Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

09 de novembro

Consagração da Basílica do Latrão e Santo André Avelino

Ocorre hoje a comemoração festiva da consagração da Basílica do Latrão, que foi a primeira igreja construída em Roma e consagrada no dia 9 de novembro do ano 324. Ela foi dedicada ao Santíssimo Redentor, ao qual foram associados, como patronos, mais tarde, João Batista e João Evangelista. Por isso chama-se também de Basílica de São João do Latrão.

A data anual da consagração duma catedral é comemorada pela liturgia de forma solene por ser considerada como o batismo duma nova comunidade eclesial sob a presidência do bispo. Aliás, também os judeus ao tempo de Cristo costumavam celebrar a Dedicação do Templo de Jerusalém.

A atenção da liturgia nesta memória dirige-se não tanto ao edifício de pedra, no qual Deus confere suas graças através de Cristo, mas à comunidade dos fiéis nela reunida. Por isso reza: “que santificando Deus sem cessar a Igreja, possa ela ser Mãe exultante de numerosos filhos”.

Esta festa é um convite à unidade com a Cátedra de Pedro, por ser a Basílica do Latrão a “Mãe e Cabeça de todas as igrejas”.

Ao lado desta comemoração apresentamos à veneração dos leitores SANTO ANDRÉ AVELINO que muito concorreu para a aplicação da reforma do Concílio de Trento no século XVI.

André nasceu em Nápoles em 1520, de família profundamente cristã. Estudou direito e por alguns anos praticou a advocacia. Certa vez, num processo, lhe escapou uma mentira. Ao ler na Bíblia as palavras: “A boca mentirosa mata a alma”, foi tomado de tão grande arrependimento que daí por diante não quis mais advogar. Resolveu abraçar o estado eclesiástico e dedicar-se unicamente ao ministério pastoral.

O arcebispo de Nápoles incumbiu-o da tarefa de introduzir nas casas religiosas as reformas exigidas pelo Concílio de Trento. Esta missão lhe acarretou não poucos aborrecimentos. Ele tudo sofreu com edificante paciência, sem denunciar ninguém, mesmo quando foi atacado fisicamente com perigo de vida. Com trinta anos de idade abraçou o estado religioso na Ordem Teatina a fim de melhor cultivar a perfeição religiosa.

Suas singulares virtudes lhe granjearam a confiança dos superiores que o encarregaram da formação dos noviços e da direção de diversas comunidades religiosas. Por seu zelo e atividade de pregador travou amizade com os santos bispos Carlos Borromeu e Paulo Burali que lhe confiaram missões importantes nas suas dioceses.

Sua vida particular era austera. Todos os dias disciplinava seu corpo e pedia a Deus que não lhe deixasse faltar, em cada dia, o sofrimento. Nas contrariedades manifestava grande paciência; nas perseguições uma mansidão sem igual, a todos retribuindo com verdadeira caridade. Terníssima era sua devoção à sagrada paixão e morte de Cristo. Escrevia a propósito: “Tudo o que eu faço e sofro, que é isso em comparação com o que Jesus fez e sofreu por mim? Quem me dera que em sua honra fosse flagelado, pregado na cruz e assim pudesse exalar meu último suspiro!”

Homem culto e de grande atividade, recusou o episcopado que o papa lhe queria confiar. Durante sua longa vida relacionou-se com muitas personalidades, dirigindo muitas almas no caminho da perfeição. Na sua morte deixou mais de três mil cartas de direção espiritual assim como várias obras de comentários bíblicos, discursos, etc. que perfazem sete grandes volumes.

No último dia de sua vida, ao iniciar a celebração eucarística, sofreu um ataque apoplético que lhe paralisou a língua e o lado direito. Recebidos, com admirável devoção, os santos sacramentos, veio a falecer na tarde do mesmo dia, 10 de novembro de 1608, com 88 anos de idade.

Sua vida, toda ela dedicada ao serviço da Igreja, foi muito fecunda de iniciativas pastorais para a glória de Deus, no amor ao próximo.