08 de novembro Santo AdeodadoÉ raro encontrar hoje o nome de Adeodado tão lindo e tão expressivo! Pois significa “Doado por Deus”, e corresponde ao nome muito usado na Idade Média: “Deusdedit”. Este nome era sobretudo usado como sinal de gratidão ao Criador por nos ter dado um filho como o mais precioso presente. Santo Agostinho deu este nome ao seu filho, tido antes da conversão, e fala e com comovida admiração, pois era dotado duma inteligência super. O calendário romano enumera vários santos com este nome, mas o mais conhecido e célebre foi um papa que viveu no século VII. Adeodado I era romano de nascimento e de formação. Entrou no clero da diocese de Roma desde jovem e formou-se na melhor tradição eclesiástica. A história, muito parca de notícia naqueles tempos, não nos transmitiu notícias anteriores ao seu pontificado que teve início o meado do ano 615 e durou pouco mais de três anos. O Império Romano havia desmoronado e a Itália estava sendo ocupada pelos bárbaros godos e longobardos provenientes do norte da Europa. Contudo, o sul da Itália sofria a poderosa influência do Império Bizantino. A Igreja de Roma, na pessoa do sumo pontífice, devia, muitas vezes, intervir, a fim de pacificar situações de conflitos armados, e sua autoridade se afirmava, cada vez mais, como árbitro sobre príncipes e povos. No tempo do Papa Adeodado, deram-se de fato revoltas e invasões armadas, como entre o príncipe de Ravena e o tirano João Consino do sul da Itália, que exigiram a mediação-pacificadora do papa. O breve período do pontificado de Adeodado foi perturbado por duas graves calamidades: um desastroso terremoto que se ateu nas vizinhanças de Roma no mês de agosto de 618 e uma peste que deformava os corpos tornando-os irreconhecíveis. O Papa Adeodado desenvolveu uma providencial obra assistência, transformando-se, inclusive, ele próprio em enfermeiro dando dos enfermos, aliviando-lhes os sofrimentos. A história fala de curas milagrosas operadas pelo papa ao tocar ou abraçar os atingidos terrível mal. Na atividade pastoral, conservam-se deste papa determinações litúrgicas a serem observadas nas basílicas romanas. Ele teve um grande amor ao clero favorecendo para que os padres seculares ocupassem ofícios ou cargos fixos na diocese e providenciando os benefícios para sustentação dos sacerdotes. Com este papa teve início o uso de selar os documentos pontifícios com uma pequena peça de chumbo em forma redonda, chamada em latim: bulla. Desta iniciativa todos os documentos pontifícios sigilados com este selo de chumbo foram chamados de bullas pontifícias e, geralmente, tratam de questões de doutrina ou de disciplina eclesiástica. Ainda se conservam alguns documentos deste papa trazendo o selo de chumbo que representa a imagem do Bom Pastor com as siglas: “Alfa e Ômega”, símbolo de Cristo, princípio e fim de todas as coisas. Desconhecem-se as circunstâncias da morte deste papa, que a história colocou no dia oito de novembro de 618. É todavia pacífico o título de santo que a tradição lhe conferiu. Seu corpo foi sepultado na Basílica de São Pedro em Roma.
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