SÊ CORAJOSO!

(At 6, 8-15; 7, 55-60)

 

6 "8 Estêvão, cheio de graça e de poder, operava prodígios e grandes sinais entre o povo. 9 Intervieram então alguns da sinagoga chamada dos Libertos, dos cireneus e alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e puseram-se a discutir com Estêvão. 10 Mas não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com o qual ele falava. 11 Subornaram então alguns para dizerem: 'Ouvimo-lo pronunciar palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus'. 12 Amotinaram assim o povo, os anciãos e os escribas e, chegando de improviso, arrebataram-no e o levaram à presença do Sinédrio. 13 Lá apresentaram testemunhas falsas que depuseram: 'Este homem não cessa de falar contra este lugar santo e contra a Lei. 14 Pois ouvimo-lo dizer repetidamente que esse Jesus, o Nazareu, destruirá este Lugar e modificará os costumes que Moisés nos transmitiu'. 15 Todos os membros do Sinédrio, com os olhos fixos nele, tiveram a impressão de ver em seu rosto o rosto de um anjo".

7 "55 Estêvão, porém, repleto do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus, de pé, à direita de Deus. 56 E disse: 'Eu vejo os céus abertos, e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus'. 57 Eles, porém, dando grandes gritos, taparam os ouvidos e precipitaram-se à uma sobre ele. 58 E, arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. 59 E apedrejaram a Estêvão, enquanto este invocava e dizia: 'Senhor Jesus, recebe meu espírito'. 60 Depois, caindo de joelhos, gritou em voz alta: 'Senhor, não lhes leves em conta este pecado'. E, dizendo isto, adormeceu".

 

 

Em At 6, 8 diz: "Estêvão, cheio de graça e de poder, operava prodígios e grandes sinais entre o povo".

Os Apóstolos instituíram sete diáconos: "Não é conveniente que abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas. Procurai, antes, entre vós, irmãos, sete homens de boa reputação, repletos do Espírito Santo e de sabedoria... A proposta agradou a toda a multidão" (At 6, 2-3.5), e: "São Lucas é breve. Não diz como foram ordenados, mas simplesmente que o foram mediante a oração, pois tratava-se de uma ordenação. Um homem impõe as mãos, mas é Deus quem faz tudo. É a Sua mão que toca a cabeça do ordenado" (São João Crisóstomo, Hom. Sobre Act, 14).

Dentre os setes estava Estêvão: "... homem cheio de fé e do Espírito Santo..." (At 6, 5).

São João Bosco escreve: "Santo Estêvão, um dos sete diáconos, foi a primeira vítima desta perseguição, sendo ao mesmo tempo o primeiro mártir da fé. Distinguia-se entre os outros, pelos muitos milagres que fazia entre o povo e por sua extraordinária sabedoria" (História Eclesiástica, Primeira Época, cap. III).

Em At 6, 9-14: "Intervieram então alguns da sinagoga chamada dos Libertos, dos cireneus e alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e puseram-se a discutir com Estêvão. Mas não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com o qual ele falava. Subornaram então alguns para dizerem: 'Ouvimo-lo pronunciar palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus'.  Amotinaram assim o povo, os anciãos e os escribas e, chegando de improviso, arrebataram-no e o levaram à presença do Sinédrio. Lá apresentaram testemunhas falsas que depuseram: 'Este homem não cessa de falar contra este lugar santo e contra a Lei. Pois ouvimo-lo dizer repetidamente que esse Jesus, o Nazareu, destruirá este Lugar e modificará os costumes que Moisés nos transmitiu".

Aquele que segue fielmente a Cristo Jesus e prega a verdade, é perseguido pelos que vivem nas trevas do erro.

Santo Estêvão, cheio de coragem, com certeza não se intimidou diante dos ataques dos inimigos que queriam calar a sua boca: "Intervieram então alguns da sinagoga chamada dos Libertos, dos cireneus e alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e puseram-se a discutir com Estêvão".

Os inimigos "puseram-se a discutir com Estêvão".

Católico, seja verdadeiro filho da Santa Igreja e não se intimide diante dos inimigos, pelo contrário, enfrente-os com a cabeça erguida e com o coração cheio de convicção: "O cristão nasceu para a luta, e quanto mais encarniçada se apresenta, tanto mais segura há de ser a vitória com o auxílio de Deus" (Leão XIII, Encíclica Sapientiae Christianae, n° 19).

Os perseguidores não resistiam à sabedoria de Santo Estêvão: "Os Judeus quiseram disputar com ele sobre o Evangelho, porém sempre ficavam confundidos, porque ninguém podia resistir ao Espírito Santo que falava por sua boca" (São João Bosco, História Eclesiástica, Primeira Época, cap. III).

O católico que reza com fervor e que estuda a Santa Doutrina Católica com dedicação, jamais deixar-se-á enganar com os argumentos dos inimigos da verdade; pelo contrário, a exemplo do diácono Estêvão, os enfrentará com coragem e lhes dará a resposta correta. Se cada católico conhecesse a Santa Doutrina, os inimigos não teriam nenhum sucesso no seu trabalho.

O católico conhecedor da doutrina, torna-se uma muralha diante das "flechas" venenosas dos perseguidores.

Os perseguidores de Santo Estêvão não conseguiram vencê-lo, então reforçaram os ataques subornando pessoas: "Subornaram então alguns para dizerem: 'Ouvimo-lo pronunciar palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus".

Eles "subornaram então alguns..." Suborno significa: induzir, levar alguém, mediante quaisquer recompensas, a não cumprir o dever; peitar.

Veja como os inimigos são persistentes em seus ataques; os mesmos reúnem forças e mais forças para tentarem destruir os que iluminam com o bom exemplo.

É preciso que os bons sejam perseverantes no bem, e que reúnam também forças para vencerem os inimigos da verdade. Quando o bom se cala, os inimigos do bem se fortalecem: "Recuar diante do inimigo, ou calar-se, quando de toda parte se ergue tanto alarido contra a verdade, é próprio de homem covarde ou de quem vacila no fundamento de sua crença. Qualquer destas coisas é vergonhosa em si; é injuriosa a Deus; é incompatível com a salvação tanto dos indivíduos, como da sociedade e só é vantajosa aos inimigos da fé, porque nada tanto afoita a audácia dos maus, como a pusilanimidade dos bons" (Leão XIII, Encíclica Sapientiae Christianae, n° 18).

Os que foram subornados disseram: "Ouvimo-lo pronunciar palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus".

Formou-se um motim e Santo Estêvão foi levado à presença do Sinédrio. Lá apresentaram testemunhas falsas contra ele: "Este homem não cessa de falar contra este lugar santo e contra a Lei. Pois ouvimo-lo dizer repetidamente que esse Jesus, o Nazareu, destruirá este Lugar e modificará os costumes que Moisés nos transmitiu".

Santo Estêvão ouve todo a mentira contra ele e permanece com a cabeça erguida, enfrentado a todos com coragem.

Reuniu-se o Sinédrio: "Nessa ocasião as autoridades judaicas sentiam-se, sem dúvida, mais livres, porque Pôncio Pilatos havia sido chamado a Roma para dar conta de algumas recentes e muito flagrantes violências e defende-se -mal - perante Calígula. Estêvão é trazido ante os Juízes. Nem um instante sequer pensa em salvar a cabeça. Para ele, não se trata de se defender, mas de gritar a sua fé tão alto que as suas palavras sejam ouvidas. Tal será sempre a atitude dos mártires" (Daniel Rops, A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires).

Sejamos católicos corajosos e fortes. Quando nos caluniarem e nos perseguirem por causa de Cristo Jesus, jamais nos intimidemos; pelo contrário, renovemos o propósito de trabalharmos com mais afinco para a glória de Deus e pela salvação das almas imortais.

Em At 6, 15 diz: "Todos os membros do Sinédrio, com os olhos fixos nele, tiveram a impressão de ver em seu rosto o rosto de um anjo".

São João Crisóstomo, ao comentar estas palavras, recorda o rosto de Moisés ao descer do Sinai (cfr Ex 34, 29-35), que refletia a glória de Deus e produzia o mesmo temor: "Era a graça, era a glória de Moisés. Parece-me que Deus o tinha revestido deste resplendor porque talvez tivesse algo a dizer, e para os atemorizar só com o seu aspecto. Pois é possível, muito possível, que as figuras cheias de graça celestial sejam amáveis aos olhos dos amigos e terríveis diante dos adversários" (Hom. Sobre Act, 15).

Diante do Sinédrio, Santo Estêvão, cheio de coragem, não se calou, mas fez um longo discurso (At 7, 1- 54).

Daniel Rops escreve: "O discurso que pronuncia é belo, cheio de rigor e força de raciocínio, ligando a mensagem de Cristo a tudo quanto nas Escrituras a anuncia e apontando-a como uma conclusão imprescindível. Mas, acima de tudo, esse discurso é soberbo pela intrepidez que revela. Chovem as acusações contra a nação predestinada, mas infiel. E termina o seu longo arrazoado apologético com estas palavras: 'Homens de pescoço rígido, incircuncisos de coração e ouvidos, vós resistis sempre ao Espírito Santo. Sois aquilo que foram vossos pais. Qual é, de entre os Profetas, aquele que vossos antepassados não perseguiram? Mataram todos aqueles que anunciavam a vinda do Messias, como vós matastes também o próprio Messias. E a Lei que vos foi dada pelos Anjos, também não a tendes observado!" (A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires), e: "O discurso de Estêvão é o mais longo que o livro dos Atos transmite. Apresenta um resumo da história de Israel, dividido em três épocas: patriarcal (1-16), mosaica (17-43) e período da edificação do Templo (44-53). Chama a atenção que Estêvão não se defende diretamente. Responde aos seus acusadores mediante uma visão cristã da História da Salvação, segundo a qual o Templo e a Lei já cumpriram a sua missão. Vem dizer-lhes que ele não deixou de respeitar a Lei mosaica e o Templo, mas que possui, como cristão, uma noção mais universal e profunda da lei divina e uma idéia mais espiritual do Templo, visto que em qualquer lugar do orbe se pode adorar a Deus. Esta proposição dos problemas, que respeita e aperfeiçoa os bens religiosos do judaísmo, porque manifesta o seu verdadeiro sentido e lhes dá pleno cumprimento, é reforçada pelo modo de tratar a figura de Moisés. Moisés é apresentado no discurso de Estêvão como tipo de Cristo. Cristo é, portanto, o novo Moisés. Pequenas explicações do texto grego do Antigo Testamento servem eficazmente este fim. Expressões como 'rejeitaram' ou o termo 'libertador' (v. 35) não se aplicam a Moisés nos livros do Antigo Testamento, mas usam-se no presente discurso para sugerir a figura de Cristo. O comportamento agressivo e rebelde dos Israelitas relativamente a Moisés, que tinha recebido uma missão divina, repete-se de novo com maior gravidade e transcendência na sua atitude de repulsa do Evangelho" (Edições Theologica), e também: "Que tem de estranho que desconheçais Cristo, se desconheceis Moisés e o próprio Deus, que se manifestou com tantos milagres? (...). 'Resistis sempre ao Espírito Santo' (...). Quando tinhas recebido mandamentos, desprezava-os: quando existia já o Templo, se entregavam à adoração dos ídolos... Vede como fala sem cólera. Não injuria, mas contenta-se com recordar as palavras dos profetas" (São João Crisóstomo, Hom. Sobre Act, 17), e ainda: "Como sabia que os Judeus não iam obter proveito das suas palavras e somente procuravam matá-lo, cheio de gozo na sua alma (...), censurou a sua dureza de coração (...). Desprezou a circuncisão da carne, para exaltar, pelo contrário, a do coração que busca sinceramente a Deus, contra quem eles se rebelavam. Deste modo acrescentava às acusações do profeta as suas próprias" (Santo Efrém, Catena armênia sobre Act, ad loc.).

Em At 6, 55-56: "Estêvão, porém, repleto do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus, de pé, à direita de Deus. E disse: 'Eu vejo os céus abertos, e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus".

Santo Efrém comenta: "É evidente que os que sofrem por Cristo gozam a glória de toda a Trindade. Estêvão viu o Pai e Jesus situado à Sua direita, porque Jesus só aparece aos Seus, como aos Apóstolos depois da ressurreição. Enquanto o campeão da fé permanece sem ajuda no meio dos furiosos assassinos do Senhor, chegando o momento de coroar o primeiro mártir, viu o Senhor, que sustinha uma coroa na mão direita, como se o animasse a vencer a morte e para lhe indicar que Ele assiste interiormente os que vão morrer por Sua causa. Revela portanto o que vê, isto é, os Céus abertos, fechados a Adão e voltados a abrir somente a Cristo no Jordão, mas abertos também depois da Cruz a todos os que levam consigo a dor de Cristo, e em primeiro lugar a este homem. Observai que Estêvão revela o motivo da iluminação do seu rosto, pois estava prestes a contemplar esta visão maravilhosa. Por isso se transformou na aparência de um Anjo, a fim de que o seu testemunho fosse mais fidedigno" (Catena armênia sobre Act, ad loc.).

Em At 6, 57-59 diz: "Eles, porém, dando grandes gritos, taparam os ouvidos e precipitaram-se à uma sobre ele. E, arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. E apedrejaram a Estêvão, enquanto este invocava e dizia: 'Senhor Jesus, recebe meu espírito".

Os membros do Sinédrio encheram-se de ódio diante das palavras de Santo Estêvão: "... dando grandes gritos, taparam os ouvidos e precipitaram-se à uma sobre ele". Arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo.

São milhões aqueles que dizem ser católicos, mas quando ouvem a verdade, enchem-se de ódio contra os pregadores e até os ameaçam de morte. Muitos não suportam a Santa Doutrina: "Pois virá um tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina" (2 Tm 4, 3).

Edições Theologica comenta: "O breve processo de Estêvão diante do Sinédrio termina sem sentença formal de morte. É muito provável que o Tribunal judaico não pudesse emitir tais sentenças, por causa da competição limitada que lhe reconhecia a autoridade romana em assuntos penais. Em qualquer caso a sentença não se torna necessária porque, interrompido violentamente o processo, a turba judaica procede sumariamente à lapidação de Estêvão, com a aprovação tácita do Sinédrio. Na realidade produz-se uma linchagem. A tradição considera Estêvão o primeiro mártir cristão, exemplo de fortaleza e sofrimento por amor de Cristo", e: "Poderias carregar com todos os mandamentos de Deus se não fosse pela fortaleza da paciência? Isto conseguiu-o Estêvão, que ao ser apedrejado não pedia vingança para os seus verdugos, mas perdão (...). Assim convinha que fosse o primeiro mártir de Cristo, para que por ser, com a sua gloriosa morte, modelo dos mártires vindouros, não só fizesse de pregoeiro da Paixão do Senhor, mas O imitasse também em mansidão e imensa paciência" (São Cipriano, De bono patientiae, 16), e também: "O martírio é um ato supremo de coragem e de verdadeira prudência, que aos olhos do mundo pode parecer loucura. E, além disso, uma expressão de humildade, porque o mártir não é um presunçoso ou um fanfarrão que só confia nas suas forças, mas um homem débil como os outros, que tudo poderá na graça do seu Senhor. Apesar do seu caráter extraordinário, a figura do mártir revela aos cristãos as possibilidades da natureza que se abre à força de Deus e assinala um modelo, real e simbólico ao mesmo tempo, para o comportamento de todo o discípulo de Jesus cristo" (Edições Theologica), e ainda: "Como a soma de todas as virtudes e a perfeição de toda a justiça nasce do amor a Deus e ao próximo, em ninguém se encontra este amor com maior dignidade que nos bem-aventurados mártires, os quais estão próximos de Nosso Senhor tanto pela imitação da caridade como pela semelhança da Paixão. Os mártires ajudaram muito os outros homens, pois o Senhor serviu-se da mesma fortaleza que lhes concedeu para que a dor da morte e a crueldade da cruz não fosse terrível para nenhum dos Seus, mas imitável para muitos (...). Nenhum exemplo é mais útil para instruir ao Povo de Deus, que o dos mártires. A eloquência é fácil de impetrar, a razão é eficaz para persuadir. Não obstante, valem mais os exemplos que as palavras, e ensina-se melhor com as obras que com as palavras" (São Leão Magno, Hom. Na festa de São Lourenço).

Nosso Senhor Jesus Cristo foi condenado pelo Sinédrio pelo crime de blasfêmia. Pelo mesmo crime o Sinédrio condena também Estêvão.

A Jesus também fora imputado o crime político de querer-se fazer rei, e por isto Ele foi condenado pela autoridade política a morrer na Cruz. Estêvão, como simples blasfemador, devia, segundo a lei hebraica, ser lapidado fora dos muros da cidade: "Eles saíram pela porta Damasco; à distância de um quilômetro pararam, e começou o rito feral. Era costume que as mãos dos acusadores deviam ser as primeiras a atirar a pedra. E o foram. Mas, para ficarem mais livres nos seus movimentos, os acusadores confiaram os seus mantos, para guardar, a um jovem de nome Saulo. Às primeiras pedradas, Estêvão lembrou-se das palavras de amor que o Divino Mestre dirigiu, da cruz, a seu Pai celeste, para lhe significar que aceitava a sua vontade; e repetiu-as, dirigindo-as ao próprio Jesus: 'Senhor, recebei minha alma" (Pe. João Colombo).

Em At 6, 60 diz: "Depois, caindo de joelhos, gritou em voz alta: 'Senhor, não lhes leves em conta este pecado'. E, dizendo isto, adormeceu".

São Fulgêncio de Ruspe escreve: "Assim, a caridade que fez Cristo descer do céu à terra, elevou Estêvão da terra ao céu. A caridade de que o Rei dera exemplo logo refulgiu no soldado. Estêvão, para alcançar a coroa que seu nome significa, tinha por armas a caridade e com ela vencia em toda parte. Por amor a Deus não recuou ante o furor dos perseguidores, por amor ao próximo intercedeu por aqueles que o lapidavam. Por esta caridade, repreendia os que estavam no erro para que se emendassem, por caridade orava pelos que o lapidassem para que não fossem punidos" (Sermões).

Santo Estêvão lembrou-se das palavras pronunciadas pelo Divino Mestre, as mais difíceis de serem ditas por uma criatura humana. Caiu de joelhos, a fim de que a sua imploração fosse mais eficaz e fervorosa; e repetiu-as: "Senhor, não lhes imputeis este pecado".

Católico, amar aqueles que nos fazem bem, que nos servem, que nos agradam, não é difícil, nem mesmo aos próprios pagãos. Amar aqueles que tempos atrás nos fizeram mal, perdoar-lhes se nos pedem desculpa, beneficiá-los se disto precisam, favorecê-los espontaneamente, é coisa árdua para os próprios cristãos.

Amar aqueles que nos fazem mal enquanto no-lo fazem, beneficiar aqueles que nos oprimem no próprio ato em que se afadigam com mais ardor para mais nos oprimir e nos matar, isto é a prova máxima de amor.

Santo Estêvão foi até o ponto extremo na imitação de Cristo. Mais além não podia ir. E adormeceu no Senhor.

 

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 09 de setembro de 2007

 

 

Veja também:

As testemunhas de Cristo

Nenhum inimigo destruirá a Esposa do Cordeiro

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. "Sê corajoso!"

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