15 de novembro Santo Alberto MagnoNo século XIII com o florescer das comunas, em oposição aos grandes impérios que dominavam a Europa, firmaram-se os valores sociais da liberdade, da cultura e do comércio. Surgiram as Ordens mendicantes: dominicana e franciscana, que injetaram profunda espiritualidade na sociedade, ao passo que as universidades ganharam prestígio impulsionando a cultura e as ciências. Um dos maiores homens deste século foi Santo Alberto, chamado Magno, porque brilhou como estrela de primeira grandeza no firmamento da ciência e da santidade. Alberto nasceu na Alemanha em 1206, de família militar. Desde jovem foi grande admirador da natureza e sentiu profunda inclinação para os estudos, contrariamente à vontade dos pais que queriam encaminhá-lo para a carreira militar ou da administração pública. Cursou seus estudos superiores na Universidade de Pádua onde conheceu e entrou na Ordem Dominicana que lhe oferecia a possibilidade de realizar seus anseios: cultivar a santidade e a ciência. Foram de fato estes os supremos valores que desenvolveu em alto grau em toda sua existência. Como religioso dominicano, teve sempre conduta modelar, de tal modo que foi proposto a cargo de alta responsabilidade. Foi nomeado superior provincial dos dominicanos na Alemanha, percorrendo a pé os longos caminhos para visitar as casas e vivendo de esmolas. Fundou vários conventos e incentivou o espírito religioso conforme a primitiva tradição de São Domingos. O Papa Alexandre IV lhe confiou delicadas missões que procurou executar com sábia prudência. Em 1260 nomeou-o bispo de Ratisbona no momento em que aquela diocese estava em situação crítica. Em pouco tempo levantou a diocese do precário estado material e espiritual em que se achava, trabalhando sempre como bom pastor pela disciplina eclesiástica e reforma dos costumes. Passados três anos, pediu ao papa para ser exonerado, a fim de continuar em sua vocação de mestre nas ciências. De fato, Alberto se distinguiu, sobretudo, como homem de ciência. O século XIII ainda era um século em que um sábio podia dominar todo o âmbito do saber e alargá-lo. Alberto foi de fato um cérebro enciclopédico. Sua originalidade está em ter cultivado de maneira eminente às ciências naturais, junto com a filosofia e a teologia, consideradas rainhas do conhecimento humano. Alberto foi físico, químico, montando laboratórios experimentais. Foi pesquisador e observador constante da natureza. Dissertava com a maior competência sobre astronomia, física, meteorologia, mecânica, arquitetura, mineralogia, zoologia e botânica. Escreveu livros sobre artes práticas, da tecelagem, da navegação, da agricultura, etc. Suas obras escritas nesta variedade de ciências enchem 22 grossos volumes. Seu saber foi de tal forma universal e profundo, que já os contemporâneos o honraram com o título de Magno. Lecionou em vários conventos dominicanos, depois em universidades, distinguindo-se como grande mestre na Universidade de Paris, onde contava milhares de alunos, entre os quais o sumo doutor da Igreja, Santo Tomás de Aquino. Mas tudo isso sem esquecer que seu fim principal era a santidade: “Minha intenção última, escrevia, está na ciência de Deus”. Alma profundamente religiosa, fez das ciências divinas e humanas degraus de ascensão para Deus. No meio das aclamações do mundo científico e das ovações dos seus discípulos, Santo Alberto continuou sendo o monge humilde, o modesto pregador do povo e o amigo da oração. Seus escritos testemunharam grande amor a Jesus sacramentado e à Mãe de Deus. Santo Alberto morreu a 15 de novembro de 1280 com 74 anos de idade. Trezentos e cinqüenta anos depois de sua morte seu corpo foi encontrado sem vestígios de decomposição, talvez como prêmio divino pela vida inteiramente consagrada a Deus, na luz da ciência e da santidade. O Papa Pio XI conferiu-lhe o título de Doutor da Igreja e o declarou patrono dos cultores das ciências naturais.
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