SE O TEU IRMÃO PECAR

 

Mt 18, 15: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós. Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão”.

 

I. Jesus Querido, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Milhões de pessoas vivem estacionadas na vida espiritual se alimentando continuamente da lama do mundo; agem assim porque falta alguém que as corrija com caridade mostrando-lhes o caminho certo: “Há pessoas incapazes de dar um passo na vida do bem por se acharem envoltas na culpa. Têm defeitos que poderiam corrigir, mas, por não haver ninguém que lhes saiba falar, levam uma vida que é sem gosto” (Pe. João Colombo).

 

II. Jesus Amor, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Fingir que não viu ou encobrir o erro do próximo não é caridade, mas sim, grande covardia; porque o mesmo jamais conhecerá o caminho do bem e da luz: “A caridade não é conivência com o mal; desculpar as faltas alheias não significa silenciosa condescendência, silencioso deixar correr por amor do sossego ou por pusilanimidade” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

III. Jesus Bondade, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Corrigir alguém não é gritar-lhe aos ouvidos os seus erros, mas sim, chamar-lhe a atenção, com caridade, pelo erro cometido: “Ó Senhor, fazei que eu ame! E assim, só o bem poderei fazer. Terei de repreender alguém? Será o amor que agirá em mim, não o ressentimento” (Santo Agostinho).

 

IV. Jesus Amigo, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Ai daquele que deixar um amigo, filho, súdito... morrer no pecado por falta de correção; esse terá que prestar contas a Deus no dia do Juízo... terríveis contas: “Se não advertires o ímpio para que ele mude de procedimento, ele morrerá por causa de seu pecado, mas de ti exigirei o preço de seu sangue” (Ez 33, 8).

 

V. Jesus Misericordioso, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Não é caridade deixar alguém se perder eternamente por falta de correção fraterna; mas o verdadeiro amor exige que o corrijamos: “Deixar perecer no pecado um filho ou um irmão sem lhe estender a mão é ato vil, é traição, é egoísmo de que pedirá Deus estreitas contas” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

VI. Jesus Paciente, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Para corrigir alguém é preciso que o que corrige esteja isento dos mesmos defeitos; somente assim ele terá força para fazer a correção: “E a primeira coisa que a prudência quer é que o que corrige seja isento do defeito que repreende nos outros. Com as mãos sujas não se tira manchas. Se um pai é blasfemador, certamente não terá eficácia quando corrigir seu filho para não blasfemar. É ridículo um avarento recomendar a generosidade” (Pe. João Colombo).

 

VII. Jesus Clemente, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Para que a correção fraterna seja frutuosa, é preciso que a mesma venha acompanhada do sorriso e da amabilidade: “Quando é preciso corrigir, deve-se atuar com clareza e amabilidade; sem excluir um sorriso nos lábios, se for oportuno. Nunca – ou muito raras vezes – aos berros” (São Josemaría Escrivá).

 

VIII. Jesus Indulgente, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Corrigir quem comete falta é um grande bem, mesmo que esse não entenda imediatamente o valor da correção: “Um dos maiores bens que podemos prestar àqueles a quem mais queremos e a todos, é a ajuda, muitas vezes heróica, da correção fraterna” (Pe. Francisco Fernández Carvajal).

 

IX. Jesus Compassivo, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Aquele que corrige com a intenção de ferir o próximo causa-lhe um grande prejuízo; ao invés de curar a ferida, faz o contrário, reabre-a tornando a mesma quase incurável: “Devemos corrigir, pois, por amor; não com o desejo de ferir, mas com a intenção carinhosa de conseguir que a pessoa se emende” (Santo Agostinho).

 

X. Jesus Piedoso, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

É preciso saber como corrigir cada pessoa; não se pode dar para todas a mesma dosagem de remédio: “Não se medicam nem se corrigem todos da mesma maneira. Para alguns é necessária uma correção áspera, outros não suportam senão as leves. Às vezes será preciso derramar vinho que queime e desinfete, às vezes óleo que suavize” (Pe. João Colombo).

 

XI. Jesus Humílimo, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Corrijamos o próximo por amor a Deus sem preocuparmos se seremos bem aceitos: “O medo de ser repelido, de perder a popularidade ou de vir a ser tachado de intransigência não justifica o ‘lavar-se as mãos’ ou o ‘deixar ir por água abaixo” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

XII. Jesus Onipotente, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Não sejamos arrogantes na correção fraterna, mas corrijamos o próximo lembrando-nos que também somos pecadores e necessitamos de muitas correções: “A humildade ensina-nos, mais talvez do que qualquer outra virtude, a encontrar as palavras certas e o modo de falar que não ofende, ao recordar-nos que nós também precisamos de muitas ajudas semelhantes” (Pe. Francisco Fernández Carvajal).

 

XIII. Jesus Fiel, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

A correção fraterna deve ser para ajudar e não para destruir o próximo... para dar-lhe força e não para humilhá-lo: “Enfim, a prudência quer, ainda, que a correção não seja feita em público, para não humilhar, mas em segredo e sempre com amor” (Pe. João Colombo).

 

XIV. Médico das almas, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Corrigir é próprio de quem ama e deseja o bem do próximo: “Quem ama não sossega enquanto não acha meios de se chegar ao culpado e admoestá-lo com bondade e firmeza. Se, malgrado suas tentativas, exortações e súplicas, não conseguir o intento, não deixará de rezar e de fazer penitência para obter de Deus esta graça” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

XV. Médico dos corpos, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

A correção fraterna feita sem a caridade abre não somente uma, mas inúmeras chagas: “Quando tiveres de corrigir, faze-o com caridade, no momento oportuno, sem humilhar... e com ânimo de aprender e de melhorares tu mesmo naquilo que corriges” (São Josemaría Escrivá).

 

XVI. Príncipe da paz, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Quem usa da correção fraterna é verdadeiro amigo: “A amizade, se for verdadeira, torna-se mais profunda e autêntica com a correção fraterna” (Pe. Francisco Fernández Carvajal).

 

XVII. Filho de Deus, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Quem ama o próximo corrige-o em particular sem passar seus defeitos para frente: “Primeiramente deve a admoestação ser secreta, a fim de salvaguardar a boa fama do culpado. Infelizmente, na prática acontece justamente o contrário: falam e murmuram junto de outras pessoas, publicando o que estava oculto enquanto pouquíssimos têm coragem de advertir o interessado. Que adianta discutir uns com os outros a doença de alguém se nenhum cura o doente?” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

XIX. Filho de Davi, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Se amamos verdadeiramente o próximo, jamais omitiremos a correção fraterna: “Ai dos que, forçados pelo ofício a corrigir, têm temor de corrigir!” (Pe. João Colombo).

 

XX. Fonte da graça, Tu disseste: “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós”.

Silenciar-se diante dos erros do próximo não é sinal de estima nem respeito; mas sim, é empurrá-lo para o abismo eterno: “É grande o número dos que, para não desagradarem ou para não impressionarem uma pessoa que tenha entrado nos últimos dias e nos momentos extremos da sua existência terrena, lhe silenciam o seu estado real, causando-lhe desse modo um mal de dimensões incalculáveis. Mas é mais elevado o número daqueles que vêem os seus amigos no erro ou no pecado, ou prestes a cair num ou noutro, e permanecem mudos, e não mexem um dedo para lhes evitar esses males. Poderíamos considerar amigo a quem se comportasse conosco desse modo? Certamente que não. E, no entanto, as pessoas à nossa volta adotam frequentemente essa atitude para não nos magoarem” (Salvatore Canals).

 

XXI. Modelo de amor, Tu disseste: “Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão”.

A correção fraterna deve ser feita com humildade, caridade, prudência e fortaleza... é preciso ganhar o irmão e não perdê-lo: “Cumpre procurar ‘ganhar’ o irmão. Sua perda é um dano para si e para a comunidade; e a reconquista é ‘vantagem’ para todos” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

XXII. Enviado por Deus, Tu disseste: “Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão”.

É possível ganhar o próximo murmurando e difamando-o? Claro que não! Somente a correção fraterna feita com caridade e respeito é capaz de ajudá-lo e de tornar o seu caminho luzidio: “Propósito sincero: tornar amável e fácil o caminho aos outros que já bastantes amarguras traz a vida consigo” (São Josemaría Escrivá).

 

XXIII. Modelo de pureza, Tu disseste: “Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão”.

Não se ganha uma pessoa “rachando lenha” em sua cabeça; mas sim, mostrando-lhe com paciência e bondade as “nódoas” que enfeiam sua alma imortal: “A caridade é paciente” (1 Cor 13, 4).

 

XIV. Pastor dos homens, Tu disseste: “Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão”.

Em se tratando da correção fraterna, é mais fácil ganhar alguém quando lhe falamos com mansidão: “Deve-se resistir ao mal e corrigir os maus costumes dos seus subalternos com santo ânimo e muita firmeza, mas sempre com uma inalterável mansidão e tranquilidade; nada pode aplacar tão facilmente um elefante irritado como a vista dum cordeirinho, e o que mais diminui o ímpeto duma bala de canhão é a lã” (São Francisco de Sales).

 

XXV. Luz do mundo, Tu disseste: “Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão”.

Para fazer alguém aceitar a correção fraterna não é preciso gritar nem sacudi-lo; a palavra branda, se tratando de correção, é mais audível do que a gritaria: “Uma resposta branda aplaca a ira, uma palavra ferina atiça a cólera” (Pr 15, 1).

 

XXVI. Salvador, Tu disseste: “Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão”.

É mais fácil ganhar o pecador para Deus falando-lhe com mansidão, do que “feri-lo” com uma língua furiosa: “Irmãos, caso alguém seja apanhado em falta, vós, os espirituais, corrigi esse tal com espírito de mansidão, cuidando de ti mesmo, para que também tu não sejas tentado” (Gl 6, 1).

 

XXVII. Cordeiro de Deus, Tu disseste: “Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão”.

Não se apaga o fogo jogando sobre o mesmo mais combustível. Também não se ganha uma pessoa para o caminho do bem com chibatadas: “É melhor fechar inteiramente a entrada do coração à cólera, por mais justa que seja, porque ela lança raízes tão profundas que é muito difícil arrancá-las” (São Francisco de Sales).

 

XXVIII. Fonte de esperança, Tu disseste: “Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão”.

Quem está perdido na escuridão do erro não costuma dar ouvidos para palavras picantes, porque o seu interior já está agitado. Para ganhá-lo para a luz é preciso temperar: verdade e caridade: “Assim como são reprováveis os que, por covardia, descuidam o dever da correção fraterna, assim também são dignos de reprovação os que se deixam levar por indiscreto zelo, áspero e pungente” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

XXIX. Rei do universo, Tu disseste: “Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão”.

Quem corrige alguém com raiva não ganha o próximo, mas joga por terra tudo o que já havia conquistado: “Quem repreende com raiva faz mais mal do que bem” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 28 de agosto de 2011

 

 

Vide também:

Correção fraterna

...onde dois ou três

 

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Se o teu irmão pecar”

www.filhosdapaixao.org.br/escritos/comentarios/ouvi/ouvi_030.htm

 

Página Inicial Ouvi a palavra do Senhor