultar: “Ao cuidar do asseio pessoal, como vestir-se e lavar-se, deve toda pessoa assumir uma atitude simples e livre de constrangimento. Tocar demoradamente, por ociosidade ou leviandade maliciosa, os próprios órgãos sexuais, constitui prática indecente e pecaminosa, de acordo com a gravidade do perigo que se corre” (Pe. Bernhard Häring).

É PECADO uma pessoa TOCAR os genitais de outra? SIM, É PECADO.

TOCAR os genitais de outrem, especialmente de sexo diferente, mesmo sobre as vestes, é PECADO MORTAL, a menos que aconteça casualmente, sem má intenção e sem perigo de queda. O mesmo deve dizer-se em relação aos seios: “Especialmente em se tratando de pessoas  de outro sexo, o respeito e o pudor exigem a maior distância possível. Quando, porém, a caridade cristã e assistência (de doentes, por exemplo) ocasionam ou exigem contatos com o corpo do próximo, nenhuma pessoa normal precisa tomar-se de receios, como aliás é demonstrado pela experiência” (Pe. Bernhard Häring).

É PECADO uma pessoa TOCAR os genitais de um animal?

TOCAR os genitais de um animal ordinariamente não é PECADO MORTAL, desde que não se faça com má intenção e não se prolongue até provocar nele uma polução.

O que dizer daqueles que CAVALGAM buscando prazer no movimento? E dos que dormem de bruços aperando os órgãos genitais no colchão? E daqueles que usam roupa apertada buscando o prazer? Ficariam esses sem pecar?

 

II. DA MORTIFICAÇÃO

DOS SENTIDOS INTERNOS

 

Os dois sentidos internos que é preciso mortificar, são a IMAGINAÇÃO e a MEMÓRIA, que geralmente atuam de harmonia, pois, que o trabalho da memória é acompanhado de imagens sensíveis.

São duas faculdades preciosas, que não somente fornecem à inteligência os materiais de que esta necessita para trabalhar, senão que lhe permitem expor a verdade com imagens e fatos que a tornam mais perceptível, mais viva e, por isso mesmo, mais interessante: um resumo pálido e frio não teria encantos para o comum dos mortais. Não se trata, pois, de atrofiar estas faculdades, senão de discipliná-las e subordinar a sua atividade ao império da razão e da vontade; aliás, deixadas a si mesmas, povoam a alma dum sem-número de lembranças e imagens que a dissipam, desperdiçam as suas energias, fazem-lhe perder tempo precioso na oração e no trabalho, e criam mil tentações contra a pureza, caridade, humildade e demais virtudes. É, pois, necessário discipliná-las e pô-las ao serviço das faculdades superiores.

Para reprimir os extravios da MEMÓRIA e da IMAGINAÇÃO, aplicar-nos-emos, antes de tudo, a afugentar implacavelmente, desde o princípio, isto é, logo que a consciência nos adverte as imagens ou lembranças perigosas que, recordando-nos um passado escabroso, ou transportando-nos no meio das seduções do presente ou do futuro, seriam para nós uma fonte de tentações. Mas, como há muitas vezes uma espécie de determinismo psicológico que nos faz passar por devaneios fúteis aos perigosos, premunir-nos-emos contra esta engrenagem, mortificando os pensamentos inúteis que já nos fazem perder tempo precioso, e preparam o caminho a outros mais perigosos ainda: a mortificação dos pensamentos inúteis, dizem os Santos, é a morte dos pensamentos maus.

Para melhor se vir a este resultado, o meio positivo mais conducente, é aplicar inteiramente a alma toda ao dever presente, aos nossos trabalhos, estudos e ocupações habituais. É, afinal, o melhor meio de conseguir fazer bem o que se faz, concentrando toda a atividade na ação presente. Lembrem-se os jovens que, para progredirem nos estudos, como nos demais deveres do próprio estado, é mister dar mais lugar ao trabalho da inteligência e da reflexão, e menos às faculdades sensíveis: deste modo assegurarão o futuro e evitarão os devaneios perigosos.

É utilíssimo, enfim, servir-se da IMAGINAÇÃO e da MEMÓRIA para alimentar a piedade, buscando nos Livros Santos, nas orações litúrgicas e nos autores espirituais os mais belos textos, as mais formosas comparações e imagens; utilizar a imaginação para andar na presença de Deus, e representar-se por miúdo os mistérios de Cristo Senhor Nosso e da Santíssima Virgem.  E assim, em lugar de atrofiarmos a imaginação, a povoaremos de piedosas representações que desterrarão as que poderiam ser perigosas e nos porão em condições de melhor compreender e explicar aos nossos ouvintes as cenas evangélicas.

Sobre a MORTIFICAÇÃO da IMAGINAÇÃO e da MEMÓRIA explica Santo Antônio Maria Claret: “A IMAGINAÇÃO não pode estar ociosa, convém, portanto, tê-la ocupada sempre em coisas de proveito, e para isso podem servir-te os avisos seguintes: 1. Procura tê-la sempre ocupada em pensamentos úteis e proveitosos, cuidando com toda diligência evitar os maus pensamentos; porque, se os deixares entrar uma vez, não poderás depois lançá-los fora tão facilmente. 2. Guarda as portas dos sentidos corporais, tendo-as fechadas àquelas coisas que possam prejudicar à alma; porque debalde trabalha em mortificar a IMAGINAÇÃO aquele que não procura antes mortificar os sentidos corporais. 3. Nunca estejas ocioso; procura estar sempre ocupado em coisas do serviço de Deus, do bem do próximo e naquilo que exigem as obrigações de teu estado; porque assim  ocupada a IMAGINAÇÃO, não se divertirá em coisas inúteis ou nocivas. 4. Recorda que está na presença de Deus, que é o juiz que há de julgar, não só tuas palavras e obras, senão também teus pensamentos; e diante de Deus juiz, ousarias pensar naquilo a que não te atreverias diante dum homem que penetrasse teus pensamentos? A MEMÓRIA deve mortificar-se nas coisas seguintes: 1. Refrear os pensamentos viciosos e procurar esquecer os agravos que nosso próximo nos houver feito; fazer o mesmo com as coisas lascivas que se houvessem visto ou ouvido e com qualquer outra coisa má que vier à MEMÓRIA. 2. Fechar a porta a todos os pensamentos vãos e inúteis, que enchem a alma de imaginações, ou impedem a atenção na oração. 3. Não dar lugar a pensamentos, embora bons, se vierem fora de tempo, como, por exemplo, na oração, missa, ou em outras devoções, se não forem conformes a essas obras boas. E para que a MEMÓRIA esteja sempre bem ocupada, não há como exercitar-se em andar sempre na presença de Deus”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 24 de maio de 2016

 

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

Adolfo Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística

São Francisco de Sales, Filotéia

São Luiz Gonzaga, Escritos

Edições Theologica

Concílio de Trento

Santo Antônio Maria Claret, Caminho reto e seguro para chegar ao céu

Pe. J. Bujanda, Teologia Moral

Frei Teodoro da Torre Del Greco, Teologia Moral

Pe. Bernhard Häring, A Lei de Cristo – Teologia Moral Especial

 

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Mortificar o corpo”

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