Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

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(Aos Lanceiros Auxiliários. Convento Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, Jaraguá-GO, em 26 de maio de 1998. Essa palestra foi publicada no Jornal “O Anápolis”, no dia 30 de maio de 1998, página 11)

 

O católico camaleão

 

O Camaleão é um lagarto do gênero Anoles, ele muda de cor para se defender. É pardacento em cima do tronco da árvore e esverdeado entre a folhagem. O mimetismo é a arma que ele usa para proteger a sua fragilidade.

Um pobre lagarto usar dessa arma para enganar os inimigos não é nada escandaloso, mas um católico camaleão é o cúmulo do ridículo. O católico camaleão é aquele que toma o caráter que serve a seus interesses; hipócrita que muda de opinião segundo o interesse do momento. A cara desse católico é um verdadeiro guarda-roupa de máscaras, tem uma para cada situação, a sua vida é um “eterno” carnaval porque está sempre fantasiado de palhaço.

A pior coisa dentro da Igreja Católica é a fraqueza da maioria dos seus membros; são pessoas fracas, ficam de braços cruzados deixando os inimigos invadirem tudo, enquanto os bons cruzam os braços, os bandidos vão criando forças e destruindo tudo: Recuar diante do inimigo, ou calar-se, quando de toda parte se ergue tanto alarido contra a verdade, é próprio de homem medroso ou de quem vacila no fundamento de sua crença. Qualquer destas coisas é vergonhosa em si; é injuriosa a Deus; é incompatível com a salvação tanto dos indivíduos, como da sociedade e só é vantajosa aos inimigos da fé, porque nada tanto afoita a audácia dos maus, como a pusilanimidade dos bons (Sapientiae Christianae, Leão XIII).

O católico camaleão muda de cor, muda de opinião, de atitude de acordo com o meio social ou cultural em que se encontra. É uma pessoa sem convicção, é um verdadeiro caniço agitado pelo vento (Mt 11, 7), está sempre beijando o chão, não tem firmeza na fé, é um verdadeiro monte de barro: O barro, qualquer chuva o dilui, qualquer enxurrada o carrega para as mil valetas dos caminhos, qualquer depressão do terreno o transforma em charco (Dom Rafael Lhano Cifuentes).

O católico camaleão parece mais uma barata tonta, está sempre com a sua cara de hipócrita e lambida querendo agradar a todos, muda a máscara de acordo com o ambiente. É sério com os sérios, arreganhado com os arreganhados, puro com os puros, pelado com os pelados, mortificado com os mortificados, beberrão com os beberrões, etc., ele é realmente cheio de macaquice, só que as pessoas convictas sentem ânsia de vômito quando olham para sua cara lerda.

O católico camaleão possui um forte jogo de cintura, é um habilidoso diplomata. Mas o povo verdadeiro, que caminha com a verdade diz: Eis aí um oportunista. Um vira-casada. Um covarde (Dom Rafael Lhano Cifuentes). Quem vive assim é realmente um vira-lata e assassino de almas.

O católico camaleão é tão mentiroso e fingido que ninguém acredita nele, quando diz alguma coisa os ouvintes ficam na dúvida dizendo: acreditamos ou não, porque ele mente.

Aprendemos que o ato supremo da fortaleza consiste em enfrentar o martírio com valentia. Na época dos mártires, os que claudicavam era considerados apóstatas. E eu às vezes me pergunto: se neste nosso tempo as pessoas mascaram a sua fé pelo simples temor de uma gozação, que aconteceria se vivessem na época de Nero ou de Diocleciano, quando confessar a fé significava perder a vida? Sem dúvida, a apostasia – disfarçada de “jeitinhos” e “jogos de cintura” – converter-se-ia em verdadeira doença epidêmica (Dom Rafael Lhano Cifuentes).

É ridículo um católico camaleão viver dando jeitinhos para tudo, lutando para unir a verdade com a mentira, as trevas com a luz e Deus com o demônio.

O católico não deve ser camaleão, mas sim, um exemplo para os outros: Não haveria mais nenhum pagão, se nos comportássemos como verdadeiros cristãos (São João Crisóstomo). Existe algo no católico camaleão que deixa as pessoas admiradas: a falsidade.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

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Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “O católico camaleão”.
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