Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

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BEM-AVENTURANÇAS

 

06 de novembro de 2001, terça-feira

 

Mt 5, 10-12: “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do céus. Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós”.

 

Caríssimo católico, falaremos hoje sobre a perseguição. Esta pregação servirá de consolo e incentivo para nós; porque muitas pessoas não compreendem que o caminho do céu é de espinhos e pedras, como diz São Paulo da Cruz, fundador dos Passionistas: “Seguir Jesus Cristo é aproximar dos espinhos”, por isso, não devemos desejar uma vida fácil aqui na terra.

Em Mt 5, 10 diz: “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus”, isto é, feliz de  quem é maltratado, criticado, perseguido, injuriado e caluniado por causa da  justiça; e essa justiça é a salvação e santificação dos homens, que é a coisa mais importante, é a própria causa de Cristo, a causa da sua encarnação, paixão e morte, a causa que Ele sustentou com a Sua doutrina e com seu exemplo, por isso, em Mt 5, 10 diz: “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça”, por causa da salvação e da santificação dos homens, que é a causa de Cristo, da Sua encarnação. Quando uma pessoa começa a trabalhar para Deus, o demônio e o mundo vomitam um mar de ódio contra a mesma; o demônio não fica indiferente, e muito menos o mundo, por isso, em Eclo 2, 1 diz: “Filho, se te dedicares a servir ao Senhor, prepara-te para a prova”, isto é, prepara-te para a perseguição. Muitos querem trabalhar para Deus, mas não querem ser perseguidos. É importante lembrá-los de que o próprio Jesus Cristo foi perseguido. O Bem-aventurado Josemaría Escrivá diz: “Onde Jesus passava, sempre tinha duas multidões seguindo-o, uma para adorá-lo e outra para persegui-lo”. Uma multidão seguia a Nosso Senhor para apedrejá-lO.  A vida do católico que segue a Deus é semelhante à de Jesus Cristo; há pessoas que gostam dele e pessoas que o odeiam, existem pessoas que o apóiam e pessoas que buscam destruí-lo.

Ninguém chuta cachorro morto nem joga pedra em árvore que dá fruto azedo; se você é perseguido, é sinal que está com Deus, porque Jesus também foi perseguido, como está em Jo 15, 18-20, e no mesmo Evangelho 16, 2 diz: “Expulsar-vos-ão das sinagogas. E mais ainda: virá a hora em que aquele que vos matar julgará realizar um ato de culto a Deus”.

Prezado católico, o próprio Jesus foi perseguido, maltratado, criticado e injuriado; e a nossa vida não pode ser diferente da vida do nosso Mestre. Em 1Pd 3,14 diz: “Mas se sofreis por causa da justiça, bem-aventurados sois”. Se sofremos por pregarmos a verdade, bem-aventurados de nós; se sofremos por sermos de Deus, felizes de nós; que maravilha,  receberemos uma grande recompensa no céu logo após a nossa morte, como está em Mt 5,10 :“... porque deles é o Reino dos céus”, isto é, dos perseguidos, maltratados,  caluniados e  injuriados. Seria muito feio se você fosse perseguido por servir ao demônio e à mentira; mas se sofre perseguição por ser de Deus, então você é bem-aventurado.

Você que é perseguido dentro de casa, da sua própria casa, pelo seu marido ou por sua esposa, porque sabemos muito bem que existem homens que perseguem as esposas, proibindo-as de irem à igreja, e também, vice e versa. Você que é maltratado pelos seus filhos porque agora decidiu ser de Deus; que enfrenta brigas horríveis dentro de casa, porque agora defende o Evangelho, não se desespere, confie em Deus, porque no Evangelho de Mt 10, 36 diz: “Os inimigos do homem serão seus próprios familiares”. Nada de desânimo, confie em Deus, porque sabemos que a força de Deus é maior. Você que é perseguido no emprego: confecção, loja, escola, etc., não fique desanimado, mas tenha confiança em Deus. Muitas pessoas no local onde você trabalha querem subir na vida, e subir até de cargo, pisando e falando mal de você para o patrão ou para a patroa; te caluniam, te perseguem e tentam te destruir. Não desanime, nem fique triste ou revoltado, mas confie em Deus que é maior que todos. Repita com São Paulo Apóstolo aos Colossenses 1, 24: “Agora eu me regozijo nos meus sofrimentos”, e em Tg 1, 2 diz: “Meus irmãos, tende por motivo de grande alegria o serdes submetido a múltiplas provações”.

Caríssimo católico, não fique desanimado, mas se alegre diante das cruzes, como está em Mt 5, 11: “Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e mentindo disserem todo mal contra vós por causa de mim”. Quem quiser seguir a Cristo tem que sofrer, Ele não promete vida fácil para ninguém aqui na terra, como está em Mc 10, 30: “Em verdade vos digo, que não há quem tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras por minha causa ou por causa do Evangelho, que não receba cem vezes mais, desde agora nesse tempo, casa, irmãos e irmãs, mães e filhos e terras com perseguição, e no mundo futuro, a vida eterna”. Jesus Cristo fala da perseguição antes da recompensa. Feliz de você quando te injuriarem, te perseguirem e mentindo disserem todo o mal contra vós por causa de Cristo, como está no Evangelho de Mt 5, 11.

Hoje, muitas pessoas não aceitam ouvir falar de Deus. Existem pessoas que comentam sobre futebol, carnaval, bebedeira, prostituição, etc., mas não querem ouvir falar de Deus e começam a xingar e maltratar os seguidores d'Ele. Quando você vai evangelizar alguém, e este não quer ouvir falar de Deus, e começa a te xingar, te maltratar, te chamar de fanático, de doido e te calunia; não se intimide, porque sabemos que a arma dos incompetentes é a língua. Mas, se trabalhamos para Cristo, nada disso deve nos atingir, porque muitos não suportam ouvir a verdade, como está em 2 Tm 4, 3: “Pois virá um tempo em que alguns, não suportarão a sã doutrina”. Muitas pessoas não suportam ouvir falar de Deus e começam a xingar, mas nem por isso devemos parar, porque, se  trabalhamos para Deus com reta intenção, devemos aumentar o nosso fervor e entusiasmo e não nos preocuparmos com críticas, como está em 2 Tm 3, 12: Todos os que quiserem viver com piedade, em Cristo Jesus, serão perseguidos”.

Prezado católico, muitas pessoas deixam de trabalhar para Deus por causa das críticas; não podemos agir assim. Deixe o cachorro latir; vá adiante, nada de desânimo, nada de deixar o trabalho de Deus de lado, vá em frente. Em Mt 5, 12 diz: “Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus”. Quando somos perseguidos, devemos nos alegrar; nada de tristeza e pessimismo diante das perseguições, mas alegria total; é claro que sentimos o peso da cruz, mas o importante é que esta dor se transformará em alegria no céu. A nossa fé nos leva a enfrentarmos todas as perseguições por amor a Cristo, como fizeram os apóstolos, como está em At 5, 40-41: “Chamaram de novo os Apóstolos e açoitaram-nos com varas e depois de intimá-los a que não falassem mais no nome de Jesus, soltaram-nos, quanto a eles, saíram do recinto do sinédrio, regozijando-se por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo Nome”.

Católico, muitas pessoas gostam de ser elogiadas, paparicadas e lambidas; outras para subirem na vida, isto é, de cargo, bajulam os patrões e buscam aplausos. Cuidado com os aplausos e com elogios; as aprovações do mundo e os êxitos, jamais foram lema do verdadeiro seguidor de Jesus Cristo, mas antes propriedade de falsos profetas, como está em Lc 6, 26: “Ai de vós, quando todos te elogiarem, foi assim que trataram os falsos profetas”. Aquele que agrada o povo só para não ser perseguido, acaba deturpando o Evangelho e se transforma num falso profeta, como está em Gl 1, 6: “Admiro-me que tão depressa abandoneis aquele que vos chamou pela graça de Cristo e passeis a outro Evangelho”.

Sigamos verdadeiramente a Jesus Cristo, sem fugir das perseguições.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Bem-aventuranças”

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02

 

A PAZ

 

07 novembro de 2001, quarta-feira

 

Jo 14, 27: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá. Não se perturbe nem se intimide vosso coração”.

 

Prezado católico, sabemos que o mundo está precisando de paz; esse mundo tão agitado, voltado para a maldade, para o ódio, cheio de vingança, de atritos, de brigas e guerras. O mundo precisa de paz, e essa paz só encontramos em Jesus Cristo.

Jesus Cristo diz em Jo 14, 27: “Deixo-vos a paz…”, quer dizer: Eu, Jesus Cristo, deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, não vo-la dou como o mundo dá; quer dizer que a paz verdadeira vem de Deus, vem do Sagrado Coração de Jesus; somente Ele é capaz de dar a verdadeira paz. O mundo dá somente o ódio, a vingança e a falsidade. Muitos católicos buscam a paz no mundo, mas sabemos que o mundo, inimigo de Deus, não pode dar-lhes nada de bom, porque é vazio, covarde e traiçoeiro.

Caríssimo católico, somente Cristo é capaz de dar a verdadeira paz. Existem muitas pessoas, inclusive católicas, buscando a paz na praia, nas roupas escandalosas e imorais, nos bailes, passando noites inteiras dançando, etc., mas no outro dia, as mesmas sentem-se vazias, frustradas e aniquiladas; porque o mundo não pode dar-lhes a paz. Outras buscam a paz no carnaval, passando noites e dias dançando e pulando, mas não a encontram; algumas buscam a paz no sexo fora do casamento; outras na bebida alcoólica, passando noites nos botecos bebendo, algumas a buscam no cigarro, na droga e no barulho oferecido pelo mundo. O próprio Jesus fala que o mundo não pode dar a paz, somente Ele, Nosso Senhor, é capaz de encher o nosso coração de felicidade e de paz.

Em Mt 5, 9 diz: “Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus”, quer dizer, aquele que transmite a paz, que é portador da mesma, é chamado filho de Deus, porque transmite a verdadeira paz que  recebe do Coração de Jesus Cristo. Foi o reino do céu prometido aos misericordiosos como misericórdia; aos puros de coração como visão; aos pacíficos como filiação divina. O homem pacífico, construtor da paz merecerá de modo especial, ser reconhecido como filho daquele que é o Deus do amor e da paz, como está em 2Cor 13, 11: “De certo, irmãos, alegrai-vos, procurai a perfeição, encorajai-vos. Permanecei em concórdia, vivei em paz, e o Deus de amor e de paz estará conosco”.

A história da salvação é a história da paz entre Deus e os homens; paz oferecida pelo Pai à humanidade, por meio do seu divino Filho.

Católico, Jesus Cristo transmite a paz, como está em Mt 5, 9: “Bem-aventurados os pacíficos…”, e em Jo 14, 27 diz: “Deixo-vos a paz…”. Somente Jesus Cristo é capaz de dar a verdadeira paz. Cristo veio ao mundo para guiar os nossos passos no caminho da paz, e não no caminho da guerra, do ódio, das brigas, das maledicências e das calúnias. Como diz em Lc 1, 79, Cristo veio ao mundo para guiar os nossos passos no caminho da paz: “Para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, para guiar nossos passos no caminho da paz”. No caminho da paz, diz a Palavra de Deus, assim previu Zacarias e assim anunciaram os anjos cantando no Seu nascimento, como está em Lc 2, 14: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que Ele ama”. Está claro que fala de paz, não de ódio, guerras, brigas e divisões; mas da paz, paz aos homens. Jesus Cristo é o Deus da paz, Ele veio para trazer a paz, mas a verdadeira, aquela que exige uma mudança de vida. Ao enviar os discípulos a pregar o Evangelho, quis Jesus Cristo que fossem mensageiros da paz e não do ódio. Quando Nosso Senhor enviou os seus discípulos para pregarem o Evangelho, disse-lhes: “Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: Paz a esta casa!” (Lc 10, 5). Na véspera de sua morte deixou aos discípulos como conforto e penhor de amor a paz, como está em Jo 14, 27: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz…”, e depois de ressuscitado apresentou-lhes com a saudação: “A paz esteja convosco” (Jo 20, 21).

Prezado católico, neste mundo tão voltado para a maldade, para o ódio e vingança, você também é chamado a promover a paz, a levá-la para as pessoas no ambiente onde você trabalha, na escola onde você estuda, no bairro onde você mora, no quarteirão onde reside e dentro de sua própria casa. Você é chamado também a cultivar a paz no seu interior. Você católico, que é seguidor de Jesus Cristo, é chamado a promover a paz. O cristão é verdadeiro filho de Deus na medida em que prolonga no mundo a missão pacificadora do Filho de Deus, do bom Jesus Cristo.

Caríssimo católico, só é cristão autêntico, quem trabalha para promover a paz; que usa da inteligência, força, estudo, da primeira comunhão, da crisma, das confissões, etc., para promover a paz, para levá-la a todos os ambientes que freqüenta: no trabalho, na escola, na sua casa, no seu lazer, etc. Onde você for, leve a paz, essa paz que o mundo necessita, essa paz que cada católico deve ser portador. Alguém poderia perguntar: o que fazer para promover a paz? O que fazer para passá-la ao próximo? O que fazer para possuí-la no coração? A primeira coisa é fazer uma boa confissão; quem está em pecado mortal não consegue passar essa paz para o próximo. Se o diabo reina na sua alma e no seu coração, é impossível que você seja um portador da paz. É preciso aproximar de um sacerdote com o coração arrependido e fazer uma sincera confissão; e assim, Cristo entrará na sua alma; o rei da paz, o rei da tranqüilidade, o rei pacificador reinará no seu coração. Uma pessoa que não confessa não possui a paz, e assim, não pode transmiti-la. O segundo meio para possuir a paz é a Comunhão: comungar com piedade, devoção,  seriedade e fé; porque muitos recebem o Corpo de Jesus e depois continuam fazendo tudo errado: brigando, semeando discórdia, ódio, guerra, etc.

Para possuir a paz é necessário rezar muito. Rezar o Santo Terço, fazer outras orações ensinadas pela Igreja Católica, viver em continua união com Deus, naquele diálogo amoroso, filial e fiel. A pessoa que não reza está sempre agitada, não possui a verdadeira paz.

Para possuir a paz, é importante também fazer leitura espiritual, isto é, ler a Bíblia e a vida dos Santos. A leitura espiritual é como uma chuva que cai numa terra árida. Para possuir a paz, é preciso abandonar o mundo inimigo das almas e desapegar das criaturas, porque, quando se apega às criaturas, acaba abandonando a Jesus Cristo e colocando as mesmas no lugar d’Ele.

Outro meio para possuir a paz é viver em contínua união com Jesus Cristo. Ele é Amigo fiel e está sempre perto de nós para nos ajudar e orientar; Amigo que transmite ao nosso coração a verdadeira paz, como está em Jo 14, 27: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, não vo-la dou como o mundo dá”. Uma pessoa não pode dar aquilo que não tem, não pode tirar água de uma lata vazia; está claro que você católico, só pode transmitir a paz, se a possui. Quem possui a paz é de Deus, e está sempre pronto para fazer o bem, isto é, para semear a paz e evitar o mal. Aquele que não possui a paz é rancoroso e cheio de ódio. Santo Agostinho escreve: “Ó Senhor, como é bom amar a paz, como é bom ser um portador da paz”. A pessoa pacificadora está do lado de Jesus Cristo que é o Deus da paz: “Dai-me a paz Senhor, para poder dá-la aos outros, primeiro a tenha eu, que a possua primeiro”(Santo Agostinho).

Católico, peça a Jesus Cristo a verdadeira paz para o seu coração; porque, se o mundo está cheio de ódio, assassinato, suicídio e vingança, é porque falta paz no coração do homem.

Quem possui Jesus Cristo no coração é pacífico, mas aquele que possui o demônio no coração é cheia de vingança, ódio, maledicência e rancor; é um semeador da guerra e da discórdia.

É preciso pedir a paz; somente assim o mundo será melhor. Se cada católico se preocupasse em promover a paz, em guardar a língua dentro da boca, em tirar do coração o ódio, a maledicência, a inveja, etc., o mundo seria um "ninho" de paz.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “A paz”

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03

 

A CRUZ

 

09 de novembro de 2001, sexta-feira

 

Mt 16, 24: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.

 

Para ser verdadeiro cristão é necessário seguir a Cristo Nosso Senhor.

Jesus é a luz do mundo, como Ele mesmo diz em Jo 8, 22: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. Um católico que se diz seguidor de Cristo, mas que vive no pecado mortal é um grande mentiroso, como está em 1Jo 1, 6: “Se dissermos que estamos em comunhão com Deus e andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade”. Afirmar seguir a Jesus e viver no pecado mortal é uma contradição monstruosa, porque, seguir a Cristo, é estar vivo espiritualmente. Se seguimos a Cristo que é luz do mundo, devemos também ser luz, saindo das trevas do pecado, do erro, daquilo que ofende a Deus, porque uma lâmpada queimada não consegue iluminar; o mesmo acontece com quem vive no pecado mortal, este não consegue brilhar, por isso, é contradição monstruosa um católico viver no pecado mortal e dizer que é seguidor de Cristo. Quem segue Jesus, tem que andar como Ele andou, dando bom exemplo e servindo de luz para o próximo.

Jesus Cristo em Mt 16, 24 diz: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

“Se alguém quer vir após mim”, é o mesmo que dizer; se alguém quer se salvar, porque, seguir a Cristo de verdade, é o mesmo que se salvar. Se alguém quer ter parte com Jesus na glória eterna, é preciso obedecer aos mandamentos e viver a Doutrina que a Igreja prega; somente assim estará percorrendo o caminho que conduz ao céu.

“Se alguém quer vir após mim”, é uma proposta que Jesus Cristo fez a todos os homens; agora, o segui-lO ou não, Ele deixa à nossa vontade, porque sabemos que Deus não obriga ninguém a entrar no céu. Jesus não obriga ninguém a segui-lO, temos o livre arbítrio para escolher o fogo ou a água, para escolher o caminho de Deus ou o caminho do demônio. Hoje, muitas pessoas não querem mais saber de Deus, estão envolvidas com drogas, prostituição, bebedeira, brigas e outras coisas que O ofendem. Seguir a Cristo é fazer o contrário: fazer o bem, viver de acordo com os mandamentos e obedecer tudo aquilo que Ele ordena.

 Jesus Cristo diz também em Jo 16, 24: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo”. O que é negar-se a si mesmo? O que significa negar-se a si mesmo? É dizer não aos gostos e inclinações terrenas do nosso coração. Negar-se a si mesmo, é abandonar as vaidades, principalmente aquelas que ofendem a Deus: as roupas escandalosas, as minissaias, os filmes pornográficos, as músicas imorais e os ambientes pecaminosos. Negar-se a si mesmo, é abandonar tudo aquilo que vai contra a Lei de Deus e da Igreja.

Negar-se a si mesmo, é não guiar-se pelos conselhos de nossa natureza depravada, é não dar ouvidos às vozes, que do interior se levantam, pedindo prazeres sensuais e satisfação completa de todos apetites desordenados.

 Devemos trabalhar e nos esforçar para vencer a nossa natureza.  Não podemos seguir aquilo que a natureza depravada nos pede; devemos sim: rezar muito, confessar, receber a Santa Comunhão e fazer leituras espirituais para adquirir forças para vencer as tentações que vão aparecendo na nossa vida. Mas não basta negar a si mesmo, fala Jesus, é preciso também carregar a cruz.  Eis a condição sem a qual não se pode seguir a Jesus Cristo, é preciso carregar a nossa cruz todos os dias.

A cruz não falta a ninguém. O santo sofre, a pessoa cruel também sofre, etc., o que devemos fazer é tomá-la e seguir a Jesus Cristo até a morte. Não basta sofrer durante um dia, um mês, um ano; precisamos sofrer até no momento da nossa morte, isto é, carregar a cruz todos os dias.

Muitas pessoas sofrem com alegria e outras sofrem resmungando; está claro que as primeiras irão para o céu, enquanto que as rebeldes irão para o inferno, como escreve Santo Agostinho: “Uns sofrem para o céu, outros  para o inferno”. Uns sofrem com alegria aceitando a cruz, enquanto outros sofrem resmungando, xingando, se desesperando, abandonando a própria fé; esses, segundo Santo Agostinho, sofrem para o inferno.

Precisamos abraçar a nossa cruz todos os dias. Para entrar no céu temos que sofrer. Santa Margarida Maria Alacoque diz: “Querer se salvar sem sofrer é pura ilusão”.

O que é a cruz? Cruz é tudo aquilo que nos contraria ou torna a nossa vida difícil: são as dores do corpo, o tédio e a agonia da alma, estragos do tempo, prejuízo do inimigo, tudo que nos aflige, tudo que nos arranca lágrimas, eis o que é a cruz. Seguir a Cristo, levando com Ele a nossa cruz é preciso para salvar a nossa alma; querer se salvar sem sofrer é pura ilusão. Infelizmente, hoje, muitos pregadores estão deturpando o Evangelho, pregando um cristianismo sem cruz, sem renúncia, e isso não existe. Ser cristão é ser um outro Cristo; se Jesus sofreu, a nossa vida não pode ser diferente da vida do nosso Mestre.

A salvação é o maior dos bens. A posse do mundo inteiro, de toda a riqueza, é nada em comparação com a nossa salvação. A salvação é um bem cuja perda não se pode reparar; por exemplo: temos duas mãos, se cortar uma, fica a outra; temos dois pés, se cortar um, fica o outro; temos dois olhos, se arrancar um, fica o outro; mas alma, temos apenas uma, se a perdemos, perdemos tudo; é por isso que não é possível reparar a perda da alma, quem a perde, perde tudo. Não salvaremos a nossa alma, se não estivermos prontos a sacrificar por ela a vida temporal. Quem para salvar a vida temporal nega a Cristo, como muitas pessoas estão fazendo, perde a vida da alma, e quem sacrifica a vida temporal por Cristo, alcança a vida eterna, a salvação da alma; por isso, Cristo diz em Mt 16, 26: “De fato, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida? Ou que poderá o homem dar em troca de sua vida?” De que adianta  ganhar os aplausos do mundo inteiro e ser elogiado, se perder a alma? Se você for para o inferno, de que adiantarão os aplausos e os elogios dos homens? Depois Cristo diz: “siga-me”. Seguir a Cristo é acompanhá-lO por onde quer que Ele vá, seja para o Tabor ou para o Calvário. Muitos seguem Jesus quando tudo vai bem na vida; mas quando aparece uma dificuldade, eles logo O abandonam .

Seguir a Cristo é ser cristão; o que segue a Cristo é de Cristo, o que segue o mundo é do mundo; porém, seguir a Cristo é seguir a verdade, seguir o mundo é seguir o erro e  a mentira, e em seguir a Cristo está a nossa maior felicidade.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “A cruz”

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04

 

CONFIANÇA EM DEUS

 

12 de novembro de 2001, segunda-feira

 

Dt 7, 9: “Saberás, portanto, que Deus teu Deus é o único Deus, o Deus fiel, que mantém a aliança e o amor por mil gerações, em favor daqueles que o amam e observam os seus mandamentos”.

 

Como é agradável falar de Deus. Ele, o nosso Deus, é um Espírito puro e eterno, criador do céu e da terra.

O homem não é o Senhor do mundo, acima dele está um Ser Onipotente, que pode o que o homem não pode, que vê o que o homem não vê, que sabe o que o homem não sabe, como está no livro do Gênesis 17, 1: “Eu sou o Todo-poderoso, anda na minha presença e sê perfeito”, e no livro de Jó 37, 23 diz: “O Todo-poderoso, nós não o atingimos”.

Prezado católico, Deus existe, querendo ou não o ateu e o pagão, Ele existe. E é esse Senhor do universo que cuida de nós, que nos ampara e nos protege.

São de Deus aqueles olhos que velam dia e noite sobre nós, protegendo-nos e guiando-nos com sua luz pelo árduo caminho da existência.

Deus existe de fato, mas nós não O vemos, porque Ele é incorpóreo. Todavia d’Ele me fala tudo que me rodeia.

De Deus nos fala a natureza inteira: o firmamento, a terra, o mar e tudo quanto no universo existe.

Católico, não adianta o homem tentar inventar outros deuses, sabemos que existe somente um Deus, o Deus que nos criou e que nos protege continuamente, como está em Is 44, 8: “Porventura existe um Deus fora de mim? Não existe outra rocha: eu não conheço outra”, e no mesmo livro, 45, 22 diz: “voltai-vos para mim e sereis salvos, todos os confins da terra, porque eu sou Deus e não há nenhum outro!”

Se Deus é o único Deus, então somente Ele merece o nosso amor, e também somente Ele é digno de ser adorado. Escreve São João da Cruz: “O mundo inteiro não é digno de um só pensamento do homem, porque só a Deus ele é devido; assim, qualquer pensamento posto fora de Deus é um roubo que se lhe faz”. Existem muitos ladrões nesse mundo; porque milhares e milhares de pessoas preferem pensar no mundo do que em Deus; preferem pensar nas novelas, no esporte, nos afazeres domésticos, etc., do que pensar em Deus, Nosso Senhor e Criador; e por isso, o mundo está se tornando um covil de víboras, violento, vazio e cheio de maldade, porque, sem Deus é impossível construir  um mundo justo, como escreve Santo Afonso Maria de Ligório: “Perdido Deus tudo está perdido”.

Prezado católico, Deus é tudo para nós, a nossa vida sem Ele não tem sentido; torna-se vazia, cheia de amargura e de tristeza.

Católico, você está triste e amargurado? Não busque a alegria no mundo, porque a bebedeira, o carnaval, os bailes e as drogas não podem te alegrar. Essa alegria, vendida nas esquinas e nos botecos, oferecida como sedução de um prazer fugaz, deixa o gosto amargo e a ressaca de uma estúpida embriaguez. A alegria não é utopia, é a realidade que só é possível ser acolhida por um coração aberto, capaz de acreditar no impossível humano, que é possível para Deus.

Os santos sempre foram os cantores da alegria verdadeira. A alegria do Evangelho não é o sorriso “comercializado" e "vulgarizado”, que somos acostumados a ver em todas as páginas das revistas e que nos agride e violenta através das imagens da televisão.

A alegria sóbria e serena dos santos é fruto de uma ascese e de uma identificação na vivência com a Palavra do Senhor.

Prezado católico, somente em Deus você encontrará a verdadeira alegria. Santa Tereza dos Andes escreve: “Deus é a fonte da verdadeira alegria”, e a mesma Santa diz: “Deus é a alegria eterna”. E a Bíblia diz em Ne 8,10: “Não vos aflijais: a alegria de Deus é a vossa fortaleza!”, e o Sl 43, 4 diz : “Eu irei ao altar de Deus, ao Deus que me alegra”.

Você está fraco, preocupado com os seus negócios, preocupado com a sua situação financeira ou com o seu emprego? Não desanime, confie em Deus e Ele que conhece e sabe de tudo te ajudará, como está no Sl 55, 23: “Descarrega teu fardo em Deus e ele cuidará de ti; ele jamais permitirá que o justo tropece”, e o Sl 84, 13 diz: “Feliz o homem que confia em Deus”, e no livro de Pr 3,5 diz também: “Confia em Deus com todo o teu coração”.

Não é com desespero ou com o suicídio que você vai resolver os seus problemas, e sim, confiando em Deus, depositando em Suas mãos as suas dificuldades, e Ele te ajudará, como está no Sl 37, 5-7: “Entrega teu caminho a Deus, confia nele, e ele agirá; descansa em Deus e nele espera.”

Caríssimo católico, você está passando por dificuldades no casamento, isto é, desunião na família, sofrendo com os filhos, etc.? A separação não é o remédio. Busque a proteção e a força em Deus; reze e confie no Senhor, Ele conhece o remédio certo para te ajudar.

Não fique desesperado, confie em Deus, como está no Sl 42, 2: “Deus é nosso refúgio e nossa força”, e também no Sl 54, 6 diz: “Deus, porém, é meu socorro, o Senhor é quem sustenta minha vida”.

Agindo assim, você cantará vitória dizendo: “Meu coração está firme, ó Deus, meu coração está firme” (Sl 57,8).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Confiança em Deus”

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05

 

PERSEVERANÇA

 

13 de novembro de 2001, terça-feira

 

Mt 10, 22: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”.

 

Católico, nesse trecho da palavra de Deus, Jesus Cristo mostra a necessidade que temos de perseverar. Para cada homem esse fim até ao qual se deve perseverar é o momento da morte, como está em Mt 24, 13: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”.

Não há duvida; quem quiser ganhar sua alma para a vida eterna, isto é, quem quiser entrar no céu, deve perseverar no bem, sem se assustar com a aspereza das provações e com as dificuldades de cada dia.

 O céu é a Pátria daquele que luta até o fim, que sabe se levantar após uma queda, que não pára diante dos obstáculos da vida, que luta até obter a vitória, como escreve São João Crisóstomo: “A coroa que nela se consegue não se murcha jamais. Não está feita com folhas de louro, não nos é colocada na cabeça por um homem, não a ganhamos diante dum público de homens, mas num estádio cheio de Anjos. Nas competições da terra uma pessoa luta e afadiga-se durante muitos dias, e os seus grandes esforços são recompensados com uma coroa, que murcha em menos de uma hora (…). Não acontece aqui o mesmo, mas a coroa que se recebe é eternamente brilhante, honrosa e gloriosa”.

 O católico mole e frouxo, que pára na metade do caminho e fica deitado à beira da estrada curtindo a sua preguiça e o seu comodismo, não irá para o céu, e sim, será precipitado no inferno. A palavra de Deus fala abertamente, que será coroado no céu, somente aquele que vencer, isto é, aquele que perseverar no bem até o fim, como está em Ap 2, 7: “… ao vencedor, conceder-lhe-ei comer da árvore da vida que está no paraíso de Deus”, e também em Ap 2, 11: “… o vencedor de modo algum será lesado pela segunda morte”, e ainda em Ap 2, 17: “Ao vencedor darei do maná escondido, e lhe darei também uma pedrinha branca…”, e Ap 3, 21 diz: “Ao vencedor concederei sentar-se comigo no meu trono, assim como eu também venci e estou sentado com meu Pai em seu trono”.

Caríssimo católico, não basta começar uma obra, é preciso concluí-la. Se você começa a construir uma casa, e quando ela está na metade, você a abandona, isto é, deixa de investir na mesma; aos poucos ela vai se demolindo, e você perde todo o dinheiro que investiu. O mesmo acontece na vida espiritual; você começa bem um trabalho espiritual: reza o terço todos os dias, lê a Bíblia, participa da Santa Missa com freqüência, confessa assiduamente, etc, mas com o passar do tempo, ao invés de perseverar, você vai relaxando, vai deixando a oração, vai abandonando a confissão, já não gosta mais de ler a Bíblia, já começa a usar aquela roupa imoral que já havia deixado de usar, aquela roupa que agrada o demônio; começa também a freqüentar certos ambientes perigosos, a contar piadas imorais, a andar com amizades suspeitas, a falar que para se salvar não precisa desse “exagero”, que Deus não exige nada disso, e que você está muito bem com Deus. Cuidado! Se você já desceu a esse nível, a passagem de Apocalipse 3, 1-3 servirá para te acordar: “Conheço tua conduta: tens fama de estar vivo, mas estás morto. Torna-te vigilante e consolida o resto que estava para morrer, pois não achei perfeita a tua conduta diante do meu Deus. Lembra-te, portanto, de como recebeste e ouviste, observa-o, e converte-te!”

O Bem-aventurado Josemaría Escrivá diz: “Começar é de todos; perseverar, de Santos”. É muito triste ver certas pessoas desanimarem na metade do caminho, lembrando das cebolas do Egito, e assim, enterrarem a sua vida espiritual. Deus não fica feliz com o fogo de palha ou com propósitos sem convicção. Deus ama e ajuda, aquela pessoa que enfrenta todas as dificuldades, e Ele, o Senhor justo e sábio, dará a merecida recompensa para o trabalhador, como está em Tg 1, 12; 5, 11: “Feliz o homem que suporta  a tentação. Porque depois de sofrer a provação receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o  amam... Eis, chamamos felizes os que suportam os sofrimentos com perseverança”.

Católico, muitas pessoas dizem o seguinte: já fui muito católico, já rezei muito, já freqüentei muitos movimentos, etc., agora não preciso mais disso, porque já estou com a “égua” na sombra. Prezado católico, essa pessoa pode até estar com a "égua" na sombra, mas a sua alma está à beira do inferno, porque o próprio Jesus Cristo diz em Mt 10, 22: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”, Jesus não fala de perseverar até a metade do caminho, e sim, até o fim.

 Sem perseverança é impossível chegar à santidade ou à salvação: não basta ser virtuoso e generoso alguns dias ou alguns anos; necessário é sê-lo sempre, até o fim.

De nada vale ter sido santo por longo tempo, se no fim da vida se morre pecador. Para que isso não aconteça, siga o conselho do Bem-aventurado Josemaría Escrivá: “Não desanimes. Para a frente! Para a frente com uma teimosia  que é santa e que se chama, no terreno espiritual, perseverança”, e o mesmo Bem-aventurado diz: “Aconteça o que acontecer, persevera no teu caminho; persevera, alegre e otimista, porque o Senhor se empenha em varrer todos os obstáculos.

- Ouve-me bem: tenho a certeza de que, se lutar, serás santo!”

O católico que conheceu a Palavra de Deus, e depois voltou para o mundo, isto é, não conseguiu perseverar no bem, e agora vive mergulhado no pecado, o seu estado agora é bem pior do que quando não conhecia a verdade, como está em 2 Pd 2, 20-21: “Com efeito, se, depois de fugir às imundícies do mundo pelo conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, de novo são seduzidos e se deixam vencer por elas, o seu último estado se torna pior do que o primeiro. Assim, melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça do que, após tê-lo conhecido, desviarem-se do santo mandamento que lhes foi confiado”. Esse tipo de católico merece ouvir o que está em 2 Pd 2, 22: “O cão voltou ao seu próprio vômito”, e: “A porca lavada tornou a revolver-se na lama”.

E você católica, que antes usava uma saia decente e vestido longo, e agora já está usando calça comprida e outras roupas depravadas. Quando você olhar no espelho, olhe bem nos seus olhos e diz: eu sou uma hipócrita, uma vira-casaca, uma falsa.

E você que antes não assistia novelas, e agora passa horas e horas bebendo esse vômito de Satanás. Olhe também no espelho e diz: sou fingida, o que vou explicar para Deus na hora do meu julgamento? Lembre-se das Palavras de Jesus Cristo em Mt 10, 22: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”.

É importante lembrar de que sem perseverança não há salvação. Na perseverança no bem até o fim de nossa vida está o princípio da nossa eterna felicidade.

Prezado católico, sem a perseverança final todos os esforços são em vão: penitências e orações, sacramentos e boas obras, tudo, sem a perseverança, será como o fumo que se dissipa.

Se o único remédio para ser salvo é perseverar até o fim, para perseverar até o fim há um só meio: ser constante no bem!

E um grande bem, é justamente a salvação da nossa alma. Sábio é aquele católico que trabalha continuamente pensando na sua salvação, que persevera no bem que inicia, que o faz com o máximo de zelo. Esse, sem dúvida será coroado no céu.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Perseverança”

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06

 

MUNDO: INIMIGO DAS ALMAS 

 

14 de novembro de 2001, quarta-feira

 

Tg 4, 4: “Adúlteros, não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Assim, todo aquele que quer ser amigo do mundo torna-se inimigo de Deus.

 

Nesse trecho, o Apóstolo São Tiago não se refere ao pecado de adultério, mas ele repreende severamente aquelas pessoas que pelo amor desordenado dos bens desta terra são infiéis a Deus. Ele chama a atenção, daquela alma que deixa de seguir a Deus, para seguir as máximas do mundo. O mesmo repreende aquela alma que deixa de beber da água cristalina, isto é, de viver na amizade com Deus, para beber da lama do mundo.

Realmente prezado católico, o amor desordenado do mundo é incompatível com o amor a Deus; por isso, aquele que aceita a amizade com o mundo e que segue a sua podridão, não sentirá paz na alma e nem o amor de Deus no coração: “Não ameis o mundo nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai” (1 Jo 2, 15).

Esse mundo não é o mundo humanidade ou o mundo planeta em que vivemos, e sim, o mundo inimigo de Jesus Cristo e do Santo Evangelho; é aquele mundo que luta continuamente contra Deus. Os seguidores de Cristo não devem se intimidar diante dos ataques do mundo, pelo contrário, devem enfrentá-lo corajosamente e praticarem sempre o bem, como nos ensina Santo Inácio de Loyola: “Aquele que teme o mundo jamais cumprirá coisa digna de Deus: porque a obra de Deus não se pode fazer sem que o mundo se revolte!”

Prezado católico, o mundo é um inimigo perigosíssimo; ele se assemelha a um dragão furioso e faminto, que está pronto para devorar tudo aquilo que é piedoso e que nos faz lembrar de Deus e da Sua Santa Palavra, como escreve São Francisco de Sales: “Quem não vê que o mundo é um juiz iníquo, favorável aos seus filhos, mas intransigente e severo para os filhos de Deus?”

O mundo é um inimigo tão perigoso, que o próprio Jesus Cristo foi perseguido por ele, como está em Jo 15, 18: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro, me odiou a mim”. E no mesmo Evangelho, 15, 19 diz: “Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo e minha escolha vos separou do mundo, o mundo, por isso vos odeia”.

O mundo persegue e odeia aquele que segue a Luz, isto é, a Nosso Senhor. O mundo falso e enganador só deixará de te perseguir, se você seguir os seus caprichos e beber da sua lama, como escreve São Francisco de Sales: “Só nos pervertendo com o mundo, poderíamos viver em paz com ele”. Não estamos aqui na terra para agradar o mundo; e sim, para agradar somente a Deus e seguir a Sua Santa Palavra.

 Jesus Cristo afirma que, entre Ele e o mundo como reino do pecado, não há possibilidade de acordo; quem vive no pecado aborrece a luz, como está em Jo 3, 19-20: “Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque as suas obras eram más. Pois quem faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam demonstradas como culpáveis”. Os amigos do mundo perseguiram a Cristo e perseguirão também os seus fiéis seguidores, como escreve São Gregório Magno: “A hostilidade dos perversos soa como um louvor para a nossa vida, porque demonstra que temos pelo menos algo de retidão enquanto somos incômodos para os que não amam a Deus: ninguém pode ser agradável para Deus e para os inimigos de Deus ao mesmo tempo. Demonstra que não é amigo de Deus quem busca agradar aos que se opõem a Ele: e quem se submete à verdade lutará contra o que se opõe à verdade”.

Prezado católico, sabemos que o descobridor a América, foi Cristóvão Colombo, e assim que ele voltou para a Europa, toda a Europa ficou sabendo que a América era uma região maravilhosa e rica, onde os frutos cresciam até rebentarem as plantas por peso excessivo, onde toda montanha ocultava ouro, e toda criança brincava com pérolas. Então, muitos europeus vieram para a América, ansiosos de gozo e de riqueza. Com muita mentira e palavras enganosas, os europeus aproximavam dos índios, e enganando-os, trocavam espelho e brinquedos por barras de ouro e de prata. E, se algum índio, mais ativo, não queria ceder a sua riqueza verdadeira por aquelas bugigangas, os europeus tomavam dele a força e o matava.

Diante dessas maldades praticadas pelo europeus, sentimos até uma pequena revolta no nosso interior; mas, essas espertezas e crueldades dos europeus, podem ajudar-nos a compreender o que seja o mundo, isto é, a esperteza e a crueldade dele.

O mundo é sem dúvida, um mercado diabólico. O demônio conhece que, pelos méritos de Jesus Cristo Salvador, nos tornamos possuidores de riquezas inestimáveis; conhece também a nossa ingenuidade e simplicidade, que muitas vezes nos torna semelhantes aos antigos índios da América, incapazes de avaliar os nossos tesouros. Ele, o Maligno e Sedutor, anda pela praça do mundo para fazer as suas trocas, ou se quiserem, as suas infernais barganhas; e quantos católicos, pela paixão ou prazer de segundos, lhe cedem a alegria eterna, isto é, o céu! Quantos católicos, que por um prato de barro, por um punhado de milho, por um copo de vinho, renunciam o banquete divino do Paraíso! Quantos, ainda, pela amizade com uma mulher perigosa, com um homem de maus costumes, se desligam da amizade de Jesus Cristo!…

Caríssimos católicos, abram os olhos em relação ao mundo, ele é enganador e luta continuamente para te destruir.

Você que usa roupas imorais: minissaia, roupas transparentes e decotadas, coloca fogo nessas roupas enquanto é tempo. As roupas imorais são tarrafas e redes que o demônio usa para pescar as almas dos homens curiosos.

Você que ouve músicas imorais, que compra cd’s e fitas com letras pornográficas, por favor, tenha piedade do seu ouvido, não o transforme em penico. Ouça somente músicas que agradam a Deus.

Você que fica horas e horas olhando novelas; abandone essa chuva de falsidade, esse vômito do demônio, e emprega o seu tempo para o bem. Deus não criou os seus olhos para contemplar porcaria.

Você que possui revistas pornográficas dentro de casa ou calendários na sua carteira, joga isso fora, ou melhor, coloca fogo nessas cartilhas do demônio; se a morte pegar você colecionando essas pornografias, com certeza você irá para o inferno.

Prezado católico, o mundo é falso e enganador, ele tenta te atrair com essas iscas malignas que acabei de mencionar. O mundo não é seu amigo, e sim, inimigo seu e da sua família.

No mundo não há verdade, como está em Jo 14, 17: “O Espírito da verdade, que o mundo não pode acolher, porque não o vê nem o conhece”. Não devemos ficar admirados, se descobrirmos tanta falsidade e tantas injustiças no mundo, ou então ouvirmos blasfêmias e tantas heresias; esse é o papel do mundo que segue o demônio, o pai da mentira: “Vós sois do diabo, vosso pai, … porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,44), e o demônio é o príncipe do mundo: “… agora o príncipe deste mundo será lançado fora” (Jo 12, 31).

No mundo não há amor, como podemos conferir em Jo 15, 19: “Como vós não sois do mundo, o mundo vos odeia: ele só ama os seus”. Mas mesmo aos seus amigos, ele só os ama para os arruinar eternamente.

No mundo não há paz, como está em Jo 14, 27: “Dou-vos e vos deixo a minha paz: não faço como o mundo!” Você, prezado católico, já sentiu paz depois dos divertimentos do mundo? Depois de haverdes cedido aos desejos do mundo? Claro que não! Mas somente quando, longe do mundo, vos abraçastes a Jesus Cristo com uma boa Confissão e Comunhão.

No mundo não há salvação, como está em Jo 17, 9: “Eu não rogo pelo mundo!” É certo que ninguém pode salvar-se senão por meio de Jesus Cristo. Ora, Jesus Cristo excluiu da sua redenção o mundo.

O mundo, pois, não é a sociedade em que viveis, mas aquela parte da sociedade que vive como inimiga de Cristo e do seu Evangelho: esquecida de Deus, acorrentada às paixões, inebriada de prazer sensual. Propriamente falando, o mundo é o gado de Satanás: Satanás lhe é o pastor e o príncipe.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Mundo: Inimigo das almas”

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07

 

MARIA SANTÍSSIMA: MODELO DE DISPONIBILIDADE

 

15 de novembro de 2001, quinta-feira

 

Lc 1, 39-40: “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel”.

 

Prezado católico, falarei hoje sobre Nossa Senhora, essa criatura maravilhosa, Mãe de Deus e nossa Mãe.

 Em Lc 1, 39 diz: “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho…” A Santíssima Virgem, ao conhecer pela revelação do anjo a necessidade em que se achava a sua prima Santa Isabel, próxima já do parto, apressa-se a prestar-lhe ajuda, movida pela caridade.

A Palavra de Deus diz que Maria Santíssima pôs-se a caminho, não ficou se interrogando se valeria ou não a pena visitar sua prima, isto é, de praticar a caridade.

A Santíssima Virgem nos ensina a praticar a caridade com generosidade, com rapidez, sem egoísmo e sem interesse, como está em 1 Cor 10, 33: “Senhor, não procure eu o que é útil a mim, e sim aos outros”, e na mesma carta, 13, 5 diz: “A caridade não busca os próprios interesses”. Como é importante, prezado católico, servir os irmãos sem querer retribuição, sem reclamar nada para si, como está em Lc 6, 35: “Fazei o bem e emprestais, sem daí esperar nada. E grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, porque ele é bom para com os ingratos e maus”.

Nossa Senhora nos ensina que a caridade é um dar sem receber, um dar sem cálculo, sem interesse; ela mostra que a verdadeira caridade consiste em servir e amar a Deus no próximo.

Como é triste conviver ou depender de pessoas que não possuem a caridade, que possuem um coração fechado e egoísta, que não sabem olhar para o necessitado, que não sabe servir o próximo.

Prezado católico, enquanto o egoísmo fecha o homem em si mesmo e na mesquinharia brusca do próprio interesse, a caridade o impele a se esquecer para abrir-se à necessidade do próximo e se pôr à sua disposição, como está em Gl 5, 13: “Mediante a caridade, fazei-nos servos uns dos outros”.

Com a sua caridade desinteressada e sincera, a Santíssima Virgem ensina o homem a se libertar da escravidão do egoísmo para empenhá-lo no generoso serviço do próximo, como escreve São Francisco de Sales: “Ensinai-me a testemunhar meu amor pelas obras, procurando para o próximo todo o bem que puder, rezando por ele e servindo-o em todas as ocasiões. Tornai-me pronto a gastar a vida pelos irmãos, a empenhar-me por eles sem reserva”.

Em Lc 1, 39 diz também: “… para região montanhosa…”, isto é, Maria Santíssima pôs-se a caminho, foi visitar a sua prima Isabel, através de uma região montanhosa.

A Santíssima Virgem não repara as dificuldades. Embora não saibamos o lugar exato onde se achava Isabel (hoje supõe-se que é Ayn Karim), em qualquer caso o trajeto desde Nazaré até à montanha da Judéia supunha na antiguidade uma viagem de quatro dias, mais ou menos 80 km.

Maria Santíssima saiu da cidade de Nazaré na Galiléia, atravessou a Samaria, e foi para a cidade de Ayn Karim na Judéia, essa cidade fica a 6 km a oeste de Jerusalém.

Naquele tempo não existia ônibus, trem de ferro, e muito menos avião; não existia também carro pequeno; existia sim, carroça e animal, mas por ser uma região montanhosa, tudo indica que Nossa Senhora fez esse percurso a pé, mas não se preocupou com as dificuldades da viagem através de uma região montanhosa.

O Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena diz: “É por meio de Maria que Jesus faz sua primeira visita aos homens… Assim Nossa Senhora inicia a missão de portadora de Cristo ao mundo”.

Prezado católico, a Santíssima Virgem encontrou pela frente uma região montanhosa, mas não desanimou, não ficou parada à beira do caminho, não voltou atrás; pelo contrário, caminhou apressadamente, como escreve São Bernardo de Claraval: “Ó Maria, fostes “às pressas à região montanhosa” para saudar Isabel, e em seu serviço permanecestes por três meses… Ó Virgem Santa, quão fervorosa é vossa caridade em procurar a graça, quão luminosa vossa virgindade na carne, quão excelsa vossa humildade em oferecer-vos ao serviço ao próximo!”

Quando uma pessoa começa a fazer o bem, encontra pela frente muitas montanhas, isto é, muitos obstáculos e perseguições, críticas e gozações; diante desses obstáculos, é preciso beber do exemplo de Nossa Senhora e continuar o caminho sem olhar para trás ou para os lados; deve sim, olhar sempre para frente, para a Estrela Guia que a ensina o caminho certo, essa Estrela Guia é a Santíssima Virgem, como escreve o Pe. Alexandrino Monteiro: “Ó tu, que navegas pelo mar da vida, quando te vires assaltado pela tempestade imprevista, não tiver os olhos do astro propício, que em Maria te oferece a salvação. Se não quiser ser submergido no mar encapelado da tentação, olha para a Estrela Guia e invoca Maria!”

Caríssimo católico, custa fazer o bem, e custa muito. Quando alguém está afastado de Deus e longe das virtudes, quase ninguém se preocupa com ele; mas se o mesmo começa a praticar a religião, a buscar a santidade de vida, a fazer o bem para o próximo; começa então a aparecer montanhas à sua frente para o impedir: são calúnias, maledicências, críticas, perseguição dentro e fora de casa, etc., mas não deve se preocupar e desanimar, porque o próprio Cristo disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24), e em Eclo 2, 1 diz: “Filho, se te dedicares a servir ao Senhor, prepara-te para a prova”. O importante é perseverar no bem e passar por cima de todas as montanhas, sem jamais desanimar, como escreve a Bem-aventurada Madre Paulina: “Não desanimeis nunca, embora venham ventos contrários”, e em Eclo 2, 2 diz: “Endireita teu coração e sê constante, não te apavores no tempo da adversidade.

Em Lc 1, 39 diz também: “… dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá”.

Já expliquei que de Nazaré até Ayn Karim, a distância é de mais ou menos 80 km, e naquele tempo a viagem demorava quatro dias. A Santíssima Virgem não ficou preocupada com a distância, o seu amor venceu todas as barreiras, o seu desejo de servir estava acima de qualquer dificuldade ou obstáculo. A Palavra de Deus diz que Maria Santíssima foi às pressas, ela não ficou questionando sobre a distância ou sobre os perigos dessa viagem tão longa, a mesma carregava o Deus de Amor no seu Puríssimo Seio, e na sua qualidade de Mãe, mais que qualquer outra simples criatura viveu junto de Deus e a Ele unida; também mais que qualquer outra foi repleta de Amor. Diz Santo Tomás de Aquino: “Um ser, quanto mais se aproxima de seu princípio, tanto mais participa do seu efeito”.

A Santíssima Virgem enfrentou muitas dificuldades para fazer o bem, foi às pressas para servir de empregada à sua prima Isabel durante três meses. Ela foi visitar Isabel não para ser servida, por motivo da própria dignidade, e sim para servi-la, assumindo diante de Deus, a atitude de humilde serva.

Nossa Senhora, através do seu exemplo de disponibilidade e caridade sincera, convida o católico acomodado a descruzar os braços, e a trabalhar para a glória de Deus e pela salvação das almas.

A Santíssima Virgem percorreu mais ou menos 80 km para servir a sua prima Santa Isabel; e existe católico que não é capaz de atravessar uma rua, ou andar um quarteirão para participar de uma oração ou fazer uma obra de caridade.

Caríssimo católico, se queres agradar a Nossa Senhora, siga-lhe o exemplo, faça o bem sem desanimar.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Maria Santíssima, modelo de disponibilidade”

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08

 

SEGUE-ME

 

19 de novembro de 2001, segunda-feira

 

 

Mt 16, 24: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua Cruz e siga-me”.

 

Prezado católico, para ser verdadeiro cristão é necessário seguir a Cristo, andar na sua presença, como escreve Santa Teresa D’Ávila: “Ter sempre presente Jesus Cristo ajuda em qualquer estado e é meio seguríssimo de progredirmos rapidamente”.

Um dia, Nosso Amado Senhor disse à multidão que o rodeava: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me (Lc 9, 23).

“Se alguém quer vir após mim” – é o mesmo que dizer: - se alguém quer se salvar, se alguém quer ter parte com Cristo Jesus na glória eterna.

“Se alguém quer vir após mim” – é uma proposta que o Filho de Deus fez a todos os homens. O segui-lo ou não, deixa à nossa vontade, porque não quer forçar ninguém a entrar no céu. Ele não obriga ninguém a seguir os Seus passos.

“Negue-se a si mesmo” – O que é negar-se a si mesmo? É dizer “não” aos gostos e inclinações terrenas do nosso coração. Negar-se a si mesmo é não guiar alguém pelos conselhos de sua natureza depravada, mas pelos ditames da razão alumiada com a luz da fé. Negar-se a si mesmo é não dar ouvidos às vozes que do interior se levantam, pedindo prazeres e deleites sensuais e satisfação completa de todos os apetites desordenados.

Caríssimo católico, a alma que abandona a amizade com Jesus Cristo, para se apegar às coisas da terra, se torna uma alma feia e miserável, como escreve São João da Cruz: “A alma, presa pelos encantos de qualquer criatura, é sumamente feia diante de Deus, e não pode de forma alguma transformar-se na verdadeira beleza, que é Deus, pois a fealdade é de todo incompatível com a beleza”.

“Tome a sua cruz”: eis, prezado católico, a condição sem a qual não se pode seguir a Jesus Cristo, porque Ele mesmo diz: “Se alguém quer vir após mim… tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24).

Essa cruz não é de madeira nem de concreto. Essa cruz, da qual fala Jesus Cristo, é tudo aquilo que nos contraria ou torna a vida difícil. São as dores do corpo (gripe, dor de cabeça, reumatismo, câncer, etc), tédio e agonia da alma, secura espiritual, tentações, reveses da fortuna, estragos do tempo (tempestade que derruba a sua casa, frio e calor, o sol que estraga a sua lavoura, a doença que mata o seu gado), os prejuízos do inimigo (suportar as calúnias, zombarias, maledicências, etc.), enfim, tudo aquilo que nos aflige, tudo aquilo que nos arranca lágrimas e que causa angústia ao nosso coração.

Prezado católico, não basta carregar a cruz, não basta sofrer, é preciso carregá-la por amor a Deus, como escreve Santo Tomás de Aquino: “Sofrer de nada vale se não for por amor a Deus”, e Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Mas é preciso tomá-la e carregá-la, não à força e com repugnância, nas com humildade, paciência e amor”, e o mesmo santo diz: “O sinal mais certo para saber se uma pessoa ama a Jesus Cristo é, não tanto o sofrer, mas o querer sofrer por amor dele”.

Se o seu esposo é um homem rabugento e grosseiro, passa raiva em você, é uma cruz na sua vida, então você deve carregá-la por amor a Jesus Cristo, precisa ver Jesus Cristo nele, e assim ficará mais fácil de carregá-la.

E se a sua esposa é atrevida e briguenta, é parecida com a jararaca do rabo fino, você precisa suportá-la com paciência e por amor a Jesus Cristo, essa é a cruz que vai te santificar se você carregá-la por amor a Deus e com humildade.

Infelizmente, caríssimos católicos, muitas pessoas se revoltam contra a cruz, e assim, a cruz se torna mais pesada, como escreve Santa Teresa D’Ávila: “A cruz que arrastamos, torna-se mais pesada, do que a cruz que carregamos”, aquele que carrega a cruz com amor e paciência, receberá o céu por recompensa; mas quem resmunga e que sofre xingando, esse irá para o inferno, como escreve Santo Agostinho: “É preciso sofrer e todos têm de sofrer, seja justo ou pecador, cada um deve carregar sua cruz. Quem a carrega com paciência, salva-se, quem a carrega com impaciência, perde-se”, e o mesmo santo escreve: “As mesmas misérias, levam alguns para o céu, e outros para o inferno”, e acrescenta ainda: “Com a prova do sofrimento se distingue a palha do trigo, na Igreja de Deus: quem se humilha nos sofrimentos e se submete à vontade de Deus é trigo destinado ao céu; quem é soberbo e fica impaciente, a ponto de voltar as costas para Deus, é palha que é destinada ao inferno”.

A terra é um lugar de merecimentos, por isso é também um lugar de sofrimentos. O céu é nossa pátria, mas para nela entrar, é preciso sofrer por amor e não fugir da cruz; aquele que foge da mesma acaba encontrando uma pior, isto é, uma mais pesada, como escreve São João Maria Vianney: “A maior parte dos homens voltam as costas às cruzes e fogem diante delas. Quanto mais eles correm, tanto mais a cruz os persegue”, e o mesmo Santo diz: “Quando amamos as cruzes, não as sentimos; mas quando as rejeitamos, elas no esmagam” e acrescenta ainda: “O medo da cruz é a nossa grande cruz. Tudo vai bem se carregamos bem a nossa cruz”.

Prezado católico, você não deve olhar para a cruz como se a mesma fosse uma desgraça, e sim, como sendo um presente de Deus, como escreve São João Maria Vianney: “A cruz é um presente que o bom Deus dá aos seus amigos”, e a Bem-aventurada Elisabete da Santíssima Trindade escreve: “A cruz é um penhor do amor de Deus”, isto é, a cruz é a garantia do amor de Deus.

 A cruz não falta a ninguém: é tomá-la e carregá-la até a morte, sem jamais abandoná-la, como escreve Santa Gema Golgani: “Não recuso a cruz, porque, se recuso a cruz, recuso Jesus”, e Tomás de Kempis também escreve: “Muitos acompanham a Jesus até o partir do pão, raros até o beber do cálice de sua paixão… Muitos amam a Jesus, enquanto não lhes sobrevêm adversidades”. É muito fácil, amar Jesus Cristo quando tudo sai bem na vida, só que é preciso mostrar esse amor, principalmente nas dificuldades, como escreve São João Crisóstomo: “Quando o Senhor concede a alguém a graça de sofrer, faz-lhe um bem maior do que se lhe desse o poder de ressuscitar os mortos. Isto porque o homem que faz milagres se torna devedor a Deus, mas no sofrimento Deus se torna devedor ao homem”.

“Toma a tua cruz” – nos diz a todos Jesus Cristo, a todos; não somente aos padres, mas também às pessoas casadas, aos jovens, adolescentes e crianças; porque o discípulo não é maior que o seu mestre, nem o servo maior que o seu senhor; porque se foi necessário que Cristo Jesus sofresse, isto é, que carregasse a cruz para entrar na glória, muito mais nos é necessário a nós levá-la para podermos entrar na glória, que só o combate nos fará nossa.

Prezado católico, seguir a Cristo levando com Ele a nossa cruz; querer se salvar longe da mesma é pura ilusão, como escreve Santa Margarida Maria Alacoque: “Querer se salvar sem a cruz é pura ilusão”.

A salvação é o maior dos bens, a posse do mundo inteiro é nada em sua comparação; é um bem cuja perda não se pode reparar. Mas você, caríssimo católico, não salvará a sua alma, se não estiver pronto a sacrificar por ela a vida temporal. Aquela pessoa, que para salvar a vida temporal, nega a Cristo, perde a vida da alma; e aquele que sacrifica a vida temporal por Cristo, alcança a vida eterna – a salvação da alma.

Prezado católico, você deseja reinar com Cristo no céu? Toma, pois, a tua cruz, porque nela está a salvação e a vida, a felicidade e a glória eterna.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Segue-me”

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DEUS: FONTE DA VERDADEIRA ALEGRIA

 

20 de novembro de 2001, terça-feira

 

Fl 4, 4: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos!”

 

Prezado católico, como é importante cultivar a verdadeira alegria no coração e manter a alma sempre alegre, como escreve São Paulo aos Filipenses 3, 1: “... regozijai-vos no Senhor”, e o padre Orlando Gambi escreve: “Quero que todos os dias peças ao Senhor a alegria de servir com graça, e a graça de servir com alegria”.

Como é importante viver alegre, não apenas uma hora ou um dia, mas como escreve São Paulo em Fl 4, 4: “Alegrai-vos sempre no Senhor!” O Apóstolo nos convida a buscar a alegria em Deus e não no pecado. A verdadeira alegria só pode existir num coração puro, numa consciência límpida como o mais puro cristal.

É pura ilusão buscar alegria nos botecos, num copo de pinga ou de cerveja; ou então nas novelas e filmes pornográficos, ou nos bailes e carnaval ou ainda nas músicas profanas ou no adultério. Caríssimo católico, a alegria do mundo é ruidosa, cheia de exterioridades e de tudo quanto possa lisonjear os sentidos. No mundo só se encontra tristeza e angústia, como escreve o Frei Patrício Sciadini: “A felicidade, vendida nas esquinas ou oferecida  como sedução de um prazer fugaz, deixa o gosto amargo e a ressaca de uma estúpida embriaguez”.

A alegria cristã é diferente, a mesma se alimenta do amor de Deus e de sua glória. Você, prezado católico, só encontrará a verdadeira alegria em Deus, por isso, adverte São Paulo aos filipenses 4, 4: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos!”

Católico, para agradar a Deus é preciso carregar a cruz com alegria. Deus não fica feliz quando alguém sofre resmungando e com o rosto fechado; é preciso servir a Deus com o coração mergulhado no mar de felicidade, como escreve São Paulo em 2Cor 9,7: “Deus ama a quem dá com alegria”, e a Bem-aventurada Elisabete da Santíssima Trindade escreve: “Como é doce e suave a alegria na dor”.

O povo vive mergulhado na tristeza e na angústia, justamente porque está buscando a alegria no lugar errado, isto é, no pecado. Somente em Deus encontraremos a verdadeira alegria, como escreve Santa Teresa dos Andes: “Deus é a alegria eterna”, e no livro de Ne 8, 10 diz: “Não vos aflijais: a alegria de Deus é a vossa fortaleza!”, e o Sl 43, 4 diz também: “Eu irei ao altar de Deus, ao Deus que me alegra”.

Prezado católico, se você necessita da verdadeira alegria, mergulhe em Deus, somente n’Ele você a encontrará.

Fomos criados para a felicidade, para sermos felizes: o nosso coração tem uma capacidade de infinito, e só Deus o pode saciar perfeitamente, como escreve Santo Agostinho: “Foi para vós, Senhor, que nos criastes, e o nosso coração vive inquieto, enquanto não encontrar repouso em vós”. E Santo Afonso Maria de Ligório também escreve: “Quem ama a Deus, encontrará alegria em todas as coisas; quem não ama a Deus, em nenhuma coisa encontrará verdadeiro prazer”. E aqui está, católico, por que, quando buscamos alguma coisa fora de Deus ou da sua verdade, não encontramos felicidade estável e perfeita, como escreve Santo Afonso Maria de Ligório: “Tudo o que não se faz para Deus, transforma-se em sofrimento”.

Quando uma alma deixa de buscar as vaidades do mundo, para buscar unicamente a Deus, quando para Ele tende com todas as suas energias, quando não se apega às criaturas; Deus, que é fonte da verdadeira alegria, enche essa alma de alegria, dessa alegria transbordante de que fala São Bento, quando diz que “à medida que a fé e, com ela, a esperança e o amor, vão aumentando na alma do monge, este corre pelo caminho dos mandamentos de Deus, com o coração dilatado e sentindo dentro em si uma inenarrável doçura de amor”,e é claro, que isso não acontece somente com monges, mas com qualquer pessoa que desapega do mundo e busca com sinceridade somente a Deus.

Prezado católico, quando buscamos com sinceridade a Deus, sem repartirmos o nosso amor com as criaturas, sem nos buscarmos a nós mesmos pelo amor próprio, o coração sente-se pouco a pouco dilatado, Deus sacia-o, inunda-o de alegria.

É importante saber que a alegria é útil mesmo à saúde. A alegria, segundo os médicos, distende os músculos, ativa a circulação, acelera a respiração e, nos doentes, contribui para a cura e abrevia a convalescença, isto é, ajuda a pessoa a passar, mais ou menos lentamente, de enfermo a são.

Caríssimo católico, não tenha medo de sorrir, você deve sorrir muito, porque o sorriso é verdadeira força; não apenas força de sedução, mas força apaziguadora.

O sorriso permite olhar bem de perto as dificuldades cotidianas, sem exagerá-las; as preocupações, sem fazê-las crescer; as decepções, sem aumentá-las, e os estados de alma, sem criar espinhos.

 Guy de Larigaudie diz o seguinte: “Quando alguma coisa não vai bem, é preciso sorrir. É tão fácil e arranja tanta coisa!”

É isso mesmo, ter uma fisionomia sorridente é como pôr flores à sua janela. O sorriso dos lábios prepara o sorriso da alma, e uma alma sorridente é uma alma ensolarada.

Prezado católico, seja feliz e alegre. A boca sorridente merece ser chamada de boca de mel, enquanto que a boca triste, merece ser chamada de boda de limão, porque está sempre azeda, ou então, boca de jiló, porque está sempre amarga.

 Faça tudo com alegria, como escreve o Pe. Foch: “Qualquer empreendimento nosso por Deus, só tem bom êxito se for realizado com alegria”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Deus: Fonte da verdadeira alegria”

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A INGRATIDÃO

 

21 de novembro de 2001, quarta-feira

 

Lc 17,11-19: “Como ele se encaminhasse para Jerusalém, passava através da Samaria e da Galiléia. Ao entrar num povoado, dez leprosos vieram-lhe ao encontro. Pararam à distância e chamaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” Vendo-os, ele lhes disse: “Ide mostrar-vos aos sacerdotes”. E aconteceu que, enquanto iam, ficaram purificados.

 

Um dentre eles, vendo-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e lançou-se aos pés de Jesus com o rosto por terra, agradecendo-lhe. Pois bem, era um samaritano. Tomando a palavra, Jesus lhe disse: “Os dez não ficaram purificados? Onde estão os outros nove? Não houve, acaso, quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?” Em seguida, disse-lhe: “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou”.

 

Caro católico, esse trecho de São Lucas, relata Jesus Cristo passando entre a Samaria e a Galiléia. Ao entrar Jesus Cristo numa aldeia, saíram ao seu encontro dez leprosos chamando: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” (Lc 17, 13). Entre os leprosos contava-se um samaritano, apesar de não haver trato entre os judeus e os samaritanos, como está em Jo 4, 9: “Os judeus; com efeito, não se dão com os samaritanos”, mas a desgraça unira-os, como acontece tantas vezes na vida.

Esses leprosos recorreram à misericórdia de Jesus, e o Senhor misericordioso os curou. Esses enfermos ensinam-nos a pedir: recorrem à misericórdia divina, que é a fonte de todas as graças. E mostram-nos o caminho da cura, seja qual for a lepra que tenhamos na alma.

A Palavra de Deus diz que, enquanto os leprosos iam apresentar-se aos sacerdotes, ficaram purificados. E com certeza eles ficaram alegres, ficaram dominados pela felicidade. Mas no meio de tanto alvoroço, esqueceram-se de Jesus Cristo. Aqui mostra a ingratidão desses homens, que na dor, recorrem a Jesus Cristo; e na bonança, esquecem d’Ele. Somente um, o samaritano, voltou ao lugar onde Jesus Cristo estava; voltou correndo e com o coração cheio de alegria e: “… glorificando a Deus em alta voz” (Lc 17, 15), e: “… lançou-se aos pés de Jesus com o rosto por terra, agradecendo-lhe” (Lc 17, 16).

Prezado católico, esse samaritano nos ensina a sermos gratos para com Deus. A gratidão é uma grande virtude. Ele voltou para agradecer a Jesus Cristo pela cura, e Jesus deve ter-se alegrado com o a atitude dele. Mas Nosso Senhor encheu-se de tristeza ao verificar a ausência dos outros nove, que não vieram agradecer-lhe; então o Senhor Jesus disse: “Os dez não ficaram purificados? Onde estão os outros nove? Não houve, acaso, quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?” (Lc 17, 17-18).

Quantas vezes Jesus Cristo não terá perguntado por nós, depois de tantas graças! É verdade, recebemos continuamente chuvas de graças e não lembramos de agradecer a Deus. São João Crisóstomo escreve: “Os benefícios recebidos, superam de longe as areias do mar”.

Caro católico, toda a nossa vida deve ser uma contínua ação de graças. Devemos agradecer a Deus pela chuva, pelo sol, pela nossa saúde, pela nossa família, pelo oxigênio que respiramos, pela comida que mata a nossa fome, pela água que bebemos, pelo emprego que temos, pela nossa casa, etc. Você se lembra de agradecer a Deus todos os dias? Recordemo-nos com freqüência dos dons naturais e das graças que o Senhor nos dá, e não percamos a alegria quando percebemos que nos falta alguma coisa, porque mesmo isso que nos falta é, possivelmente, uma preparação para recebermos um dom mais alto.

Jesus Cristo sente-se feliz quando nos vê agradecidos com todos aqueles que nos favorecem diariamente de mil maneiras. Existem pessoas que agem pior que os cachorros em relação à gratidão. O cachorro ganha um osso, e imediatamente abana o rabo em sinal de agradecimento; enquanto que muitas pessoas nem sequer diz obrigado. São pessoas grosseiras, ingratas e mal-educadas, até parece que nasceram em um curral e não no seio de uma família, até parece que estudam numa cova de feras e não em escolas que formam cidadãos para a sociedade.

Você filho, saiba agradecer a vossos pais pela comida que é servida todos os dias para matar a sua fome; ao invés de colocar defeito na comida, fazendo os seus pais sofrerem, agradece-lhes pela alimentação. Não seja ingrato, porque agindo dessa forma, você está se nivelando aos seres brutos. Agradeça também pela roupa que você veste e pelo cuidado que eles têm com você.

Muitos pais estão morrendo de desgosto por causa da ingratidão dos filhos, passaram por inúmeras dificuldades para criá-los, e em recompensa só recebem ingratidão.

Você, caro aluno, saiba agradecer aos seus professores pela formação recebida; não destrua com as suas “patas”, aquilo que você recebeu com tanto amor. Não seja uma pessoa ingrata, porque a ingratidão não agrada a Deus.

Ingrata, prezado católico, é aquela pessoa que não é grata, que não sabe agradecer, que não reconhece os benefícios recebidos. A pessoa ingrata, aos poucos vai sendo abandonada, e assim, vai ficando sozinha no seu mundo de ingratidão.

Caríssimo católico, seja grato, saiba agradecer a Deus e ao próximo pelas graças e pelos benefícios recebidos.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “A ingratidão”

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OS EFEITOS DA INVEJA

 

22 de novembro de 2001, quinta-feira

 

Eclo 14,8: “Mau é o homem de olhar invejoso”.

 

Caríssimos católicos, falaremos sobre a inveja, esse vício terrível que escraviza milhares e milhares de pessoas.

 O que é a inveja? Vamos defini-la, citando o catecismo da Igreja Católica, n.º 539: “A inveja é um vício capital. Designa a tristeza sentida diante do bem do outro e do desejo imoderado de sua apropriação, mesmo indevida”.

O invejoso não se alegra com o sucesso ou progresso do próximo, pelo contrário, fica triste. A inveja é realmente uma coisa diabólica. Santo Agostinho via na inveja “o pecado diabólico por excelência”, e São Gregório Magno escreve: “Da inveja nasceram o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria pela desgraça do próximo e o desprazer causado por sua prosperidade”.

Prezado católico, os efeitos da inveja são QUATRO. Vamos prestar bastante atenção, porque, através dos efeitos, descobriremos quais são as pessoas invejosas que nos rodeiam; é possível descobrir pessoas invejosas dentro da nossa própria casa, no trabalho, na escola, entre os nossos amigos e principalmente entre os vizinhos.

1.º EFEITO DA INVEJA. A inveja excita sentimentos de ódio. O invejoso não consegue se controlar, então, passa a odiar aqueles de que se tem inveja ou ciúme, mas não fica só no ódio; ele começa também a falar mal dessas pessoas, tentando fazer com que todos desacreditarem delas, começa também a levantar calúnias e a lhes desejar o mal.

Prezado católico, tome muito cuidado com o invejoso, esse tipo de gente pode cometer loucuras ou até mesmo matar, isso mesmo, muitos matam por inveja.

O primeiro a ter inveja foi o demônio. Das chamas eterna ele contemplou Adão e Eva, felicíssimos no jardim das delícias; e, não podendo gozar da alegria deles, quis que os mesmos sofressem do seu tormento. Transformou-se em serpente, e fez a mulher comer o fruto da perdição, como podemos conferir no livro da Sb 2, 24: “Foi pela inveja do diabo que a morte entrou no mundo; mas desde esse dia todos os invejosos não fazem senão imitá-lo”.

E na família de adão, quem imitou o demônio foi Caim: ele, Caim, tinha inveja do seu irmão Abel. “Por que és invejoso? – dissera-lhe o Senhor. – Por que a tua face está amuada? Não é verdade que, se tu também fizeres o bem, acharás o bem?” Porém Caim levou Abel ao campo e o matou, matou o seu irmão por inveja, como está no livro do Gn 4, 9: “E, como estavam no campo, Caim se lançou sobre seu irmão Abel e o matou”.

Na família de Isaac, imitou-o Esaú: ele odiava seu irmão Jacó, porque tinha inveja da bênção com que seu velho pai o abençoava. Dizia ele no seu coração: “Dia virá que meu pai morrerá! Então eu o matarei”. (Gn 24, 41).

Na família de Jacó, foram os onze irmãos que imitaram o demônio. Esses, vendo como seu pai amava José mais do que a todos os seus outros filhos, porque ele era o mais obediente e inocente, começaram a odiar seu irmão e não mais lhe falaram com amor… e, um dia, apenas o viram chegar ao campo, disseram uns aos outros: “Eis que chega o tal sonhador! Vinde, matemo-lo, joguemo-lo numa cisterna qualquer…” (Gn 37, 19-20).

Prezado católico, e na sua família, qual será o invejoso que imita o demônio? No lugar onde você trabalha, no quarteirão onde você mora ou entre os seus parentes e amigos, qual será o invejoso que imita o príncipe das trevas?

 O próprio Cristo foi entregue por inveja, como está em Mt 27, 18: “Ele sabia, com efeito, que eles o haviam entregue por inveja”.

Está claro que o invejoso odeia uma pessoa ao ponto de matá-la. É preciso tomar muito cuidado com esse monstro.

 

2.º EFEITO DA INVEJA: O invejoso é realmente amigo do demônio, ele trabalha continuamente para semear divisões, não somente entre os estranhos, mas até na própria família; e estas divisões podem criar inimizades e escândalos.

 

3.º EFEITO DA INVEJA: O invejoso fica cego, ao ponto de tentar conquistar de uma maneira imoderada as riquezas e as honras, para sobressair àqueles de quem tem inveja. O invejoso com os seus olhos esbugalhados e com desejo de estar nas alturas, entrega-se a excessos de trabalho, a manobras mais ou menos leais, em que se encontra comprometida a honradez.

 

4.º EFEITO DA INVEJA: A inveja perturba a alma do invejoso. Sua alma é estraçalhada e cheia de angústia, nela não há paz e nem sossego. O invejoso trabalha vinte e quatro horas por dia, tentando a todo custo eclipsar, isto é, obscurecer a vida dos seus rivais, e o mesmo luta para dominá-los; e, como é muito raro que se chegue a alcançar essa conquista, então o invejoso vive-se em perpétua angústia.

Prezado católico, o Catecismo da Igreja Católica diz no n.º 2539: “ Quando deseja um grande mal ao próximo, é um pecado mortal”. Em si, é a inveja pecado mortal, de sua natureza, porque é diretamente oposta à virtude da caridade, que exige que nos alegremos com o bem dos outros.

Caríssimo católico, tome cuidado com o invejoso, porque, como escreve o Pe. Orlando Gambi: “Os coveiros enterram os mortos. O invejosos enterra os vivos!” e o mesmo padre diz: “Os porcos fuçam as coisas. O invejoso fuça as vidas!…”, e o mesmo padre acrescenta: “O invejoso sempre encontra um jeito de disfarçar a sua inveja, mas nunca consegue escondê-la”, e ele diz também: “Do casamento feito entre a inveja e o ciúme só nascem mortos”, por isso, cuidado com o invejoso.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Os efeitos da inveja”

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AFASTA-TE DA TRISTEZA

 

26 de novembro de 2001, segunda-feira

 

Eclo 30, 23: “... afasta a tristeza para longe”.

 

Prezado católico, a Palavra de Deus em Eclo 30, 23 diz: “… afasta a tristeza para longe”. Não deixe a tristeza entrar no vosso coração, porque, ela te prejudicará muito, inclusive na vida espiritual, como está em Pr 15, 13: “… o coração triste abate o espírito”.

A alma triste, é como a terra sem calor e sem sol. Quem vive mergulhada na tristeza, se assemelha a um jardim sem flores e a um deserto sem oásis, ou para entender melhor, se assemelha a uma cidade sem crianças.

Prezado católico, a tristeza deprime fisicamente e pode, com o tempo, ter uma repercussão funesta no organismo, como está em Eclo 30, 23: “… a tristeza matou a muitos e nela não há utilidade alguma”.

Aquele que é triste e que está sempre a choramingar, que faz da tristeza o seu alimento e a sua coroa, vai morrendo aos poucos, vai se transformando numa lata de doenças.

Caríssimo católico, é difícil conviver com pessoas tristes, com pessoas que estão sempre bicudas e com a cara fechada, que estão sempre querendo dar coice no próximo. O triste tem uma cara tão azeda, mas tão azeda, até parece que chupou limão e até hoje não acabou o azedume na boca.

A pessoa triste estraga qualquer ambiente, ela se assemelha a uma carniça colocada em um ambiente limpo, isto é, polui todo o ar do mesmo. A pessoa triste é muito parecida com a flor murcha, isto é, é uma coisa sem vida, fechada e sem perfume.

Coitado do esposo de uma mulher triste, que a cara parece uma chuva de granizo; ela acorda todos os dias com a “vó detrás do toco”. Sua cara parece uma nuvem carregada,a mesma responde com azedume tudo o que o esposo lhe pergunta; ela não é capaz de sorrir nem com cócegas; esse tipo de mulher é um espinho na vida do marido, e é chamada também de espanta visita.

Coitada também da mulher que casou com um homem triste, aquele que tem olhar de pistoleiro e o rosto carrancudo e sombrio, que fica num canto da casa só observando com aquele olhar de sucuri cansado os passos da mulher.

Caríssimo católico, é muito difícil conviver e trabalhar com esse tipo de gente. Não existe vida familiar verdadeira sem otimismo e alegria.

Muitas pessoas tristes dizem que não o são, são sim, sérias. Essa é uma mentira muito grande, porque existe uma grande diferença entre seriedade e tristeza.

Ser sério, é ser verdadeiro e sincero.

Ser triste é ter mágoa, aflição, é ser uma pessoa cheia de melancolia, ser infeliz, abatido e deprimido.

E você, que trabalha como evangelizador, isto é, que é catequista, palestrante, etc; como pretende conquistar almas para Deus com essa cara de aroeira e de angico? Com esse semblante triste e carregado?

É inútil procurar fazer o bem aos outros se temos um ar triste e uma fisionomia aborrecida. Os homens vão atrás daqueles que anunciam a felicidade.

Você, católico que deseja iluminar os espíritos e reanimar os corações, deve ser como um raio de sol, um “semeador de alegria”, como escreve Dom Guéranger: “Devemos ser um “aleluia” da cabeça aos pés” e Sencerir também escreve: “Nada mais belo na vida que acender nas almas a luz da alegria”. Você que faz o seu irmão ficar triste, pode ser chamado de amigo de satanás.

Prezado católico, se você é mensageiro do Evangelho, se vive em união com Deus, não tem motivo de ser triste, pois seria uma contradição essa atitude.

Às vezes a situação está preta, preta mesmo, mais preta do que urubu em velório: está desempregado, falta comida em casa, os negócios não estão dando certo, brigas na família, dívidas para pagar, etc. A tristeza e a preocupação exagerada não são a solução. Você não deve se preocupar com as adversidades futuras. Agimos mal, vendo, por imaginação, dificuldades e aborrecimentos que nem existem.

Se, no futuro, tivermos sofrimentos, Deus nos dará, no momento oportuno, sua graça atual para suportá-los; mas Ele não nos dá esta graça no momento em que, por nossa imaginação, consideramos as provas que podemos ter, como está Mt 6, 25: “Por isso vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir”.

Prezado católico, não deixe a tristeza entrar na sua alma, porque, caso você permita, ela te arruinará, como escreve São Francisco de Sales: “A má tristeza perturba a alma, inquieta-a, inspira temores desregrados, tira o gosto da oração, traz ao espírito uma sonolência de morte, impede-a de tirar proveito dos bons conselhos, de tomar resoluções e ter o ânimo e a força de fazer qualquer coisa”.

Seja alegre, e lute continuamente contra a tristeza.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Afasta-te da tristeza”

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PAI-NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS

 

27 de novembro de 2001, terça-feira

 

Mt 6, 9: “Pai-nosso que estás nos céus”.

 

Prezado católico, entre as orações que recitamos em particular ou em público, não há outra mais bela que o Pai-Nosso, ensinada por Nosso Senhor em pessoa.

Conheçamos melhor essa oração que Jesus nos ensinou. Essa oração que rezamos todos os dias, e às vezes, a pronunciamos maquinalmente, isto é, só com a boca, e não com o coração.

 

Mt 6, 9: “Pai-nosso que estás nos céus”.

Prezado católico, temos um Pai no céu, como está em Is 63, 16: “Com efeito, tu és o nosso pai. Ainda que Abraão não nos conhecesse e Israel não tomasse conhecimento de nós, tu, Senhor, és nosso pai”. Um Pai que nos ama e que nos elegeu seus filhos, como está em Is 66, 13: “Como a uma pessoa que a sua mãe consola, assim eu vos consolarei”. E nós, os filhos, devemos imitar o pai, como está em Ef 5,1: “tornai-vos, pois, imitadores de Deus…”. Somos ainda peregrinos em terra estranha. O céu é nossa pátria.

O Catecismo da Igreja Católica no n.º 2787 diz: “Quando dizemos Pai “nosso”, reconhecemos primeiramente, que todas as suas promessas de amor anunciadas pelos profetas se cumprem na nova e eterna Aliança em Cristo: nós nos tornamos “seu” Povo e Ele é, doravante, “nosso” Deus”. E o mesmo Catecismo no n.º 2789 diz: “Rezando ao “nosso” Pai, é ao Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo que nos dirigimos pessoalmente”.

Prezado católico, esta expressão bíblica “Que estás nos céus”, não significa um lugar [“o espaço”], mas uma maneira de ser; não o afastamento de Deus, mas sua majestade. O Catecismo da Igreja Católica diz: “Nosso Pai não está “em outro lugar”, Ele está “para além de tudo” quanto possamos conceber a respeito de sua Santidade. Porque Ele é três vezes Santo, está bem próximo do coração humilde e contrito” (n.º2794), e Santo Agostinho escreve: “É com razão que estas palavras “Pai Nosso que estás nos céus” provêm do coração dos justos, onde Deus habita  como que em seu templo. Por elas também o que reza desejará ver morar em si aquele que ele invoca”, e São Cirilo de Jerusalém também escreve: “Os “seus” poderiam muito bem ser também aqueles que trazem a imagem do mundo celeste, nos quais Deus habita e passeia”.

Caríssimo católico, como é maravilhoso dizer: “Pai-nosso que estás nos céus” (Mt 6, 9). O Catecismo da Igreja Católica, no n.º 2795 diz: “Ele está nos céus, que são sua Morada; a Casa do Pai é, portanto, nossa “pátria”. Foi da terra da Aliança que o pecado nos exilou e é para o Pai, para o céu, que a conversão do coração nos faz voltar. Ora, é no Cristo que o céu e a terra são reconciliados, pois o Filho “desceu do céu”, sozinho, e para lá nos faz subir com ele, por sua Cruz, sua Ressurreição e Ascensão”. E o mesmo Catecismo, no n.º 2796 diz: “Quando a Igreja reza “Pai-nosso que estás nos céus”, professa que somos o Povo de Deus já “assentados nos céus, em Cristo Jesus”, “escondidos com Cristo em Deus” e ao mesmo tempo, “gememos pelo desejo ardente de revestir por cima de nossa morada terrestre a nossa habitação celeste”.

Prezado católico, a oração do Pai-Nosso nos põe em comunhão com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Ao mesmo tempo nos revela a nós mesmos.

Rezar ao Pai “nosso” deve desenvolver em nós a vontade de nos assemelhar a Ele e (fazer crescer em nós) um coração humilde e confiante.

São Cipriano ensina que devemos dizer: “Pai-nosso, que estás nos céus”, para levantar nossos corações para o céu, onde Deus manifesta especialmente sua glória: “E ao dirigir-se a Deus, chamando-o de Pai que está no céu, indica também, por suas promessas palavras da vida nova, que renunciou ao pai terreno e carnal, que reconheceu o Pai que principiou a ter no céu”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Pai Nosso que estais no céu”

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SANTIFICADO SEJA O TEU NOME

 

28 de novembro de 2001, quarta-feira

 

Mt 6, 9: “Santificado seja o teu Nome”.

 

Prezado católico, o nome de Deus é santo, como escreve São Cirilo de Jerusalém: “O nome de Deus é santo, quer assim o invoquemos ou não”, e Santo Agostinho também escreve: “Ao rezarmos “santificado seja o vosso nome” não desconhecemos que o nome de Deus já é santo; apenas manifestamos o desejo de que venha a ser santificado também pelos homens. Que Deus seja por eles conhecido e eles saibam que nada existe de mais santo do que ele e que não há culpa maior do que ofendê-lo”.

Caríssimo católico, o nome de Deus deve, no universo, ser glorificado e pronunciado sempre com o máximo respeito, como está em Ml 1, 11: “Sim, do levantar ao pôr-do-sol, meu Nome será grande entre as nações, e em todo lugar será oferecido ao meu Nome um sacrifício de incenso e uma oferenda pura. Porque o meu Nome é grande entre os povos! Disse o Senhor dos Exércitos”, e em Dt 5, 11 diz: “Não pronunciará em vão o nome do Senhor teu Deus, pois Deus não deixará impune aquele que pronunciar em vão o seu nome”, e no livro de Jó 1, 21 diz também: “... bendito seja o nome de Deus”, e ainda no Sl 8, 1 diz: “Senhor, Senhor nosso, quão poderoso é teu nome em toda a terra!”

Está claro, prezado católico, que devemos respeitar o Nome de Deus. É triste e escandaloso ouvir pessoas contarem piadas usando o nome de Deus, ou então cantar músicas mundanas que trazem o Seu Santo nome em suas letras pagãs e imorais. E o pior, é que ninguém faz nada, não há nenhuma reprovação ou correção. Nós que amamos a Deus e respeitamos o seu Nome, precisamos protestar contra essa falta de respeito.

Prezado católico, essas pessoas que contam piadas e que cantam músicas mundanas com o nome de Deus, são amigas daquela besta da qual fala o Ap 13, 1.5-6: “Vi então uma Besta que subia do mar… foi-lhe dada uma boca para proferir palavras insolentes e blasfêmias, e também poder para agir durante quarenta e dois meses. Ela abriu então sua boca em blasfêmias contra Deus, blasfemando contra seu nome, sua tenda e os que habitavam no céu”.

 O Catecismo da Igreja Católica no n.º 2807 diz: “O termo “santificar” deve ser entendido aqui não primeiramente em seu sentido causativo (só Deus santifica, torna santo), mas sobretudo num sentido estimativo: reconhecer como santo, tratar de maneira santa”.

 São Cipriano escreve: “Quem poderia santificar a Deus, já que é Ele mesmo quem santifica? Mas, inspirando-nos nesta palavra: “Sede santos porque eu sou Santo” (Lv 11, 44), nós pedimos que, santificados pelo Batismo, perseveremos naquilo que começamos a ser. E pedimo-lo todos os dias, porque cometemos faltas todos os dias e devemos purificar-nos de nossos pecados por uma santificação retomada sem cessar… Recorremos, portanto, à oração para que esta santidade permaneça em nós”, e São Pedro Crisólogo também escreve: “Pedimos a Deus que santifique seu Nome, porque é pela santidade que Ele salva e santifica toda a criação… Trata-se do Nome que dá a salvação ao mundo perdido, mas pedimos que este Nome de Deus seja santificado em nós por nossa vida. Pois, se vivermos bem, o Nome divino é bendito; mas se vivermos mal, ele é blasfemado, segundo a palavra do Apóstolo: “O Nome de Deus está sendo blasfemado por vossa causa entre os pagãos” (Rm 2, 24). Rezamos, portanto, para merecer ter em nossas almas tanta santidade quanto é santo o Nome de nosso Deus”, e Tertuliano ainda escreve: “Quando dizemos “santificado seja o vosso Nome”, pedimos que ele seja santificado em nós que estamos nele, mas também nos outros que a graça de Deus ainda aguarda, a fim de conformar-nos ao preceito que nos obriga a rezar por todos, mesmo por nossos inimigos. É por isso que não dizemos expressamente: vosso Nome seja santificado “em nós”, porque pedimos que ele o seja em todos os homens”.

Prezado católico, reze com devoção, atenção e respeito, dizendo: “Santificado seja o teu Nome”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Santificado seja o teu nome”

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VENHA O TEU REINO

 

29 de novembro de 2001, quinta-feira

 

Mt 6, 10: “Venha o teu Reino”.

 

Prezado católico, o reino de Deus já está presente como um grão de mostarda, como o fermento na farinha, como a pedra preciosa, como está em Mt 13, 33: “Contou-lhes outra parábola: “O Reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e pôs em três medidas de farinha, até que tudo ficasse fermentado”, e também em Mt 13, 44 está escrito: “O Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo; um homem o acha e torna a esconder e, na sua alegria, vai, vende tudo o que possui e compra aquele campo”.

O católico que ama a Deus de verdade, não ficará satisfeito enquanto todos os homens de toda a terra não forem seus fiéis servidores, e juntarem suas vozes num contínuo hino de louvor a Deus. Assim rezamos quando dizemos: “Venha o a nós o vosso reino” (Mt 6, 10). Rezamos para que a graça de Deus encontre morada em todos os corações e estabeleça neles o domínio do seu amor, rezamos para que se realizem as palavras de Cristo: que “haja um só rebanho e um só pastor” (Jo 10,16); que o reino visível de Cristo na terra, a sua Igreja, seja porto de salvação para todos os homens. Rezamos também pelo advento do seu reino celestial: para que todos aqueles por quem Jesus Cristo morreu reinem com Ele na sua eterna glória. Os corações e as mãos dos missionários, espalhados pelo mundo inteiro, sentem-se fortalecidos quando milhões de pessoas rezam todos os dias: “Venha a nós o vosso reino” (Mt 6, 10).

O Catecismo da Igreja Católica no n.º 2816 diz: “O Reino de Deus existe antes de nós. Aproximou-se no Verbo encarnado, é anunciado ao longo de todo o Evangelho, veio na morte e na Ressurreição de Cristo. O Reino de Deus vem desde a Santa Ceia e na Eucaristia: ele está no meio de nós. O Reino virá na glória quando Cristo o restituir a seu Pai”, e São Cipriano escreve: “O Reino de Deus pode até significar o Cristo em pessoa, a quem invocamos com nossas súplicas todos os dias e cuja vinda queremos apressar por nossa espera. Assim como Ele é nossa Ressurreição, pois nele nós ressuscitamos, assim também pode ser o Reino de Deus, pois nele nós reinaremos”.

Este pedido: “Venha o teu Reino” (Mt 6,10) é o “Marana Tha”, o grito do Espírito e da Esposa: “Vem, Senhor Jesus”.

Tertuliano escreve: “Mesmo que esta oração não nos tivesse imposto um dever de pedir a vinda deste Reino, nós mesmos, por nossa iniciativa, teríamos soltado este grito, apressando-nos a ir abraçar nossas esperanças. As almas dos mártires, sob o altar, invocam o Senhor com grandes gritos: “Até quando, Senhor, tardarás a pedir contas de nosso sangue aos habitantes da terra? (Ap 6,10). Eles devem, com efeito, obter justiça no fim dos tempos. Senhor, apressa portanto a vinda de teu reinado”.

O Catecismo da Igreja Católica no n.º 2818 diz: “Na oração do Senhor, trata-se principalmente da vinda final do Reinado de Deus mediante o retorno de Cristo. Mas este desejo não desvia a Igreja de sua missão neste mundo, antes a empenha ainda mais nesta missão. Pois a partir de Pentecostes a vinda do reino é obra do Espírito do Senhor “para santificar todas as coisas, levando à plenitude a sua obra”, e no mesmo Catecismo, no n.º 2819 diz: “O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14, 17). Os últimos tempos, que estamos vivendo, são os tempos da efusão do Espírito Santo. Trava-se por conseguinte, um  combate decisivo entre “a carne” e o “Espírito”.

 São Cirilo de Jerusalém escreve: “Só um coração puro pode dizer com segurança: “Venha a nós o vosso Reino”. É preciso ter aprendido com Paulo para dizer: “Portanto, que o pecado não impere mais em vosso corpo mortal” (Rm 6, 12). Quem se conserva puro em suas ações, em seus pensamentos e em suas palavras pode dizer a Deus: “Venha o vosso Reino”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Venha o teu reino”

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FAZER A VONTADE DE DEUS

 

03 de dezembro de 2001, segunda-feira

 

Mt 6,10: “... Seja feita a tua vontade na terra, como no céu”.

 

Prezado católico, a vontade de Deus governa o céu e a terra. Pelos anjos é cumprido no céu, nos astros e no mundo, na natureza e na vida dos povos. Santo Tomás de Aquino escreve: “A vontade de Deus é a salvação das criaturas. Deus quer que o homem tenha a vida eterna”.

 O Catecismo da Igreja Católica diz no nº 2822: “É vontade de nosso Pai, que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2,3-4). Ele “usa de paciência, porque não quer que ninguém se perca” (2 Pd 3,9). Seu mandamento, que resume todos os outros, e que nos diz toda a sua vontade, é que “nos amemos uns aos outros, como Ele nos amou”.

Deus quer somente o nosso bem, quer que estejamos sempre unidos a Ele. É vontade d’Ele que deixemos o pecado e o caminho da mentira, que eliminemos do nosso coração o ódio e o desejo de vingança. Cabe a nós, seus filhos, fazer a Sua Santa Vontade.

Deus: “Deu-nos a conhecer o mistério de sua vontade, conforme decisão prévia que lhe aprouve tomar: … A de em Cristo encabeçar todas as coisas… Nele, predestinados, pelo propósito daquele que tudo opera segundo o conselho de sua vontade, fomos feitos sua herança” (Ef 1,9-11). Pedimos que se realize plenamente este desígnio amoroso na terra, como já aconteceu no céu” (Catecismo da Igreja Católica, nº 2823).

O mesmo Catecismo no nº 2824 diz: “No Cristo, e por sua vontade humana, a vontade do Pai foi realizada completa e perfeitamente e uma vez por todas. Jesus disse ao entrar neste mundo: “Eis-me aqui, eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10,7). Só Jesus pode dizer: “Faço sempre o que lhe agrada” (Jo 8, 29). Na oração de sua agonia, Ele consente totalmente com esta vontade: “Não a minha vontade, mas a tua seja feita!” (Lc 22, 42).É por isso que Jesus “se entregou a si mesmo por nossos pecados, segundo a vontade de Deus” (Gl 1, 4). “Graças a esta vontade é que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo” (Hb 10, 10).

Prezado católico, o caminho da santidade, que leva a Deus, só pelo próprio Deus pode ser traçado, e pela Sua Santa Vontade. Disse Jesus Cristo com energia: “Nem todo o que me diz: ‘Senhor! Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas sim quem faz a vontade de meu Pai, que estás nos céus” (Mt 7,21). E para mostrar que as criaturas a Ele mais unidas e por Ele mais amadas são justamente as que fazem a vontade de Deus, acrescentou: “Quem faz a vontade de meu pai que estás nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mt 12, 50).

Prezado católico, feliz daquele que faz a vontade de Deus, esse está no caminho da santidade, como escreve Santa Teresinha do Menino Jesus: “Consiste a perfeição em fazer a vontade de Deus e em sermos como ele nos quer”, e Santa Tereza d’Àvila escreve: “Não está a suma perfeição nas doçuras interiores, nos grandes arrombamentos, nas visões e no espírito de profecia, mas na perfeita conformidade da vossa vontade com a de Deus, de tal modo que nos leva a querer firmemente o que percebemos ser sua vontade, aceitando com a mesma alegria, tanto o saboroso como o amargo”.

Caríssimo católico, o verdadeiro amor de Deus consiste na perfeita adesão à Sua Santa Vontade, só querendo fazer e ser, na vida o que quer o Senhor, até tornar-se o cristão “vontade viva de Deus”. Vista sob esta luz, a santidade é possível a toda criatura de boa vontade. Aliás, quem leva vida humilde e escondida pode conformar-se com a vontade divina, tanto, ou melhor, ainda que o grande santo, incumbido por Deus de missão exterior e enriquecido de geração mística. A criatura, quanto mais perfeitamente faz a vontade de Deus e mais se alegra em fazê-la, tanto mais é perfeita.

O Catecismo da Igreja Católica no nº 2825 diz: “Jesus, embora fosse filho, aprendeu, contudo, a obediência pelo sofrimento” (Hb 5, 8). Com maior razão, nós, criaturas e pecadores, que nos tornamos nele filhos adotivos, pedimos ao nosso Pai que una nossa vontade à de seu Filho para realizar sua vontade, seu plano de salvação para a vida do mundo. Somos radicalmente incapazes de fazê-lo; mas, unidos a Jesus e com a força de seu Espírito Santo, podemos entregar-lhe nossa vontade e decidir-nos a escolher o que seu Filho sempre escolheu: fazer o que agrada ao Pai”.

Orígenes escreve: “Aderindo a Cristo, podemos tornar-nos um só espírito com ele, e com isso realizar sua vontade, dessa forma ela será cumprida perfeitamente na terra como no céu”, e São João Crisóstomo escreve: “Considerai como Jesus Cristo nos ensina a ser humildes, o fazer-nos ver que nossa virtude não depende só de nosso trabalho, mas da graça de Deus. Ele ordena aqui a cada fiel que seja, que o faça universalmente, isto é, por toda a terra. Pois não diz “seja feita a vossa vontade” em mim ou em vós, mas, “em toda a terra”, a fim de que dela seja banido o erro, nela reine a verdade, o vício seja destruído, a virtude floresça novamente, e que a terra, não mais seja diferente do céu”.

O Catecismo da Igreja Católica no nº 2826 diz: “Pela oração é que podemos discernir qual é à vontade de Deus” (Cf. Rm 12, 2; Ef 5, 17) e obter “a perseverança para cumpri-la” (Cf. Hb10, 36). Jesus nos ensina que entramos no Reino dos céus não por palavras, “mas” praticando a vontade de meu Pai que está nos céus, (Mt 7,21), e o mesmo Catecismo no nº 2827 diz: “Se alguém faz a vontade de Deus, a este Deus escuta” (Jo 9, 31). Tal é a força da oração da Igreja em nome do seu Senhor, sobretudo na Eucaristia; é comunhão de intercessão com a Santíssima Mãe de Deus e com todos os santos que foram “agradáveis”ao Senhor por não terem querido fazer senão a sua vontade”.

Santo Agostinho escreve: “Podemos ainda, sem ferir a verdade, traduzir estas palavras: ‘Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu’, por estas: na Igreja, como em nosso Senhor, Jesus Cristo; na Esposa que Ele desposou, como no esposo que realizou a vontade do Pai”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Fazer a vontade de Deus”

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DEPENDEMOS DE DEUS

 

04 de dezembro de 2001, terça-feira

 

Mt 6,11-12: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. E perdoa-nos as nossas dívidas como também nós perdoamos aos nossos devedores”.

 

Prezado Católico, Deus, nosso Pai, se preocupa pelo nosso pão de cada dia, pelo corpo e pela alma, pela vida material, pelo alimento, pelo vestuário, habitação, saúde, energias e vida da graça, pela fé, esperança e caridade.

A palavra “pão” simboliza aqui todas as nossas necessidades, tanto materiais como espirituais. Podemos acrescentar à nossa ladainha particular, se o desejarmos. A nossa lista detalhada não será senão um continuarmos reconhecendo a nossa total dependência de Deus, coisa que, portanto, lhe será grata. Mas quando dizemos, “o pão nosso de cada dia”, na realidade já dissemos tudo.

As palavras “de cada dia” são aqui a chave, e tem por contraponto a palavra “hoje”. É como se Jesus quisesse lembrar-nos, sempre que aceitamos o Pai Nosso, aquela bela passagem do seu Sermão da Montanha: “Por isso vos digo: não nos preocupais com a vossa vida quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? Olhais as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai Celeste as alimenta. Ora, não valeis vós mais do que elas? Quem dentre vós, com as suas preocupações pode acrescentar um só côvado à duração da sua vida? E com a roupa, porque andais preocupados? Aprendei dos lírios de campo, como crescem, e não trabalham e nem fiam. E, no entanto, eu vos asseguro que nem Salomão, em toda sua glória, se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, homens fracos na fé?” (Mt 6, 25-30).

“Não vos preocupeis”, é a mensagem que Jesus encerra na frase “o pão nossa de cada dia”. Não te preocupes cismando se a chuva estragará a tua festa da semana que vem, se perderás o teu trabalho no fim do mês, se essa dorzinha pode ser um câncer. Não compreendes que Deus conhece todo esse assunto, que se interessa por ele, que estará ao teu lado, aconteça o que acontecer, e que, com Ele, as coisas nunca serão tão duras como tu as imagina? Bastam-te os trabalhos de hoje: pede só o que precisar hoje; do amanhã, haveis de ocupar-vos, tu e Deus, quando chegar.

O Catecismo da Igreja Católica no nº 2830, diz: “O pão nosso”. O Pai, que nos dá a vida, não pode deixar de nos dar o alimento necessário à vida, todos os bens “úteis”, materiais e espirituais”, e São Cipriano escreve: “Aos que procuram o Reino e a Justiça de Deus, ele promete dar tudo por acréscimo. Com efeito, tudo pertence a Deus: a quem possui Deus, nada lhe falta, se ele próprio não falta a Deus”.

Prezado católico, no Pai-Nosso nós rezamos também: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido” (Mt 6,12).

Todos somos pecadores, como está em 1 Jo 1, 8: “Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não esta em nós”. Ninguém, neste mundo, passa livre do pecado, apoiando-se em suas próprias forças. Unicamente Maria Santíssima, por especial privilégio, foi cheia de graça e sem pecado. Nenhum pecador deve se desesperar. Antes deve confiar no perdão de Deus, mantendo-se na humildade e no temor.

Não custa pedir a Deus que perdoe nossos pecados, mas fazer depender esse perdão da generosidade com que perdoarmos aos que nos têm ofendido, é às vezes muito duro; especialmente quando sofremos uma injúria verdadeira, às mãos de outros, se aquele que pensávamos ser nosso amigo nos trai, se o colega em quem confiávamos espalha difamações sobre nós, prejudicando a nossa reputação e se somos tratados injustamente pelo nosso chefe.

Temos que perdoar se esperamos ser perdoados, como está em Mt 6,14-15: “Pois, se perdoardes aos homens os seus delitos, também o vosso pai celeste vos perdoará, mas se não perdoardes aos homens, o vosso pai também não perdoará  os vossos delitos”, e em Mt 5, 44-45 diz: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos  que vos perseguem, desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o seu sol, igualmente sobre maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos”.

Prezado católico, nós rezamos: “Perdoai-nos as nossas ofensas”. E o Catecismo da Igreja católica no nº 2840, diz: “Ora, e isso é tremendo, este mar de misericórdia não pode penetrar em nosso coração enquanto não tivermos perdoado aos que nos ofenderam. O amor, como o Corpo de Cristo, é indivisível: não podemos amar a Deus que não vemos, se não amamos o irmão, a irmã, que vemos. Recusando-nos a perdoar nossos irmão e irmãs, nosso coração se fecha, sua dureza o torna impermeável ao amor misericordioso do Pai, confessando nosso pecado, nosso coração se abre à sua graça”.

Caríssimo católico, rezamos também: “Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

O Catecismo, no nº 2842 diz: “Este “como” não é único no ensinamento de Jesus: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito”. (Mt 5,48); “Sede misericordiosos “como” vosso pai é misericordioso” (Lc 6, 36); Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros “como” eu vos amei”. (Jo 13, 34). E São Cipriano escreve: “Deus não aceita o sacrifício dos que fomentam a desunião; Ele ordena que se afastem do altar para primeiro se reconciliarem com seus irmãos: Deus quer ser pacificado com orações de paz. Para Deus, a mais bela obrigação é nossa paz, nossa concórdia, a unidade no Pai, no Filho e no Espírito Santo de todo o povo fiel”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Dependemos de Deus”

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APOIAR-SE EM DEUS

 

05 de dezembro de 2001, quarta-feira

 

Mt 6,3: “E não nos exponha à tentação, mas livra-nos do maligno”.

 

Prezado Católico, o homem encontra-se num mundo cheio de tentações. Em 1 Pd 5,8 diz: “Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós , como o leão que ruge, buscando a quem devorar”. Também Cristo foi tentado. Deus permite as tentações, Santo Tomás de Aquino escreve: “Toda tentação é um aceno de Deus para o bem”. Ele nos prova porque quer elevar-nos mais para o alto. E, depois da provação, enriquece-nos com graças mais abundantes.

Caríssimo católico, o: “Não nos deixeis cair em tentação” é uma forma de dizer tomada da antiga língua Hebraica, que poderíamos para- frasear assim: “Livrai-nos de toda tentação que seja demasiado forte para as nossas forças, e dai-nos a vossa fortaleza para vencer qualquer tentação que nos assalte”. Porque Deus, é claro, não induz ninguém à tentação. Às vezes, diz-se que Deus tentou uma pessoa, como a Abraão ao mandar-lhe que sacrificasse seu filho Isaac; mas nestes casos a palavra “tentação” significa prova, não uma indução ao pecado. São Tiago em sua Carta 1,13 diz: “Ninguém diga na tentação: ‘Sou tentado por Deus’, porque Deus não pode ser tentado ao mal nem tenta ninguém”.

Prezado Católico, na oração do Pai-Nosso rezamos: “Não nos deixeis cair em tentação” (Mt 6,13). E o Catecismo da Igreja Católica diz no nº 2846: “Este pedido atinge a raiz do precedente, pois nossos pecados são frutos do consentimento na tentação. Pedimos ao nosso Pai que não nos “deixe cair” nela. É difícil traduzir, com uma palavra só, a expressão grega “me eisenegkes (pronuncie: “me eissenenkes”), que significa “não permitas entrar em”, “não nos deixeis sucumbir à tentaçõe”. “Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta” (Tg 1, 13); Ele quer, ao contrário, dela nos livrar. Nós lhe pedimos que não nos deixe enveredar pelo caminho que conduz ao pecado. Estamos empenhados no combate “entre a carne e o Espírito”. Este pedido implora o Espírito de discernimento e de fortaleza”. E o mesmo Catecismo no nº 2848 diz: “Não cair em tentação” envolve uma decisão do coração: “Onde está o teu tesouro, ai estará também teu coração… Ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6,21-24). “Se vivemos pelo Espírito, pelo Espírito pautemos também nossa condutas” (Gl 5, 25). Neste “consentimento” dado ao Espírito Santo, o Pai nos dá a força. “As tentações que vos acometeram tiveram medida humana. Deus é fiel; não permitirá que sejais tentados acima de vossas forças. Mas, com a tentação, Ele vos dará os meios de sair dela e a força para a suportar” (1 Cor 10,13).

E na oração do Pai-Nosso em Mt 6, 13 rezamos: “… mas livrai-nos do Maligno…”

O mundo está cheio do mal. Pela inveja de Satanás, entrou o pecado no mundo e, com ele, a morte, como está em Sb 2, 24: “Foi por inveja do diabo que a morte entrou no mundo: experimentam-na quantos são de seu partido!” O maligno é o próprio demônio, Santo Tomás de Aquino escreve: “O mal na terra é conseqüência do pecado original e dos demais pecados”.

O Catecismo da Igreja Católica diz no nº 2851: “Neste pedido, o Mal não é uma abstração, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus. O “diabo” é aquele que “se atira no meio” do plano de Deus e de sua “obra de salvação” realizada em Cristo”.

Em Jo 8, 44 diz que o demônio é: “Homicida deste o princípio, mentiroso e pai da mentira”, e que Ap 12, 9 diz: “Satanás, sedutor de toda a terra habitada”, foi por ele que o pecado e a morte entraram no mundo e é por sua derrota definitiva que a criação toda será “liberta da corrupção do pecado e da morte”.

O Catecismo da Igreja Católica no nº 2852, diz: “Nós sabemos que todo aquele que nascem de Deus não peca; o Gerado por Deus se preserva e o Maligno não o pode atingir. Nós sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno.(1 Jo 5, 18-19). Santo Ambrósio escreve: “O Senhor, que arrancou vosso pecado e perdoou vossas faltas, tem poder para nos proteger e vos guardar contra os ardis do Diabo, que vos combate, a fim de que o inimigo, que costuma engendrar a falta, não vos surpreenda. Quem se entrega a Deus não teme o Demônio. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8, 31).

Caríssimo católico, ao pedir que nos livre do Maligno, pedimos igualmente que sejamos libertados de todos os males presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Apoiar-se em Deus”

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A EMBRIAGUEZ

 

06 de dezembro de 2001, quinta-feira

 

1Pd 4,3: “Já é muito que no tempo passado tenhais realizado a vontade dos pagãos, levando uma vida de dissoluções, de cobiças, de embriaguez, de glutonarias, de bebedeiras e de idolatrias abomináveis”.

 

Prezado católico, reflitamos sobre a embriaguez, sobre a urina do capeta, esse vício horrível que vem causando tantas destruições nas famílias e também na sociedade.

A embriaguez ou bebedeira não dignifica o homem, pelo contrário, o destrói. O bêbado é uma pessoa sem moral, nem seus familiares confiam nele; e nesse tipo de pessoa não há sabedoria, como está em Pr 20,1: “Insolente é o vinho, ruidoso o licor, não é sábio quem está estonteado por eles”.

Caríssimo católico, muitas pessoas dizem que bebem pinga ou outras bebidas alcoólicas, somente para passar tempo, ou então, que bebem socialmente, e que não tem nada de mal. Esse é o hino daqueles que já estão presos pelo vício da embriaguez. Você, prezado católico, pode perguntar para vários bêbados sobre esse beber socialmente, e tenho certeza de que todos dirão que iniciaram o vício da embriaguez, que hoje não conseguem mais abandoná-lo, foi no beber socialmente.

Prezado católico, nenhuma pessoa adquiriu o vicio da embriaguez bebendo logo no início uma garrafa de pinga, claro que não, primeiro foi uma colher, depois uma dose, depois uma xícara, depois um copo, e agora bebe diretamente na garrafa, já é esse pau-d’água, formado na “Faculdade da 51”.

Caríssimo católico, cuidado com esses convites para beber socialmente, fuja desse tipo de gente, como está em Pr 23, 20: “Não estejas entre bebedores de vinho”, e em Rm 13, 13, diz: “Procedamos honestamente , como de dia, não vivendo em... bebedeiras”, e em 1 Cor 5, 11 diz: “... não vos associeis com... o beberrão…”.

Prezado católico, fuja também dos botecos, é preciso fugir dessas portas do inferno, dessas moradas dos demônios. São João Clímaco dizia o seguinte sobre os botecos: “Os botecos é a tenda do demônio, a escola onde o inferno prega e ensina a sua doutrina, é o lugar onde se vende as almas, onde se perdem as fortunas, o dinheiro, onde a saúde se perde, onde começam as rixas, as brigas e onde se começam os assassinatos”.

O boteco é também aquele lugar onde o idiota joga o seu dinheiro fora, ou então compra o veneno da bebida alcoólica para destruir a sua saúde. Deixa de comprar comida para a família, para comprar o veneno da pinga; esse tipo de gente não cresce na vida espiritual, nem na vida material, como está em Pr 23,21: “… o beberrão há de empobrecer”.

O boteco ou casas semelhantes, são lugares onde os beberrões escravizam sexualmente pessoas até de certa forma inocentes, dando- lhes bebida, para depois aproveitar das mesmas, como está em Hab 2,15: “Ai do que faz beber o seu próximo e mistura seu veneno até embriagá-lo para ver sua nudez”, e em Ef 5,18 diz: “Não vos embriagueis com vinho, que é uma fonte de devassidão”.

Caríssimo católico, em Ef, 5,18 diz: “… enchei-vos do Espírito”, e não de pinga, de cerveja e vinho; você que vive nos botecos, só encontrará nesses lugares o espírito de porco, e não o Espírito Santo.

Fuja dos botecos e da bebedeira! Quantos homens e mulheres já morreram assassinados por causa da maldita pinga ou da cerveja.

A bebedeira priva o homem da razão, e assim, comete muitas loucuras e inúmeras besteiras. A bebedeira é realmente uma desgraça. Quantas brigas dentro de casa, separações entre os casais e quebradeiras. Quanto escândalo para os filhos, por causa da maldita pinga e da cerveja.

Que tristeza para a mulher, que tem o desgosto de ver o marido aproximando de casa bêbado, cambaleando, a rua não lhe cabe, até parece que está cercando vinte frangos na estrada, e quando chega em casa, não consegue enxergar o portão de dois metros, é preciso que a esposa o ajude a entrar.

O homem bêbado é feio e escandaloso, mas a mulher bêbada, é o cúmulo do ridículo.

Será que é pecado beber? Muitas pessoas dizem que não, afirmam ser uma diversão e um passa tempo.

Quando se dá uma privação total do uso da razão, a embriaguez é completa e constitui pecado mortal.

Os sinais de embriaguez completa são:

1.      Fazer coisas inteiramente desabituais;

2.      Não discernir entre o bem e o mal;

3.      Não ter recordação do que se disse ou  o que fez, nesse estado, etc.

Os atos pecaminosos cometidos durante o estado de embriaguez, por exemplo: blasfêmias, desonestidades, mortes, revelação de segredos, são imputáveis ao bêbado, que os pode prever, ao menos confusamente.

Prezado católico, é bom saber que, aquelas pessoas que cooperam para que uma pessoa se embriague, cometem pecado mortal, e pecam mortalmente, também, aquelas que, podendo impedir a embriaguez de outrem, fazem o contrário, como por exemplo: aconselhando, festejando e proporcionando mais bebidas alcoólicas ao semi-embriagado.

Os donos dos botecos prestarão uma conta terrível para Deus no dia do juízo. São João Maria Vianney dizia o seguinte sobre os donos de botecos: “Roubam o pão das pobres esposas e de seus filhos, dando bebida a esses beberrões, que gastam no domingo aquilo que ganharam durante a semana. O demônio escarra em cima dos donos dos botecos”.

A embriaguez é um pecado contra o Quinto Mandamento. Beber em excesso é um pecado, porque prejudica a saúde e porque a intemperança produz facilmente outros efeitos nocivos. O pecado de embriaguez torna-se mortal quando afeta de tal modo o bebedor que este já não sabe o que faz. Mas beber um pouco mais da conta também pode ser um pecado mortal, se traz más conseqüências: se prejudica a saúde, se causa escândalo ou se leva a descurar os deveres para com Deus ou para com o próximo. Quem habitualmente bebe em excesso e se julga livre de pecado porque ainda não conserva a noção do tempo, em geral engana-se a si mesmo; raras vezes a bebida habitual deixa de produzir um mal grave à própria pessoa ou aos outros.

Caríssimo católico! Será que o bêbado entrará no céu?

A Bíblia diz que não! Em 1 Cor 6, 10 diz: “… os bêbados não possuirão o reino de Deus”.

Prezado Católico, é triste também presenciar nas festas da Igreja Católica a presença da pinga, da cerveja e do vinho. Isso é um escândalo, e esses padres prestarão uma conta terrível para Deus. O padre que aceita a bebida alcoólica nas festas dos santos comete pecado, e incentiva a bebedeira, e esse dinheiro é maldito.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “A embriaguez”

www.filhosdapaixao.org.br/escritos/pregacoes/diversas/pregacoes_diversas_ii_01.asp

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O RESPEITO NA VIDA CONJUGAL

 

10 de dezembro de 2001, segunda-feira

 

Ef 5,25-33: “E vós, maridos, amai as vossas mulheres… e a mulher respeite o seu marido”.

 

Prezado católico, Deus, para assegurar o reto uso do poder procriador, fundou a instituição matrimonial: a união indissolúvel, por todo a vida, de um homem com uma mulher. A necessidade dessa união é evidente, pois não só é necessário que nasçam filhos, mas também que sejam cuidados e criados com amor pelo pai e pela mãe que os trouxeram ao mundo. É importante lembrar, que somente a morte pode separar um casal, como está em Mt 19, 6: “… o que Deus uniu, o homem não deve separar”.

Mas Deus não instituiu o matrimonio com o fim exclusivo de povoar a terra. Em Gn 2,18 diz: “Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer uma auxiliar que lhe corresponda”. É desígnio divino que o homem e a mulher se completem um ao outro, que se apóiem um ao outro, que contribuam para o mútuo crescimento espiritual. Nessa união por toda vida de um homem e uma mulher, tanto suas mentes e corações como seus corpos se fundem numa unidade nova e mais rica, cumprindo assim o fim estabelecido por Deus.

Quando o amor e o respeito reinam no seio de uma família, isto é, entre o casal, então a vida conjugal se torna bela, se assemelha a um jardim florido em plena primavera.

O casal deve se esforçar para que no seu lar reinem a caridade e o respeito, mas não só durante um dia, uma semana ou um mês, mas sempre, como está em Ef 5,25-33: “E vós, maridos, amai vossas mulheres… e a mulher respeite o seu marido”.

Deve ser horrível viver a vida a dois sem respeito e sem caridade, deve ser pior do que viver em um deserto, onde não existe vida nem água. O casal que não cultiva o respeito se assemelha a um cavalo e uma égua, que vivem em um curral se mordendo e dando patadas o tempo todo.

Prezado católico, essas passagens bíblicas deverão ser colocadas em prática pelos casais, é um verdadeiro programa de vida para os casados:

Rm 12, 9-12: “Que vosso amor seja sem hipocrisia, detestando o mal e apegandos ao bem, com amor fraterno, tendo carinho uns para com os outros, cada um considerando o outro mais digno de estima, sede diligentes, sem preguiça, fervorosos de espírito, servindo o Senhor, alegrando-vos na esperança, perseverando na tribulação, assíduos na oração”.

Cl 3,12-14: “Portanto, como eleitos de Deus, santos e amados, reverti-vos de sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos uns dos outros, e perdoando-vos mutuamente, se alguém tem motivo de queixa contra o outro; como o Senhor vos perdou, assim também fazei vós. Mas sobre tudo isso, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição”.

1 Pd 3,1-7: “Da mesma maneira, vós mulheres, sujeitai-vos aos vossos maridos… do mesmo modo vós ,maridos, sede compreensivos em vossa vida conjugal, tributando às vossas esposas a honra de vida a companheiras de constituição mais delicada, co-herdeiras da graça da Vida, para evitar que as vossas orações fiquem sem resposta”.

Está claro, caríssimos católicos, que entre o casal deve reinar o amor e o respeito, e não o ódio e a grosseria. Em Cl 3,15 diz: “E reine nos vossos corações a paz de Cristo…”. Está claro que a paz de Cristo deve reinar nos corações e não a vingança e ciúmes.

Esse respeito e caridade devem se manifestar de várias maneiras:

1ª. No diálogo: o lar onde não reina o diálogo, é um lar fracassado e vive em pé de guerra. É o lar onde o casal detesta feriado e final de semana, por que não gosta de dialogar, isto é, não existe paz entre eles, e quando tentam dialogar, acontece uma chuva de “canivetes” e “foices”.

A Bíblia em Ef 4,29 diz: “Não saia dos vossos lábios nenhuma palavra inconveniente, mas, na hora oportuna, a que for boa para edificação, que comunique graça aos que a ouvirem”.

Quando não existe diálogo entre o casal, mas somente gritaria e ameaças, esse lar se torna um inferno, e a paz de Deus não reina nele. Em Rm 12,10 diz: “… Tendo carinho uns para com os outros, cada um considerando o outro como mais digno de estima...”. Essa deve ser a atitude de um casal, o dialogo deve ser carinhoso e educado, manso e cheio de respeito, é preciso deixar o outro falar, isto é, saber ouvir a outra parte, com atenção e paciência.

Prezado católico, falatório e gritaria não resolvem nada, só irritam. Irrita aquele que ataca e principalmente o atacado.

Se você amanhece o dia mal, é melhor guardar silêncio, porque o seu companheiro não tem culpa da sua indigestão.

2ª. O ciúme: o ciúme é um grande inimigo da felicidade conjugal, o ciúme é incompatível com o respeito recíproco. Motivado que é pela desconfiança na virtude da outra parte, não raras vezes prepara o caminho para a infidelidade não mais imaginária, mas real. No livro do Eclo 9,1 diz: “Não tenhas ciúmes de tua amada esposa, para não lhe ensinares o mal contra ti”.

O ciúme é suspeita de infidelidade, como escreve o Pe. Orlando Gambi: “O pior do ciúme não é um caso que teria havido. É o caso de imaginar o que não houve”, e o mesmo padre diz “O ciúme que vem com malícia nunca termina sem maldade”.

Existe mulher tão pegajosa, mas tão ciumenta, tão melosa, que até parece uma rapadura de pernas. Ela desconfia em tudo do marido; o homem nem pode ir ao banheiro sozinho, e quando o mesmo precisa sair de casa para trabalhar fora, a boneca não dorme e não come, fica o tempo todo sentado na cama com os olhos arregalados julgando o marido, e quando ele chega, tem que explicar tudo para a ciumenta, e isso vai irritando o homem, como está em Pr 6, 34: “Pois o ciúme excita a raiva do marido, e no dia da vingança não terá piedade”.

O homem ciumento é uma coisa rabugenta; a mulher não pode nem sair na porta da casa ou olhar pela janela, e quando a mesma sai na rua, não pode olhar para os lados, é uma verdadeira escrava.

Prezado católico, para que haja respeito e amor no lar, é preciso deixar de lado o ciúme, como está em Rm 13,13: “Como de dia andemos decentemente… nem em rixas e ciúmes ”, e em Gl 5,19-20 diz: “Ora, as obras da carne são manifestas: … ódio, rixas, ciúmes…”.

O ciúme não constrói, pelo contrário, destrói o casamento.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “O respeito na vida conjugal”

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