DIRIGINDO-SE APRESSADAMENTE

(Lc 1, 39-45)

 

39 Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. 40 Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. 41 Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. 42 Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre! 43 Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? 44 Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. 45 Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!”

 

 

MENSAGENS PARA A VIDA

 

1.ª mensagem: Não arranjou desculpas.

 

A Virgem Maria, que já estava grávida, não arranjou desculpas para evitar essa longa viagem. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Quem ama verdadeiramente o próximo não deixa de ajudá-lo nem arranja desculpas por causa das dificuldades, mas põe-se a caminho: “A caridade é prestativa...” (1 Cor 13,  4).

 

2.ª mensagem: Não olhou a distância.

 

A esforçada Senhora, muito nova e grávida, pôs-se a caminho para Ain-Karim, cidade onde morava Santa Isabel, distante 150 quilômetros de Nazaré. Estava preparada para suportar todas as cruzes do caminho: calor, sol, fome, sede, cansaço, ladrões, tempestade de areia, frio durante a noite e outros. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

A obra de Deus se realiza com provações e obstáculos. Quem quiser realizar o bem deve carregar as cruzes de cada dia: “A obra de Deus se realiza no sacrifício” (Bem-aventurada Elisabete da Trindade).

 

3.ª mensagem: Ainda no seio de Maria, o Menino Jesus quer manifestar ao mundo o seu amor.

 

Iluminada interiormente pelo Espírito Santo, a Virgem Maria conheceu que o Verbo humanado, e já feito seu Filho, queria começar a manifestar ao mundo as riquezas de sua misericórdia. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Está claro que não existe idade para realizar o bem! Deus quer que façamos o bem desde a meninice até o último suspiro: “A formação para o apostolado deve iniciar-se desde a primeira educação das crianças... Importa, além disso, educar as crianças a ultrapassarem as barreiras da família e abrirem o espírito para as comunidades tanto eclesiásticas quanto temporais” (Concílio Vaticano II).

 

4.ª mensagem: Alegria em servir.

 

Nossa Senhora, com o Menino Jesus no seio, foi servir sua parenta Santa Isabel. Ela não murmurou nem mostrou pouca vontade; mas sim, foi servir sua prima com alegria. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

A vida da Virgem Maria foi de serviço e amor ao próximo... uma constante ajuda aos homens, longe do egoísmo. Devemos imitar o seu exemplo, sem esperar nada em troca: “Servi o Senhor com alegria”(Sl 99, 2).

 

5.ª mensagem: Generosidade.

 

A Virgem Maria foi visitar sua prima Santa Isabel com o coração cheio de generosidade. É a virtude que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outrem. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Quem é generoso não fica parado às margens do caminho, mas abre o coração para o próximo com o máximo de generosidade: “Tomem a resolução de ser tudo para todos, sacrificando-se pelos outros sem manifestá-lo. Renunciem as suas comodidades pelos outros para ganhar-lhes o coração e levá-los a Deus” (Santa Teresa dos Andes).

 

6.ª mensagem: Disponibilidade.

 

Nossa Senhora não foi obrigada a visitar sua prima; Deus, através do Anjo, não lhe exigira nada nesse sentido, e Santa Isabel não lhe solicitara ajuda. A Virgem poderia ter permanecido na sua própria casa, mas põe-se a caminha com disponibilidade. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Feliz da pessoa que possui um coração disponível... sempre pronto para servir. Quem é disponível não fica de braços cruzados esperando as oportunidades passarem... mas está sempre pronto para realizar o bem.

 

7.ª mensagem: Caridade.

 

Quem ama verdadeiramente o próximo não consegue dizer não. A Virgem Maria, mesmo não sendo obrigada, caminhou com o coração abrasado de amor para a longínqua casa de Isabel... quem ama “voa”. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Quem ama não consegue viver na inatividade, isto é, de braços cruzados. O verdadeiro amor a Deus ganha maturidade e realismo na prática do amor ao próximo: “Sem caridade, não há nada que agrade a Deus” (São Clemente Romano).

 

8.ª mensagem: Humildade.

 

A Virgem Maria não disse que seria muito humilhante a Mãe de Deus ocupar-se de trabalhos domésticos durante alguns meses; mas a Serva humilde viajou para servir sua prima Santa Isabel. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Devemos imitar o exemplo de Nossa Senhora e não sermos orgulhosos diante do cargo que ocupamos. Para o humilde, servir é reinar; para o orgulhoso, servir é ser escravo, por isso não gosta de servir: “Não nos devemos considerar importantes: nem aos nossos próprios olhos, nem perante a estima dos outros, nem em vista dos nossos conhecimentos e qualidades” (Bem-aventurado José Allamano).

 

9.ª mensagem: Fortaleza.

 

A Virgem Maria é uma mulher forte... não se assustou diante da região montanhosa. A região montanhosa recebe uma determinação mais precisa, quando São Lucas se refere às notícias dos acontecimentos surpreendentes verificados na casa de Zacarias e que “se espalharam por todas as montanhas da Judéia” (Lc 1, 65), por onde se pode deduzir que não era muito extensa esta região da Judéia. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Quando decidimos trabalhar para a glória de Deus e pelo bem das almas surgem “montanhas” no nosso caminho, isto é: obstáculos, provações e dificuldades... torna-se uma “região montanhosa”, provações de todos os lados. Deus quer que vençamos essas “montanhas” com a cabeça erguida: “O Senhor espera de nós é o heroísmo nas pequenas coisas, no cumprimento diário dos nossos deveres. Todos os dias temos necessidade do dom da fortaleza, porque todos os dias temos necessidade de praticar esta virtude para vencer os caprichos pessoais, o egoísmo e a comodidade” (Pe. Francisco Fernández Carvajal).

 

10.ª mensagem: Luta.

 

Nossa Senhora não se entregou ao desânimo ao contemplar as montanhas, mas se esforçou para subi-las... sem luta não há vitória. Segundo o livro de Josué, parece tratar-se de montanhas situadas muito ao sul: “Josué percorreu toda a região, o norte, a zona do sul, a planície e Asedote. Devassou de Cades Barne até Gaza e toda a terra de Gósen até Gabaon” (Js 10, 40ss.). No livro de Jeremias 32, 44 lê-se: “Os campos serão comprados a dinheiro e registrados em escritura e serão selados e se tornarão testemunhas, na terra de Benjamim e nos arredores de Jerusalém, nas cidades de Judá, e nas cidades das montanhas e nas cidades das planícies e nas cidades que estão no meio-dia porque farei voltar os seus cativos, diz o Senhor”. O profeta, ao anunciar o retorno dos cativos de Babilônia, enumera um por um os distritos de Judá, distingue “a região montanhosa” do distrito de Jerusalém. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Para realizarmos o bem devemos lutar sem desanimar. Sem luta, e luta contínua, não há triunfo nem vitória. Quem foge da luta não serve para trabalhar para a glória de Deus e pelo bem das almas: “O Cristão nasceu para a luta, e quanto mais encarniçada se apresenta, tanto mais segura há de ser a vitória com o auxílio de Deus” (Leão XIII).

 

11.ª mensagem: Coragem.

 

A Santíssima Virgem é corajosa. É jovem, mas não tremeu diante da região montanhosa... não buscou a “planície” do comodismo. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Quem trabalha para a glória de Deus pode até sentir medo, mas não desiste do trabalho; porque sabe que Deus protege os seus amigos fiéis e corajosos: “Homem valente é aquele em quem a coragem acaba por prevalecer sobre o medo” (Dom Rafael Llano Cifuentes).

 

12.ª mensagem: Amor ao sacrifício.

 

Nossa Senhora sabia muito bem que não seria nada fácil subir as altas montanhas, mas não desistiu... estava grávida e não queria vida fácil e cômoda. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Quem ama verdadeiramente a Deus e as almas imortais, não deixa de realizar boas obras por causa das dificuldades... mas suporta o sacrifício, porque o amor é mais forte: “Quanto mais amamos, mais necessitamos e desejamos o sacrifício” (Santa Teresa dos Andes).

 

13.ª mensagem: Não pensou somente nela.

 

Maria Santíssima não pensou somente em si; mas, o seu coração cheio de bondade, a levou para perto de sua prima. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Quem é devoto de Nossa Senhora deve aprender dela a solicitude pelos outros. A pessoa que não se preocupa em ajudar o próximo não pode ser verdadeiro devoto de Nossa Senhora: “Não podemos conviver filialmente com Maria e pensar apenas em nós mesmos, nos nossos problemas. Não se pode tratar com a Virgem e ter, egoisticamente, problemas pessoais” (São Josemaría Escrivá).

 

14.ª mensagem: Diligência.

 

A Santíssima Virgem não ficou calculando qual seria o tempo oportuno para a viagem, mas pôs-se a caminho apressadamente. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Quem é diligente não deixa para depois. “Sede... diligentes...” Dedicação ou esmero naquilo que realiza... A palavra diligência vem do verbo latino diligere, que significa amar; diligens (diligente) significa aquele que ama. Remédio para a preguiça, a virtude da diligência consiste no carinho, alegria e prontidão. Diligência é uma habilidade adquirida que combina persistência criativa, esforço inteligente, planejado e executado de forma honesta e sem atrasos, com competência e eficácia, de modo a alcançar um resultado puro e dentro do mais alto nível de excelência.

 

15.ª mensagem: Perseverança.

 

Nossa Senhora não desistiu na metade do caminho... no sopé das montanhas... mas perseverou até o fim... chegou em Ain-Karin, cidade onde morava Santa Isabel. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Infeliz da pessoa que inicia um trabalho para Deus e desiste na metade do caminho. Deus quer que sejamos perseverantes naquilo que fazemos, não desistindo por causa dos obstáculos, por maiores que sejam: “Pois é a perseverança que é coroada, e sem ela não poderei agradar-vos nem ser por vós aceita” (Santa Catarina de Sena).

 

16.ª mensagem: Quem está com Deus caminha para as altas “montanhas” da santidade.

 

Nossa Senhora estava grávida, isto é, com Deus no ventre e subiu as altas montanhas... quem vive com Jesus caminha para as altas “montanhas” da santidade, não fica na “planície” dos vícios. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Quem vive com Deus na alma não busca a “planície” desse mundo, isto é, as coisas caducas e passageiras; mas sim, busca as coisas do alto... caminha apressadamente para o alto... para a santidade: “Nasci para as coisas do alto” (Santo Estanislau Kostka).

 

17.ª mensagem: Rezar e trabalhar.

 

A Virgem Maria levantou-se da tranquilidade de sua contemplação, a que estava sempre aplicada, e deixando a sua feliz solidão, com grande pressa partiu para a casa de Isabel. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Está claro que para agradar a Deus e salvar a alma não basta rezar; mas é preciso rezar e trabalhar: “Reza e trabalha” (São Bento).

 

18.ª mensagem: Jesus Cristo que estava no seio de Maria, se apressou em santificar São João Batista.

 

Maria Santíssima foi às pressas para Ain-Karin, porque Jesus Cristo se apressou em santificar São João Batista. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Jesus Cristo não quer ficar “acomodado” e “aposentado” no nosso coração; devemos, com amor, alegria e prontidão, obedecer aos seus “empurrões” e ajudar o próximo a conhecer melhor o caminho da salvação: “É por meio de Maria que Jesus faz sua primeira visita aos homens” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

19.ª mensagem: Não se distrair com as coisas da terra.

 

A Virgem foi às pressas... não perdeu tempo com o que passa, nem em conversas vazias. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Aquele que deseja trabalhar para Deus e conquistar a Vida Eterna, não deve perder tempo com as vaidades e conversas vazias desse mundo. É preciso concentrar-se no Criador: “A graça do Espírito Santo não conhece demora. Devemos aprender a não determos nas praças, a não misturarmos em público com conversas” (Santo Ambrósio).

 

20.ª mensagem: Ocupar bem o tempo.

 

Nossa Senhora não foi visitar Santa Isabel para perder tempo; mas sim, para realizar um trabalho sério. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Não podemos perder tempo fingindo trabalhar para o bem das almas... mas devemos ocupar bem o tempo e realizar o trabalho com seriedade: “Hoje Deus te chama a fazer o bem; faze-o hoje mesmo, porque amanhã talvez já não terás tempo, ou Deus não te chamará” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

21.ª mensagem: Vida de clausura do Menino Jesus no seio de Maria.

 

A vida do Verbo Encarnado no seio de Nossa Senhora foi uma vida de clausura (recinto fechado). Ele quis residir no seio de Maria Santíssima, encerrando no menor espaço a sua humanidade, escondendo na fraqueza a sua onipotência e na simplicidade de uma criança a sua infinita sabedoria. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39). Nessa viagem, Ele estava enclausurado no seio da Virgem Maria.

Estamos nesse mundo como viajantes para a Pátria Eterna; devemos trazer na clausura do nosso coração o Deus Bendito, evitando tudo o que lhe desagrada. Quem caminha unido a Jesus Cristo... caminha feliz e seguro: “Quando Jesus está presente, tudo é bom e nada parece dificultoso” (Tomás de Kempis).

 

22.ª mensagem: Enclausurou-se por causa dos nossos crimes.

 

Nessa viagem, a Virgem Maria levava na clausura do seu seio o amável cativo Menino Jesus... enclausurou-se a fim de nos evitar o cárcere do inferno eterno. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39). Caminhava a Bondosa Senhora com o pequenino “preso” no seu seio.

Devemos pedir perdão de todo o coração para Jesus Cristo, o “prisioneiro” no seio de Maria Virgem. Pedir perdão pelos nossos crimes e ingratidões... prometendo-lhe uma sincera mudança de vida.

 

23.ª mensagem: Vida de solidão do Menino Jesus no seio de Maria.

 

A Virgem do silêncio caminha para Ain-Karim, cidade onde estava sua prima Santa Isabel, com o Deus “solitário” no seu seio. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Aprendamos do Senhor a viver longe dos elogios e aplausos das pessoas... buscando a solidão agradável a Deus: “Quando trato com as pedras, tenho menos matéria de confissão do que quando trato com os homens” (São João da Cruz).

 

24.ª mensagem: A Virgem Santíssima “dialoga” com o Menino “solitário”. “Diálogo” de amor, de recolhimento e de paz.

 

Ela sabia que Ele estava no seu seio... mas... solidão... nada de espetáculo vaidoso. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Como é agradável a Deus a solidão! Devemos nessa viagem para a Eternidade Feliz, conservarmo-nos ocultos, cuidando da nossa alma... feliz da pessoa que ganha tempo dialogando com Deus; e infeliz de quem perde tempo com as criaturas vazias.

 

25.ª mensagem: “Entreter-se” com Deus.

 

Nossa Senhora caminhava... mas estava embevecida... o Deus “solitário” estava no seu seio... “entretinha-se” somente com Ele. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Quanto mais nos separarmos do mundo e das suas conversações frívolas e perigosas, tanto mais Deus se aproximará de nós, nos falará ao coração, nos fará gozar as delícias de sua presença, a doçura das suas consolações: “Contigo, nada mais me agrada na terra” (Sl 73, 25).

 

26.ª mensagem: Vida de silêncio do Menino Jesus no seio de Maria.

 

Nossa Senhora caminha para a casa de Santa Isabel... 150 quilômetros de viagem com o Deus “silencioso” no seu seio. A Virgem do silêncio leva no ventre o Deus “calado”... “diálogo” do amor... adoração. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

O silêncio é a escola da sabedoria! É nessa escola que aprendemos a falar somente o necessário e com muita prudência. Quanto mais silêncio há, tanto mais inocência há; se o falar causa distração, o silêncio extingue-a: “Antes de falar, o homem prudente examina se o que vai dizer vale mais que o silêncio” (M. Hamon).

 

27.ª mensagem: Vida de humildade do Menino Jesus no seio de Maria.

 

Ele, o Senhor, está no seio de Maria Santíssima... nessa longa viagem. Ele que tem o seu trono no mais alto dos céus, abaixa-se e restringe-se à mais extrema pequenez do corpo duma criança no seio de sua Santa Mãe. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Aprendamos de Nosso Senhor a verdadeira humildade! Ele, Deus, se fez tão pequeno... o homem, criatura pecadora, luta para ser grande: “Não acrediteis ter progredido na perfeição, se não vos julgardes piores de todos e se não desejais ser tratados como os últimos” (Santa Teresa de Jesus).

 

28.ª mensagem: Vida de pobreza do Menino Jesus no seio de Maria.

 

Aquele que tão magníficas riquezas confiou ao céu e à terra, podia muito bem possuí-las, mas não as quis. Privou-se de tudo encarnando, e fez-se pobre por amor de nós. Ganhou afeição à pobreza, e não a achando no seio de seu Pai, veio buscá-la no seio de sua Santa Mãe. Ali Ele está inteiramente nu. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39). O pobre Menino “viaja” no seio de tão pobre Senhora!

Aprendamos de Jesus Cristo a amar a pobreza! Ele ama a pobreza, enquanto que o homem a despreza. A verdadeira riqueza não consiste em possuir as coisas passageiras da terra; mas sim, em possuir a Jesus Cristo: “Não invejemos os grandes do mundo, as suas riquezas, as honras, as dignidades, nem os aplausos que recebem dos homens” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

29.ª mensagem: O Menino Jesus mortifica os seus sentidos no seio de Maria.

 

A Santíssima Virgem caminha... e o Doce Menino está na mais profunda obscuridade. Nem os seus olhos gozam da luz nem a sua língua do uso da palavra, nem os seus membros da faculdade de se mover. A estes sofrimentos dos sentidos exteriores acresciam os dos sentidos interiores, do espírito e da imaginação, que conservavam incessantemente presentes ao seu pensamento a sua morte tão ignominiosa como dolorosa, a perdição eterna de tantas almas que recusariam aceitar a salvação que vinha trazer-lhes, as dores futuras de sua Mãe, os tormentos dos mártires, as lágrimas e perseguições de todos os santos. Todas estas dores carregavam a sua alma dum peso imenso que Ele suportava com resignação. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Contemplemos o Menino Deus que sofreu desde o ventre de sua Amada Mãe... não ficou um instante sem padecer por nosso amor; e nós nada queremos padecer pelo seu serviço. Ele mortificou a sua vista, e nós queremos conceder tudo à nossa; crucificou os seus sentidos, e nós queremos lisonjeá-los; sofreu extremas amarguras interiores, e nós revoltamo-nos contra as nossas. É vergonhoso não querer sofrer pelo Senhor que sofreu tanto por nós!

 

30.ª mensagem: O Menino Jesus mortifica a sua vontade no seio de Maria.

 

Jesus Menino está no seio de Maria por obediência ao seu Pai; não mede o tempo segundo os seus desejos, mas conforma os seus desejos com os mandamentos de seu Pai, com escrupulosa exatidão. Ele tinha direito de dirigir e regular por si mesmo as suas ações; mas renuncia ao uso deste direito, e deixa a sua vontade à disposição da obediência. Obedece não só aos mandamentos de seu Pai, mas aos de Maria Santíssima, que o leva onde quer... E o que faz no princípio de sua vida, o fará até ao fim; e depois de ter tido uma vida toda de obediência, morrerá por obediência. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Aprendamos a nunca tomar a nossa vontade por norma do nosso procedimento e de nossas determinações; mas a não querer, como Jesus Cristo, senão o que Deus quer e a querê-lo fortemente e do fundo do coração, inteiramente e sem reserva: “Ó Senhor, vós que sois Deus, renunciais a vossa vontade, e eu, verme da terra, quero fazer a minha: o vosso prazer é obedecer, e eu desejo mandar. Que cegueira é a minha!” (M. Hamon).

 

31.ª mensagem: O Menino Jesus mortifica a sua liberdade no seio de Maria.

 

O Menino Inocente não só renuncia a sua própria vontade, mas também privando-se até do poder, toma todas as fraquezas da infância e sofre por escolha todas as enfermidades que as crianças sofrem por necessidade. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Ele que com uma só palavra criou tudo o que existe, torna-se mudo sem poder pronunciar uma palavra para nos ensinar a calar-nos, a não murmurar nem queixar-nos nos incômodos; a não alterar com os outros, como se quiséssemos sempre prevalecer a ceder modestamente, como se nada tivéssemos que replicar... Ele que, no seio de seu Pai, é soberanamente independente, depende de Maria, pelo que respeita à sua vida, ao seu alimento, à sua conservação; não tem o ser e a vida humana senão por dependência de Nossa Senhora; não tem outro alimento senão o sangue de seu coração, até que sugue o leite de seus seios; e a sua conservação depende unicamente dela; Ele não pode depender de si mesmo o seu corpinho tão fraco, tão delicado... a menor imprudência de sua Mãe pode matá-lo. Que Ele nos ensine a reprimir o nosso espírito de independência, o mau uso da língua e o desejo de fazer a nossa própria vontade.

 

32.ª mensagem: O Menino Jesus presta adoração a Deus no seio de Maria.

 

Nessa viagem... não deixava de adorar ao seu Pai. Conhecendo perfeitamente a imensa distância que separa o Criador da criatura, entregava-se na presença de seu Pai aos mais profundos respeitos, à mais humilde adoração, e glorificava com todas as suas forças a infinita majestade de Deus. Então viu-se o que nunca se tinha visto: um Deus adorado e um Deus adorando... um Deus prestando a Deus respeitos, que o honram tanto quanto o merecem as suas perfeições infinitas; todo o céu extasiado diante desta maravilha. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

É assim que adoramos a Deus? Quão pouco sabemos encher-nos de respeito diante das suas perfeições e envergonhar-nos da nossa miséria diante da sua santa majestade!

 

33.ª mensagem: O Menino Jesus tributa amor a Deus no seio de Maria.

 

Amar a Deus é o seu constante desejo. É a sua vida e a sua incessante ocupação. Exultemos por haver no mundo um coração que ama a Deus tão perfeitamente, e repara todas as ofensas que lhe são feitas. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Aprendamos que só Deus é tudo para o coração do homem; que tudo o que não é Deus é nada e não pode dar-nos a felicidade.

 

34.ª mensagem: O Menino Jesus presta ações de graças a Deus no seio de Maria.

 

O Menino Jesus, vendo todos os bens que Deus lhe deu e os que Ele deu e dará para sempre a todas as criaturas, de quem Ele é a cabeça e o representante, dilata todas as potências de sua alma para agradecer dignamente ao Senhor. Ele admira quão magníficos, multiplicados, contínuos, e ao mesmo tempo gratuitos, desmerecidos, sem interesse como sem reserva, são esses benefícios. Estas considerações inspiram-lhe inefáveis e incessantes ações de graças. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Agradeçamos de coração ao Deus Eterno por todos os bens que recebemos de suas Santíssimas Mãos... agradeçamos ao Senhor continuamente, sem intervalo... dizendo: Eu vos agradeço, ó Senhor Eterno... e me comprazerei em vo-lo repetir muitas vezes de dia e de noite.

 

35.ª mensagem: O Menino Jesus presta louvores a Deus no seio de Maria.

 

A alma do Belo Menino não só considera Deus em seus benefícios; mas também e ainda mais o considera nele mesmo, como centro de toda a beleza, de toda a perfeição, como um oceano imenso donde dimana a cada instante todo o bem que há no céu e na terra. Vendo isto, ressoa do íntimo do seu peito um canto de louvores, que alegra infinitamente o coração de Deus e que nada pode interromper. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

É nosso dever entregar-nos ao louvor do Criador, de quem recebemos tudo o que temos e para quem só existimos. Como cumprimos esse dever? Comprazemo-nos nas perfeições de Deus, gostamos de louvá-las, admirá-las e bendizê-las? Não somos do número dos que nisto pouco ou nada pensam?

 

36.ª mensagem: O zelo do Menino Jesus no seio de Maria pela glória de Deus.

 

Encarnado no seio de Maria, o Verbo não havia tido senão um fim, o de buscar a glória de Deus, fazendo-o conhecer, amar e servir; e este pensamento nunca o deixava: preocupava-o de dia e de noite. A isto se referiam todas as pulsações do seu Coração, todas as suas orações e todos os seus sofrimentos. Não cuidava nem de si, nem de seus interesses nem de sua glória. Que admirável zelo! Que pureza de amor! “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Aproximemo-nos deste fogo sagrado para purificar as nossas intenções tantas vezes mescladas de intuitos humanos, que nos tiram o mérito de nossas obras, para excitar o nosso zelo, tantas vezes frio e pouco cuidadoso dos grandes interesses da glória de Deus. Aprendamos d’Ele a nada fazer, nada dizer, nada desejar por amor próprio, por louvor e renome, mas sim, a referir tudo a Deus e à sua glória. Feliz do que compreende estas coisas, e com elas conforma a sua vida!

 

37.ª mensagem: O zelo do Menino Jesus no seio de Maria pela salvação dos homens.

 

O Menino Jesus confunde em um mesmo amor a glória de Deus e a salvação dos homens, filhos de Deus, destinados a louvá-lo, a glorificá-lo no tempo e na eternidade: por isso deseja ambas com igual ardor. Sente um imenso desejo de vir salvar os homens, fazer-lhes bem, ensinar-lhes toda a verdade, pregar-lhes todas as virtudes com os seus exemplos e as suas palavras, empregar o seu poder miraculoso em aliviar-lhes as misérias, a sua sabedoria em mostrar-lhes o caminho do céu, a sua graça e os merecimentos de seu sangue em obrigá-los a segui-los. Se os pregadores sofrem uma espécie de martírio quando são detidos nos seus desígnios de salvar os homens, quanto não sofreria o Verbo Encarnado detido no seio de sua Mãe, e desde o primeiro instante de sua vida sempre abrasada no desejo de se sacrificar para nos salvar? “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Como é então que, depois disto, temos tão pouco zelo pela nossa salvação, tão pouco desejo de progredir na perfeição, tão pouco cuidado da conversão dos pecadores que nos rodeiam? Roguemos a Deus que nos comunique algumas chamas do sagrado fogo que o consome.

 

38.ª mensagem: A vida do Menino Jesus no seio de Maria foi uma vida de oração.

 

Assim que a alma de Jesus Cristo foi formada, logo, olhando para Deus, viu n’Ele o oceano de todo o bem, fora do qual nenhum bem existe, e do qual, por conseguinte, dimana todo o dom perfeito. Encantado deste espetáculo e sabendo, por um lado, que ordinariamente as graças não se concedem senão com a condição de ser pedidas; por outro, que a missão do sacerdote é dirigir ao céu esta petição, Ele começa a rezar por si e por todo o mundo desde o primeiro momento de sua existência. E quem poderia dizer quão perfeita foi esta oração! Ela foi fervorosa, porque as graças que pedia, sendo de um preço infinito, mereciam ser infinitamente desejadas; foi contínua e perseverante, porque a todo o instante a criatura precisa do socorro do seu Criador; foi humilde, porque a sua Santíssima alma sentia profundamente que a criatura nada é, e que somente Deus é tudo; foi cheia de confiança, porque o Verbo, que falava por esta oração, a divinizava, e um Deus pedindo a um Deus não pode ser desatendido. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Entremos aqui em nós mesmos. Rezemos: 1.º Com a alegria de honrar a Deus com a nossa oração. 2.º Com o duplo sentimento da necessidade que temos de seu socorro e de o pedir. 3.º Com um grande apreço dos bens eternos que pedimos e um veemente desejo de os obter. 4.º Com perseverança, sem nos desanimarmos, se não formos logo atendidos. 5.º Com humildade, conservando-nos diante de Deus muito humilhados pela consideração de suas perfeições e de nossa miséria. 6.º Com confiança, apoiados no poder de Deus.

 

39.ª mensagem: Vida de vítima do Menino Jesus no seio de Maria.

 

Segundo o testemunho de São Paulo, Carta aos Hebreus 10, 5, Jesus Cristo, desde a sua entrada no mundo, diz a Deus, seu Pai: “Vós tivestes por agradáveis os sacrifícios de animais, que vos ofereciam segundo a lei; mas formastes-me um corpo que eu vos ofereço para substituir os antigos sacrifícios”. Consideramos com respeito esta adorável vitima no seio de Maria, que foi o seu primeiro altar. Quão voluntariamente se oferece a seu Pai para ser a nossa salvação e o preço da nossa redenção! Toma sobre si o peso de nossas culpas, de nossas ingratidões e fraquezas; e para as expiar, priva-se de todo o gozo, sujeita-se a permanecer por meses na clausura e incômodo, de humilhação, de pobreza e de padecimento. Ó admirável vítima dos pecados do mundo, como louvar-vos e agradecer-vos o bastante? “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

O nosso coração deve derreter-se em amor vendo-vos nesse estado, trabalhar pela nossa salvação: 1.º Com tanta prontidão: nenhum instante de demora ou de preguiça... pondes mãos à obra desde o primeiro momento de vossa existência. 2.º Com tanto fervor: empregais nisso toda a vossa alma, todo o vosso corpo, todas as vossas forças, e dais a cada um de vossos atos toda a perfeição possível. 3.ºCom tanta constância: nem um momento de afrouxamento e de diminuição no vosso zelo. Tal é o começo de vossa vida, tal será o seu regresso, tal será o seu termo.

 

40.ª mensagem: Não perambular pelas ruas.

 

A visita da Virgem Maria é diferente, não pode ser comparada com as visitas das pessoas que servem o mundo: “Foi Maria a primeira a saudar Isabel. Mas não foi a visita de Nossa Senhora como são as visitas dos mundanos, que pela maior parte se reduzem a cerimônias e falsas exibições” (Santo Ambrósio). Ela foi direto para a casa de sua prima... não ficou nas esquinas jogando palavras fora. “Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel” (Lc 1, 40).

Para agradarmos a Deus e realizar o bem com perfeição, devemos fazer tudo com responsabilidade... sem buscar o nosso interesse nem o elogio das pessoas: “Eu não me apresentei com adulações, como sabeis; nem com secreta ganância, Deus é testemunha! Tampouco procuramos o elogio dos homens, quer vosso quer de outrem” (1 Ts 2, 5-6).

 

41.ª mensagem: Cuidar bem das gestantes.

 

Nossa Senhora foi às pressas cuidar de Santa Isabel que estava grávida. Põe-se a caminho, com alegre prontidão, para prestar os seus singelos serviços à sua prima. “Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel” (Lc 1, 40).

Todas as gestantes necessitam de um cuidado especial, principalmente na hora do parto para não perder a criança. Esse zelo deve se prolongar após o parto: “As mulheres devem aprender a cuidar bem de suas parentas grávidas” (Santo Ambrósio).

 

42.ª mensagem: Jesus e Maria.

 

A Virgem Maria entrou na casa de Isabel com Jesus Menino no seu ventre. Toda a casa se transformou pela presença de Jesus e de Maria. “Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel” (Lc 1, 40).

Feliz do lar que abre as portas não somente para Jesus Cristo, Deus Eterno, mas também para a Virgem Maria, Mãe do Deus Eterno... esse lar será transformado num lugar de paz, harmonia, amor e alegria: “A visita de Nossa Senhora trouxe àquela casa um cúmulo de graças” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

43.ª mensagem: Abrir a “casa” do coração para Nossa Senhora.

 

Aceitemos com amor e devoção a Virgem Maria em nossa vida. Ela entrou na casa de Isabel e quer também entrar na “casa” do nosso coração. “Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel” (Lc 1, 40).

Não seria loucura e grande ignorância desprezar a Virgem Maria? Fechar a “casa” do coração para tão Bela Senhora? Jesus, Deus Eterno, “viajou” no seio de tão Pura Senhora para Ain-Karin, sem nenhuma reclamação nem protesto: “Virgem Imaculada e bendita, vós sois a dispensadora universal de todas as graças, e como tal sois a esperança de todos e a minha esperança também. Dou sempre graças ao meu Senhor que me fez conhecer-vos e compreender o meio de obter as graças e salvar-me. O meio sois vós, ó grande Mãe de Deus, porquanto sei que principalmente pelos merecimentos de Jesus e pela vossa intercessão, me hei de salvar. Minha Rainha! Vós noutro tempo vos destes tanta pressa em visitar e santificar em vossa visita a casa de Isabel. Visitai por quem sois, e visitai depressa a pobre casa da minha alma. Apressai-vos; vós sabeis, melhor do que eu, quanto ela é pobre e enferma de muitos males, de afetos desordenados, de hábitos maus e dos pecados cometidos… Visitai-me, pois, durante a vida e visitai-me especialmente na hora da morte, porque então me será ainda mais necessária a vossa assistência” (Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria).

 

44.ª mensagem: Quem é casto deve também ser humilde.

 

Santo Ambrósio diz: “A parenta mais jovem se aproxima da anciã. Não só se aproxima, mas também a saúda primeiro. Convém, pois, que quanto mais casta seja a virgem, seja também mais humilde. Sabia muito bem a Virgem dar a devida honra aos maiores”. A Virgem Maria foi a primeira a saudar Santa Isabel: pureza e humildade. “Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel” (Lc 1, 40).

Existem pessoas que são puras como anjos, mas orgulhosas como o demônio. “Dizem” que o inferno está cheio de virgens... mas não tem nenhum humilde nele. Isso para mostrar a grandeza da humildade: “Seja, pois, mestre na humildade quem professa a castidade” (Santo Ambrósio). É bom também lembrar que as “virgens loucas” de Mt 25, 1-13 eram “virgens”, mas “loucas”. Não existe aqui nenhum desprezo pela virgindade, muito ao contrário; mas uma pessoa virgem sem humildade irá para o inferno: “Sem virgindade podemos nos salvar; não, porém, sem a humildade... sem a humildade, a própria virgindade de Maria não teria sido agradável a Deus... Agradou a Deus pela virgindade, mas tornou-se Mãe pela humildade” (São Bernardo de Claraval).

 

45.ª mensagem: São João Batista estremeceu no ventre de Isabel.

 

Santo Afonso Maria de Ligório diz: “Sua visita trouxe àquela casa um cúmulo de graças. Com efeito, mal entrara e saudara seus habitantes, ficou já Isabel cheia do Espírito Santo, e João livre de culpa e santificado. Por isso deu aquele sinal de júbilo, exultando no ventre de sua mãe. Queria com isso manifestar as graças recebidas por meio de Maria, como declarou a mesma Isabel: Porque assim que chegou a voz da tua saudação aos meus ouvidos, logo o menino exultou de prazer em minhas entranhas”. “Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo” (Lc 1, 41). Em virtude desta saudação, recebeu João a graça do Divino Espírito Santo, que o santificou (Bernardino de Busti).

Quando a Virgem Maria entrar na “casa” da nossa vida, não através da janela: visões e aparições falsas e inventadas; sentimentalismo e milagres fabricados... mas pela porta, isto é, pela verdadeira devoção (viver Maria), então a nossa vida “estremecerá”... se transformará: “Meu viver é Maria” (São Gabriel da Virgem Dolorosa). De que adianta ter Maria nos lábios e o demônio no coração?

 

46.ª mensagem: Saudação eficaz.

 

A saudação da Virgem Maria “... foi eficaz porquanto cumulou Isabel do Espírito Santo. Com as suas palavras, mediante a profecia, Maria fez brotar na sua prima, como de uma fonte, um rio de dons divinos. Com efeito, onde quer que esteja a cheia de graça, tudo fica repleto de alegria” (Pseudo-Gregório Taumaturgo). “Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo” (Lc 1, 41).

Não podemos diminuir a grandeza da Virgem Maria diante de seu Filho Jesus. Ele pode tudo! É um prodígio que Jesus realiza por meio de Maria Santíssima, daquela que esteve associada desde os começos à Redenção e à alegria que Cristo traz ao mundo: “Deus continua a distribuir suas graças por meio de Maria” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

47.ª mensagem: Pelas mãos da Virgem Maria.

 

Os primeiros frutos da redenção passaram, pois, pelas mãos de Nossa Senhora: “Foi ela o canal pelo qual foi comunicada a graça ao Batista, e o Espírito Santo a Isabel, o dom de profecia a Zacarias, e tantas outras bênçãos àquela casa. Foram estas as primeiras graças que sabemos terem sido distribuídas na terra pelo Verbo, depois que se encarnou” (Santo Afonso Maria de Ligório). “Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo” (Lc 1, 41).

Podemos sim, crer que, desde então, Deus constituiu Maria Santíssima o aqueduto universal, pelo qual, depois daquele tempo, passassem todas as outras graças que o Senhor quer dispensar-nos: “Deus depositou em Maria, como num erário (tesouro público) de misericórdia, todos os dons da graça e desse tesouro enriquece aos que o servem” (Ricardo de São Lourenço).

 

48.ª mensagem: Santa Isabel sentiu a vinda de Maria; São João, a vinda de Jesus.

 

Sentiu João este Espírito nas entranhas maternas, antes que a mesma mãe sentisse. Pois é certo que as crianças, quando estão no seio materno, recebem da mãe o vigor vital; mas aqui vemos que Isabel recebe de seu filho o verdadeiro espírito de vida (notaram isso Santo Ambrósio e São Beda). Ouviu primeiro a voz Isabel, porém João sentiu primeiro a graça. Ela ouviu segundo a ordem natural, João se regozijou pela razão do mistério. Isabel sentiu a vinda de Maria, João a vinda do Senhor; a mulher a vinda da mulher, o menino a vinda do Menino. Elas falam da graça, os meninos atuam interiormente e começa o mistério de piedade, enquanto  com duplo milagre profetizam as duas mães movidas pelo espírito dos filhos. Estremeceu-se de gozo o filho, é cheia a mãe. A mãe não encheu-se antes que o filho, mas, transbordando já o filho, encheu à mãe com o mesmo Espírito Santo (Santo Ambrósio). “Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo” (Lc 1, 41).

 

49.ª mensagem: Isabel falou movida pelo Espírito Santo.

 

Quando o evangelista disse que Isabel exclamou com grande grito, indica que falou movida por um espírito não meramente humano, mas divino, do qual estava tão cheia, que, não podendo se conter, prorrompeu com aquele clamor. “Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!’” (Lc 1, 42).

Quem conhece a verdade e a coloca em prática “grita” com o exemplo de vida. Quem possui Deus não pode viver timidamente nesse mundo cheio de maldade: “Uma alma inflamada do amor de Deus não consegue ficar inativa” (Santa Teresa do Menino Jesus).

 

50.ª mensagem: Maria: bendita entre as mulheres.

 

Ela é a feliz, louvada e abençoada entre as mulheres. Isabel disse essa grande verdade cheia do Espírito Santo. “Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!’” (Lc 1, 42). Santo Agostinho diz: “Bendita entre as mulheres, quer dizer, mais que todas elas”.

Está claro que Nossa Senhora não é uma mulher qualquer... mas é bendita entre as mulheres: “Para que se veja que deve ser honrada pelos anjos e pelos homens e que com razão se deve antepor a todas as mulheres” (São Beda).

 

51.ª mensagem: Bendito é o fruto.

 

Santa Isabel não se limita a chamá-la bendita, mas relaciona o seu louvor com o fruto do ventre de Maria, que é bendito pelos séculos. “Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!’” (Lc 1, 42).

Maria e Jesus estarão sempre juntos. Os momentos mais prodigiosos da vida de Jesus transcorrerão – como neste caso – em íntima união com a sua Mãe, Medianeira de todas as graças: “Esta união entre Mãe e Filho na obra da salvação manifesta-se desde o tempo da conceição virginal de Cristo até a sua morte” (Concilio Vaticano II).

 

52.ª mensagem: Encontro com Maria... novo encontro com Jesus.

 

Devemos aprender hoje, uma vez mais, que cada encontro com Maria Santíssima representa um novo encontro com Jesus Cristo. “Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!’” (Lc 1, 42).

Quem procura a Virgem Maria com sinceridade e profunda devoção, encontra o Salvador: “Esta devoção à Santíssima Virgem é um caminho curto, para encontrar Jesus Cristo” (São Luís Maria Grignion de  Montfort).

 

53.ª mensagem: Santa Isabel repete as mesmas palavras do anjo.

 

Por aqui se vê também que Isabel falava inspirada pelo Espírito Santo, pois repete as mesmas palavras do anjo, como se dissesse: Agora compreendo que com razão te chamou o anjo a bendita entre todas as mulheres, posto que seja a mãe do meu Senhor. São Beda diz: “É de notar que foi abençoada Maria por Isabel com as mesmas palavras usadas por Gabriel, para que se veja que deve ser honrada pelos anjos e pelos homens e que com razão se há de antepor a todas as mulheres”. O mesmo diz Eutimio em seu comentário. “Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!’” (Lc 1, 42).

 

54.ª mensagem: Maria: Mãe de Deus.

 

Isabel, ao chamar a Maria “mãe do meu Senhor”, movida pelo Espírito Santo, manifesta que a Virgem Santíssima é Mãe de Deus. “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1, 43-45).

Para poder entender esta sublime verdade é necessário fixar claramente alguns pontos certos, aceitos por todos.

1. Quando dizemos: “Maria é Mãe de Deus”, devemos entender que Maria é mãe do Filho de Deus, Jesus Cristo, o qual é Deus como o Pai e como o Espírito Santo.

2. Quando dizemos: “Maria é Mãe de Deus”, não devemos entender que Maria tenha gerado em seu seio a divindade de Jesus Cristo.

3. Quando dizemos: “Maria é Mãe de Deus”, não devemos entender que Maria tenha dado início à vida do Filho de Deus.

4. Quando dizemos: “Maria é Mãe de Deus”, não devemos entender que o Filho de Deus tenha começado a existir no seio de Maria.

 

55.ª mensagem: É grande honra receber a visita da Mãe de Deus.

 

Santa Isabel, cheia do Espírito Santo, disse: Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Quer dizer: Donde e por qual motivo tenho merecido tão extraordinária honra? (comentam: Orígenes, Santo Ambrósio, São Gregório Magno, São Beda e Eutimio). “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1, 43-45).

Santa Isabel, cheia do Espírito Santo... não bêbada nem cochilando, mas lúcida, recebeu com alegria a Virgem Maria em sua casa e disse com fé: Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Ela recebeu a Mãe de Deus em sua casa. Onde fica a arrogância dos protestantes diante desse trecho da Palavra de Deus? Eles deveriam, o quanto antes, abrir a “casa” do coração para receber a Mãe de Deus. Será que são mais santos que Santa Isabel?

 

56.ª mensagem: Grandeza da Virgem Maria.

 

As palavras: Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Não foram ditas por Santa Isabel como expressão de ignorância ou de dúvida; mas sim, afirmação de quem se considera indigna, como cometam: Orígenes, Santo Ambrósio e São Beda. “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1, 43-45).

Santa Isabel, cheia de humildade, disse não ser digna de receber a visita da Mãe de Deus; mais tarde, seu filho, São João Batista, dirá não ser digno de desatar a correia da sandália de Jesus Cristo (Jo 1, 28). Devemos levar a sério a devoção mariana: “A devoção à santa Virgem é necessária a todos os homens para conseguirem a salvação” (São Luís Maria Grignion de  Montfort).

 

57.ª mensagem: Nasceu sem o pecado original.

 

São João Batista, o filho de Santa Isabel, ainda que tenha sido concebido em pecado – o pecado original – como os outros homens, todavia, nasceu sem ele, porque foi santificado nas entranhas de sua mãe Santa Isabel pela presença de Jesus Cristo (então no seio de Maria) e da Santíssima Virgem. Ao receber este benefício divino, São João manifesta a sua alegria saltando de gozo no seio materno. “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1, 43-45).

Nós nascemos com o pecado original na alma. O pecado original não é uma coisa, é a falta de alguma coisa, como a escuridão é a falta de luz. Quando somos batizados, a luz do amor de Deus se derrama nela caudalosamente, e a nossa alma se torna radiante e formosa, vibrantemente viva com a vida sobrenatural que procede da nossa união com Deus e sua habitação em nossa alma, essa vida a que chamamos graça santificante.

 

58.ª mensagem: Dar testemunho de Jesus Cristo.

 

Ainda no ventre de Santa Isabel, São João já desejava dar testemunho de Jesus Cristo: ... a criança estremeceu de alegria em meu ventre. São João Crisóstomo escreve: “Vede que novo e admirável é este mistério. Ainda não saiu do seio e já fala mediante saltos; ainda não lhe é permitido clamar e já é escutado pelos fatos (...); ainda não vê a luz e já indica qual é o Sol; ainda não nasceu e já se apressa a fazer de Precursor. Estando presente o Senhor não se pode conter nem suporta esperar os prazos da natureza, mas procura romper o cárcere do seio materno e busca dar testemunho de que o Salvador está prestes a chegar”. “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1, 43-45).

Devemos dar testemunho de Jesus Cristo para todos... com a palavra e principalmente com o exemplo. Não podemos viver “acorrentados” pela preguiça e comodismo. Os Apóstolos, testemunhas fiéis de Nosso Senhor, não cruzaram os braços nem deixaram para depois, mas começaram imediatamente a anunciar o que haviam recebido de Cristo Jesus: “Pois não podemos, nós, deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4, 20), e sob terrível perseguição: “Decidimos, contudo, confiados em nosso Deus, anunciar-vos o evangelho de Deus, no meio de grandes lutas” (1 Ts 2, 2). As testemunhas fiéis do Imaculado Cordeiro, não podem medir esforços nem se esmorecerem diante das dificuldades que surgirem pelo caminho; mas a exemplo dos Apóstolos, é preciso perseverar até o fim no trabalho para a glória do Senhor: “Filho, se te dedicares a servir ao Senhor, prepara-te para a prova” (Eclo 2, 1), e: “Não tenhas medo do que irás sofrer” (Ap 2, 10).

 

59.ª mensagem: Fé da Virgem Maria.

 

Adiantando-se ao coro de todas as gerações vindouras, Isabel, movida pelo Espírito Santo, proclama bem-aventurada a Mãe do Senhor e louva a sua fé: Feliz aquela que creu... Não houve fé como a de Maria; n’Ela temos o modelo mais acabado de quais devem ser as disposições da criatura diante do seu Criador: submissão completa e acatamento pleno. Com a sua fé, Maria é instrumento escolhido pelo Senhor para levar a cabo a Redenção como Mediadora universal de todas as graças. Com efeito, a Santíssima Virgem está associada à obra redentora de seu Filho. “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1, 43-45).

A fé é um ato da nossa inteligência pelo qual nós aceitamos alguma coisa como verdadeira, não porque vimos ou compreendemos por nós mesmos, mas porque uma pessoa de confiança nos garantiu. Pela fé humana acreditamos na palavra dos homens, pela fé divina acreditamos na palavra de Deus, que não pode enganar-se nem nos quer enganar; além disto, a fé divina é um dom sobrenatural de Deus aos homens. Com a fé honramos a sabedoria e a veracidade de Deus, professando que Ele sabe tudo e não nos quer enganar, e porque a fé é um ato sobrenatural, isto é, próprio dos filhos de Deus.

 

60.ª mensagem: A Virgem Maria não protesta diante de tantos louvores.

 

Diante de tantos louvores, Nossa Senhora não protesta: Feliz aquela que creu... Ela sabe que não são para ela e sim para Deus, a quem imediatamente os dirige. “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1, 43-45).

Devemos agradecer a Deus pelas graças recebidas. A falsa humildade não agrada ao Criador: “Procurar o louvor da humildade, não é humildade, porém, destruição da humildade” (São Bernardo de Claraval), e: “Há muitos humildes de boca, mas pouquíssimos de coração” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

OBS: Essa pregação não está concluída; assim que “surgirem” novas mensagens as acrescentaremos.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 11 de outubro de 2016

 

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

Tomás de Kempis, Imitação de Cristo

São João da Cruz, Ditames de Espírito, 28

Concílio Vaticano II, Decreto “Apostolicam Actuositatem”, nº 30; Constituição Lumen gentium, 57-58

Leituras da Doutrina Cristã

Santa Teresa dos Andes, Cartas

Pe. Francisco Fernández Carvajal, Falar com Deus

Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual

São Bernardo de Claraval, Sup. Missus 1, 5

M. Hamon, Meditações

São Beda, Escritos

Santa Teresa de Jesus, Caminho de perfeição

Santo Afonso Maria de Ligório, A prática do amor a Jesus Cristo; Glórias de Maria

Pe. Leo J. Trese, A fé explicada

Leão XIII, “Sapientiae christianae”, 18

Santa Catarina de Sena, Cartas

Bem-aventurada Elisabete da Trindade, Obras Completas

Pe. Roberto Saboia de Medeiros, Meditações

São Clemente Romano, Ad Cor. 49, 5

José Patsch, A Mãe do Senhor

Santa Teresa do Menino Jesus, Escritos

Dom Rafael Llano Cifuentes, Escritos

São Luís Maria Grignion de Montfort, Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem

São Josemaría Escrivá, Cristo que passa, 145

Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina

São João Crisóstomo, Sermo apud Metaphr., mense Julio

Santo Ambrósio, Escritos

M. D. Philippe, Mistério de Maria

Bernardino de Busti, Escritos

Pseudo-Gregório Taumaturgo, Homilia II sobre a Anunciação

 

 

 

 

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Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “Dirigindo-se apressadamente”
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