Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

 

017

Santo Retiro

 

(Aos simpatizantes e membros do Movimento Missionário Lanceiros de Lanciano. Convento Santa Inês, Jaraguá-GO, nos dias 21 e 22 de março de 1998. Participaram 350 pessoas)

 

1ª - Fidelidade à Graça

2ª - Cristo crucificado

 

1ª Palestra

 

Fidelidade à graça

 

Mateus 11, 20-24 diz: Então começou a verberar as cidades onde havia feito a maior parte dos seus milagres, por não se terem arrependido:  ‘Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Por que se em Tiro e em Sidônia tivessem sido realizados os milagres que em vós se realizaram, há muito se teriam arrependido, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza. Mas eu vos digo: No dia do Julgamento haverá menos rigor para Tiro e Sidônia do que para vós. E tu, Cafarnaum, por acaso te elevarás até o céu? Antes, até o inferno descerás. Porque se em Sodoma tivessem sido realizados os milagres que em ti se realizaram, ela teria permanecido até hoje. Mas eu vos digo que no Dia do Julgamento haverá menos rigor para a terra de Sodoma do que para vós.

 

Deus oferece-nos constantemente a sua graça para nos ajudar a ser fiéis, isto é, a cumprir o dever de cada momento. Mas se a graça for desprezada, Ele pedirá conta de cada uma.

Jesus Cristo verberou contra as cidades que haviam recebido muitas graças, mas mesmo assim, não quiseram corresponder. Nosso Senhor não fica indiferente diante de uma pessoa que chuta as suas graças, acontecerá com ela, o que aconteceu com o servo inútil: Quanto ao servo inútil, lançai-o fora nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes (Mt 25, 30).

Jesus verberou: Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida (Mt 11, 21). Essa ameaça serve também para o católico que despreza as graças de Deus, aquele que recebe tantas graças de Nosso Senhor e fica acomodado à beira do caminho.

Corazim e Betsaida receberam muito de Deus, por isso, foram cobradas com rigor. Essas duas cidades assemelham-se com a maioria dos católicos: recebem muito e não correspondem nada com a graça de Deus, são amontoados de pessoas que vivem no comodismo. Muitas pessoas que nunca tiveram a possibilidade de ouvir falar de Jesus, corresponderiam e seriam mais santas do que muitos católicos que têm condições de receber uma boa formação, mas não fazem nada para a glória de Deus, como está em Mt 11, 21: Por que se em Tiro e em Sidônia tivessem sido realizados os milagres que em vós se realizaram, há muito se teriam arrependido, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza.

Hoje existem milhares e milhares de católicos que desprezam a graça de Deus, assim como fizeram Corazim e Betsaida; mas Nosso Senhor cobrará rigorosamente de cada um deles, principalmente de quem recebeu muito: Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado (Lc 12, 48).

Nós, seguidores de Jesus, precisamos aceitar as suas ajudas e cooperar com elas generosamente e com docilidade.

R. Garrigou-Lagrange diz: Os pulmões necessitam continuamente de aspirar oxigênio para renovar o sangue; quem não respira morre asfixiado. Pois bem, quem não recebe docilmente a graça que lhe é dada por Deus em cada momento, acaba por morrer de asfixia espiritual.

Jesus diz que no Dia do Julgamento, as cidades pecadoras terão mais chance, isto é, serão tratadas com menos rigor, porque não receberam tanto como as outras. Essa mensagem também vale para nós; aqueles que tiveram menos conhecimento da Palavra de Deus por falta de condições, serão julgados com menos rigor do que aqueles que conheceram a verdade e a chutaram.

Precisamos receber as graças de Deus com docilidade, isto é, empenhar-nos em realizar aquilo que o Espírito Santo sugerir na intimidade do nosso coração. Quanto maior for a nossa fidelidade a essas graças, melhor nos prepararemos para receber outras, maior a facilidade que teremos para realizar boas obras, maior a alegria que experimentaremos na nossa vida, porque a alegria sempre está estreitamente relacionada com a correspondência à graça que recebemos de Deus.

A falta de generosidade ofende muito a Deus, porque recebemos muito d’Ele; são graças e mais graças. Será que Ele não merece todo o nosso amor? Diz o Bem-Aventurado Josemaría Escrivá: Quanto mais generoso fores - por Deus -, mais serás feliz.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Fidelidade à graça”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_017.asp


 

2ª Palestra

 

Cristo crucificado

 

Examinemos, durante essa palestra, a nossa consciência sobre o sofrimento. O crucifixo é o melhor livro, quem o contempla, sofre com amor e paciência. Aquele que olha Cristo morto na cruz, entende que o seu sofrimento é apenas uma casca comparado ao sofrimento de Nosso Senhor.

Quando meditamos a Paixão de Jesus Cristo, tudo se torna mais fácil, porque compreendemos que a nossa cruz não se pode nem comparar com os sofrimentos de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

 

Em Jo 19, 17-18 diz: E ele saiu, carregando a sua cruz, e chegou ao chamado “Lugar da Caveira” – em hebraico chamado Gólgota – onde o crucificaram...

Cristo Jesus carregou o pesado madeiro, onde seria crucificado. Ele nos convida a carregarmos a nossa cruz com perseverança e por amor: Sofrer de nada vale se não for por amor a Deus (Santo Tomás de Aquino).

Não existe verdadeiro cristianismo sem cruz, assim como não existe ressurreição sem a Paixão. Quem quiser entrar no céu, tem que sofrer com alegria e aceitar o sofrimento.

A melhor maneira para tornar leve a cruz, é olhar menos para a mesma, e fixar os olhos em Jesus, porque Ele é o nosso consolo nas tribulações. Carregar a cruz só tem sentido, quando a carregamos juntamente com o Mestre Jesus.

Chegando no Calvário, os soldados ingratos lançaram sobre Jesus como leões sobre a presa; despiram-nO com brutalidade, reabrindo todas as chagas. Para tirar-Lhe a túnica, tiveram antes que arrancar a coroa, tornando depois a cravar-lhe na cabeça com mais barbaridade do que já o tinham feito a primeira vez. Viu-se então despido, nu o Rei do Céu e da terra, cobrindo porém logo Maria Santíssima em parte a sua nudez com um véu que tirou apressadamente da sua cabeça, único serviço que Nossa Senhora pôde prestar ao seu amado Filho em todo o percurso da sua Sagrada Paixão.

Jesus disse no caminho para o Calvário: Não choreis por mim, mas chorai antes por vós (Lc 23, 28). Os inimigos pasmados diante da coragem do Salvador, de pregar a sua Santa Doutrina, mesmo carregando a pesada Cruz, dão-lhe bofetadas para não deixá-lO falar com a multidão que O acompanhava. Os inimigos lançam-se sobre Ele, O espancam fortemente e O obrigam com empurrões a caminhar com tanta pressa, que O fizeram de novo cair debaixo do peso da cruz, e O arrastam até o lugar do suplício.

Os soldados arremessavam Jesus por terra para O estenderem sobre a Cruz. Começaram então as marteladas sobre aquelas Benditas Mãos, que tantas vezes abençoaram os povos, que multiplicaram os pães, sararam a tantos cegos, surdos, etc., e todavia apontando naquelas sagradas mãos uns grossos cravos, martelaram sobre elas com tanta força, que, segundo foi revelado a Santa Brígida, as carnes sagradas das Mãos de Jesus se entranharam na madeira, santificando e tornando tão precioso o Lenho da Cruz, que com razão é chamado até hoje como o nome de Santo Lenho.

Foi revelado a Santo Anselmo por Maria Santíssima, que tão fortemente puxaram as mãos e os pés do seu Bendito Filho que estalaram nesta ocasião todas as costelas, abriu-se-Lhe o Peito, podendo na verdade contar-se todos os seus ossos. E o mesmo Jesus disse a Santa Catarina de Sena, que entre todas as dores, nenhuma houve que se pudesse comparar a que experimentou nesta ocasião; porque Seu Peito se abriu, estalaram as costelas, desconjuntaram-se e deslocaram-se os ossos, rasgadas as membranas do coração, e estenderam-se e repuxaram-se os nervos, sentindo dor tão viva, tão aguda, tão excessiva que devia-Lhe causar a morte milhões de vezes.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Cristo crucificado”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_017.asp

 

Escolher outros Temas