DO EGITO CHAMEI O MEU FILHO

(Mt 2, 13-15.19-23)

 

13 Após sua partida, eis que o Anjo do Senhor manifestou-se em sonho a José e lhe disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito. Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar’. 14 Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito. 15 Ali ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que dissera o Senhor por meio do profeta: Do Egito chamei o meu filho. 19 Quando Herodes morreu, eis que o Anjo do Senhor manifestou-se em sonho a José, no Egito, 20 e lhe disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel, pois os que buscavam tirar a vida ao menino já morreram’. 21 Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e entrou na terra de Israel. 22 Mas, ouvindo que Arquelau era rei da Judéia em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Tendo recebido um aviso em sonho, partiu para a região da Galiléia 23 e foi morar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Ele será chamada Nazareu”.

 

 

MENSAGENS PARA A VIDA

 

1.ª mensagem: Não podemos nos assustar com as perseguições.

 

O Menino Jesus, apenas nascido, foi perseguido de morte: “Após sua partida, eis que o Anjo do Senhor manifestou-se em sonho a José e lhe disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito. Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar’” (Mt 2, 13).

Diante das perseguições dos inimigos devemos contemplar o Menino Jesus sendo perseguido por Herodes... e, assim, nos sentiremos fortalecidos e prontos para o combate: “Se eles me perseguiram, também vos perseguirão” (Jo 15, 20).

 

2.ª mensagem: Ingratidão.

 

Jesus Cristo nasceu para salvar a humanidade e é procurado para ser morto pelos homens: “... porque Herodes vai procurar o menino para o matar” (Mt 2, 13).

Não devemos nos entristecer diante da ingratidão dos parentes, familiares e amigos; Jesus Cristo, o Deus Infinito, também foi desprezado e perseguido pelos homens: “A ingratidão é própria de corações sem sentimentos” (Santa Teresa dos Andes).

 

3.ª mensagem: Conservar Jesus Cristo na nossa alma.

 

Herodes, preocupado com o seu trono, pensando que Jesus veio para tomá-lo, queria matá-lo: “... porque Herodes vai procurar o menino para o matar” (Mt 2, 13).

Herodes é figura das pessoas miseráveis e ingratas que vendo Jesus Cristo apenas renascido em suas almas pelo perdão obtido, novamente o perseguem à morte, tornando a pecar: “Pois, se pecarmos voluntariamente e com pleno conhecimento da verdade, já não há sacrifícios pelos pecados. Aguarda-nos apenas um julgamento tremendo e o ardor de um fogo que consumirá os adversários” (Hb 10, 26-27).

 

4.ª mensagem: Docilidade ao Anjo da Guarda nas provações.

 

O Anjo do Senhor manifestou-se em sonho a José durante a noite... E ele foi dócil ao Anjo: “... eis que o Anjo do Senhor manifestou-se em sonho a José...” (Mt 2, 13).

O Anjo da Guarda nos ilumina sempre, principalmente nas “noites” das provações e dificuldades. Devemos ser dóceis aos seus conselhos! “É doutrina comum que todos e cada um dos homens, batizados ou não, têm o seu Anjo da Guarda. A sua missão começa no instante da concepção de cada homem e prolonga-se até o momento da morte” (Pe. Francisco Fernández Carvajal).

 

5.ª mensagem: Não desprezar a Virgem Maria.

 

O Anjo não disse para São José tomar somente o Menino Jesus, mas também a Virgem Maria: “... eis que o Anjo do Senhor manifestou-se em sonho a José e lhe disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe...’” (Mt 2, 13).

É grande ignorância desprezar a Virgem Maria. Ela é Mãe de Deus e nossa. A devoção à Santíssima Virgem Maria não nos afasta de Jesus Cristo: “Se a devoção à Santíssima Virgem nos afastasse de Jesus Cristo, seria preciso rejeitá-la como uma ilusão do demônio”(São Luís Maria Grignion de Montfort).

 

6.ª mensagem: Amizade do Anjo com os que possuem um coração puro.

 

São José vivia mergulhado em Deus... distante das preocupações terrenas e dos prazeres mundanos: “... eis que o Anjo do Senhor manifestou-se em sonho a José” (Mt 2, 13).

O Anjo da Guarda está sempre próximo das pessoas que vivem desapegadas das preocupações das coisas passageiras e das vaidades do mundo: “Aqueles que vivem longe das preocupações da terra e das coisas mundanos, são dignos de gozar das visões celestiais” (Remígio).

 

7.ª mensagem: Maria, esposa de um homem justo.

 

O Anjo não diz a São José: ... toma o menino e sua esposa; mas sim, a mãe: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe...” (Mt 2, 13).

O casamento da Virgem com o virgem é segurança para a sua virgindade: “Antes, para dar a entender que ela estava desposada com um justo, a chamou sua esposa; porém agora, depois do nascimento de Jesus, não lhe dá outro título que o de mãe, e isto porque assim como o casamento com José se apresenta como garantia da virgindade de Maria, assim a maternidade divina nos oferece a prova mais irrecusável desta mesma virgindade” (Santo Hilário).

 

8.ª mensagem: Maria Santíssima foi escolhida e preparada para ser a mãe de Jesus Cristo.

 

“Não disse: Toma a mãe e o menino, mas o contrário, porque o menino não nasceu pela mãe, mas que a mãe foi preparada para o menino” (Pseudo-Crisóstomo). “Levanta-te, toma o menino e sua mãe...”(Mt 2, 13).

Deus escolheu uma virgem judia de quinze anos, chamada Maria, descendente do grande rei Davi, que vivia obscuramente com seus pais na aldeia de Nazaré. Sob o impulso da graça, Maria tinha oferecido a Deus a sua virgindade, coisa que fazia parte do desígnio divino sobre ela: “... pois o Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor. Seu nome é santo” (Lc 1, 49).

 

9.ª mensagem: É correto Deus fugir dos homens?

 

O Anjo mandou que fugissem para o Egito: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito” (Mt 2, 13). Quem enfrentará os inimigos, sendo que o próprio Deus foge deles?

Era necessário que fosse assim... o Senhor não fugiu por covardia: “Mas, em primeiro lugar, seria conveniente que também nisto seguisse a lei da natureza humana, à qual havia sido submetido. Lei que exige que a natureza humana, abandonada às suas próprias forças e em idade tenra, fuja quando um poder nos ameaça” (Pseudo-Crisóstomo).

 

10.ª mensagem: Por que fugir para o Egito?

 

O país indicado foi o Egito: “... foge para o Egito” (Mt 2, 13). Deus sabe o que faz!

Deus paga o ódio das criaturas com amor... o Senhor quer a conversão do pecador e ingrato, não a sua destruição: “Porque o Senhor, cuja cólera não permanece para sempre, lembrou-se de todos os males com os quais havia afligido ao Egito e querendo dar a este povo um sinal de grande reconciliação, envia ali, o seu filho como medicina, que devia curar as dez pragas de outro tempo; para que fosse custódio de seu único Filho, àquele que havia sido perseguidor do seu povo escolhido; para fazer fiéis servidores de Jesus àqueles que haviam sido tiranos dominadores de seu povo; e para fazê-los desta forma, dignos não das mortíferas águas do Mar Vermelho, e sim, das fontes vivificantes do batismo” (Pseudo-Crisóstomo).

 

11.ª mensagem: Não termos vergonha de fugir quando a situação nos obriga.

 

O Senhor Todo-Poderoso fugiu dos inimigos... foi para o Egito, terra estrangeira: “... foge para o Egito” (Mt 2, 13).

Não devemos agir como covardes e medrosos que tremem diante de qualquer perseguição; mas se for necessário, podemos imitar a atitude do Senhor: “Ademais, seria conveniente que assim sucedesse, para que os cristãos não se envergonhassem de fugir quando a perseguição os obrigasse a isso” (Pseudo-Crisóstomo).

 

12.ª mensagem: Jesus Cristo ilumina os que estão nas trevas.

 

Nosso Senhor foi para o Egito, onde Moisés viveu: “... foge para o Egito” (Mt 2, 13).

O Salvador não veio para condenar, mas para salvar... para iluminar os que estão nas trevas: “Moisés em outro tempo havia fechado as portas do dia aos traidores no Egito. Cristo, chegando ali, voltou à luz a estes homens que se encontravam nas trevas. Cristo foge, não para ocultar-se, e sim, para iluminar” (Santo Agostinho).

 

13.ª mensagem: Jesus não veio para se apoderar da glória do mundo.

 

Herodes queria matar o Menino Jesus com medo de ser destronado: “Herodes vai procurar o menino para o matar” (Mt 2, 13).

O Senhor do céu e da terra não precisa das coisas passageiras desse mundo... Ele veio para dar a sua glória: “Cristo não veio para arrebatar a glória dos outros, e sim, para dar a sua” (Santo Agostinho). Aprendamos do Senhor a não colocar o nosso coração no que passa!

 

14.ª mensagem: Injustiça.

 

Jesus Cristo teve, por causa da perseguição, de deixar a sua pátria e fugir para uma terra estrangeira: “... foge para o Egito” (Mt 2, 13).

Suportemos por amor a Jesus as injustiças... principalmente, caso aconteça, a do exílio. O Senhor é exemplo em tudo: “O Salvador, conduzido ao Egito pelos seus pais, nos ensina que muitas vezes os bons veem-se obrigados a fugir de seus lares pela perversidade dos maus e ainda também condenados a um desterro. O que haveria de dizer aos seus: ‘Quando os perseguis em uma cidade fugis a outra’, deu-nos primeiro o exemplo, fugindo como um homem diante de outro homem depois de ter sido adorado pelos magos e anunciado por uma estrela” (São Beda).

 

15.ª mensagem: Foge por providência especial.

 

O Menino Jesus é Deus e não tem medo dos perseguidores; mas foge por uma providência especial: “... foge para o Egito” (Mt 2, 13).

Tudo o que acontece na nossa vida ou é vontade de Deus ou permitido por ele. Se acontecer de fugirmos dos inimigos, não seja por covardia: “O Menino Jesus foge não por temor humano, senão por uma Providência toda especial. Se ele quisesse sempre, e desde logo, manifestar-se como Deus, os judeus não teriam acreditado na sua Humanidade” (São Fulgêncio de Ruspe).

 

16.ª mensagem: Não murmurar contra Deus.

 

São José não duvidou do Salvador, tendo que levá-lo para o Egito por causa da perseguição: “Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

É preciso inclinar a cabeça diante de Deus, principalmente quando não entendemos certos acontecimentos: “Ao ouvir isto, José não se escandalizou nem disse: isto perece um enigma. Tu mesmo dizias-me não há muito que Ele salvaria o seu povo, e agora não é capaz nem sequer de se salvar a si mesmo, mas temos necessidade de fugir, de empreender uma viagem, uma longa deslocação… Mas nada disto diz, porque José é um varão fiel. Tão pouco pergunta pelo tempo do regresso, apesar de o anjo o ter deixado indeterminado, pois lhe tinha dito: E fique ali até que eu te diga. Não obstante, nem por isso ficou paralisado, mas obedece, crê e suporta todas as provas com alegria” (São João Crisóstomo).

 

17.ª mensagem: Os santos também sofrem.

 

Foi uma viagem cansativa, que Deus Pai não quis poupar aos seres que mais amava: “Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

É grande engano pensar que os santos vivem nesse mundo sem o sofrimento, levando uma vida de “poltronice”. Eles carregam pesadíssimas cruzes: “É preciso sofrer e todos têm de sofrer; seja justo ou pecador, cada um deve carregar sua cruz” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

18.ª mensagem: Tirar proveito das dificuldades.

 

O Santo casal enfrentou as dificuldades com amor e alegria... nada de revolta: “Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Devemos tirar proveito das dificuldades! É preciso aproveitar todas as dificuldades para progredirmos espiritualmente. As dificuldades firmam-nos no bem, dão-nos têmpera moral: “As dificuldades fazem-nos crescer” (Pe. Francisco Faus).

 

19.ª mensagem: Deus não poupa os seus amigos fiéis.

 

O Santo casal não foi poupado pelo Criador, mesmo sendo pessoas fiéis a Ele, mas passou por muitas provações na fuga para o Egito: “Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Estar perto de Deus não significa sermos poupados à dor e às dificuldades. Deus só nos prometeu serenidade e fortaleza para enfrentá-las: “Deus castiga aqueles que ama” (Hb 12, 6).

 

20.ª mensagem: Fortaleza.

 

O Santo casal, cheio de fortaleza, não voltou as costas para Deus, mas tomou as rédeas da situação e pôs-se a caminho confiando plenamente em Deus que cuida dos seus amigos: “Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Não podemos desistir da caminhada rumo ao céu por causa dos obstáculos, mas devemos nos apoiar em Deus que nos fortalece nas horas difíceis: “Sobrevêm muitas ondas e fortes procelas; mas não tememos afundar, pois estamos firmes sobre a pedra. Enfureça-se o mar, não tem forças para dissolver a pedra; ergam-se as vagas, não podem submergir o navio de Cristo” (São João Crisóstomo).

 

21.ª mensagem: Caridade.

 

São José não foi para o Egito somente com o Menino Jesus, mas acordou também a Virgem Maria: Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Diante das provações e perigos que surgem pelo caminho, não podemos pensar somente em nós... não devemos ser egoístas. É preciso ter caridade e pensar também no próximo e ajudá-lo: “Sem caridade, não há nada que agrade a Deus” (São Clemente Romano).

 

22.ª mensagem: Não deixar para depois.

 

Assim que foi avisado em sonho, São José se levantou imediatamente... não deixou para depois: “Ele se levantou...” (Mt 2, 14).

Para proteger a graça santificante, maior tesouro, que está em nossa alma, devemos agir rapidamente e não deixarmos para depois. Quem espera pode ser derrotado pelos inimigos!

 

23.ª mensagem: Não escolher horário adequado.

 

A Sagrada Família parte de noite, não esperou o dia clarear: “Ele se levantou...” (Mt 2, 14).

Quando se trata de proteger a Santíssima Trindade presente na nossa alma, não podemos escolher um horário para a fuga, mas devemos agir rapidamente. Deus está acima de tudo, também do horário!

 

24.ª mensagem: Devemos ser radicais.

 

São José e a Virgem Maria não ficaram lamentando sobre a distância do Egito, mas agiram prontamente: “Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Para vivermos com Deus no coração devemos desapegar de tudo e de todos e fugirmos para longe, caso seja necessário. Ser radicais nessas horas é grande sabedoria!

 

25.ª mensagem: Deus em primeiro lugar.

 

São José tomou primeiro o Menino Jesus... depois, Nossa Senhora: “Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Diante dos ataques dos inimigos contra a nossa alma imortal e espiritual, devemos proteger primeira a graça santificante que ornamenta a nossa alma... depois, sim, cuidaremos das criaturas. Deus em primeiro lugar!

 

26.ª mensagem: Falar sobre Jesus Cristo.

 

O Santo casal, na fuga para o Egito, não fala senão sobre Jesus Cristo... não perde tempo com assuntos vazios: “Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Estamos nesse mundo como peregrinos... nessa “viagem” para a Eternidade Feliz devemos ocupar o tempo para falar sobre o nosso Salvador, deixando de lado as coisas vazias da terra.

 

27.ª mensagem: O exemplo de Jesus Cristo nos fortalece.

 

O Santo casal fala sobre a paciência e o amor do Menino Deus, e o seu exemplo deixa o casal consolado: “... e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Quem medita a vida de Nosso Senhor sente-se animado e consolado diante das provações e dificuldades que surgem pelo caminho. Quem possui o Salvador não deixa de caminhar para o céu: “Não haverá nunca evangelização verdadeira, se o nome, a doutrina, a vida, as promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus, não forem anunciados” (Bem-aventurado Paulo VI).

 

28.ª mensagem: Abraçar as cruzes de cada dia.

 

O casal não reclamava das dificuldades encontradas no caminho para o Egito, mas sofria com alegria: “... e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Quem caminha unido a Jesus Cristo não se desespera com o peso das cruzes de cada dia, mas no Senhor encontra apoio para carregá-las: “Quão doce é o sofrimento quando se olha para Jesus que sofre!” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

29.ª mensagem: Jesus no coração.

 

A Virgem Maria, na viagem para o Egito, carregava com muito amor o Menino Jesus em seus braços: “... e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Para entrarmos, não no Egito, mas no céu, devemos trazer sempre Jesus Cristo no nosso coração: “Roga a Maria que te faça sempre trazer o seu Filho divino em teu coração” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

30.ª mensagem: Fé.

 

O Santo casal não se desesperou ao ver o Menino Jesus, pobre e desamparado, naquele deserto.

Devemos enfrentar os obstáculos com fé e confiança no Deus que tudo pode. Nada nesse mundo deve nos desviar da caminhada rumo ao céu: “A fé não está no corpo que se inclina, mas na alma que crê” (Santo Agostinho).

 

31.ª mensagem: Confiar em Deus.

 

O Santo casal teve que sofrer, especialmente nas noites, que teve que passar no deserto do Egito. O leito foi a terra nua ao ar livre e frio: “... e partiu para o Egito” (Mt 2, 14). Não perdeu a confiança no Criador!

A “viagem” para o céu é cheia de obstáculos, dificuldades e provações; para obtermos vitória devemos confiar na força do alto e não desanimarmos, por áspero que seja o caminho: “O homem justo há de alegrar-se no Senhor e junto dele encontrará o seu refúgio, e os de reto coração triunfarão” (Sl 63, 11).

 

32.ª mensagem: Perseverança.

 

O Santo casal não desistiu de caminhar por causa das provações... não voltou para Israel, mas perseverou até o fim: “... e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Sem perseverança não há salvação nem santidade! Não podemos deixar de caminhar por causa dos obstáculos que surgem pelo caminho: “Quem retrocede condena-se voluntariamente e jamais atingirá a meta” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

33.ª mensagem: Zelo com Jesus perseguido.

 

O Santo casal protegeu o Menino Deus da fúria de Herodes e dos seus soldados, estreitando-o nos braços e fugindo para longe: “... e partiu para o Egito” (Mt 2, 14). Não permitiu que nenhuma mão impura tocasse o Menino Deus!

É preciso cuidar com zelo de Jesus Sacramentado, protegendo com zelo a Santíssima Eucaristia contra as profanações e sacrilégios: “Jesus é muito ofendido na Eucaristia pelas múltiplas irreverências cometidas pelos próprios cristãos; pelos sacrilégios, cujo número e malícia causam admiração aos próprios demônios” (São Pedro Julião Eymard).

 

34.ª mensagem: Coragem.

 

O Santo casal partiu para o Egito com o coração transbordando de coragem: “... e partiu para o Egito” (Mt 2, 14). Se Jesus está presente não há o que temer!

Quem possui Jesus Cristo na alma não pode se intimidar com o ataque dos inimigos; mas sim, com o coração cheio de coragem deve continuar a caminhada para a Vida Eterna: “Homem valente é aquele em quem a coragem acaba por prevalecer sobre o medo” (Dom Rafael Llano Cifuentes).

 

35.ª mensagem: Deus acima de tudo.

 

Partiram para o Egito numa completa indigência. Deus vale mais do que as coisas terrenas! “... durante a noite, e partiu para o Egito” (Mt 2, 14). Será que tiveram tempo de levar algo para comer e beber?

Quem vive na presença de Deus não se preocupa em deixar as coisas terrenas para trás, contanto que o Senhor esteja no coração: “Quem possui Deus é rico de todos os bens” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

36.ª mensagem: Só Deus basta!

 

Não foram para a região dos Reis Magos; mas sim, para uma terra desconhecida: “... e partiu para o Egito” (Mt 2, 14). Se Jesus está presente, não importa o lugar!

Para fugir dos inimigos e viver com Deus na nossa alma, devemos enfrentar qualquer dificuldade. Se Deus está na nossa alma, não importa o lugar onde moramos!

 

37.ª mensagem: Não escolher o mais cômodo.

 

O Santo casal não foi para o lugar onde morava os Reis Magos: “... e partiu para o Egito” (Mt 2, 14).

Não devemos usar da nossa liberdade para escolher o mais fácil e cômodo para a nossa vida; mas sim, fazer a vontade de Deus: “Quem busca a sua satisfação em si próprio viverá mergulhado na tristeza, e será feliz somente aquele que põe a sua alegria em Deus, porque Deus é imutável” (Santo Agostinho).

 

38.ª mensagem: Jesus Cristo é suficiente.

 

O Santo casal não conhecia ninguém no Egito, mas Jesus Cristo estava presente... era suficiente: Ele se levantou, tomou o menino...” (Mt 2, 14).

Se Jesus Cristo vive no nosso coração, não importa se somos estranhos para os outros. Deus é suficiente! Quem possui Jesus nunca está só: “... estar com Jesus é doce Paraíso” (Tomás de Kempis).

 

39.ª mensagem: Amor ao sacrifício.

 

O Santo casal sabia muito bem da aspereza da viagem: deserto, calor, bandidos, fome, sede... mas não escolheu outra região. Jesus Cristo estava presente!Ele se levantou, tomou o menino...” (Mt 2, 14).

Quem vive na presença de Deus não treme nem fica desanimado diante das provações da vida... não foge dos obstáculos e sacrifícios.  Deus fortalece os seus amigos fiéis! “Junto convosco eu enfrento os inimigos, com vossa ajuda eu transponho altas muralhas” (Sl 17, 30).

 

40.ª mensagem: Obedecer a Deus.

 

O Santo casal não ficou inquieto com a situação precária numa terra estrangeira, mas foi submisso ao Criador... somente Ele poderia tirá-lo daquele lugar: Ali ficou até a morte de Herodes...” (Mt 2, 15).

Quem obedece a Deus não murmura contra a sua santa vontade, mas espera a hora certa do Senhor agir... Ele governa com perfeição! Ele sabe o que faz! “Os que quisermos permanecer eternamente, devemos cumprir a vontade do eterno Deus” (São Cipriano).

 

41.ª mensagem: Alegria nas dificuldades.

 

O Santo casal e o Menino Deus moravam numa casa pobre, faltava alimento, língua estranha, longe dos familiares e amigos... nem por isso perderam a alegria: “Ali ficou até a morte de Herodes...” (Mt 2, 15).

Devemos manter a alegria principalmente nas horas difíceis. Se estivermos cumprindo a vontade de Deus, não podemos deixar a tristeza aninhar no nosso coração: “Quando buscamos deveras a Deus, sem repartirmos o nosso amor com as criaturas, sem nos buscarmos a nós mesmos pelo amor próprio, o coração sente-se pouco a pouco dilatado, Deus sacia-o, inunda-o de alegria” (Bem-aventurado Columba Marmion).

 

42.ª mensagem: Suportar o desprezo.

 

O Santo casal viveu durante muitos anos no Egito... desprezado e também no esquecimento. Jesus Cristo estava presente! Ali ficou até a morte de Herodes...” (Mt 2, 15).

Não devemos mendigar a amizade e a atenção das pessoas. Se Jesus Cristo estiver presente na nossa vida, nada nos falta... somente o seu amor e amizade nos basta! “Devemos também praticar a paciência e provar nosso amor a Deus suportando em paz os desprezos que recebemos” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

43.ª mensagem: Fazer florescer onde fora plantado.

 

O Santo casal ficou por muitos anos onde Deus queria... sete anos  no Egito. Onde poderia ser melhor? Longe da vontade do criador? Não! Ali ficou até a morte de Herodes...” (Mt 2, 15).

Devemos florescer onde Deus nos plantar! Infeliz da pessoa que nunca se contenta com a sua posição, que está sempre buscando outra... como se fosse possível haver rosas sem espinhos e atalho sem trabalho!

 

44.ª mensagem: Pobreza.

 

“Ali ficou até a morte de Herodes...” (Mt 2, 15). Onde? Burcardo de Saxônia e Jansênio afirmam que moraram em Matarieh; Strabo diz que moraram na cidade de Heliópolis... em estrema pobreza durante sete anos, segundo Santo Antonino e Santo Tomás de Aquino. Eram estrangeiros, desconhecidos, sem rendimentos, sem dinheiro e sem parentes. Viviam na pobreza material, mas possuíam a maior riqueza que é Jesus Cristo.

Quem possui Jesus é rico de todos os bens, e a pobreza não deve entristecê-lo: “Não invejemos os grandes do mundo, as suas riquezas, as honras, as dignidades, nem os aplausos que recebem dos homens. Tenhamos inveja dos que mais amam a Jesus Cristo, porque vivem certamente mais contentes do que os maiores reis da terra. Agradeçamos ao Senhor que nos fez conhecer a vaidade de todos os bens terrenos, que causam a perda de tantas almas” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

45.ª mensagem: Trabalho honesto.

 

Durante os sete anos no Egito o pobre casal comprava o alimento com muita dificuldade... com o trabalho honesto, não roubou o próximo, como fazem alguns: Ali ficou até a morte de Herodes...” (Mt 2, 15). São Basílio Magno escreve: “Por serem pobres, era-lhes bem penoso conseguir o indispensável para passar a vida”.

Aprendamos do Santo casal a trabalhar com honestidade para nos sustentar, sem por a mão no que não nos pertence. Somente assim agradamos a Deus. Pobreza não é defeito... roubar, sim!  Tal era a pobreza de Nossa Senhora que muitas vezes nem tinha um pedaço de pão para o Menino Jesus, quando, obrigado pela fome, lhe pedia algum... mas, nunca roubou.

 

46.ª mensagem: Não escolher trabalho.

 

São José, homem trabalhador, não escolheu trabalho... mas aceitou qualquer um para sustentar  Maria e Jesus: “Ali ficou até a morte de Herodes...” (Mt 2, 15).

Feliz da pessoa que não escolhe trabalho... os mais leves e fáceis; mas sim, que trabalha por amor aceitando principalmente os mais pesados e difíceis: “É preciso trabalhar com energia e enfrentar a fadiga para não dar folga à própria comodidade” (Bem-aventurado José Allamano).

 

47.ª mensagem: Humildade.

 

Depois de alguns anos morando no Egito, voltam para a terra de Israel... vão morar em Nazaré, cidade pequena, onde a Santa Família terá uma vida mais humilde, tranquila e mais conforme à simplicidade dos seus gostos: “Quando Herodes morreu, eis que o Anjo do Senhor manifestou-se em sonho a José, no Egito, e lhe disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai  para a terra de Israel, pois os que buscavam tirar a vida ao menino já morreram’” (Mt 2, 19-20).

Aprendamos da Sagrada Família a virtude da humildade! Fujamos dos aplausos, elogios e aglomeração de pessoas. Quem possui Deus não necessita das amizades perigosas e dos grandes centros.

 

48.ª mensagem: Gratidão.

 

O Santo casal era grato. Antes de voltar para a terra de Israel, os santos Esposos vão agradecer e despedir dos poucos amigos que tinham conseguido naquela terra: “Quando Herodes morreu, eis que o Anjo do Senhor manifestou-se em sonho a José, no Egito, e lhe disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel, pois os que buscavam tirar a vida ao menino já morreram’” (Mt 2, 19-20).

Nunca devemos esquecer as pessoas que nos fizeram favores... é preciso agradecê-las de coração e rezar pelo progresso das mesmas: “Não há dever mais urgente do que o de agradecer” (Santo Ambrósio).

 

49.ª mensagem: Aflição.

 

A viagem de volta para Israel encheu de aflição o Coração de Maria, porque o Menino Jesus já estava crescido, com sete anos, sendo grande demais para os seus braços e pequeno para percorrer a pé tão longa estrada: “Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e entrou na terra de Israel” (Mt 2, 21). Ela queria fazer algo a mais para Jesus!

Jesus Cristo, nosso Deus Eterno, merece todo o nosso amor e zelo. Não devemos ficar indiferentes e frios quando não conseguimos agradá-lo: “Se Deus a cada instante se dá a nós com amor infinito, não cabe a nós, criaturas miseráveis, dar-nos a Ele com todo o nosso ser, de modo que todas as nossas obras sejam dirigidas a Ele com toda a intensidade de amor de que somos capazes?” (Santa Teresa dos Andes).

 

50.ª mensagem: Vivermos como peregrinos nesse mundo.

 

A Sagrada Família passou por esse mundo como peregrina, sem colocar o coração nas coisas terrenas e sem se apegar em lugares: “Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e entrou na terra de Israel”(Mt 2, 21).

Eis aí uma lição para nós. Temos de viver na terra como peregrinos, sem apegos aos bens que o mundo nos oferece. Pois depressa teremos de deixá-los para passarmos à eternidade: “Não temos aqui cidade permanente, mas procuramos a futura” (Hb 13, 14).

 

51.ª mensagem: Jesus e Maria.

 

São José tomou Jesus e Maria e voltou para a terra de Israel: “Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e entrou na terra de Israel”(Mt 2, 21).

Àquele que traz com amor a Jesus Cristo e a Virgem Maria em seu coração, tornam-se leves, até suaves e agradáveis todas as penas. Quando carregamos as cruzes apoiados em Jesus Cristo e em Maria Santíssima, elas tornam-se mais suportáveis.

 

52.ª mensagem: Manter distância dos inimigos.

 

São José não quis se aproximar de Arquelau, filho de Herodes: “Mas, ouvindo que Arquelau era rei da Judéia em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Tendo recebido um aviso em sonho, partiu para a região da Galiléia” (Mt 2, 22).

Não devemos odiar os nossos inimigos... devemos rezar por eles; mas não temos a obrigação de vivermos próximos deles:  “Não me assento com os homens mentirosos, e não quero associar-me aos impostores; eu detesto a companhia dos malvados, e com os ímpios não desejo reunir-me” (Sl 25, 4-5).

 

53.ª mensagem: Silêncio.

 

A pequena cidade de Nazaré era pouco populosa e, com certeza, era um lugar silencioso: “... e foi morar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareu” (Mt 2, 23).

Devemos residir no lugar onde faremos o melhor para a nossa alma... onde a salvaremos mais facilmente. Devemos perguntar a nós mesmos: Onde alcançarei melhor a minha salvação? Onde estarei menos exposto a perder-me? Onde estarei mais consolado na hora da morte?

 

54.ª mensagem: Filho obediente.

 

É na casa de Nazaré que o Verbo Encarnado viveu o resto de sua infância e da sua mocidade... obedecendo o Santo casal: “... e foi morar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareu” (Mt 2, 23).

Imitemos o exemplo de Jesus Cristo, sempre obediente! Devemos obedecer espontaneamente e não à força: “A perfeita obediência exige uma alma sem juízo próprio” (Santa Maria Madalena de Pazzi).

 

55.ª mensagem: Ocupar o tempo com boas obras.

 

Jesus Cristo não vive na ociosidade na casa em Nazaré, mas ocupa bem o tempo: busca água, abre e fecha a oficina, varre a casa, busca lenha para o fogo, ajuda São José no trabalho, reza... “... e foi morar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareu” (Mt 2, 23).

Não podemos jogar a vida fora perdendo tempo com as coisas vazias desse mundo. Devemos aproveitar cada minuto para entesourar tesouros no céu realizando o bem... com perfeição: “Se considerarmos atentamente a misericórdia de Deus, nunca deixaremos de fazer o bem de que formos capazes” (São João de Deus).

 

56.ª mensagem: Viver ocultamente.

 

Jesus Cristo viveu ocultamente em Nazaré... longe dos elogios das criaturas vazias: “... e foi morar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareu” (Mt 2, 23).

Milhões de pessoas orgulhosas e vaidosas buscam ser vistas e honradas aqui nesse mundo... fazem de tudo para ser o centro das atenções: “Jesus Cristo passou trinta anos de sua vida ocultamente, para nos ensinar o recolhimento, vida humilde e oculta” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

57.ª mensagem: Jesus Cristo nos ama.

 

Na pobre casa de Nazaré, o Senhor não para de trabalhar... é por nosso amor que vive fatigado: “... e foi morar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareu” (Mt 2, 23).

Devemos pagar amor com amor! Feliz da pessoa que realiza todas as boas ações por amor a Jesus Cristo, para agradar um Senhor tão bondoso e generoso: “Ó Jesus, que a vós me associe nos dias que ainda me restam, deixai-me trabalhar e sofrer convosco na oficina de Nazaré” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

OBS: Essa pregação não está concluída; assim que “surgirem” novas mensagens as acrescentaremos.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 30 de setembro de 2016

 

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

Santo Afonso Maria de Ligório, Meditações e A prática do amor a Jesus Cristo

São João de Deus, Escritos

Santa Maria Madalena de Pazzi, Escritos

Santa Teresa dos Andes, Escritos

Santo Ambrósio, Escritos

Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual

Santo Agostinho, Escritos

Bem-aventurado Columba Marmion, Jesus Cristo: ideal do monge

Dom Rafael Llano Cifuentes, Escritos

São Pedro Julião Eymard, Escritos

São João Crisóstomo, Escritos

Pseudo-Crisóstomo, Escritos

São Beda, Escritos

São Fulgêncio de Ruspe, Escritos

Pe. Francisco Faus, Escritos

Santo Hilário, Escritos

Remígio, Escritos

São Luís Maria Grignion de Montfort, Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem

Pe. Francisco Fernández Carvajal, Falar com Deus

São Clemente Romano, Escritos

Bem-aventurado Papa Paulo VI, Evangelii Nuntiandi, 22

Tomás de Kempis, Imitação de Cristo

São Cipriano, Escritos

 

 

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “Do Egito chamei o meu filho”
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/comentarios/natal/comentario_natal_028.htm